Tag: morte

  • A bruxa sumiu – pt7

    A bruxa sumiu – pt7

    – Quando percebi que ia dar merda me escondi em baixo da mesa. Pow cara cê sabe que é foda ali, nego com metranca e tal, atirando pra tudo o que é lado, pirei, saca? Acho que pegaram a véia, botaram no saco e a gente pá. Fiquei ali até pararem de atirar, a mina lá… “Helen” chorando… A tia dela levou umas porrada e comigo foi o tal do terrorismo psicológico…

    Imagine uma pessoa tensa e cheia de poréns? Depois que ele me confidenciou tal momento, até era possível ver em seus olhos o porquê de seu ser tão complexado. Por que Helen era tão carente e por que sua tia estava praticamente louca. A tortura mental talvez seja uma das piores formas de terrorismo.

    Para ser sincero eu estava muito puto com o tal grupo, estava a fim de ir lá liberar meu demônio de verdade, dar uns tiros, gritar, fazer o sangue fluir… Se há algo que odeio é opressão, seja ela na forma que for. Todavia, eles possuíam poder de fogo, possíveis ligações com um demônio e vontade de fazer merda, muita merda.

    Ferdinand e agora, vais chamar o exército? Claro mancebo, vou formar a liga da justiça ou dos vingadores e ir para lá feito um americano de filme ¬¬

    Conversei com Hector, expliquei o que estava ocorrendo e montamos um plano de ação. “Um de cada vez”, disse ele no que parecia mais uma caçada serial killer, do que a resolução de um crime. No entanto, o que importa realmente é resolver um crime ou impedir que os criminosos façam novas vitimas?

    Liguei para Helen e ela me confirmou a mesma história. Fiquei de passar em sua casa, mas naquele instante com parte do negócio resolvido eu estava receoso por me envolver mais. Já disse que detesto mulheres carentes, mas ainda havia aquele pé atrás. Ou ela era boa demais ou tramava algo… Mandei Pepe vir ao meu encontro e deixei tudo planejado com Hector para irmos atrás de um dos membros. Ao todo descobrimos 11 membros oficiais e o lado serial Killer de Hector entraria em ação na noite seguinte.

    – Estou perto, vai ficar em casa hoje à noite? – Perguntei a Helen por sms.

    Ela me respondeu alguns segundos depois – Sim, quer acabar comigo de novo esta noite? – Tal resposta era muito tentadora e respondi que chegaria em até uma hora. Eu até chegaria em 10 minutos no seu refugio, porém, tendo em vista meu receio resolvi deixar o carro um pouco afastado e fui para o lugar à surdina em forma de névoa.

    Ao chegar no lugar havia uma caminhonete nova, que até onde eu sabia não pertencia a Helen e pressenti a presença de alguém sobrenatural  e estranho pelas redondezas. “Tenho certeza que senti algum peludo passar por aqui” pensei comigo.  Instantes depois em meio à mata que ficava perto da casa e do carro um quarto sujeito entrou na história. Um homem na faixa dos 60 anos e muito bem vestido de terno e gravata.

    Voltei a minha forma humana e fiquei os observando com minha audição e visão aguçados. Ambos estavam felizes, Helen estava diferente, talvez um pouco mais confiante que o normal e o sujeito estava feliz.

    – Esse problema está chegando ao fim meu amor, logo mais você vai poder sair pelo mundo novamente e quem sabe eles queiram que você assuma a liderança aqui na cidade. Apesar de tudo o vampirinho está ajudando…

    Depois de tais palavras ela apenas consentiu com a cabeça e deu um longo abraço no misterioso homem, que lhe correspondeu da mesma forma com muito carinho, embarcou no carro e foi embora. Depois que ele partiu ainda havia a presença lupina na região e isso me preocupou mais que tudo.

    Decidi dar mais uma volta na forma de névoa e depois de um tempo voltei para o carro. Helen estava sendo vigiada ou aquilo podia ser uma emboscada para mim. Resolvi então me precaver e lhe mandei uma sms dizendo que iria atrasar, mas que iria para mesmo que fosse ao final da noite. Prontamente, ela me respondeu dizendo-se triste, mas que estava com saudades e era para eu ir assim que possível.

    Peguei Pepe no aeroporto, expliquei a situação e a levei junto para caso houvesse algum perigo iminente ou surpresa. Avisei Helen, que estava chegando e estranhamente ela não me respondeu. Não percebi nenhuma presença estranha ao chegar a sua casa e ao adentrar uma nefasta surpresa.

    O corpo da bruxa estava com muitos ferimentos sobre a cama do porão. Ela vestia uma daqueles lingeries sexys e estava à beira da morte. Mal consegui sentir sua pulsação e tudo o que ela me disse antes de partir foi: “Por favor… Salve… Mmmm… Mãe…”.

  • Quero me transformar em vampiro – pt final

    Quero me transformar em vampiro – pt final

    Durante o dia foi possível ouvir os barulhos feitos pelo andar pesado e tenso de Penélope. Certamente, a insônia atormentara seus pensamentos no que seria seu último dia como uma simples humana. Mesmo depois de tudo o que eu fiz para tentar acalmar seus pensamentos, ela devia estar afoita, praticamente eufórica por tudo o que lhe aconteceria nas horas seguintes…

    Acordei um pouco mais cedo e colhi algumas das ervas ainda frescas e sob os primeiros raios de luz da lua cheia. “Uma bela noite para uma morte”, pensei comigo. “Quem sabe ao fim de tudo isso, um passeio de moto traga tranquilidade ao meu demônio”, continuei.

