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Uma operação com risco iminente

Sabe aquele  tipo de história que te prende do inicio ao fim, onde tu nem piscas e quer ler tudo até o fim?
Pois foi esta história que a Fernanda nos enviou e que repasso a vocês. Tenho certeza que irão adorar!

Uma operação com risco iminente.

Antes de começar contar esta história, preciso esclarecer alguns fatos para que todos possam entender bem toda a trama. Como algumas pessoas sabem, eu trabalho no BOPE, mas sou Pedagoga de formação e tenho uma pequena  escola aqui no DF. Pra ser policial temos que ter o condicionamento físico em dia, apesar de neste momento eu estar “ um pouco acima do peso” , malho todo dia, corro  e ainda treino jiu-jitsu três vezes por semana, então o meu condicionamento está 100%.

No último semestre do ano passado a Polícia Civil nos passou alguns mandados de busca e apreensão de uma quadrilha de tráfico de mulheres, apesar da investigação do caso ainda na ter sido terminada,  por ser complexa e por eles não terem conseguido apontar  o líder deste “bando” ( o sujeito era escorregadio e tinha muitos testas de ferro).

O BOPE então começou a executar os mandatos enquanto a Civil tentava desvendar o mistério da liderança. Bem, dois meses se passaram todos os mandados foram executados e nada de pegar o chefão e nem ninguém abria a boca para delatar o “ patrão”, confesso que isso me deixava intrigada. Investigação em andamento, suspeitas do paradeiro do meliante, novo mandado de busca, nova execução e nada, era sempre assim, já estava ficando chato.

Início de ano letivo e algumas novas matrículas na escola(minha), inclusiva a da filha de um homem muito diferente, na ocasião, eu diria até, tenebroso, mas os dias foram passando e a má impressão passou e o homem se tornou um tanto quanto amável.

Quinze dias após a presença deste homem se tornar quase diária em minha vida, não sei como, ele já sabia que eu também era policial, ou já sabia antes e só se fez entender neste momento, apesar de todos lá na escola gostarem  muito dele, eu não o conseguia suportar e achava bem  estranho o interesse dele pelo BOPE, até que um dia ele perguntou:

– Você trabalhou na operação do tráficos de mulheres? A pergunta reforçou a desconfiança que eu tinha, porque este caso sequer foi noticiado aqui. Eu respondi:

– Não. Faço serviços burocráticos, não saio em operação.

Dias depois do ocorrido percebi que estava sendo vigiada. Fiquei tão preocupada e temerosa, e logo descobri que todos os  meus companheiros que estavam envolvidos na operação também estavam sendo vigiados. O Clima ficou tenso. Resolvi comunicar ao meu Capitão, que me escutou, porém ficou apreensivo por eu ainda estar em acompanhamento pelo outro acontecimento que vocês já sabem.

Enquanto isso a investigação da Civil continuava no mesmo patamar e quase sem esperança de encontrar o “cabeça”.

Tinha uma moça que sempre levava a M.A para escola, devia ser a babá, era uma moça muito bonita, morena, corpo bem definido. Esta moça e o sujeito começaram a se falar todos os dias, após deixarem suas respectivas crianças lá na escola. Um dia percebi que ela entrou no carro dele, não a culpo, pois embora eu não gostasse dele, era bem charmoso. Dois ou três dias após percebi que a moça não tinha ido deixar M.A na escola, vigiei, e no dia seguinte a mesma coisa e no outro dia, resolvi perguntar para a patroa dela o porquê dela não estar mais vindo trazê-la. A resposta que tive:

– Ela desapareceu sem deixar rastros a três dias, já fizemos até um boletim de ocorrência.

Juntei tudo num estante: o cara sabia minha escala, a dos meus companheiros e o caso que estávamos trabalhando e esta mulher ainda some,  assim bem debaixo do meu nariz. Só podia ser ele, o “cabeça”

Levei esta informação até o Capitão, que me pediu desculpas e entrou em contato com o delegado da Civil, encarregado do caso, que pediu a Federal uma lista das mulheres que haviam saído do Brasil nos últimos três dias, por meios legais. B-I-N-G-O. Vôo para SP e direto para Barbados.

A partir daí foi emitido um novo mandado de busca e apreensão com base no endereço da ficha de matrícula da escola.  O Capitão achou melhor eu não participar desta busca, que foi expedida em um sábado de manhã. Preciso falar como fiquei apreensiva? Logo que acabou a busca o Capitão me ligou para dizer que ele tinha saído momentos  antes da  abordagem. Mas ele não tinha fugido, tinha ido atrás de mim na minha casa, sorte é que meus filhos e meu esposo não estavam lá, só eu.

Lembra que falei que eu o achava tenebroso? Pois é tive a certeza e medo. Depois que desliguei o telefone ele apareceu  e disse:

– Eu sabia que você fazia parte da operação, porque acha que matriculei minha filha na sua escola, só não esperava que você fosse tão esperta a ponto de ligar os pontos. Mas agora não adianta nada sua esperteza. Você vai morrer! Corri pra pegar minha arma pessoal, mas ele me pegou e  me jogou no chão com muita força e veio pra cima de mim, nós lutamos e eu apanhei tanto e chegou um  momento que ele cansou e aí foi a minha vez de bater, montei e estrangulei, quando ele desmaiou, liguei pro capitão e relatei todo o ocorrido ele tentou me acalmar com seguinte frase:

– Logo estaremos ai.

