Tag: carnaval

  • Carnaval, amor e surpresas

    Carnaval, amor e surpresas

    Ao contrário de meus irmãos, que preferiram os festejos brasileiros deste carnaval, eu por outro lado resolvi descansar em algum lugar junto de minha doce Julie. Como vocês já estão cansados de ouvir de mim, esta cousa de que vampiros vivem sempre sugando sangue, torturando, investigando ou afins, está longe de ser nossa realidade. Porém, às vezes um simples passeio pode trazer boas surpresas.

    Sexta-feira, pouco mais de 21 horas, o carro já estava carregado e eu estava fechando a porta da garagem, quando o telefone tocou. Número privado e depois de alguns instantes sem ninguém falar nada, eu ia desligar, quando ouço uma respiração forte do outro lado… Mais alguns instantes da respiração funda e seca em meio aos meus “alôs”, até que finalmente a linha cai. Aquilo me pareceu muito estranho, não do tipo que assusta, mas sim do tipo que nos faz imaginar um milhão de cousas. Todavia, como ninguém retornou depois de 10 minutos, arrumei o restante da bagagem e fui ao encontro de Julie.

    Durante o caminho pedi a Julie que enviasse algumas mensagens ao restante do clã e por hora todos estavam bem. A viagem durou mais ou menos 3 horas, foi tranquila e pouco depois da meia noite chegamos ao nosso destino: uma casinha no alto de um morro, em meio a uma bela e escura floresta virgem e vizinha de alguns cânions e rios.

    Adoro fazer este tipo de viagem, principalmente pelo fato de que ali seriamos apenas nós dois e o casal de caseiros. Estes que graças a um tipo de feitiço, aquele que eu aprendi com a Beth, ficariam dormindo ao menos uns dois dias e noites seguidos

    Então logo na primeira noite, depois de fazer o feitiço nos casal de caseiros, eu aproveitei para esticar um pouco as pernas na forma de lobo. O que também serviria no sentido de analise e verificação das proximidades e seus possíveis habitantes. Este passeio durou pouco mais de uma hora e a exceção de alguns gatos ou cachorros do mato, estávamos enfim sós.

    Ao voltar para casa: suado e nu. Deparei-me com Julie sentada à varanda, trajando apenas uma pequenina lingerie e fazendo aquela cena que todo macho adora apreciar: uma bela fêmea passando cremes por todo o copo. Não sei se foi a aproximação com meu demônio, enquanto passeava na forma animal, ou se foi algum feromônio liberado pelos cremes de Julie, mas eu a ataquei…

    Calma leitora, ela “curtiu” meu ataque… Sorrateiro, como um bom caçador noturno eu surgi do nada, levantei-a e apertei contra a parede. Ela sentiu minha pegada, roçou seus lábios carnudos e macios em minha barba rala e me escalou. Suas fortes coxas seguraram com força minha cintura e aquele imensurável tesão aumentava a cada pegada mais forte. Intenso, profano, um só copo, uma única alma…

    Nosso carnaval iniciava da melhor forma, porém meu sono matinal fora interrompido por alguns passos do lado de fora da casa. Abri os olhos e enquanto entendia o que se passava percebi um andar arrastado e pesado. Sim, havia também a sensação de que algum Licantropo estava por perto, mas ao mesmo tempo havia algo familiar em tal indivíduo. Obviamente eu não poderia sair, pois o sol estava forte, mas por sorte aqueles passos duraram apenas alguns segundos, fazendo-me inclusive pensar na hipótese de sonhos ou pesadelos.

    Na noite do dia seguinte comentei o ocorrido com Julie ambos fizemos buscas na região, porém nenhum vestígio de pegada ou da presença de “outros”. Nesta noite depois do passeio tomamos um belo banho juntos e tratei de por em dia algumas leituras que estavam atrasadas. Julie também leu um pouco, mas acabou  trocando os livros pela prática e fez um ou dois rituais que a há tempos queria praticar longe da civilização.

