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  • Em busca da vampira assassina. Parte 1 de 2

    Em busca da vampira assassina. Parte 1 de 2

    Reunimos o grupo pegamos um jatinho e depois de um voo tranquilo sobre a Amazônia brasileira chegamos a um cais onde um carniçal do Hector nos aguardava com um barco. Não sei dizer com precisão se já era Suriname ou se ainda estávamos no Amapá, o importante é que o barco nos deixou em uma trilha de onde ainda teríamos uma boa caminhada de duas horas e pouco até o acampamento em uma caverna.

    Passamos o restante da noite e o dia de sábado descansando e preparando o ataque. Além de nós, cerca de 10 outros mercenários foram contratados, transformados em carniçais e receberam armamento e instruções sobre a missão.

    Nesses dias as horas passam muito rápido e logo depois que o sol se põe estamos praticamente a postos loucos para que tudo aconteça de uma vez. Mesmo eu que já passei por tantas situações parecidas fico ansioso, afim de que eu possa retornar logo ao meu refugio tranquilo e seco.

    O que falar do local? Muitas árvores, humidade extremamente alta, sensação de abafamento e os malditos mosquitos que surgem em nuvens quando menos se espera. Nesse tipo de local, meio pantanoso a única vestimenta compatível são as que cobrem boa parte do corpo. Eu sempre estou de jeans e colete a prova de balas, com essa roupa não me incomodei muito. O resto do povo também se cobriu com exceção do Carlos que vestia apenas uma calça solta tipo moletom, tênis velho e uma camiseta com duas vezes o seu tamanho.

    A estratégia foi simples, invadir, capturar fazendo fazer valer a ordem e a justiça.

    Dividimos o grupo em dois. O Franz, H2, alguns carniçais e eu fomos por trás como grupo de invasão e o restante do pessoal foi pela frente como grupo de ataque. Nem preciso dizer do por que que o Lobisomem foi pela frente junto do pirata sanguinário.

    Uma hora depois chegamos a uma velha mina de rubis abandonada, povoada apenas por algumas casas iluminadas por fracas velas. Duas caminhonetes e um caminhão preenchiam o que um dia já foi uma boa estrada. Além disso, uma fogueira grande era rodeada por alguns sujeitos diversos que emanavam uma grande força diabólica.

    Galego o que diabos, uma vampira que gosta de leilões e de coisas chic faz no meio do mato? Simples, existem alguns lugares na terra chamados de Nodo. Nestes lugares a energia é melhor e dizem os especialistas, tal qual o Carlos, que nestes locais as portas para viagens astrais ficam abertas por mais tempo.

    Então se elas ficam mais poderosas é um local pior para atacar, não? Muito pelo contrário mancebo, pois ninguém espera ser atacado num Nodo!

    Enfim, o primeiro grupo chega chutando com os dois pés. Algumas granadas iluminam a escura noite, muito tiros e muito sangue voam pelos ares. Não é sempre que um vampiro pirata se junta a um lobisomem sedento de carne humana em prol de algo, então imaginem a carnificina…

    Depois de alguns breves minutos é a nossa vez. Circulamos o local na sorrateira, fomos em direção ao que aparentava devia ser o covil da vampira. Antes de entrar jogamos uma granada de fumaça por uma das janelas e instantes depois a companheira da maldita sai correndo junto de dois caras. H2 os intercepta com alguns golpes da sua espada abençoada, mas é surpreendido por um lobo que surgiu do nada e lhe atacou pelas costas.

    Na sequencia outros dois peludos chegam e começa alí uma luta que resultou em muito sangue perdido a toa. Todos os caniçais de nosso grupo foram dizimados e sem o H2 era apenas mais uma vez Franz e eu contra tudo. Nesse momento um rápido flashback passa na minha cabeça e me lembro de nossa luta nos EUA.

    ***

    Depois de alguns anos de prática minha transformação já ocorre mais rapidamente e entre vários socos e garradas eu consigo liberar a minha fúria para cima do peludo. Nesse momento é como se eu ligasse o automático, muitos dos meus atos são pensados muito mais rápido e fica de certa forma simples deferir golpes fatais como os que dei no metamorfo.

    Esta fúria que nos toma é tão forte que é difícil reduzir ânsia que fecha a garganta, se meu corpo respirasse certamente estaria bufando. Olho então para o lado em busca de mais inimigos e vejo o outro lupino já ao chão e o Franz frente  a frente com a Companheira da vampira.

    Por cerca de uns dois minutos em quanto volto ao normal, Franz lê a mente da bruxa e na sequencia ele lhe dá um tapa no rosto com a parte de fora da mão, com ela já ao chão ele chuta sua barriga, se aproxima de seu pescoço e lhe suga o sangue até a morte.

    Nessa hora a briga havia chegado ao seu ponto alto, éramos momentaneamente vitoriosos, no entanto todos foram acometidos por um grito que nos atordoou gravemente. Lembro-me de ver Carlos de joelhos, franz deitando em cima do corpo da vampira e ao procurar por Hector não o vejo, mas consigo me manter em pé encostando numa árvore apoiando com a cabeça enquanto levo as mão ao ouvido.