    Com a colheita minuciosa dos ramos e folhas mais viçosos, tratei de voltar para meu quarto. Onde fiquei por mais alguns instantes, polindo o mesmo cálice no qual Sebastian e eu havíamos bebido nossas primeiras gotas de sangue. Poderia eu ficar por mais algum tempo refletindo e relembrando o passado, mas fui interrompido por Pepe.

    – Falta muito para eu me transformar Fê? Nem dormi hoje… Toda minha vida foi repensada e estou mega ansiosa!!!

    – Acalma-te pequena, mais alguns minutinhos e Sebastian vai te chamar lá para fora.

    Juntei tudo o que precisava e depois de uns minutos fui para o quintal onde preparei o círculo, acendi cada vela e posicionei todos os elementos em seus lugares com a precisão de uma bússola. Tal qual havia escrito num dos manuscritos de meu mestre Georg. Em seguida mandei chamar Pepe e junto dela vieram todos os outros.

    – Irmãos e irmãs hoje é um momento muito especial para mim, pois como vós sabeis é com o máximo orgulho que Penélope entrará para nosso clã. Como sabeis faremos o ritual tradicional, que será seguido pela renovação de nossos laços familiares, onde cada um de vós compartilhará algumas gotas de seu precioso sangue. (pausa) Franz, nosso ancião em atividade, tratará das honras assim que minha alma se unir a de Penélope. (pausa) Portanto sem mais delonga, Penélope, aproxime-se do centro do círculo. Sebastian, o cálice com as ervas, por favor.

    Após o comunicado dei inicio ao ritual, onde as palavras certas foram ditas e fizeram o silêncio tomar conta de tudo. com o punhal consagrado cortei meu pulso esquerdo e derramei sangue suficiente para um gole. Outras palavras precisaram ser ditas para entorpecer a animalidade corpórea da alma e enfim o juízo acalentou seu corpo nu ruborizado. Sussurrei ao pé de seu ouvido direito aquilo que nunca devia ser dito… Finalmente aflorei minhas presas sem dó ou piedade e mordi com toda minha força seu pescoço pela última vez humano.

    “Este é o sangue da eterna aliança…” Beba dele todo e sinta o verdadeiro poder dos deuses!

    O corpo de Pepe morreu…

    Vi e senti todas as lembranças de Penélope como se fossem as minhas. Suas alegrias, seus sentimentos maia intensos e suas dores. Parte de minha energia vagou para seu corpo como um raio que penetra a terra. Concentrei-me para não cair e por ali fiquei de joelhos ao chão na expectativa do retorno da alma de minha nova cria ao seu corpo.

    Franz continuou o ritual…

  • E a escolhida foi…

    E a escolhida foi…

    O tempo passou e eu tive de decidir quem seria minha nova cria. Quando um vampiro toma este tipo de atitude ela deve se basear em diversos fatores. Não que isso seja uma regra, ou obrigação dita pelas leis antigas. Na verdade há certo controle, que nos indica a não fazer tal cousa em demasia, haja vista, que a cada cria o vampiro compartilha parte de seu poder.

    Após a morte de Willian, repensei boa parte da estratégia e foquei no objetivo principal da escolha, alguém para assumir boa parte dos afazeres de Sebastian. Portanto para alguns vai ser uma surpresa, mas Penélope será transformada em breve. Fiz isso pensando no futuro e devido às circunstâncias tecnológicas do mundo, será importante ter outra nerd como cria.

    Deb ficou estática ao saber de minha decisão. Na sua cabeça e devido ao seu jeito intenso, ela deve ter imaginado milhões de cousas. Todavia, como ainda terá espaço sendo minha Ghoul e assistente pessoal, acredito que ela tenha feito a melhor escolha aceitando os fatos. Mesmo por que era isso ou a morte.

    E agora o que será feito Ferdinand? Bom, o processo é um pouco lento mancebo. Pepe será desligada do mundo humano. Passará por um treinamento ministrado por mim e meus irmãos e em seguida, quiçá até o final deste ano será transformada na melhor conjunção astral disponível.

  • Um a menos nos testes

    Um a menos nos testes

    Eis que surgiu a primeira baixa referente à disputa para se tornar minha nova cria. Acabo de ser avisado sobre Willian, que estava próximo de concluir a primeira etapa de nosso projeto, mas infelizmente algo deu errado e ele simplesmente destruiu o laboratório onde trabalhava. No triste episódio além dele outros dois Ghouls se foram e Eliot, cria de Hector, ficou gravemente ferido. Porém sua regeneração vampiresca provavelmente irá recompor sua integridade física.

    Esta notícia soou muy triste aos meus ouvidos e como sempre o faço, escrevo para tentar por as ideias no lugar. Eu realmente tinha esperanças de que meu pupilo pudesse trazer bons resultados aos nossos projetos. Todavia, às vezes a sorte pode estar do outro lado, diferente daquele no qual estamos empenhados.

