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  • O gari serial killer – Parte 2

    O gari serial killer – Parte 2

    Este é o desdobramento final de O gari serial Killer – Parte 1

    Descobrimos onde ficava a central da empresa e mandamos um de nossos Ghouls até lá, com o objetivo de achar mais dados dos funcionários, desejável uma possível lista de empregados. Na noite seguinte a bela loira veio até nós com algumas folhas impressas e ainda comentou: “Vocês homens são tão fáceis de conquistar, basta um decote, um batom vermelho e ficam perdidinhos”. Ok, essa garota havia sido uma bela aquisição, comentou Sebastian…

    E lá havia uma lista de funcionários e melhor do que isso, tínhamos em mãos uma lista com mais de 400 nomes de funcionários fumantes, com seus respectivos endereços e telefones. Cruzamos então os nomes com dados da polícia e fizemos uma busca por todos que possuíssem antecedentes criminais. Achamos 43 pessoas com problemas e destes, 31 eram homens. Dividimos a lista em duas partes, Sebastian verificou 15 indivíduos e eu 16. Até que depois de três noites nos reencontramos e “trocamos algumas figurinhas”.

    Sebastian havia encontrado dois elementos que haviam chamado à atenção, um deles possuía bigode e era viciado em apostas. O outro estava sem barba, mas era conhecido na região por ser um assíduo frequentador de casas de prostituição e morava próximo há uma das vítimas. Eu por outro lado havia encontrado apenas um suspeito e este chamara minha atenção por ser o famoso “mulherengo vida fácil”, por seus B.O. por violência doméstica ou crimes pequenos, pela sua necessidade de ter de manter 4 filhos e por seu bigode muito bem desenhado. Todavia, entre todos os problemas do meu suspeito, o seu bigode era o fator principal de minhas desconfianças. Todo aquele cuidado com tais pelos, me fazia lembrar-se do cuidado que o serial killer teve com suas vítimas.

    Nesta mesma noite fomos atrás de um dos suspeitos de Sebastian, o tal bigodudo viciado em jogos. No Brasil os jogos não legalizados, então se você quiser achar algum lugar para jogar vídeo Poker ou bingo eletrônico, precisa ter contatos. Enquanto eu preparava o carro, Sebastian ligou para um de nossos informantes e naquela noite descobrimos uma jogatina em um bar de periferia, próximo de onde o cidadão morava. Para não chamar muita atenção nos vestimos de forma simples, “jeans e camiseta” e adentramos o lugar. Alguns trocados, algumas conversas e lá estava o gordo, bastou olharmos para o cidadão e de imediato o descartamos.

    Como ainda estava cedo, partimos em busca do outro suspeito de Sebastian, que infelizmente ficava do outro lado da cidade. Era mais de uma da manhã quando achamos o seu barraco, as luzes estavam acesas e para fazer uma boa investigação, falei para Sebastian aguardar no carro enquanto sai em forma de névoa. Adentrei o lugar, que era muito sujo, repleto de revistas pornô pelo chão e lixo. Não precisei perder muito tempo por ali, haja vista que o porco estava no sofá, em meio a muitas latinhas vazias de cerveja barata e uma caixa de pizza. Por que o descartei? Para ele ser um serial killer precisaria nascer de novo…

    Então, depois de duas investigações frustradas voltamos para o refúgio. Sebastian não se conformava e praticamente virou o resto da noite no notebook, lendo e relendo tudo que havíamos encontrado até então. Eu preferi abstrair um pouco e passei o restante da noite respondendo, comentários do site, mensagens do Facebook e Twitter. Então na tarde do dia seguinte Sebastian ainda dormia quando foi a minha vez de revisar as pistas, cousa que agora parecia mais fácil com a cabeça descansada. Porém, nada novo achei que chamasse minha atenção e próximo das 19 horas acordei Sebastian.

