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  • A depressão de Eleonor

    A depressão de Eleonor

    Noite após noite o mundo gira e com isso todos, eu disse todos somos surpreendidos por notícias. Estas podem ser diferentes dos nossos objetivos, ou podem ser favoráveis a tudo o que imaginamos como sendo perfeito para os nossos caminhos…

    Eleonor me ligou, estava aflita e parecia alguém drogado ou sofrendo de forte depressão. Quase pude sentir a tremedeira de seus membros e a aflição era extremamente perceptível em seu gaguejar. Disse-me que fora seguida e que não tinha mais ninguém para ligar, pois Franz obviamente a mandaria a merda. Eu também não fui muito agradável na última conversa que tivemos, mas como vocês lembram eu tenho sempre de manter as cousas em ordem para os reais interesses de nosso clã.

    Tratei de viajar o mais rápido que pude para o seu refugio na Europa e lá encontrei-a de uma forma deplorável. Em seu próprio quarto e ao lado de sua cama estava um cadáver irreconhecível, aliás, se não fossem os trajes masculinos provavelmente eu passaria a eternidade tentando descrever o sexo daqueles restos humanos.

    As vestes de minha doce morena, eram trapos e todo aquele luxo, que ela sempre fez questão de mostrar a todos, não passavam de velhas recordações de minha memória centenária. É preciso dizer no entanto que seus lindos olhos azuis continuam delicados e gentis, aliás estavam mais gentis do que nunca, como um cão que foi deixado de lado na mudança.

    – O que diabos aconteceu aqui?

    Bem que ela tentou falar algo, mas havia algo de muito errado com ela e suas ações se resumiram a um forte e longo abraço. Daqueles que apenas dois seres consanguíneos podem interpretar.

    – Acalma-te minha doce morena. Vou te levar ao banheiro e quero que tomes um belo banho, depois conversamos…

    Nunca achei que fosse encontrar ela naquelas condições, mas há quem diga que o tempo machuca mais que uma estaca no peito. Por sorte Pepe está sempre comigo e pedi que cuida-se daquele lugar. Ainda para piorar era um local central e provavelmente cercado de câmeras, vida noturna e provavelmente policia.

    Mesmo com um longo banho e roupas limpas ela ainda estava abatida e estava nítido que além da falta de sangue ela devia ter feito magias ou se “drogado“ como uma inconsequente.

    – Cadê a menina? O que houve com vocês?

    Diante as minhas perguntas ela fechou a cara, fez até um pouco de “bico“ como aqueles das crianças e finalmente desembuchou:

    – Foi tudo muito rápido… Eu havia saído numa noite qualquer para me alimentar e deixei ela com uma das minhas Ghouls. Na volta eu não encontrei mais ninguém aqui. Desci, vasculhei por todos os lados e não achei nada. Fiquei apavorada, desolada e quando cheguei na portaria, os instintos estavam aflorados e senti o perfume daquela vadia perto do lugar. Falei com o vigia daquela noite e ele mentiu qualquer coisa. Decidi então ler a memória dele e descobri que havia um plano para tirar a ”G” de mim. Minha Ghoul tinha contato com aquela vagabunda da Débora que era tua secretaria. Da mesma forma que a vadia loira fez, ela também quebrou nosso laço e fugiu com a “G“ para qualquer lugar do mundo. O resto tu deves imaginar, eu trouxe ele para cá e suguei a sua alma…

    – Bom a julgar pelo estado do corpo isso já faz mais de duas semanas, tu precisa se alimentar, não queremos que encontre tua morte final dessa forma…

    – Eu quero morre Fe, se não consigo cuidar nem de uma garotinha vou cuidar do que?

    – Não é assim, Pepe vai dar um jeito aqui, eu vou ligar para alguns amigos e quero que voltes conosco para a “Fazenda“. Vamos tentar resolver tudo isso, ainda bem que damos um jeito naquela vadia loira… Mesmo morta ela ainda fode conosco… Aquela filha da Puta maldita.

    Fiz as tais ligações que prometi para Eleonor, mas achar uma criança entre 5 e 10 anos é como aquela agulha do palheiro, vai ser muito difícil e pior ainda vai ser o trabalho com Eleonor.

    Na noite seguinte fizemos uma parada no caminho e na outra noite chegamos à fazenda, espero que os ares daquele lugar ajudem minha doce morena.