    É muy triste por que ele tinha um grande futuro pela frente, possivelmente repleto de teorias a serem desvendadas e tantos outros projetos a serem executados. Fica a lembrança dos bons momentos, as conversas, as histórias, os e-mails, os “likes”… #Triste

  • A vampira pin-up – pt7 – final

    A vampira pin-up – pt7 – final

    – Seria tudo uma grande brincadeira de meus irmãos? – Fora meu pensamento durante outro dia de insônia. Franz, Joseph, nem mesmo minha cria Sebastian atendiam aos vários telefonemas e todo o jogo parecia se encaixar. Filhos da puta pensei comigo, porque diabos não podia fazer as cousas de uma forma mais tranquila, desde a meda do vampirismo entrar na minha vida era assim, sempre o último a saber…

    Cansado de tentar achar respostas e entupido de perguntas, pensei em exercitar uma das primeiras cousas que Georg havia me ensinado e um dos poderes mais antigos dos vampiros: a meditação junto a terra. Assim sendo, eu contei os minutos e logo que pude desci correndo para algum lugar. O mais próximo do hotel era o famoso Central Park, que na época não era tão movimentado à noite e seria perfeito para meu descanso.

    Várias clareiras escuras, muitos lugares, que certamente serviriam para se abandonar algum corpo, mas isso não passava na minha mente naquela noite. Onde eu queria apenas um canto para sossegar, dormir ou ter algumas ideias. Depois de um tempo deitei-me sobre uma pequena clareira, oculta das trilhas principais por vários arbustos e folhagens. Ao meu redor apenas os insetos e alguns cachorros que provavelmente estavam perdidos e latiam sem parar.

    Neste contexto iniciei meus trabalhos e relaxei. Envolto por Gaia e no mais completo relaxamento, consegui ter minhas primeiras visões do que parecia ser Eleonor, Franz, Sebastian, Joseph e Georg. Todos pareciam felizes e jantavam como numa família humana comum. Até o instante que alguma cousa aconteceu e todos ficaram agitados, corriam de um lado para o outro e o fogo tomou conta do lugar. Acordei e dei de cara com um filhote de cachorro sem coleira, molhado e perdido ao meu lado.

    Antigamente, alguns povos nórdicos acreditavam que ver um animal escuro depois da meditação era sinal de confirmação dos pensamentos, mas o que podia ser absorvido de tal visão? Voltei para o hotel, deixei uma caixinha para o recepcionista me liberar a entrada com o cachorro e dei um trato no animal. Banho, comida… Parecia outro bicho depois de algum tempo.

    Ainda naquela noite recebi uma ligação, inicialmente o recepcionista e depois um homem, cuja frase me tirou do sério novamente: “Passaremos às 21h amanhã, esteja pronto para negociar sua hermosa morena”. Não me ouviu xingando, não escutou e ignorou completamente. Fiquei naquela maldita situação de dependência, que abomino acima de qualquer outra cousa.

    Já era pouco mais de 5 da manhã eu tinha poucos minutos para providenciar algo ainda naquela noite. Revisei o que eu tinha de armamento. Na época eu já tinha o hábito de andar sempre com duas pistolas nos coldres nas costas, no caso duas MAC-50 de origem francesa,, que aliás ainda tenho, mas não tenho saudades pois as minhas ao menos  tinham o hábito de travar e dar fortes “beliscões” em minhas mãos, quando eram usadas para muitos tiros em sequência.

    Já tinha perdido a conta dos dias que eu havia passado “em claro”, não estava com fome e tudo que vinha a minha mente, eram as possibilidades de negociação e poderes que que eventualmente eu poderia utilizar para sair com Eleonor de onde estivéssemos.

    21 em ponto tocou o telefone, era o recepcionista dizendo que estavam me aguardando na entrada do prédio. Arrumei tudo o que pude e deixei um bilhete junto de alguns tocados para a camareira cuidar do cachorro enquanto eu estivesse fora. Desci e dei de cara com dois brutamontes, provavelmente capangas dos gangster que estavam com Eleonor. Não senti nenhuma energia sobrenatural nos dois então apenas os acompanhei para o carro, um belo e polido Lincoln preto.

    Os dois foram no banco da frente e me levaram sem dar nenhum pio até um açougue fora de Manhatan. Entramos pela frente, passamos por diversas portas e enfim me deixaram numa saleta que tinha apenas duas cadeiras e uma mesinha todas de madeira escura. Segundos depois ouço passos de mais de uma pessoa, eram os dois brutamontes seguidos por uma figura gorda, bem vestida com um terno feito sob medida, mas com cara de nojento.

    – Senhor Ferdinand vou direto ao assunto, me chamo Tony Castellanno e tu já deve ter ouvido falar de meu irmão, capiche? – Eu até tinha ouvido falar dos tais Castellanno da região, mas como continuei com meu semblante apático ele apenas continuou. – Enfim, encontramos tua garota aprontando no nosso pedaço e acredito que merecemos um ressarcimento pelo trabalho que ela nos causou, claro, obviamente se o senhor quiser ela viva ou em fatias para a viagem de volta, capiche?

    Neste momento ele ficou calado esperando uma resposta, então eu me mantive controlado olhando para o nada. – Ela está aqui? – Não senhor, mas posso chamar caso tenha interesse em iniciar, Cap… – Eu já estava puto com os tais “capiche” e o interrompi com um soco forte na mesa – Trás ela pra cá agora!

