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  • Rituais de passagem na atualidade

    Rituais de passagem na atualidade

    O tempo passa e somos frequentemente bombardeados por novos conceitos, práticas e ideias. No entanto, há sempre alguns procedimentos que se mantem intactos, mesmo depois de séculos. Como é o caso dos rituais de passagem, comemoração e ou despedida.

    Não obstante, muitos sofrem alterações, principalmente no que diz respeito aos componentes. Haja vista que alguns elementos se tornaram muitos escassos ou difíceis de se obter. Mandrágoras, por exemplo, estão quase extintas. Sem falar do procedimento tradicional de colheita que se tornou extremamente exótico para os tempos atuais: as raízes da mandrágora precisam ser colhidas numa noite com lua cheia. Arrancadas da terra por uma corda presa a um cão preto.

    Alguns itens como cálices, adagas ou bastões também são difíceis de se encontrar no séc. XXI. São pouquíssimos os artesãos que ainda sabem produzi-los da forma tradicional. Forjando o ferro bruto, para que se torne um bom aço resistente e bem adornado. Os únicos artefatos que melhoraram conforme o passar dos anos foram as joias. Comumente utilizadas nos rituais de aprisionamento de entidades, afim de se obter parte dos seus poderes.

    Ferdinand, por que esse papo sobre rituais? Pois bem mancebo, a ritualista está presente em todas as culturas. Desde os procedimentos dos antigos homens das cavernas, até mesmo na sociedade humana atual. Onde feiticeiros evocam espíritos mediante o consumo de álcool e cânticos. Há também aqueles que consomem ervas ou misturas para sair da realidade e também no mundo vampiresco.

    Noites atrás tive dificuldades para encontrar uma adaga original, composta de aço e prata, por isso tudo o que disse até aqui. Tive de ir atrás de diversos contatos e apenas um senhorzinho do Brasil conseguiu fazer o que pedi. Em função disso, noites atrás estive com H2, cria mais nova de meu irmão Franz e finalmente aconteceu um ritual de passagem. Sendo Franz o membro mais velho acordado e eu o líder proclamado, é fundamental que participemos de tais procedimentos com frequência.

    Particularmente, eu gosto das tradições e de tempos em tempos é importante relembrá-las. Não somos um clã grande, o que torna cada celebração um grande momento para encontros da família, troca de experiências e festa.

    Bom, não vou fazer vocês lerem até aqui e ficarem com água na boca, com relação ao procedimento feito com H2. Como eu já disse antes, fizemos um ritual de passagem em função de mais um ciclo que ele completou. Cinco anos de transformação é uma marca importante a ser atingida por um vampiro. Momento no qual ele deixa de ser um recém transformado e passa a ser considerado um membro iniciante de nossa sociedade imortal. Cabendo a ele uma função destaque em nosso clã.

    Quem sabe o Franz apareça por aqui para falar um pouco sobre as novas atribuições de sua cria?

  • Como os vampiros dormem?

    No ano de 1951 a vontade de ficar um tempo fora do mundo era tanta, que ter de esperar Eleonor acordar para ficar em meu lugar, não era uma opção. Infelizmente, era preciso esperar, pois era ela que cuidaria das coisas da família enquanto eu e os outros estivéssemos fora daqui.

    Era perto de abril quando meu tio e eu fomos para a “fazenda” da família, um local tido como refugio nas horas incertas e local das nossas “camas”. O local além de todas as proteções de praxe também possui proteção mágica, feita por um bruxo muito amigo do barão.

    Depois de muitas entre – salas chegamos a uma câmara escura, sem luzes, sem janelas e apenas com quatro tampas quadradas cheias de poeira por cima. Foi na terceira tampa que o barão se abaixou, soprou forte fazendo levantar a poeira que cobria um pequeno orifício no qual ele colocou o seu dedo indicador. Nunca vou esquecer do giro para esquerda, da puxada firme e do destravamento da tampa…

    Uma das paredes desceu como se fosse uma ponte elevadiça e a frente estava uma caixa grande o suficiente para caber uma pessoa dentro. O barão então me disse:

    – Chegou o momento do seu descanso meu filho, daqui 50 anos vamos nos ver novamente, caso isso não se realize saiba que continuo achando um erro tu ir para alí antes do combinado. De qualquer forma mantenho feita a promessa que te fiz… Trouxe as correntes que eu te pedi e aquela adaga?

    Meu foco no momento era o descanso, eu queria um pouco de paz depois de tantas mortes, sangue e situações pelo qual já tinha passado:

    – Sim meu senhor está tudo aqui!

    Abrimos a tampa do túmulo, e dentro havia apenas terra. Deitei-me em cima da terra e meu tio me amarrou com as correntes sobre alguns suportes da caixa. Depois de algumas palavras ele jogou uma espécie de pó branco sobre meus pés e cravou a faca em meu peito, certeiro no coração. Lembro apenas de alguns flashes, mas a dor não era tanta se comparada a de outros tipos de ferimento, sendo que o pior de tudo nem era isso e eu estava paralisado. Alguns minutos se passaram e fui sugado para dentro da terra… ficou tudo escuro… Dormi?

    Olá, quem são vocês?…