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O Manipulador: a história de Rebecca – Parte III

Eu não sabia se deveria esperar alguém aparecer, ou se seria melhor continuar a procurar uma saída. Acreditava ter caminhado por muito tempo em vão. Passando por corredores, subindo e descendo escadas. Sentia-me uma prisioneira em um labirinto, e toda essa história mal explicada me deixava confusa. Então, ouvi barulhos de pratos. Corri até a sala de jantar novamente, e vi que aquela mesma senhora recolhia as coisas da mesa. Tentei segui-la para falar com ela, mas ela pareceu sumir diante dos meus olhos. Então,  ouvi risadas, e uma das portas no caminho parecia ter sido aberta.

Nada soava agradável naquele lugar, mas mesmo assim aproximei-me. Minhas mãos suavam, mas estavam geladas. Abri a porta lentamente. Havia um homem. Estava sentado em uma poltrona, com uma taça em mãos, mas bebia sozinho. De onde tinha vindo àquelas risadas? Eu deveria estar louca.

– Pequena, aproxime-se.

Olhei ao redor. Estaria ele falando comigo? Ele não havia olhado para mim, porém, sabia que eu estava ali. Havia me chamado de “pequena”. Um pequeno filme passava em minha cabeça: “É hora de acordar minha pequena!” A mesma voz. Dei um passo para trás…

– Não se preocupe. Aproxime-se. Estava aguardando a senhorita.

Mesmo confusa e apavorada, decidi falar algo:

– Olha… Sinto muito, mas preciso realmente ir. Agradeço ao senhor por ter me ajudado, mesmo sem saber ao certo o que aconteceu comigo. Mas… Poderia chamar a telefonista? Para que eu… Entre em contato com meus familiares… Para que venham me buscar? – Falei tentando mostrar sinceridade.

– Querida, eu insisto. Não desejaria que eu mesmo lhe fizesse sentar aqui ao meu lado… Não se preocupe com sua “família”, aliás, que família?

Calafrios. Como ele sabe? Sim, as coisas pareciam ficar cada vez piores, mas resolvi não complicá-las e tentar contornar a situação. Não tinha outra opção. Caminhei até uma das poltronas. Sentei e esperei. Após um longo tempo, o homem virou-se para mim. Tão branco quanto aquela senhora, e também com olhos muito escuros e familiares que pareciam ver até a minha alma, porém, com lábios mais vermelhos que o normal. Seu rosto em meio a um sorriso malicioso me apavorava mais ainda. Porém, parecia sedutor. Por mais um longo tempo permanecemos em silêncio, olhando um ao outro. E tudo foi ficando mais desconfortável, ele me analisava insistentemente. Quando finalmente disse, em meio a um sorriso entrecortado:

– Não. Não era exatamente ai que deveria sentar-se. E sim, mais perto, por favor.

Algo me dizia que tudo iria piorar ainda mais.

12 comentários

      • Férias? Quem dera,mas confesso que estou precisando de umas kkkkk. Mas estava com saudades de propagar um pouco o caos por aqui e como você mesmo diz”O caos é sempre bem vindo” .

  1. Que coisa estranha!! Pode ser coisa de bruxa e vampiro!? Será? Não vejo a hora de descubrir tudo isso!!

  2. Estou ansiosa por ler as outras partes (que devem de existir… tem de existir) 😀

  3. Nice!
    Mas por que os caras misteriosos sempre estão com taças de vinho? Eu acho suco de laranja sedutor. Ou um milk shake…
    Enfim, estou muito curiosa. 😀

    • hauahuahauha Verdade!!! Mas também estou curiosa 🙂

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