    Nesse momento um dos brutamontes deu um passo em minha direção, mas antes de tentar algo foi barrado com um aceno do balofo. – Senhor Ferdinand, não te exaltes, por favor, somos homens de negócio. Jonnhy vá buscar a dama! – Nesse instante eu me dei conta de que ele era um vampiro, sua energia era fraca, provavelmente por ter sangue sujo, mas isso mudava um pouco os improvisos que eu havia idealizado.

    Durante o tempo que ficamos aguardando ele tentou puxar assunto, se gabou inclusive que era parente de sangue do vampiro chefe da cidade e deu a entender que se eu tentasse algo me daria muito mal. Situação que me deixou ainda mais puto e afim de ver seu sangue podre colorindo as paredes sujas de onde estávamos.

    Senti a energia de Eleonor se aproximando de nós, mas ela estava muito fraca e provavelmente estava imobilizada por algum ritual. Dito e feito trouxeram a pobre coitada para a saleta toda amarrada, inclusive com os olhos vendados. Cena que de imediato mexeu comigo a ponto de não conseguir segurar mais o meu demônio. Era deixa de que ele precisava para aflorar em meu corpo, destruindo o pouco de humanidade que minha alma sempre insiste em manter.

    Escuridão, sangue e pedaços dos corpos dos três por toda sala, apenas Eleonor ainda amordaçada sob a mesinha. Minhas roupas estavam inutilizáveis, meu corpo apresentava várias escoriações, hematomas e eu não pude distinguir o sangue deles do meu. Parecia que tudo, a exceção de Eleonor e a mesa, havia sito colocado num liquidificador…

    Atordoado, sem saber direito o que havia acontecido novamente e tendo de pensar mais rápido que o normal. Peguei Eleonor nos braços e fui para o carro que por sorte ainda estava parado na frente do açougue. O “laranja” que cuidava do lugar provavelmente havia fugido em função do barulho e aliado a mania americana de deixar uma chave reserva no tapa sol, facilitaram nossa fuga.

    De volta a Manhatan, consegui parar num lugar tranquilo próximo ao hotel, desamarrei Eleonor e tentei acordá-la dando um pouco de meu sangue. No início ela não teve reação alguma, porém foi o tempo de meu sangue misturar-se ao seu para despertar. Muitos minutos se passaram até que ela finalmente voltou a si, querendo saber o que havia ocorrido. Resumi rapidamente os ocorridos, dando ênfase ao fato de que meu demônio parecia ter se acalmado mais rapidamente do que nas outras vezes.

    Por sorte havia um casaco no carro o que cobriu ao menos minhas partes íntimas para poder retornar ao quarto do hotel. Desta vez o recepcionista ficou preocupado, tive de inventar que havíamos sido assaltados (bla bla bla), mas ele pareceu ter ficado feliz quando fizemos check-out na noite seguinte e lhe damos uma grande gorjeta.

    Noites depois soube da verdadeira história, de que o plano inicial de Eleonor era me dar um susto, inclusive alguns dos envolvidos no incêndio eram amigos delas e ainda estavam vivos. Tinha o aval de meus irmãos e queriam me mostrar de alguma forma, que eu precisava descansar por uns anos. Aquele papo de que eu sempre falo por aqui de que a hibernação ajuda a trazer tranquilidade aos nossos companheiros demônios. Por fim, os gângsteres haviam sido apenas uns pobre coitados que se meteram com os Wampirs errados.

  • A vampira pin-up – pt4

    A vampira pin-up – pt4

    Alguns barulhos ao redor e tive de sair em função dos policiais que chegavam para investigar. Acabei aceitando que não havia o que fazer, pois não sentia mais sua energia e voltei para o hotel onde estávamos hospedados. Um bom banho quente de banheira para tentar relaxar e fiquei imaginando o que poderia ter acontecido. Como não relaxei, nem muitos menos tive conclusões condizentes liguei para Franz, que nesta época estava em algum lugar da Alemanha tentando reassumir nosso negócios por lá.

    – Lembra que Eleonor estava empolgada um tempo atrás com aqueles shows de mágica? Vai ver ela resolveu praticar um pouco. Aguarde mais uma noite ou duas… – Recordou meu irmão. Estaria ela envolta em algum ritual ou truque novo? Vocês sabem que minha cabeça não sossega, então fiz mais algumas ligações durante aquele dia e assim que anoiteceu retornei ao lugar.

    Eu estava atordoado, alguns pensamentos transformavam-se em imagens que vinham aos meus olhos, provavelmente lembranças ocultas de mim por mim mesmo naquele estado demoníaco…

    “Waiting for my time
    Oh Lord, please forgive me
    Waiting for a hero,
    An angel relieve me”

    Vaguei cabisbaixo e com as mãos no bolso, apenas seguindo meu caminho em direção as possíveis cinzas daquela linda alma. Alguém, aliás, que eu não estava dando o devido valor mesmo depois de tanto tempo juntos. Sim, eu estava tendo aquele típico pensamento depressivo com auto-avaliação.

    Alguns passos e lá estava aquele palito de fósforo queimado. Nenhuma energia sobrenatural ao seu redor e apenas duas placas com o desenho do distintivo do distrito policial, informando que o lugar estava fechado e a entrada proibida. Uma viatura a poucos metros do lugar, indicava que alguns investigadores deveriam estar vasculhando a região, então tive de agir rapidamente.