    Às 21 horas saímos em busca do último suspeito e durante o caminho até a casa do cara, Sebastian foi me contando as teorias que havia imaginado, porém hoje penso que ele “viajou” um pouco. O local era praticamente o oposto dos demais, limpo, arborizado e bem cuidado. Dentro do lugar havia algumas luzes acesas e novamente fiz minhas investigações em forma de névoa.

    Para minha surpresa tudo era muito bem organizado, quase impecável para ser sincero. Na sala vi uma mulher na faixa dos 50 com uma garota adolescente assistindo a novela, num dos quartos havia um garoto quase da mesma idade da adolescente e noutro quatro estava o suspeito. Porte alto, magro, porém com barriga e com o tal bigode, que parecia mais ornamentado que na foto e ele nem reparou na brisa fina que minha névoa fez ao passar por ele.

    Aparentemente um pai de família exemplar se não fossem seus antecedentes criminais. No quarto nada de interessante, então fui para a lavanderia, em busca de alguma pista que pudesse ligá-lo ao emblema rasgado, que encontrei na casa da última vítima. Mais uma vez meu instinto não me deixou na mão e no varal estava o uniforme de trabalho de Oswaldo, bem desgastado e com um furo, onde podia ser encaixado perfeitamente o pedaço que eu possuía.

    Estava eu com um dilema, como agir entre tantos humanos, sendo que apenas um era o culpado? Confesso que poderia ter feito o demônio aflorar e derramar muito sangue, mas preferi a solução, digamos mais limpa e na mesma noite entreguei o que eu havia encontrado para o meu ex-cunhado delegado.

    Algumas diligências passaram a seguir o meliante e na semana passada fui informado, que Oswaldo havia tentado fazer mais uma vítima, quando foi preso em flagrante. O que acontecerá com ele a partir de agora depende da justiça (falha) brasileira, mas pode ter certeza que uma vez condenado por mim, ele não escapará sem punição…

    Caso encerrado e a comemoração foi feita com um belo e fresco B+, lembram-se da foto que postei no Facebook na sexta?

  • O gari serial Killer – Parte 1

    O gari serial Killer – Parte 1

    Ferdinand o que tu fizestes no final do ano? Pois bem meus ávidos leitores… Segue parte do meu final de ano em meio a investigações e algunas cositas más

    Oswaldo sempre foi um cara do tipo festeiro, daqueles que sempre anda cheio de amigos e esbanjando sorrisos. O seu único problema, que inclusive pode ser visto em muitas pessoas, é aquela famosa falta de limite. Fato que inclusive lhe rendeu alguns boletins de ocorrência na adolescência. Cousas poucas eu diria: Pequenos furtos, direção perigosa e um outro mais ousado envolvendo violência doméstica contra uma de suas namoradas.

    O que ninguém esperava aconteceu devagar e ao longo de mais de 30 anos. A barriga sarada de Oswaldo deu lugar uma bela pança, cultivada com vários litros de cerveja e em sua cara surgiu um belo bigode, daqueles de dar inveja a qualquer galã italiano da década de 60. Sua acomodação na vida foi tanta, que nem faculdade ele fez e parou os estudos depois do médio.

    Agora pai de quatro filhos com duas mulheres diferentes, ele precisa se virar como pode e quase sempre é visto em seus vários bicos diferentes. Inclusive nos últimos meses ele foi visto trabalhando como gari, algo que os radicais interpretaram como o famoso fim do poço…

    O caminho de Oswaldo cruzou o meu no início do mês de dezembro de 2012, quando recebi alguns relatórios contendo procurados pela policia civil e havia neles um tal serial killer que me intrigou. Alguém estava matando pessoas solteiras, que moravam sozinhas, de ambos os sexos e a mesma cena do crime já havia sido presenciada por 3 vezes: Um corpo vestido, muito bem arrumado em cima de uma cama, contendo sinais de esganadura e evidências de estupro. Os locais dos crimes eram as próprias casas das vítimas e nunca foram encontrados digitais, sinais de arrombamento ou furto.