    Nestes locais a magia fica mais forte, conseguimos uma ligação maior com os espíritos antigos e tudo que for relacionado à ritualística é favorecido. Nesta noite e na próxima fizemos praticamente as mesmas cousas, até que novamente na manhã de segunda eu acordo no mesmo horário com os mesmos barulhos. Desta vez os passos e a sensação pareciam mais nítidos, porém novamente duram poucos segundos.

    Passei aquela manhã me enrolando na cama e a tarde desisti do sono e escrevi um pouco. À noite logo depois que o sol se pôs e antes que Julie acordasse, eu resolvi sair sozinho pela região. Deixei um bilhete na mesa da cozinha e sai. Ao abrir a porta sou surpreendido por um objeto interessante e próximo da cadeira de balanço na varanda. Era uma caixa quadrada provavelmente de madeira e revestida em couro preto, com detalhes em metal.

    Não senti nenhum tipo de perigo vindo daquele objeto, mas ao abri-lo desabei sobre meus joelhos… Muitos pensamentos vieram a minha cabeça, porém havia naquele simples objeto uma lembrança inesquecível… Minha família mortal…

  • O carnaval que muitos não veem

    O carnaval que muitos não veem

    Boa noite mortais e imortais todos respectivamente vivos e mortos?

    Depois de longas noites de muitas festas recheadas de acontecimentos, me sobrou um tempo para lhes transmitir minhas ações e pensamentos. Digamos que ao contrário dos outros anos eu resolvi cair de vez na folia e em meio às fantasias e festas pude aproveitar um pouco do calor humano, que me fez recordar muitas experiências do passado.

    Antes de tudo eu queria falar sobre a história do príncipe, apelido dado por meus queridos Franz e Frederick há muitos anos atrás. Digamos que eu recebi tal apelido por ser um tanto quanto carinhoso e afetuoso com as mulheres. Bom, quem já lê meus artigos e histórias há algum tempo já deve ter percebido isso, não é mesmo? Então, nada de mais…

    Quanto ao carnaval deste ano de 2012, eu passei uma noite com Franz em meio a um baile do centro de uma das cidades próximas de onde estamos. Como foi a primeira noite eu ainda não havia entrado no clima e fiquei um pouco travado de inicio, porem tudo mudou quando reencontramos a ruivinha de Franz, junto de algumas amigas fantasiadas de colegial. Foi um momento interessante, pois fui praticamente obrigado a beijar na boca todas as cinco meninas. Não sei se é um hábito daquela região, mas foi engraçado e me senti o próprio canalha, cafajeste e mulherengo em pessoa…

    Depois de tal evento inusitado nós circulamos por mais um tempo em meio às ruas repletas de fantasiados, bêbados e gente de todo o tipo que dançavam ao som da bandinha que tocava em cima de uma caminhonete. As marchinhas eram muito diferentes daquelas antigas que cantávamos nos carnavais que eu ia com meu irmão em meados de 1850 na velha Desterro. Porém tão divertidas quanto.

    Lembro que noite adentro o povo ficava cada vez mais bêbado, adolescentes inclusive e foi quando eu percebi como esta sociedade está diferente. Meninas com pouco mais de 15 anos e que ainda cheiravam a leite estavam caídas ao chão, obviamente alcoolizadas ou drogadas e isso mexeu comigo. Acredito que já era próximo das 3 da manhã quando eu entrei nesse modo filósofo e não fiz mais nada se não apenas o que eu mais gosto, que é observar os humanos e suas banalidades.

    Alguns casais brigavam por ciúmes e alguns bêbados incomodavam todos que passavam perto. O lixo se acumulou rapidamente, alguns banheiros químicos foram quebrados por caras enfurecidos e a policia de choque já tomava algumas partes das ruas mais tumultuadas. Eu estava ali parado com minha fantasia de pirata e Franz havia dado suas famosas sumidinhas, quando uma garota que vinha correndo de qualquer lugar que eu não havia visto, para ao meu lado assustada.