    Passei rapidamente em frente ao lugar e arrumei um beco para me transformar em névoa. Voltei a casa e como um bom farejador, senti cada canto daquele lugar, porém nada no porão. Também nada na parte de cima, mas antes de ir embora novamente eu resolvi passar nos fundos do lugar. Um quintal pequeno, com pouco mais de 10m² onde havia um gramado, um ofurô e algumas flores.

    Fiquei impressionado com o fato de que apenas uma flor amarela havia sobrevivido a todo aquele caos. Seria um sinal? – Pensei comigo, então retomei minha forma de névoa e voltei para o hotel.  Onde fui surpreendido por um bilhete deixado na recepção.

    “Lei nº 5 do livro sagrado, não matarás. Pense nisso esta noite Ferdinand.”

  • A história de Hector Santiago – pt2

    A história de Hector Santiago – pt2

    No ano de 1816 Hector e Juan se encontraram com Rafael, que infelizmente lhe trouxe más noticias. A fazenda havia sido atacada e seus pais haviam sido mortos cruelmente. Aquilo havia atingido Hector como uma facada em seu coração, que lhe trouxe de inicio as sensações de arrependimento, dor e pesar. Porém com o tempo percebeu que se ele estivesse lá também seria morto e isso aliviou um pouco sua tensão.

    Depois de alguns dias e ao se deparar com a tristeza de Hector, Juan pediu para Rafael se ele podia fazer do jovem a sua cria. Como a transformação é sempre algo muito complexo, Rafael fez todas as perguntas de praxe, sendo a principal, quão o rapaz seria confiável e útil ao clã, mas prontamente Juan lhe respondeu:
    – Ele é o meu melhor pirata!

    Então na noite de 17 de março de 1816, dois dias depois da conversa com Rafael, Juan e Hector estavam sozinhos na proa do barco conversando…
    – Eu gostava muito de seu pai, ele era meu melhor amigo em terra, tanto que quando eu trouxe você comigo ele me disse: “Juan este é meu único filho, infelizmente minha querida Madalena, como você já sabe nunca mais embuchou, portanto cuide-o como se a partir de agora fosse seu filho também.”.

    Desde aquela noite eu jurei que cuidaria de você e para minha sorte você está se virando bem aqui comigo e com os homens. Portanto, está na hora de você se tornar meu filho de verdade.

    Neste momento Juan deu um forte abraço em Hector e aproveitou a situação para sugar seu sangue. Quando viu que o garoto estava entre a vida e a morte, ele mordeu seu pulso e iniciou o ritual. Hector caiu sobre o convés, se contorceu por um tempo e sem maiores detalhes passou pela transformação.

    Hector levou algum tempo para se acostumar a sua situação atual, ele não entendia muito bem o que estava acontecendo, porém aos poucos foi ensinado por Juan como ser um vampiro, aprendendo sobre seu clã, sobre seus poderes, sobre seus inimigos, enfim, tudo que um vampiro precisa saber para sobreviver.

    Muitos anos mais tarde em 1891 Hector teve o privilegio de reencontrar Rafael, o senhor dos senhores, o vampiro mais antigo de sua linhagem, e isso foi muito importante para ele. Esta reunião ocorreu em São Francisco do Sul, SC, Brasil. Foi nela que Rafael disse a suas crias que queria descansar, e que eles deveriam ficar cuidando de sua cripta.

    Nesta mesma noite Hector teve o prazer de conversar sozinho com Rafael:
    – Como está teu aprendizado, Hector?
    O jovem, cativado pela presença de Rafael lhe disse:
    – Está ótimo my lorde, Juan é um ótimo amigo e mestre. Parece que está conseguindo dar um rumo a minha existência.
    Rafael vendo que o jovem estava cativado por sua presença aproveitou e lhe confidenciou:
    – Vejo que estás bem encaminhado e Juan confia muito em ti. Por isso vou te deixar alguns objetivos até que eu volte de meu sono. Aumente teus poderes, aumente tua influência e teus conhecimentos, veja o vampirismo como um dom divino e agradeça a cada momento por ter tido uma oportunidade melhor que a de seus pais, eles foram sim pessoas boas, leais, mas por causa de malditos vermes se foram. Aliás, se queres ser um lorde como teu mestre já me confidenciou, terás de ser mais forte! Pratique e estude tudo quanto conseguires, ver-te-ei como lorde daqui a 500 anos…

    Diante tal presença e discurso, Hector resolveu ofereceu uma honagem ao patrono de seu clã:
    – Muito obrigado meu lorde, se me permitires gostaria de lhe prestar uma homenagem mudando meu nome para Hector Santiago.
    – Honre este nome minha criança e faça-o ser visto e temido por muitos, agora com licença eu preciso rever vários detalhes antes de descansar.

