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Uma nova jornada – Parte IX: a sós com Antoni

Quando meu primeiro ritual chegou ao fim, percebi que as horas haviam passado como se fossem segundos. Todos ajudamos a organizar as coisas para o retorno, e nos cumprimentamos ao final.  Montamos nos cavalos, preparados para ir para “casa”, mas logo, percebi que estaria amanhecendo e preocupei-me.

– Ficaremos em uma pequena vila aqui perto onde descansaremos e partiremos ao anoitecer. – Disse Antoni. O fato de ele ler meus pensamentos constantemente estava começando a me incomodar.

Cavalgamos por cerca de vinte minutos e então chegamos à vila com algumas pequenas cabanas. Cada responsável se dirigiu com seus grupos de aprendizes para as instalações. Ajudei Antoni a levar os cavalos para um local onde ficassem aquecidos e em segurança. Em seguida, fomos até onde ficaríamos instalados e confesso, que estava ainda mais preocupada com a ideia de ficar sozinha com ele por um dia inteiro. A cabana tinha um aspecto aconchegante, lareira, cortinas, sofás com almofadas, uma pequena adega para vinhos…

– Se desejar pode tomar um banho. No quarto há algumas coisas suas que pedi para Lúcia separar. – Disse Antoni, prestativo.

Realmente estava precisando de um bom banho para acalmar os ânimos. Peguei o que precisava dentro de uma mochila no quarto, e fui para o banheiro trancando a porta. Sentindo a água quente sobre meu corpo, refleti por alguns minutos sobre ideias perturbadoras que invadiam minha mente. Após o banho, Antoni que estava lendo qualquer coisa sentado numa das poltronas, olhou-me de canto e franziu o cenho,  levantou e disse que tomaria um banho também. Deitei no sofá, exausta. Acordei apenas com o barulho da porta do banheiro sendo aberta, minutos depois. Acho que cochilei naquele meio tempo.  Sem dar atenção ao barulho, permaneci ali. Logo, senti a mão de Antoni sobre meus cabelos molhados, acordando-me. Abri os olhos e então sentei no sofá. Ele estava vestindo apenas uma calça de moletom cinza mescla. Observei-o enquanto ia se sentar na poltrona novamente. Afundei no sofá fazendo cara feia, o filho da p… tinha um corpo ainda mais bonito do que Thomas.  Lembrei de Lorenzo repentinamente. “Mas que droga.”

– O que foi?- Perguntou ao ver minha expressão.

– Nada. Estou cansada. – “Não posso falar sobre ele estar sem camisa, estou usando um baby doll nada decente” – Pensei.

Risos.

– Está rindo de mim, Antoni? – Perguntei. “Leu meus pensamentos de novo?”

– Estou. Desculpe, acho que estou sendo inconveniente.

– Está mesmo.

– Estou? – Perguntou provocando-me. – Precisamos conversar Rebecca, sobre coisas sérias.

Perguntei sobre o que ele queria conversar, e obviamente era sobre o ritual e como eu estava me sentindo.  Porém, acabamos engatando uma conversa que me distraiu por um tempo, do clima tenso anterior, e então comecei a me sentir mais a vontade, descobrindo algumas afinidades com alguém que foi se mostrando atencioso e curioso, mas… Com intenções que eram deixadas no ar sempre que possivel. Em certo momento, Antoni tocou em um assunto que me deixou sensibilizada, falando sobre coisas pessoais suas, deixando algumas de suas fraquezas transparecerem.  Mas, eu estava realmente cansada e receosa de que ele pudesse investir contra mim, sem saber qual seria minha reação diante disso. Agradeci pela conversa, por me ouvir e por falar. Antes de ir para o quarto, dei-lhe um abraço fraternal. “Você é diferente dele, não me decepcione.” Pensei.  Mas, ele queria mais. Ainda abraçado a mim, disse em meu ouvido:

– Não vá dormir ainda. Sei que está cansada. Mas, queria sua companhia por mais tempo.

– Desculpe. Mas, é melhor assim.

-Por quê? Você está pensando no humano?

– Ele se chama Lorenzo. – Retruquei – Sim, estou pensando nele. Mas,também penso em você…

-É? Mas, gosta dele?

– Não sei Antoni. Olha, obrigada por esses dias aqui e pelo o que tem me ensinado. Você seria um ótimo mestre. Mas, tem sido um ótimo amigo também!

– Eu gostaria de ser mais do que um mestre ou um amigo para você, Rebecca. – Falou segurando minhas mãos. – Queria que me ajudasse a cuidar de tudo isso aqui. Mas, não se preocupe. Não quero que pense nisso agora e não quero estragar a amizade que estamos começando a construir. Além disso, ainda tenho muito a lhe ensinar antes desse mês acabar.

– Tudo bem. Peço apenas que me respeite e ficará tudo certo. Eu preciso mesmo de descanso, desculpe. – Falei indo para o quarto.

– Tudo bem, descanse e ao anoitecer voltaremos para a fazenda.

Deitei na cama, abraçando os travesseiros.  E confesso que todo o sono evaporou. A insônia que me atingiu fazia meus pensamentos irem longe e causarem uma confusão interna. Será que gosto de Lorenzo? Será que quero ficar com Antoni?  Será que quero ficar aqui? O que eu quero afinal? Eu sabia que não deveria ter vindo…

Depois de longos minutos entreguei-me a um sono sem sonhos, perturbada com tantas dúvidas e sentimentos confusos que surgiam.

4 comentários

  1. Nossa n tenho nem oq comentar oq pra mim é dificil entao UAU

  2. Deverias estar confusa, com tantos ganjos atras de ti…deves ser muito bela princesa…
    mais como sempre tenho certeza que soube lidar com a situação…
    blood kisses

    • Nem tanto… Não acho que seria vantagem me envolver com alguém tão próximo ao meu carrasco, mesmo que ambos tivessem personalidades tão diferentes. Adquiri respeito por Antoni, mas a ideia de construir uma nova “vida” me deixou pensativa. Porém, Lorenzo me proporciona novas ares, e os Wampirs são o clã que escolhi 🙂

      • Que bom princesa…você esta mais do que certa….e aproposito sua voz é divina…
        blood kisses

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