    Inicialmente fui aos locais dos crimes, que ainda estavam lacrados pela policia e fiz aquela tradicional busca investigativa. Confesso que o novo seriado “Elementary” tem inspirado minhas investigações e cada vez que vejo algo aparentemente fora do lugar, imagino uma série de acontecimentos. Mesmo com o olhar um tanto quanto aguçado, no primeiro apartamento eu não encontrei nada anormal, nem mesmo no segundo.

    Só me restou a última casa, um sobrado no subúrbio da cidade, dois andares, grades na frente e se não fosse aquela mórbida fita amarela com preto, eu diria que o lugar parecia bem convidativo. Morava ali a terceira vítima, uma mulher de 32 anos, bonita, traços sulistas e longos cabelos loiros naturais. Devia ser daquelas que certamente trabalhou em eventos quando mais nova ou que fazia muito sucesso por onde passava. A cama onde ela foi encontrada ainda mantinha a forma daquele belo corpo, deixado ali por alguém que certamente agiu de forma metódica e sem escrúpulos. Ao lado na cabeceira, marcado na página 156 estava o livro “A entrevista com o vampiro”. Tomei-o em minhas mãos frias e nesta mesma página uma frase veio aos meus pensamentos como um pedido: “-Talvez você traga alguma sanidade a este lugar…”

    Depois disso, vasculhei os dois andares e o pequeno quintal dos fundos, porém nada me parecia diferente ou fora do lugar. Confesso que estava prestes a desistir, quando por fim vasculhei uma última vez o local onde o copo havia sido encontrado. No pequeno banheiro da suíte, havia uma lixeira ao lado do vaso sanitário e quando a removi do lugar abaixo estava o ralo. Prestes a cair por um dos buracos estava um pedaço de tecido verde rasgado, contendo parte do era o brasão da cidade.

    Naquela noite voltei para casa sem nada de muito concreto, a não ser o tal tecido com o brasão e aquele sentimento de que havia uma alma me pedindo ajuda. Seria aquilo parte de algum uniforme? Seria da vítima, do agressor, de algum namorado, parente ou amigo? Havia algum espírito me ajudando ou pedindo ajuda? Intrigado, chamei Sebastian e juntos começamos uma breve busca on-line. Sebastian vasculhou os arquivos em busca de mais semelhanças entre as vítimas e fiquei vagando em busca de algo que viesse como um estalo a minha mente hiperativa.

    Ao fim daquela noite chegamos a algumas conclusões baseados nas pesquisas e em tudo que a policia havia encontrado. Os peritos haviam achado algo interessante, pequenos pelos nas genitálias de uma das vítimas, sendo a vítima totalmente depilada, concluiu-se que se tratavam possivelmente dos pelos do agressor. Um dos peritos que analisou os tais pelos ainda informou nos laudos que os pelos provavelmente vieram de um bigode, haja vista os traços de nicotina encontrados. Na época da investigação, foram procurados parentes ou amigos da vítima que possuíssem o tal bigode, mas ninguém chegou a prestar depoimento.

    Desconfiávamos então que o assassino era homem, com bigode, forte o suficiente para arrastar ou levantar um peso equivalente a 70 quilos. Todavia nos faltava ainda algo chave, qual a relação entre as três vítimas? Então na noite seguinte eu estava sozinho, concentrado com o pedaço de pano em minhas mãos, quando meus pensamentos foram interrompidos pelos barulhos das latas de lixo sendo derrubadas pelos garis. Como que por reflexo dei aquela olhada pela janela, a fim de comprovar o trabalho de limpeza e a luz de um dos postes iluminou as costas de um dos garis. Estava lá o tal brasão da cidade e o tom de verde do macacão era próximo do tecido em minhas mãos.

    Naquele instante peguei meu smartphone e acessei o Google imagens buscado alguma foto dos garis da cidade. Para minha alegria lá estava um gari dançando no carnaval e na manga de seu uniforme verde havia o mesmo símbolo do pedaço de tecido sujo em minhas mãos. Logo em seguida eu estava afoito e de imediato liguei para Sebastian que veio ao meu encontro minutos depois.

    Continua…