    Após o termino da reunião, Hector e Juan voltaram para Espanha. Rafael finalmente estava descansando e o jovem Wampir sentia seu ânimo renovado. Tanto que a partir de então, ele mudou, estava mais empenhado em seus trabalhos e era como se ele tivesse renascido pela terceira vez. Diante tal empenho e motivação Juan fez uma proposta para Hector:
    – Meu filho, depois da reunião percebi que você está bem consigo mesmo, e pronto para assumir mais responsabilidades. Portanto, vou lhe deixar na Espanha no controle da nossa empresa Marítima, lá você ficará junto de um dos meus caniçais que lhe ensinará este outro oficio. Um ofício que é de muita valia e você poderá aprender algo que não poderá aprender comigo num barco. Poderá aprender a se civilizar… Hector ficou um pouco chateado a principio, pois gostava muito de sua vida de pirata, mas percebendo que poderia realmente melhorar seus ensinamentos, resolveu acatar o que seu senhor lhe disse.

    Todavia, o período de estadia de Hector na Espanha foi menor do que ele esperava. Em 1926 após uma reunião entre Juan e seus quatro irmãos, ficou decidido que Juan por ser a cria mais nova deveria cuidar de todos os outros enquanto estes também descansavam. Eles se revezariam a cada 100 anos, onde um deles seria acordado para tomar a posição do que estava acordado.

    Diante tal acontecimento Juan chamou Hector para viver com ele em são Francisco do Sul, pois havia muita coisa para ser cuidada na sede imperial dos Santiago.

    Aos poucos Hector foi assumindo muitas responsabilidades administrativas, mesmo porque não era do feitio de Juan ficar dentro de um escritório. Apesar disso sempre que podiam viajam juntos nos barcos da empresa que agora fazia transportes de mercadorias para empresas e de “forma legal”.

    1983, Juan passa por uma espécie de enjoo de terra, afinal anteriormente ele passara muitos tempo dentro de um barco e decide descansar junto de seus irmãos antes do tempo. Por causa disso os laços com os Wulffdert foram renovados e desde então ambas as famílias dividem suas funções próprias, com a proteção de seus anciões e manutenção de todos os negócios em uma espécie de sociedade de sangue.

  • Como vejo a morte

    Como vejo a morte

    Muitos de vocês nos consideram um tipo de Serial Killer frio e calculista. Eu não me vejo desta forma, mas ao mesmo tempo também me faltam bons argumentos para ser contrário. É a mais pura verdade que a morte, no sentido de extinção de algo vivo é algo muito presente em nosso cotidiano. Por isso, hoje quero falar um pouco mais sobre a minha maneira de ver ou entender a vida e o seu fim.

    Antes de virar o que sou hoje, o meu contato com a morte já era algo relacionado à sobrevivência. Quem viveu ou teve contato com fazendas e sítios irá me entender melhor, haja vista que nesses lugares é comum o abate de animais para alimentação. Então desde cedo eu me lembro de minha querida mãe depenando galinhas, de meu pai separando as partes boas de porcos ou bois. Com isso, não quero dizer que o vampirismo entrou mais fácil em minha vida, porém ao menos medo ou nojo por sangue eu não tinha, aliás, adorava o popular churrasco mal passado.

    Lidar com a morte humana não é nada fácil, além disso, na atualidade até mesmo quando se fala em morte canina alguns se ofendem. Todavia, o ato de tirar a vida de um humano ainda é visto como o maior pecado, estou certo?

    A morte humana surgiu pela primeira vez em minha vida quando me avô, pai de meu pai faleceu e fomos ao seu velório e enterro. Eu já estava no final da infância perto dos meus 10 anos e não entendia muito bem por que uma pessoa tão legal, que outrora corria e brincava comigo, de uma hora para a outra parecia ter perdido seu calor e havia entrado em um sono sem volta.

    Anos depois eu fui a vários outros sepultamentos, antigamente o povo morria mais rápido sem as drogas medicinais e higiene atual. Porém, a morte sempre era uma incógnita em meus pensamentos mais profundos e pessoais. Então, quando fui transformado pelo barão e tive de enfrentar a minha própria morte novos pensamentos e perguntas vieram a esta cabeça que nunca para. Seria morte o fim? De onde viemos e para onde vamos sempre foi a maior dúvida humana e eu tendo acesso a todo tipo de informação, costumo pesquisar bastante este tipo de assunto.

    Ano passado eu fiz uma prazerosa viagem à Grécia, onde meu amigo Hector me ajudou a obter algumas respostas e esse tipo de experiência me confirma que a morte não é o fim. Então, quando eu sou obrigado a remover a vida de algum humano, ao mesmo tempo eu desejo que ele encontre a tal luz.

    Pode ser que minha visão seja em demasia simplista, porém é no que eu acredito e sinto a cada noite que acordo de meu sono diário. Hector tem uma frase que se encaixa perfeitamente neste pensamento: “Somos iguais à Fênix, que ao perceber a concretização de um sonho, deixamos tudo de lado, até mesmo a vida, para iniciar outro.”

  • Violência contra mulher

    Violência contra mulher

    Noites atrás eu vi um documentário na TV a cabo, onde o assunto principal era o tratamento arcaico e agressivo dado a algumas mulheres na África / Ásia. Confesso que não foi algo fácil de ser digerido, pois dá raiva da animalidade humana de alguns indivíduos, que estupram e matam até mesmo meninas com menos de 10 anos. Vocês sabem que mesmo eu sendo um predador, eu abomino violência contra pessoas indefesas e é por isso que postarei a história abaixo, enviada mais uma vez pela nossa cronista Júlia Bittencourt. Diz ela que ouviu essa história de uma mulher no shopping.