    Ela estava muito ofegante, seus olhos escuros borrados transmitiam muito medo e suas mãos tremiam. Ela praticamente ficou estática ao meu lado e ao perceber o estado da loirinha fui logo fazendo a aquela pergunta clássica “tudo bem?”. De inicio ela não me ouviu, então depois que repeti a pergunta colocando mais ênfase e preocupação na voz ela levou um moderado susto e me disse muito pausadamente:

    – Eu… me perdi de minhas… amigas e… quando estava no meio das pessoas… surgiu um homem que me mostrou uma arma e… disse pra eu seguir ele………….. Dai ele me levou pra um beco escuro… e tentou abusar de mim…….. mas eu consegui sair correndo…..

    Nesse momento eu lhe abracei. Ela ficou um pouco desconfortável com minhas mãos frias, mas aos poucos foi voltando a respirar normalmente. Com isso soltei-a e lhe perguntei sobre suas amigas. Depois dela descrever duas delas, nos saímos em meio a multidão que ainda festejava a orgia de Baco, afim de achar ao menos uma para lhe fazer companhia pelo resto da bagunça.

    Nesses momentos em que algo acontece de errado e ainda mais com uma pessoa frágil, eu não sei o que acontece comigo e apenas tenho vontade de resolver o problema. Pode ser alguma habilidade ou até mesmo meu jeito justiceiro que aflora, ou até mesmo o meu demônio, que começa a salivar diante de algum mal encarado que por ventura cruze o meu caminho.

    Tania viu ao longe e próxima de uma árvore uma de suas amigas aos beijos com um cara qualquer. Ela me apontou e íamos naquela direção quando me distrai por alguns segundos, olho para trás e lá estava o tal safado segurando pelos cabelos a indefesa loirinha. Em momentos como este minhas feições faciais sempre mudam, minhas pálpebras se fecham um pouco, a musculatura do meu rosto fica rígida eu estalo o pescoço para o lado direito. Meu demônio sussurra algumas blasfêmias diretamente em minha cabeça e eu parto para ação ignorando tudo a minha volta, vendo apenas o que me incomoda.

    Três passos foram suficientes para me aproximar deles, esbarrando em duas pessoas no caminho. Parei ao lado do cara, que possuía uma barba fétida de cigarro e cara de poucos amigos. Como ele não se importou com minha chegada eu coloquei minha mão direita em seu ombro e o puxei levemente para trás, olhando fixamente em seus olhos claros. Nesse momento Tania se soltou, saiu correndo e eu estava com aquele saco de merda humana em minhas mãos.

    A nossa volta o povo abria uma pequena roda e naqueles pequenos momentos de sanidade que me surgem eu peguei um distintivo que carrego junto em ocasiões públicas como esta, o levantei para o alto e disse em claro e bom tom “Fiquem calmos, policia!!!”. Com isso eu comecei a arrastar o lixo para fora dos olhos de todos e quando estávamos em meio à multidão ele infelizmente conseguiu sacar sua arma e tentou dar um tiro em mim. Por sorte a bala acertou apenas a parede de um dos prédios a nossa volta, mas isso já foi suficiente para começar uma correria.

    Com isso eu tive de improvisar, agindo rapidamente e com minha força esmaguei sua mão que segurava o modesto 22. Ele gritou e gemeu de dor com o meu ato e antes que surgisse algum policial eu o levei correndo para o que julguei ser um lugar tranquilo, um beco escuro em uma das ruas da região. Um bêbado urinava naquele lugar e logo que ele saiu eu fiz o que achei mais correto, acabei com a vida daquele babaca. Algumas vezes como naquele sábado fatídico eu fico com nojo de consumir o sangue e o simples ato de acabar com um safado alivia de certa forma os desejos do meu demônio.

    Deixei o corpo ali, certifiquei-me de que não havia ninguém por perto e decidi virar névoa, voltando a forma humana noutro lado da festa, onde já em forma humana voltei ao local onde eu estava inicialmente observando toda a multidão. Não nego que estava salivando e até havia ficado com vontade de tomar um bom A negativo, mas me aguentei e passei o resto da noite apenas observando novamente o publico. Minutos depois Franz reapareceu e então fomos para casa, ele bem tranquilo e eu ainda um pouco extasiado.