    Era a maldita bruxa vampira que surgiu de dentro da entrada da mina com mais dois peludos em forma de lobo.

    Mesmo depois do grito estridente parar ainda é difícil voltar a realidade. Não ví a hora que Hector partiu para cima da vampira, mas foi ele que a fez parar de gritar com um golpe de espada que lhe perfurou o peito. Com este golpe ela se encolheu mas teve força para desequilibrar o pirata e sair fugida mata a dentro.

    Um dos peludos a seguiu e para o azar de Hector o outro lhe desferiu vários golpes enquanto tentava se levantar.  Mesmo atordoado Carlos em forma de humanoide consegue se aproximar dos dois, e arranca o lobo de cima de Hector. Eles lutam por alguns instantes e depois de alguns granhidos Carlos finaliza a luta com uma pedrada na cabeça do lobo. Depois disso Hector levanta-se e com sua espada de prata corta a cabeça do infeliz.

    ***

    Depois de alguns instantes de atordoamento eu consigo me aproximar de Hector e Carlos e separa o que iniciaria uma briga. Procuro por Franz e não o vejo de imediato, mas algum tempo depois o vejo perto de H2. Começava ali um ritual improvisado que traria o velho caçador para o lado de quem ele perseguiu por tantos anos.

    Hoje mais calmo eu vejo que realmente seria um grande desperdício deixar para morrer um cara com tantas habilidades como ele. No entanto Franz vai ter muito trabalho barra domesticar a sua nova cria.

    Algum tempo depois do ritual, nos alimentamos com o resto de sangue que encontramos nos restos mortais dos que lá estavam. Obviamente tudo isso foi muito rápido, pois ainda tínhamos dois alvos escondidos em meio a selva.

    Carlos começou a fazer o que sabe de melhor e nos levou mata a dentro atrás dos dois…

     

  • Antes do 1° ataque a vampira assassina

    Antes do 1° ataque a vampira assassina

    Isto aconteceu a alguns dias, antes de ganharmos a primeira batalha ontem…

    Eis que se iniciou uma nova batalha. De um lado duas vampiras com todo o seu exército de seguidores e do outro eu. Claro que não estou sozinho e nas linhas abaixo vocês poderão ver na prática como os contatos são necessários para a sobrevivência.

    Depois que o Zé se foi, precisei juntar forças do além para me controlar e não sair por ai fazendo besteira. Afinal, sempre que nos tiram algo a primeira ideia que surge é sair por ai querendo fazer justiça com as próprias mãos. Todavia, quando o assunto envolve vampiros as regras são bem diferentes.

    Um vampiro que mata vampiros, é tido como um párea de nossa sociedade e a punição para tal ato é a morte. Essa punição geralmente é lançada pelos Regrados e divulgada de imediato aos quatro cantos do universo. Por se tratar de uma das maiores punições ela demora um pouco para ser decretada. Neste caso como minha família está envolvida foi um pouco mais fácil conseguir o aval.

    Depois de ter ido a alguns lugares, de ter conversado com informantes dos mais diversos lugares eu resolvi juntar uma equipe de especialistas para dar fim nesta ameaça. Ter trabalhado com os mais experientes em Berlin me permitiu ter uma visão mais apurada dos fatos e principalmente de quem poderia ser útil nesta caçada. Caçadas de vampiros são sempre difíceis então nada melhor que gente de fora da instituição para fazer o serviço.

    O primeiro a ser chamado foi um cara que já saiu algumas vezes comigo e que só não é mais próximo em função do seu sangue. Já discutimos algumas vezes sobre nossa situação no mundo, mas quase sempre temos um impasse. Carlos é um peludo e como todos da sua espécie é um tanto quanto seco, direto e um pouco mais nervoso que a maioria. A história com esse peludo é longa e será contada em seu tempo, mas o conheci a pouco mais de 70 anos enquanto estive no Chile em uma das minhas fases exploratórias e na época nos livramos de alguns inimigos em comum.

    Além do Lobo rastreador, me ajuda nessa operação o vampiro pirata Hector. Amigo de longa data, aventureiro nato, cujo algumas de nossas histórias juntos já foram contadas por aqui.

    Obviamente Franz meu irmão de longa data está comigo nessa e para surpresa de todos trouxe consigo o H2, lembram-se dele? Isso também é uma longa história, mas vale aqui aquele ditado: ”Se não pode vence-los é melhor juntar-se a eles”.

    Hoje já estamos voltando para o Brasil e durante o dia contarei mais detalhes dessa última empreitada. Já disse que eu escrevo para me acalmar? Bom nesse momento isso é extremamente importante haja vista que a vadia esteve em minhas mãos, mas conseguiu fugir novamente.

    Pelo menos temos um novo membro no clã… H2 foi transformado!

