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A Revelação: a história de Rebecca – Parte II

Senti um choque terrível. Dores de cabeça. Era como se eu tivesse voltado no tempo, então eu pude ver, como em um filme acelerado, cada passo e acontecimento ao longo da minha vida, a revelação de uma história que eu tentava esquecer… Pulei da cama, assustada. Era um pesadelo horrível lembrar tudo aquilo.

Sai do quarto, estava com fome. Mas, eu sabia que já não me alimentava de comida comum. Mais do que um pesadelo horrível, agora sentia uma fome horrível. A situação só piorava. Será que eu realmente estava sozinha naquela casa?

Andei pela sala, cozinha, onde não havia nada em que eu pudesse satisfazer minha fome, por outras salas, pela biblioteca. Observei quadros, revirei livros, abri portas, gavetas. Subi e desci escadas, era um tédio sem fim… Então, fui para o sótão. Havia um corredor daqueles escuros e apavorantes. Ao longo do corredor, portas de ferro, como uma prisão antiga. Mas, não havia nada, nem ninguém ali. Lembrei do que aquele homem ainda desconhecido havia falado:

-“Cuidado com o que mexer e com aonde vai, posso estar fora por uns dias, mas saberei exatamente sobre todos os seus passos.”

Mas, sim. Eu era teimosa, e curiosa. E já tinha enfrentando todo tipo de dor e tortura possivel. O que mais tinha a perder? Continuei caminhando até o fim do corredor. Parecia o cenário de um filme de terror desses criados atualmente, e, se já existissem certos filmes na época, com certeza imaginaria uma menina possuída aparecendo na minha frente. Porém, o único ser metido a demônio naquele lugar era eu mesmo. No fim do corredor, havia uma porta e, incrivelmente ela parecia ter sido esquecida aberta. Estranho, pensei. Então, entrei.

Inicialmente parecia uma sala normal, na verdade um escritório “secreto”. Muito bem arrumado e organizado. Imaginei que ali era o local que pertencia ao meu “criador”. Talvez eu não devesse estar ali, mas estava. Observei o lugar. Frio, porém aconchegante. Estantes com livros. Mesas. Uma poltrona. Garrafas com sangue! Bebi três inteiras. Mapas e quadros muito antigos e estranhos. Imaginei então que talvez, houvesse algo naquele lugar que me ajudasse. E sim, havia. Livros. Diários. Manuscritos e muitas anotações.  Um desses “manuscritos” continha instruções para rituais que eu nem sabia para quê serviam. Mas, um dos diários em minhas mãos realmente me surpreendeu. Tontura. Pude vê-lo cair lentamente no chão…