Fui até o quarto e finalmente peguei minha arma, mas acho que o estrangulamento não foi tão bom assim, porque o infeliz já estava acordado e partindo pra cima de mim novamente, fui surpreendida, o que não eu tempo de destravar  a  .40 que ficou caída no chão, sentado em cima de mim o FDP só batia na minha cara, quando consegui me desvencilhar  dos tapas, segurei   o braço dele e aí foi raspagem, omoplata e triângulo, bandido imobilizado, peguei a arma, destravei,  tinha uma pistola .40 na mão e uma chance apenas. A cabeça dele está na mira. Será que depois de tudo que eu passei, eu conseguiria? Não sei e não vou saber, porque neste momento todo o batalhão chegou  e eu me senti aliviada em não ter que puxar o gatilho mais uma vez.

Bandido preso.

41 comentários

  1. Uaaaaaaaaau
    Fernanda que história!
    meus parabéns pela coragem!
    Impressionante!
    Kisses!

  2. Bela Historia.
    Pena o galante Principe não estar por perto para ajuda-la.
    Parabéns pela coragem.

  3. Mas quem sabe um dia num conto uma aventura minha com o galante príncipe.

  4. BOA NOITE À TODOS!
    Querida Fernanda,
    No meu ponto de vista, foi bom a polícia ter chegado na hora, antes que você pudesse atirar nele, e sei que sabes o que vou dizer, não valeria a pena, miseráveis como ele tem ficar vivo e apodrecer na cadeia.
    Kisses!

  5. Pois é Jannielly é assim que deveria ser, ms sabemos bem como funciona o cumprimento da lei no nosso país.
    A propósito Fred, interagindo?

  6. Concordo Fernanda!
    Nossa Ferdinand essa de príncipe pegou mesmo né? rsrs
    Querido Fred, que bom encontrar-lhe por aqui!
    Kisses!

  7. Que ocorrência pesada senhora Fernanda, coragem admirável de vossa parte sem dúvida. Pelo que escrevestes tens treinamento para situações de risco, mas se me permite dizer, acredito que não existe treinamento que ultrapasse as expêrincias da existência. Mostras-te ser inteligente e capaz, sua tenacidade foi admirável.

  8. nossa fernanda bem tenso hein vc e muito corajosa e astuta minha amiga e da federal e eu digo a ela vc e uma heroina assim como vc mulheres de fibra assim que deve ser os bandidos que se cuidem!

  9. Eu ja ia me esquecendo também… Parabéns Fernanda…

  10. Fernanda parabéns! Sua profissão é para quem tem coragem, admiro muito seu trabalho, mesmo. Parabéns de novo!

  11. Nossa parabéns srta Fernanda que história hein,não são todas que tem a coraggem que a srta teve,no meu caso teria apertado o gatilho.Osonho do meu esposo é entrar na policia.Será que depois poderias me dá seu msn ?

  12. Obrigada pessoal. Áquila, eu já atirei antes, quem já me conhece aqui no blog sabe da outra história, talvez eu não tenha atirado pq já matei antes.

  13. Srta Fernanda desculpa pela pergunta que farei,mas qual a sensação de atirar ,de matar alguém?

  14. No meu caso não foi muito bom não. pq foi um adolescente. pra mim uma criança.

  15. Legal eu não diria, eu gosto da adrenalina de ser policial de elite, mas não gosto de matar…gosto de bater…hehehe

  16. Acho que deve ser um peso…eu não teria coragem de matar ninguém…

  17. Hahahaha! Se vc aguentar… sou faixa preta em Jiu-jitsu… vai encarar rsrsrs.

  18. Coragem, bravura e poder. Qualidades q se resumem em uma pessoa: Fefa. Admirei e apreciei sua historia. Um erro imperdovel foi o charmoso e tenebroso ter matriculado a filha em sua escola. Pode ter sido p/ se aproximar. Enfim. Eu nao cometeria o mesmo erro. Esperta e inteligente, q bate muito bem kk. Faixa preta. Parabens fefa. O melhor  saber q vc sempre ter historias fantasticas como essas p/ nos entreter. Bjim. Salva pro jeff pra fabiana pra aquila pro jose pra lola pra janielly pra va. E pro Galego( Gal)

  19. Kkk. Vc merece fefa. Vai l no face pra gente conversar. O cel demora pra carregar na page do vampir. VA me manda seu email querida pra t mandar 1 texto. Oi lola tudo bem? Salve* ao inves de salva

  20. Srta Fernanda,
    Meus sinceros parabéns, pela coragem, determinação e bravura.
    Há mulheres de aço e de flores.

  21. Nossa meus parabéns pela sua bravura e coragem…
    Isso realmente é uma mulher de coragem..

  22. Uau Fernanda! Pura Adrenalina e que coragem mulher. Parabéns..
    ..Me senti fraquinha, fraquinha…brincadeirinha..Beijo

  23. Fefinha to sem fôlego com essa história, que coragem amiga. meu parabéns.
    Acho que o instinto de cobrevivência faria você apertar o gatilho sim, mas é compreensivel viu.

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