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A vampira pin-up – pt1

O lugar era pequeno e bem arrumado, pouco mais de 10 mesinhas de madeira escura com 2 cadeiras cada e que dividiam espaço com o balcão de bebidas e um palquinho oculto por cortinas vermelhas. Havia ainda um grande piano preto, onde um músico vampiro tocava algo sombrio, lento, triste e certamente atemporal. Algumas pessoas estavam conversando em pé e o papo não podia ser outro, a apresentação burlesque de madame Josephine e suas adagas.

A época era algo em torno dos anos 40 e 50, o lugar um cabaret de New York, os personagens Eleonor e eu Ferdinand, em busca de novidades para nossas fábricas de roupas brasileiras. Para quem não sabe New se tornou o novo centro da moda depois da segunda guerra mundial, possuía vários estilistas envolvidos nas produções para Hollywood e para minha mim ainda havia um motivo a mais. Eu queria muito conhecer as legítimas pin-ups norte americanas.

Tanto a viagem de ida como de volta tivemos muitas paradas, turbulência e incômodos em função de nossa situação vampiresca. O que um humano faria em no máximo um dia nos custou quase três dias e noites para cada trecho. Hoje em dia os voos particulares ou o Google Maps facilitaram muito as cousas…

Cerca de uns 30 minutos depois que chegamos ao cabaret a musica parou, as pessoas foram ficando em silêncio e quando a ansiedade proposital tomou conta de todos o pianista retornou junto de um guitarrista. Alguns estalos e estampidos, duas ou três dedilhadas e começava um blues leve, uma espécie de som lounge que deu um clima interessante ao total breu que nos envolvia. De repente sinto uma brisa, aquela energia vampiresca tomando conta do lugar e um spot ilumina as cortinas.

O som nos contagiava, fazia as pernas balançarem involuntariamente e até mesmo as mãos queriam batucar, enquanto algo ganhava forma atrás dos panos. Novamente um apagão, cortinas e lá estava aquela escultura em forma de mulher (vampira). Vestidinho preto com bolinhas brancas e notavelmente curto para a época. Pele branquinha, cabelos longos pretos brilhantes e com penteado de topete pin-up. Aquela boca, vermelha como quem havia passado um belo batom chamativo carmim ou acabado de se alimentar. Tudo isso, alinhado perfeitamente aos brincos esmeralda, que complementavam a maquiagem escura em torno de seus lindos olhos verdes e grandes.

Sim confesso, babei… Até mesmo Eleonor, que é outra beldade se incomodou ao ver os atributos da belíssima Josephine. – hunf, vestidinho barato! – Comentou ela “se mordendo inteira”. E toda aquela inveja ficou ainda maior quando a beldade pin-up soltou a voz interpretando clássicos como Autumn In New York de Jo Stafford e I’ll Walk Alone da gotosíssima Dinah Shore.

Depois de mais ou menos uma hora com muitas músicas a vampira voltou para trás das cortinas, as luzes se apagaram e o guitarrista tocou algo mais pesado. Ao mesmo tempo em que o pionista vampiro soltou sua viz, em algo que me lembrou muito as músicas de Elvis, a pin-up cortou as cortinas com suas adagas e iniciou seu famoso burlesque.

Inicialmente ela dançou um pouco, fez cara bocas e esbanjou aos olhos concentrados de todos aquela deliciosa sensualidade e sexy appeal. Entre uma passada e outra entre as mesas ela ia cortando o vestido. Até que finalmente ficou apenas com de liga, scarpin de salto alto e exibindo a quem quisesse ver, aqueles belos seios fartos.

Aplausos de pé, flores ao palco e vários assovios. Alguns mais exaltados inclusive gritavam amazing, fabulous, divine enquanto as portas do lugar foram abertas e aparentemente iam-se embora. Meu lado Casanova estava extasiado, eu precisava conhecer aquela deusa e por sorte o pianista nos reconheceu. – É sempre bom ter sangue novo por aqui – Disse ele em tom amigável. Eleonor foi a primeira a se apresentar e obviamente chamou atenção do vampiro com seu jeitinho meigo e inglês com sotaque carregado europeu.

Vocês se lembram de minhas outras histórias quando eu falei que nestes anos eu estava um tanto rebelde e alheio aos pudores ridículos da sociedade daquela época? Bom, na próxima parte falarei do meu primeiro contato “mais íntimo” com Josephine…

21 comentários

  1. Nunca me chamaste a essas buscas por pin-ups norte americanas … não naquela maravilhosa época de libertação que teve meu irmãozinho.

    Viram não sou apenas eu a provocar Eleonor ^^ apenas o faço em público!

    • Franz… Franz…
      Kkkk’

      Você é realmente uma piada….

      • Eu Sou OQ?! ¬¬”

        Eu sou alegre, divertido, sempre aproveitando a non vida….

        piada .. Hunf ….

  2. Uau,Eleonor com ciúmes,nunca imaginei a nossa vampira com inveja/ciúmes de alguém…..

    • Calma calma, inúmeras vezes ela demonstrou ciumes por todos nós aqui mesmo no blog, algumas vezes no twitter.

      Alguns dos contos mostram isso minha querida ..

      Ela não é apenas ciumenta mas também extremamente possessiva 😉

      * agora ‘vou apanhar em casa’

      • hahaha,verdade querido,mas fico imaginando os pensamentos dela “Não acredito que Ferdinand está babando por uma fulaninha mal vestida”,hahahahahah…apenas meus pensamentos.

        • kkkkk, mas no lugar de Eleonor quem não pensaria o mesmo? 😉

          • verdade,fico imaginando ela mantendo a “pose” enquanto via o Fê babar pela vampira,mas com muita vontade de dar uns tapas nele,hahahahaha

      • Possessiva…

        Digo apenas que ela cuida do que é dela!
        u.u

  3. Esse foi o pensamento que a fez perder a maioria de seus relacionamentos meu bem..
    Ninguém tem posse sobre o parceiro ou parceira.

    Se trilhares esse caminho, será infeliz … Mulher nenhuma gosta de um homem dominado 😉
    Fica Dica

      • Ora pois, não fui sempre?

        Entendo mais de sentimentalismo que os puritanos :p

        A diferença é que uso a lógica para com eles como bem sabe…

    • Concordo plenamente Franz… Se quisermos espaço temos que dar espaço, senão nos sentimos sufocados e as coisas podem não dar certo 😉

  4. Mais uma vez as histórias estão fantásticas…. e até imagino a Eleonor com ciúmes de você fer rsrsrs beijinhos ….. vamos para part2 dessa história que promete……kkkk

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