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A bruxa sumiu – pt3

Confesso que minha curiosidade sempre aflora ao me deparar com entidades demoníacas em investigações ou histórias. Afinal, vocês sabem que eu vivo falando que tenho um lado demoníaco fato, aliás, que meus leitores antigos interpretam como mera metáfora detalhada por minha cabeça criativa.

Todavia, não é de hoje que os demônios ou demais entidades, se fazem presentes nas histórias e desde que o homem soube de Deus, há lendas, mitos e crenças quanto aos famosos anjos ou demônios. Porém, antes que eu me perca em minhas filosofias, segue abaixo o relato de quando fui atrás da tal entidade mencionada pela velha bruxa. Saibam, que para minha surpresa havia um culto na cidade e  especificamente para aquele “anjo caído”, chamado Ágares.

Quando se lida com esse tipo de gente é necessário abrir a mente, anotar os detalhes e deixar-se levar muitas vezes pelas lendas e sua interpretação. Como se na verdade estivéssemos num agradável bate papo entre amigos na mesa de um boteco, por exemplo…

– Você precisa entender, que todos nós somos almas perdidas, desgarradas e abandonadas pelo criador. Lúcifer soube disso e chutou o balde, cara. Junto dele muitos outros fizeram o mesmo e criaram um novo “clube” chamado inferno. O lugar não tem nada de ruim não, muito pelo contrário, saca? Tudo foi confabulado para que nós pessoas inteligentes, não fossemos atrás dessa nova onda… Deus na verdade é um grande f.d.p.. Ele nos criou e nos abandonou. Lúcifer quer o nosso bem, cara. Só que lógico ele segue a lei da troca, saca? Tipo, se você quer algo dele, tem que dar algo pra ele também…

E assim foi por durante boa parte da minha noite, ouvindo o satanista e seus argumentos evangélicos. Essa segunda testemunha no qual vou chamar de João Batista, não foi fácil. Sujeito maroto, daqueles tipo “dono da verdade” e que na verdade não passam de pessoas que foram extremamente doutrinadas, obviamente por alguém que com certeza sabe das reais manhas do jogo.

Lá estava eu diante mais um João como tantos outros, que leem a bíblia e acha que Jesus realmente andou sobre as águas ou transformou tal líquido em vinho. Tive de ouvir suas teorias e ao fim de alguns minutos onde doei meu precioso tempo, finalmente surgia um nome: Arquimedes Peixoto, o líder de tal culto e provavelmente o espertinho que manipulava todos em prol de suas necessidades.

Naquela mesma noite haveria um culto ministrado por eles e para minha sorte fui convidado por João para apreciar. De acordo com o apóstolo, eu precisaria doar apenas um pouco do meu tempo e deixar de lado tudo o que havia ouvido até então sobre o céu e inferno.

Perto da 1h da manhã iniciava-se a missa e logo de inicio fui convidado a tomar um pouco do “suco do despertar”, servido num copo descartável de cafezinho e densamente preto. Obviamente, não o bebi e isso já deixou alguns deles de olhos sobreaviso sobre mim. Apesar disso, o rito continuou com uma música de órgão sinistra, seguida pelo desligar das luzes, acendimento das velas pretas e vermelhas e pela aparição do tal Arquimedes.

Envolto num manto vermelho com detalhes em preto e dourado ele iniciou seu discurso, aliás, muito bem pontuado:

– Bem-vindos a casa do verdadeiro pai, aquele que acolhe a todos sem exceção. Ele descobriu a verdade sobre a luz e quer partilhar tudo contigo. Repitam comigo: Hey Satanás, hey Satanás, hey…

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