    Assim começava meu carnaval. Nas noites seguintes não fiz nada de mais, apenas procurei por Frederick, mas ele estava viajando para resolver algumas questões com suas crias. Então diante disso eu decidi refrescar um pouco a cabeça com alguns passeios junto de Eleonor e Stephanie com sua filhinha.

    Para um humano normal talvez seja difícil imaginar toda essa minha frieza ao tratar de um homicídio doloso, mas isso se deve ao fato de já estar fazendo este tipo de serviço há muitos anos. Dizem que um médico ginecologista perde o prazer do sexo depois de alguns anos de trabalho, no meu caso eu digo que às vezes perco o respeito com pessoas ordinárias…

  • Cassino, garotas, drogas e o carnaval

    Cassino, garotas, drogas e o carnaval

    Ontem a noite eu estava sem fazer nada. Bem alimentado, sem problemas ou questões que precisassem da minha atenção, ou seja, vivendo aquele delicioso ócio criativo. Porém quando se é um Wampir (vampiro) os momentos de ócio duram pouco, principalmente quando velhos amigos resolvem reaparecer, como foi o caso do meu estimado Frederick, que ficou conhecido aqui no blog nas últimas noites como “Lord Frederick”.
    Frederick é uma figura que surgiu em minha não vida a mais ou menos uns 70 anos atrás, enquanto eu circulava pelo Rio de Janeiro, antes de minha hibernação nos anos 60. Este grande Wampir, cujo nome verdadeiro se perdeu ao longo dos tempos, é conhecido pelos quatro cantos do mundo e detentor de muitas façanhas honrosas. Apesar disso, o que vocês vão descobrir hoje e nas próximas linhas é o que eu mais gosto de fazer: contar nossas intimidades. Sim povo, este blog é para contar o que os Wampir fazem fora de suas rotinas de sangue, batalhas e o já famoso mundo sobrenatural…

    “Ferdinand, já que tu e o Franz estão passando uns tempo juntos, que tal barbarizarmos hoje como nos velhos tempos? Ich bin in der Nähe…”