    Lembro como se fosse ontem de meu passado assombroso. Sou natural da Etiópia e uma mulher, que problema tem nisso?
    Para começar, no meu país de origem, somos tratadas como um lixo.
    O casamento é ilegal e secreto, exceto para os convidados, e, no Rajastão, a cerimônia costuma ocorrer em noite alta. Por isso, só no fim da tarde, as três meninas noivas nessa árida povoação agrícola no norte da Índia começam a preparar-se para os votos sagrados. Elas agacham-se lado a lado no chão e mulheres do vilarejo, cercando-as com uma cortina improvisada de um pano de sári, se despeja em suas cabeças uma panelada de água e sabão.
    Quando soube que ia me casar, eu tinha apenas sete anos… Fiquei desnorteada, pois sempre vinha à minha mente a imagem de uma amiga minha que por contestar seu marido, perdeu as orelhas e teve seu nariz cortado.
    Eu gritei com o meu pai, expus toda a força que tinha em minhas cordas vocais:
    – Você não pode me forçar a casar com ele! Eu sou uma criança, quero brincar e estudar. Se você me forçar a casar com ele eu vou à polícia e conto tudo!
    Não dei tempo ao meu pai para falar, mas sabia que tudo isso ocorrera devido à uma rixa familiar.
    Então eu corri, corri tanto até meus pés sangrarem, então pedi carona em uma estrada. Ele era um homem meio rechonchudo e com um olha sádico, mas eu precisava de ajuda e ele parou seu carro.
    Minutos depois eu percebi que ele estava me levando para um lugar deserto e fiquei com medo, sabia que alguma coisa ia acontecer… E então fui estuprada. Na Etiópia isso também e comum, às vezes eles estupram para depois reivindicar como noiva.
    Minutos depois enquanto ele dormia, eu o enforquei com o sinto de segurança, e mais uma vez fugi, até encontrar uma ONG, onde me educou.
    Graças a eles eu pude superar tudo isso e vir ao Brasil, encontrei um senhor que me acolheu de forma calorosa e hoje estou aqui, tendo meu próprio negócio.

  • Encontro, estupro e internet.

    Encontro, estupro e internet.

    Estava lendo sobre este caso no Equador, onde uma jovem de 20 anos foi brutalmente morta depois de ter sido estuprada e confesso que fiquei imaginando algumas cousas. Na verdade minhas indagações tem por base os vários e-mails, que recebo diariamente com pedidos de pessoas que gostariam de me conhecer pessoalmente.

    Minha identidade é oculta, digo que sou um vampiro, falo frequentemente que não tenho medo da morte e, aliás, deixo explicitas algumas histórias de quando eu matei sem dó nem piedade e mesmo assim vocês vem atrás de mim…

    Alguém me explica por favor onde está o juízo de uma garota que sai de casa sozinha, muitas vezes mentido para a família e parte para um encontro a cegas em lugar desconhecido e com um cara que conheceu pela internet?

    Está certo sou de outra época, sou do tempo em que garotas não eram assim saidinhas e tinham amor próprio. Valorizavam suas vidas e queriam alguém para amar. Não era apenas um rolinho de uma noite ou uma ficada com um gatinho da net…

    Vamos lá me chamem de velho, digam que sou “out”… Tomara que nenhum de vocês precise passar pela dor de um pai ou mãe, que perdeu uma filha ou filho que resolveu dar uma de aventureiro e morreu nas mãos de pedófilo ou assassino.

    A vida de vocês é curta e frágil, não a desperdicem em uma noite com um príncipe encantado da internet. A realidade é cruel… Palavras de um assassino frio e calculista feito eu!

  • Shopping, cinema e perseguição.

    Shopping, cinema e perseguição.

    Fiquei me perguntando sobre a veracidade de tais fatos, mas isso não importa muito, haja vista que adorei a forma como terminou. Como vocês sabem eu adoro mulheres com iniciativa, n]ao é mesmo? Enviado pela Júlia Bittencourt:

    Shopping, cinema e perseguição.

    Estava passeando no shopping hábito comum aos membros de meu grupo social e quando entrei em uma loja de “armas” percebi que estava sendo seguida. Ele era um rapaz bonito, aparentava ter uns vinte e poucos anos, porém me olhava de forma questionadora.

    Com um pouco de medo, comprei um canivete que lembrava as balas da arma de caça de meu pai e fui ao cinema assistir Django Livre. Novamente, ele comprou os ingressos para a mesma sessão que passaria o filme e repetidamente ocupou-se com maus olhos, enquanto eu revidava de esguelha com desprezo.

    Persisti em considerar o fato de tudo aquilo ser exageradamente estranho, mas irrelevante até porque estava em um local público e meu pai queria ter um menino, logo, sempre soube lutar e vivia me metendo em brigas na escola ou nas boates no qual meu pai vivia se endividando nas orgias.

    O filme acabou (muito bom, em falar nisso) saí da sessão e a perseguição continuava. Paguei o estacionamento de minha moto (uma Kasinski Mirage 250 preta) que estava estacionada em uma parte escondida do estacionamento, então ele finalmente falou:
    – Ora, o que temos aqui? É perigoso andar sozinha à noite sabia?
    – Se você se refere como perigo, então eu deveria ser procurada pela polícia federal.
    – Perigosa? Você? Ahahaha… Pelo visto, as aparências enganam mesmo. Vamos ao que interessa.

