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Os mortos não voltam – Parte VII

O mundo rodava a minha volta. Eu me iludi ao pensar que um dia teria liberdade. Thomas era um maldito! Além de um vampiro, sádico e psicopata, era um bruxo, um demônio ainda pior do que se poderia imaginar. Naquele momento, percebi que meu sofrimento, não era por amá-lo e por sentir sua falta mesmo com todo o mal que havia me feito. Era pelo ódio que eu sentia. Um ódio tão forte capaz de quebrar o elo entre uma cria e seu mestre. Depois de décadas fugindo dos regrados, agora tinha um clã inteiro de bruxos demônios atrás de mim e o fantasma de “Sr. Erner” a me perseguir, querendo voltar para este mundo e espalhar o caos, ou simplesmente vingar-se de mim. Antoni esperava alguma reação minha. Mas, eu estava atônita, tentando não me apavorar. Então, ele me beijou colocando-me contra a parede. Surpreendendo-me e me enchendo de fúria. Empurrei-o:

-Me solta porra! Isso tudo é culpa de vocês! Se Sophie não tivesse vindo atrás de mim eles não me encontrariam. Levei anos fugindo até encontrar um lugar e uma identidade na qual estivesse protegida. E vocês foderam com tudo! – Falei aos berros. – E que loucura é essa? Beijar-me desse jeito. Está pensando que sou o que? E Sophie?

– Sophie é uma filha para mim. Mas, você… Eu… Entendo porque Thomas ficou louco por você. Ele não pode voltar.

– Ele não vai voltar!

Eu estava perplexa. Além de gêmeos, também eram iguais na loucura. Semicerrei os olhos e disse:

– Nós vamos resgatar Lorenzo e depois eu vou embora, precisarei de um lugar para nos esconder por um tempo. Nós nunca mais vamos nos ver! Não quero mais saber nem de você, nem de Sophie, entendeu?

Sai batendo a porta sem olhar para ninguém. Sophie tentou falar comigo, mas fui direto até a moto esperar que eles viessem para partirmos. Lilian me levou até uma parte do trajeto, de lá, pegamos um avião. Pouco antes do amanhecer estávamos na França. Não levei Lilian comigo, que ficou brava porque não deixei – a ir. No caminho pensei em ligar para Ferdinand para pedir ajuda, mas não havia tempo, além disso, não quis levar perigo aos outros do clã. Mas, confesso que estava com medo de enfrentar tudo aquilo sozinha.

– Vamos ficar nesse hotel durante o dia. Mas, à noite nós e minha equipe vamos invadir o local. Além de resgatar o humano, também tenho contas a acertar com aquela gente. – disse Antoni.

– Que o dia termine logo, então. – Respondi friamente.

No quarto, sozinha. Fechei as janelas para que os primeiros raios de sol não entrassem quando amanhecesse. Deitei naquela cama empoeirada tentando descansar um pouco, precisaria de força e energia. Estava quase dormindo, piscando os olhos várias vezes, quando ouço o estrondo de uma explosão em uma das janelas, na qual fui lançada a uma boa distância de onde estava deitada. Barulhos de tiro, gritos e outros ruídos tomaram conta do lugar. Tentei levantar, mas não conseguia ver nada. Lutei contra alguém que me puxava com força. Apaguei. Acordei horas depois presa pelas pernas em uma poltrona na cor de um vermelho vivo, paralisada de alguma forma, vestindo uma túnica preta, com um coração humano ainda pulsando vida, nas mãos.

2 comentários

  1. Confesso que quando li “França, explosão e tiros” pensei que você estava presente no atentado ocorrido recentemente. Espero logo o final rsrsrsrs! boa sorte aí!!

    • Olá! Foi realmente uma coincidência dos fatos. Isso já aconteceu fazem alguns meses, então não tem relação alguma com os atentados.Mas, de fato, a França está passando por dias difíceis já faz um tempo…Sim, o desfecho dessa história virá em breve! Küsses :*

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