    E este foi o sms enviado por Frederick que iniciou toda a nossa noite. Não lembro a hora que chegamos, mas ainda estou um tanto quanto entorpecido e por favor não levem este meu texto como um exemplo de minha escrita rss
    Lembram-se da ruivinha da camisa dos botões saltitantes do outro dia? Pois bem, ela virou digamos uma passatempo constante de meu amigo Franz e foi ela que o trouxe meu amigo em sua moto para nosso refúgio. É muito engraçado ver o meu irmão na garupa daquela bicicleta motoriza miniatura, porém como ele me diz: “As vezes é bom se sentir adolescente novamente mano”.
    Isso aconteceu próximo das 21 horas e logo que ele desceu e depois da minha piadinha sobre a moto, eu lhe informei sobre a sms de Frederick. As vezes ainda me impressiono com a eterna disponibilidade para festas de Franz e nesta noite a resposta para Frederick não seria outra se não, “ok, onde vamos?”.
    21:20 ouço algumas batidas na porta da garagem da casa do centro e antes mesmo de chegar próximo para abrí-la, senti a forte energia de algum ser sobrenatural. Olho por uma pequena fresta e lá estava Frederick trajando sua tradicional vestimenta. Calça social preta e camisa social na mesma cor.
    Depois de um longo abraço seguido de um esperado “esporo” por causa do blog, decidimos junto de Franz por ir até a cidade vizinha, onde Franz era amigo de um dono de casa noturna, vulgo prostíbulo. Essa casa era no alto de um pequeno morro e o acesso até a casa principal era feito somente por uma trilha pavimentada e em meio a uma pequena floresta particular.
    Até ai tudo bem, apesar do acesso inusitado, mas ao me deparar com a tal casa eu percebi por que era um dos lugares prediletos de Franz. O lugar era basicamente uma mansão com 3 andares, subsolo e uma piscina de borda infinita com vista para o centro da cidade. Não entramos pela entrada principal, mas sim por outro nos fundos lugar, na porta estava um segurança fortemente armado com uma “doze” e ao ver Franz ele apenas sinalizou com a cabeça e nos liberou a passagem. Como é bom ser vip, não?
    Essa entrada nos levou diretamente ao subsolo e depois de passar por mais duas portas com seguranças também muito bem armados, chegamos a um maravilhoso cassino. O cassino era algo de primeiro mundo, como dizem as pessoas aqui na América latina e como tal possuía, vários brinquedos que inclusive devem deixar muitos cassinos de Vegas no chinelo.
    Gastamos alguns poucos trocados, coisa de 2 ou 3 mil dólares cada um, testando nossa “sorte” e para alegria dos proprietários, chegamos a conclusão que estávamos para o amor e não para o jogo. Nesse sentido eu resolvi tomar a iniciativa e me atraquei com a doce morena, chamada Flávia que já estava há algum tempo no meu colo e querendo algo a mais.
    Ok certamente ao chegar nesse ponto da história alguém vai dizer, mas nossa nos últimos tempos o Ferdinand (Galego) só pensa/fala em orgias! Fique calmo(a) leitor(a), essa história terminará diferente das últimas…
    Então depois de aproveitar a piscina, curtir um bom som e confirmar toda minha masculinidade nas curvas daquela garota eu resolvi experimentar alguns psicotrópicos adquiridos ali mesmo pelo meu querido e eloqüente amigo Frederick. Como eu já comentei em outro post, algumas drogas de efeito mais intenso ainda nos fazem efeito e já que eu não tinha nada a perder, pois estamos mortos, mais uma vez eu me perdi em meio as alucinações de um bom LSD.
    Se o LSD era bom ou não isso só alguma entidade divina ou especialista poderia confirmar, mas o que importa é que me fez ver o mundo de uma forma bem inusitada por algumas horas. A água da piscina ficou fortemente azul escura, a cor das peles das pessoas incluindo a nossa estava em vários momentos vermelha e eu juro com todas as minhas forças que havia um cara de chapéu de palha me perseguido onde quer que eu fosse. Inclusive quando cheguei em casa eu acho que eu vi ele mais um última vez, onde me viu e deu um breve “tchau” acenado com a cabeça enquanto mascava um pouco de fumo de corda.
    Meu carnaval vai ser um pouco refletivo…
    Nota mental: Pensar duas vezes antes de sair com meus amigos/irmãos novamente.
    Nota mental 2: Evitar drogas ilícitas por algum tempo.
    Nota mental 3: Por que diabos um cara de chapéu de palha, meio caipira estava me perseguindo? Seria ele minha imaginação ou realmente havia alguém, tipo “anjo da guarda” me cuidando?

  • Fatos do carnaval

    Fatos do carnaval

    Pois bem queridos leitores, estou um pouco atrasado com as atualizações do blog, mas foi por causa das minhas últimas viagens. Viajar já é um problema, mas para um vampiro isso consegue ser um pouco pior devido ao transito e o nosso problema com a luz do dia.

    Resolvemos Beth e eu ir para Florianópolis neste carnaval. Temos muitos conhecidos por lá e isso é sempre um motivo para darmos uma passadinha pela ilha da magia. A ilha da magia não tem esse apelido à toa e em uma outra oportunidade irei falar mais dessa história.

    Aproveitamos bem o tempo que ficamos por lá, fizemos vários “encontrinhos” com os amigos, passeamos por quase todas as praias, a noite claro, e para mim foi um momento bom, pois lá é um dos poucos lugares que realmente consigo encontrar a minha paz interior. Sejam através da meditação ou por meio do simples contato com a natureza as minhas energias parecem se renovar naquela ilha.
    Todavia e como nem tudo são Flores, passamos por dificuldades também. Dessa vez não fomos atacados por nenhum ser sobrenatural, não fomos alvo de caçadores, nem muito menos fui atrás de algum bandido. Desta vez o problema foram os humanos e sua falta de cuidado com si próprios.