    Ele saca uma faquinha ridícula e vem andando em direção, finjo estar aterrorizada e deixo-o permanecer confiante. Aguardo-o chegar a uma distância de 2 cm e espero o momento certo de dar o bote, rapidamente tiro a faca da mão dele e empurro contra seu pulmão.

    Foi um desperdício, olhava com cara zombeteira para a figura flácida que estava ali no chão de forma esparramada… Ah como eu podia ter brincado mais um pouco, fazer cara de choro e sorrir depois, talvez arrancar cada unha de seus dedos, ou tacar fogo no cabelo dele (como já fiz uma vez com a minha prima).

  • Justiça?

    Justiça?

    Continuando o caso policial: Sacrifícios diabólicos…

    Desta vez não foram encontradas marcas na criança, e se não fossem as marcas de esganadura em seu frágil pescoço, muitos diriam que ela estava apenas  dormindo o sono dos inocentes. Meu ex-cunhado estava puto da vida e quando me ligou para informar de mais esta morte, ele também me perguntou se eu podia prever novamente onde que o próximo assassinato poderia acontecer. Me senti inútil dizendo que havíamos dado sorte neste, todavia, ele não se desanimou e foi a fundo na vida dos pais macabros da criança morta.

    Confesso que esse tipo de situação, além de revoltante por envolver frágeis almas infantis, também instiga a minha eterna disposição ao aprendizado do ocultismo, ou como alguns chamam, magismo. Desde quando eu praticava alguns rituais com Suellen, a descoberta por novos rituais e feitiços atiça minha alma demoníaca e eu não poderia deixar de lado este caso. Qual era o feitiço que bloqueou minha entrada no quarto daquele casal? Por que a filhinha deles fora assassinada logo depois que eu a vi? Tantas perguntas e praticamente nenhuma resposta concisa…

    Duas noites haviam se passado e nenhuma novidade de qualquer parte. Julie estava ocupada, Franz também tinha algo por fazer e só restava minha cria Sebastian. Eu não podia ir sozinho, no entanto levar alguém sem experiência de briga como minha cria podia piorar as coisas. Apesar disso relutei e liguei para o meu querido professor nerd.

    – Boa noite professor, afim de uma boa briga hoje?

    – Herr di Vittore…

    – Hahaha fazia tempo que tu não me chamavas assim, mas e ai vamos dar uma de Indiana Jones esta noite?

    – Você sabe que prefiro “viajar” nos meus livros, a fazer algo pessoalmente. Porém, diga no que posso lhe ajudar meu senhor, você é meu mestre e lhe devo minha alma.

    Detesto quando Sebastian faz esse terror psicológico, mas às vezes eu sinto que preciso tirar um pouco a poeira de seus músculos…

    – Estás no lugar de sempre? Passo ai em 5 minutos, tudo bem?

    – ok ok herr di Vittore…

    Como eu já esperava, ele não demonstrou a mínima vontade para sair de sua rotina. Porém, como eu disse antes, eu precisava de alguém e nessas horas o negócio é por o manual de regras vampirescas embaixo do braço e ir atrás de quem pode te ajudar. Mesmo que seja preciso forçar um pouco a barra, como eu quase sempre faço com o preguiçoso Sebastian. Então para economizar tempo fui de moto e cerca de uns 6 minutos depois eu estava no estacionamento de uma das bibliotecas da cidade.

    Sendo a ligação entre senhor e cria algo extremamente poderoso, eu praticamente senti a presença de Sebastian logo que tirei o capacete e olhei melhor ao meu redor. Alguns passos depois e lá estava ele com seus óculos sem grau, sua camisa xadrez, barba por fazer e tudo mais que o pudesse disfarçar em meio aqueles acadêmicos.

    Cumprimentamos-nos rapidamente e depois de alguns minutos o convenci de ir para algum lugar, a fim de vermos as possibilidades com relação ao caso. Então, fui para casa, troquei de roupas, peguei o carro e cerca de 30 minutos depois estávamos voltando a casa onde toda esta investigação, ao menos para mim, havia iniciado.

    Antes mesmo de chegar ao local, vários carros da policia passaram por nós e como nunca fui de duvidar de minha intuição resolvi ligar para o delegado. Como o telefone tocou várias vezes e eu não tinha o contato de sua delegacia, eu apenas resolvi continuar nossa incursão. Já próximos do lugar, havia uma barreira policial e sim, os carros que passaram por nós faziam um cerco na tal casa, que visitamos outrora.

    Estacionei o carro a poucos metros do lugar, mas o meu telefone tocou em quanto pensávamos no que fazer. Era o irmão de Beth, contando que o tal pai da garota havia confessado o crime. Ele não resistiu e depois de ver as fotos de sua filhinha morta, disse que se arrependeu do que havia feito e que aquilo precisava parar. Dedurando em seguida todo o restante do grupo (culto).

    Confesso que para mim o crime contra crianças é algo imperdoável e eu queria muito por minhas presas no pescoço daquele infeliz. Me diga leitor, que justiça será feita apenas pondo tal assassino atrás das grades? Se ao menos esses marginais vagabundos trabalhassem ou fizessem algo de útil a sociedade… Humanos brasileiros e suas leis idiotas…