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Os mortos não voltam – Parte III

Antoni Erner era seu nome.

Após Sophie finalmente contar o pouco que sabia sobre ele e sua história, conclui que era tão misterioso quanto o irmão, Thomas Erner. Após uma longa conversa, decidimos que investigaríamos melhor sobre o clã de bruxos-demônios, como resolvemos chamá-los, e que iríamos em busca de Lorenzo. Afinal, eu já estava preocupada com sua vida e segurança e, depois do que fizeram em meu apartamento, eu não poderia deixar barato. Mas, para isso, segundo Sophie, precisaríamos do auxílio daquele que desejava manter-me afastada tanto dele, quanto da própria Sophie, que até então, era sua protegida. Confesso que ansiava por esse encontro, estava curiosa. Qual seria a reação dele ou me ver? Sentiria raiva por mim, ou ele não queria me conhecer por que dei fim à “não-vida” de Thomas?

Apesar dessas preocupações, muitas outras dúvidas e questões inexplicadas pairavam sobre minha mente. Carreguei-as comigo, me sentindo exausta, e fui inquieta para meu quarto arrumar minhas malas. Iríamos fazer uma viagem longa. Depois de tudo pronto, caminhei até o escritório, fiz algumas ligações, e revirando os baús antigos de Erner, procurava alguma informação que pudesse nos auxiliar, ou ao menos esclarecer a bagunça que havia em minha cabeça após tantas novidades. Antoni seria parecido com Thomas? Isso Sophie não havia me falado. Como esses dois irmãos se separaram? Ela também não sabia explicar. Como os dois haviam se tornado vampiros? Porque Erner nunca mencionou o irmão? Como Antoni entrou para um clã de bruxos? Aliás, como Sophie conseguiu se envolver com os dois?

Eu estava confusa. Perdida em meus questionamentos e devaneios, acabei não percebendo de imediato que uma folha havia caído em meio aquela bagunça, de um dos diários que guardava. Muitos relatos e anotações eu ainda não havia lido e talvez neles encontrasse algo. Peguei a folha nas mãos. Não era uma folha. Era um retrato, muito antigo, em preto e branco, feito com materiais desconhecidos por mim. Havia dois meninos, sentados em uma calçada de um jardim sombrio, seus olhares profundos estavam direcionados para quem pintava a imagem. Ao fundo uma casa, ou casarão, como chamava na época, com muitos andares, havia uma porta com algum enfeite pendurado e janelas largas. Nas mãos os meninos seguravam uma espécie de símbolos diferentes. Olhei com atenção. Virei a foto. “1565. 3 a” era o que estava escrito. Virei o retrato novamente. Observei os símbolos. Um deles eu havia visto a pouco tempo… Estava marcado na parede do meu quarto de hóspedes. Havia muito mais coisas envolvidas e obscuras do que eu poderia imaginar naquela história. Thomas e Antoni eram gêmeos. Se eu tivesse coração ele certamente pararia. “Gelei”. Guardei tudo rapidamente no cofre, carregando comigo apenas aquela imagem, dobrada dentro do bolso da minha jaqueta. No relógio, já eram 20:17. Alguém bateu na porta dando-me um susto.

– Rebecca? Está na hora, vamos?

Abri a porta de mal humor. Ahhh Sophie, porque mente para mim? Pensei.

– Desculpe Sophie, mas não gosto que ninguém venha aqui no andar de cima sem minha permissão. Eu sei que horas são. – Falei emburrada.

Pegamos as malas e materiais que julguei serem necessários. Sophie passou no hotel que estava, para pegar suas coisas. No caminho, liguei para Ferdinand para avisar e contar o que estava acontecendo, então, soube por ele que Lilian estaria por perto de onde iríamos. Talvez ela pudesse ajudar, ou poderíamos apenas nos encontrar para aliviar um pouco o stress. Então, pegamos meu avião particular e partimos, tínhamos algumas horas até chegar em nosso destino com segurança.

3 comentários

  1. Eu sempre sou uma ótima opção para ajudar em confusões ou para festas, se for os dois ao mesmo tempo, melhor ainda! Hahahahaha 😉

    • Hahahaha Pois é, “diversão e confusão” 😛

  2. caramba é confusão atras de confusão…estou amando suas historias Rebecca…
    tadinho do Lorenzo…blood kisses

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