     

  • Efeitos da lua maior

    Efeitos da lua maior

    Parque Vila Velha – PR, 23h57 – A central de polícia recebeu um chamado diferente:
    – Gente, pelo amor de Deus ajuda… Meu colega levou uma mordida na perna de um dos nossos cachorros. Ele estava muito arisco e atacou, mandem uma ambulância, rápido…

    No mesmo instante alguns vampiros captaram a frequência, um chamado de alerta geral foi emitido e em poucos instantes os caçadores rumaram para o local. Todos estavam atentos, pois sabíamos que algo iria acontecer e então não foi difícil ter alguém pronto para agir.

    As 00h12 uma perseguição de carro se inicia na rodovia do café próxima a entrada do parque. No carro da frente dois vampiros que se direcionavam ao parque são perseguidor por um famoso caçador de recompensas chamado simplesmente de “H2”. H2 é famoso pela morte de vários peludos e vampiros e quase sempre possui informações privilegiadas por seus homens infiltrados nas várias sociedades secretas.

    Várias marcas de pneus pintam as longas retas da tranquila rodovia. Bem que os vampiros tentaram, mas são poucos os que conseguiram continuar vivos depois de um encontro com o maligno H2. Uma guinada para a direita, uma ultrapassagem e BOOM! O carro em que eles estão capota duas vezes e cai dentro de um lago. H2 então para o seu carro próximo da colisão, confere a gravidade dos problemas dos dois mortos-vivos e continua sua viagem. Ele sabe que o acidente não vai detê-los por muito tempo, mas qualquer vantagem nesse momento é vital para os seus planos.

    H2 continua a viagem com sua caminhonete preta e em poucos minutos chega à sede do parque. Os portões estavam abertos, ninguém guardava a guarita e bastou seguir em frente para ver ao longe a sede iluminada pelas luzes vermelhas da ambulância que socorria o pobre guarda. Ele estaciona próximo a uma capoeira, camufla o veículo e começa sua busca a pé. Neste momento o jogo havia virado e H2 estava sendo perseguido ao longe pelos dois vampiros.

    A chuva que caia escondia a maior lua dos olhos humanos, mesmo com sua extrema proximidade a luz não era suficiente e o ambiente estava escuro. No entanto H2 parecia não ter problemas, pois utiliza tecnologia de ponta que lhe permite ver ao longe como se estivesse de dia através de óculos especiais desenvolvidos pela CIA. Há quem diga que ele faça parte de um grupo especial bancado por várias ONG’s espalhadas pelo mundo, mas isso são apenas boatos e há quem diga inclusive que ele já foi um padre.

    Iniciava-se ali uma perseguição que com certeza iria causar problemas a uma das três partes envolvidas. Os vampiros pensaram inicialmente em acabar com a festa de H2 logo de início, mas resolveram deixá-lo atrair para si o peludo novato. Dessa forma eles poderiam conseguir dois troféus de uma só vez.

    Algumas horas se passaram e lá estava o peludo se contorcendo em uma moita enquanto ocorria sua primeira transformação em humano. Cabe aqui um detalhe importante sobre os lobisomens. O vírus que ativa o lado bestial desses seres pode ficar oculto nos genes dos animais e dos humanos e mesmo com o passar de várias gerações ele permanece adormecido esperando o momento certo para “avacalhar” com a vida de seu portador. Felizmente nos últimos séculos muitos foram caçados e mortos e é extremamente raro encontrá-los acordando fora de suas “matilhas”.

    H2 foi o primeiro a avistá-lo e preparou sua pistola tranquilizante. Mirou e disparou acertando certeiramente a barriga do pobre coitado que nos instantes seguintes adormeceu. Os vampiros iniciaram então seu ataque, um ao alto sobre as formações rochosas e o outro pela frente. H2 percebendo os seus inimigos esquivou-se para trás de uma árvore e escapou por pouco do primeiro golpe, mas não foi rápido o suficiente para se livrar do vampiro que se aproximava pelo alto e que caiu sobre ele. Com o impacto o óculos do caçador caiu ao chão junto de seu chapéu, deixando a mostra parte da suástica que ele possui tatuada na cabeça.

    Dois vampiros certamente acabariam facilmente com um humano, mas H2 não o era e quando eles menos esperam o forte caçador joga um deles contra uma árvore e perfura o peito do outro com uma faca que ele mantinha na cintura. O vampiro agonizou de dor, caiu ao chão e ficou se contorcendo, pois seu coração fora atingido.  H2 foi em direção do outro que ainda se levantava e com uma velocidade anormal cortou a garganta do outro sanguessuga que ainda se levantava.

    Com os seus inimigos incapacitados foi fácil pegar o peludo, um jovem pastor alemão de 1 ano e seguir viagem, obviamente indo em direção ao seu pagamento. Depois de algumas horas um dos vampiros conseguiu se recuperar, levou o seu parceiro para uma caverna e ficaram até hoje no começo da noite quando retornaram para a sua cidade e espalharam a história na rede. Obviamente alguns instantes mais tarde ela chegou até mim e aqui estou eu fazendo o meu papel de dedo duro… Afinal isso tem de servir de lição aos babacas novatos que querem bancar os heróis e nem ao menos conhecem um pouco a história de seus inimigos!

    Muitas ocorrências de ataques foram vistas na noite de ontem, mas nada publico ou que comprometesse o andamento normal da vida de todos.