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  • A vampira pin-up – pt2

    A vampira pin-up – pt2

    Todos sabem das cousas que conto sobre meus irmãos e falar de si próprio é sempre algo difícil, mas para que entendam melhor como eu levo as minhas noites, deixo-lhes uma frase do grande Giacomo Casanova: “Economia em prazer, não é pra mim.”

    Baseando-me nesta ideologia estimulei a conversa entre Eleonor e o tal vampiro, pianista e galã cheio de dedos na esperança de que ele nos apresentasse a beldade pin-up. A conversa foi rápida, mas trocamos muitas dicas e detalhes interessantes, que nos proporcionaram inclusive alguns contatos Wampir relacionados à moda da cidade. Além disso, para minha felicidade ele nos convidou para uma apresentação mais íntima, aonde a maravilhosa Josephine iria se apresentar apenas para um grupo seleto de amigos.

    Na noite seguinte fizemos um pequeno tour, marcamos algumas reuniões e visitamos algumas lojas, onde inclusive tive de carregar as muitas sacolas de minha doce morena consumista. Programas de índio a parte e finalmente nos sobrou tempo para ir a apresentação com os tais amigos selecionados de Josephine.

    Se o Queens of the Stone Age fizesse um som naquela época, certamente estaria rolando Make It Wit Chu quando eu revi a sensacional gringa pin-up. Jeans colado, camisa amarrada entre s seios e lenço na cabeça. Apenas as lentes verdes de seu ray-ban aviator separavam seus lindos olhos dos meus… – Estou apaixonado – Pensei  comigo.

    O tal músico nos avistou logo na chegada e fez as devidas apresentações – Encantado – Disse eu babando e esbanjando toda a elegância europeia que me fosse possível. Porém, para minha surpresa ela ignorou o beijo que tentei lhe dar na mão e  me deu um abraço seguido por beijo carinhoso no rosto, aliás fez o mesmo com Eleonor.

    Conversamos muito rapidamente, aquele básico “Oi tudo bom fiquem a vontade, amigos do fulano são meus amigos…”, seguido por ais apresentação que me frustraram um pouco. Afinal meu ego dizia que seria mais fácil a aproximação com aquela pinup cheia de atitude. Além deles havia mais dois casais de vampiros e três humanos.

    Fizemos amizade fácil e eles adoraram o fato de que naquela época éramos empresários da moda brasileira, ainda mais cariocas. Assim como hoje o conhecimento sobre o Brasil não era tão grande, mas Carmen Miranda e o fato de o Brasil não ter participado com tanto afinco nas duas guerras rendeu boas conversas.  Vários minutos haviam se passado e antes do amanhecer fomos convidados a visitar o espaço vampiresco do lugar. Um porão muito grande, repleto de cômodos aconchegantes e onde a festa continuaria com a apresentação de Josephine numa sala grande, cheia de almofadas e iluminada por várias velas.

    Confesso que havia ficado um pouco chateado pelo fato de não ter recebido tanta atenção por parte da diva, mas a noite continuaria e aparentemente cheia de surpresas. O vampiro se acomodou com um violão e olhando fixamente para Eleonor começou a tocar algo caliente, provavelmente flamenco ou algo do gênero. Depois de alguns instantes surgia Josephine, avassaladoramente sexy num vestidinho carmim curto, que realçava ainda mais suas formas voluptuosas.

    Entre um rebolado e outro ela dançou entre nós de olhos fechados, envolta por vezes no que parecia ser um transe inconsciente e que rapidamente nos contagiou. Lembro-me de um intenso perfume de hibiscos antes dos primeiros humanos sucumbirem à dança, seguidos na sequencia por todos nós.

    Todo estase gerado pela intensidade do mantra, provavelmente misturado há algum feitiço não poderia terminar de outra forma: orgia. O sangue dos humanos, vários corpos nus entrelaçados uns aos outros numa interminável batalha pelo prazer. Bocas, saliva, mãos, gemidos longos e todos aqueles gostosos barulhos emitidos quando a pele de um se esfrega continuamente a pele do outro…