    Vejam vocês que um amigo próximo tropeçou de uma escada e virou o pé. Como estávamos somente ele, a Beth e eu tivemos de leva-lo para algum lugar para fazer um diagnóstico. O que vocês podem não acreditar é que em pleno carnaval, época onde ocorrem muitos acidentes, foi extremamente difícil achar um ortopedista naquela cidade. Para ajudar o meu amigo não possuía plano de saúde e tivemos de fazer uma verdadeira via sacra na noite de domingo. Passamos por uma policlínica que possuía aparelho de radiografia, mas não possuía ortopedista. Fomos para um hospital e ele estava sem profissionais devido ao corte de investimentos do governo. Ainda na estrada passamos por outro hospital, mas a ala de emergência estava em reformas. Depois seguimos em direção a um terceiro hospital, mas o atendente disse que o único ortopedista do local estava em operação e só iria atender às 8 da manhã, detalhe era 23:00. Mesmo com essa notícia ruim o atendente que foi bem legal nos informou que existia em Florianópolis uma única clinica particular 24h no centro da cidade.

    Fomos então para a tal clinica e lá meu amigo foi diagnosticado com apenas uma torção, colocou uma tala e recebeu a conta:
    R$200 pela consulta, onde o médico apenas o olhou por uns 2 min.
    R$ 115 pela tala e as faixas.
    R$ 45 por duas chapas de radiografia.

    Dinheiro não era e nunca será problema para mim, porém, deixo aqui explícita minha revolta com a falta de cuidado médico. Estávamos em uma cidade em pleno o carnaval, com aproximadamente 600 mil habitantes + os turistas e só possuía um local com um único ortopedista de plantão. Imagine um pobre coitado que não tivesse onde cair morto, ele iria ridiculamente ficar no mínimo por 12 horas com o pé doendo!

    Isto exemplifica muitas coisas que sempre falo por aqui, sou vampiro, tenho os meus poderes, mas como convivo com humanos eu sou obrigado a conviver por consequencia com essa sociedade humana. Uma sociedade corrupta, desprovida de cuidados para com os seus próprios cidadãos, onde está implícita a falta de organização social e onde muitos pensam apenas no seu próprio umbigo e foda-se os outros.
    Quem são os malvados do mundo, os vampiros, lobisomens, bruxas? Sinceramente se fosse humano teria mais medo de um político corrupto que rouba dinheiro dos doentes do que alguém que pudesse sugar o meu sangue por necessidade. E você humano que está lendo isso, o que está fazendo para que sua família e seus amigos tenham uma vida digna?

  • Carnaval, sexo e a fome de um vampiro

    Meu pai (humano) uma vez me falou sobre o carnaval. Uma festa antiga criada pelos gregos e trazida para o Brasil em meados dos anos de 1725, ou antes, e ocorria aos moldes europeus na forma de festas de máscaras. Naquela época já se ouvia falar em rei momo, columbinas e afins, algo que hoje é esquecido, pois se tornou apenas sexo e drogas sem rock ‘n roll…

    É muito difícil esquecer-se dessa época, pois foi nela que deixei de ver o sol. Época que conheci o meu tio e uma época que me divirto e encho a pança… O carnaval é a verdadeira delícia para um vampiro muitas fantasias, muita gente bêbada e por conseqüência muitos pescoços esperando para serem mordidos.

    Acabei de acordar o dia terminou meio nublado com chuva e aproveitei para tirar mais algumas fotos. Na verdade tirei algumas durante o carnaval e já as publiquei no meu Orkut. Espero que gostem…

    Por falar em acabar de acordar novamente estou com esse gosto de guarda chuva, isso parece pior quando bebo sangue de algum pinguço. Vocês não imaginam como o hálito fica horrível quando se consome apenas sangue. Ui galego não precisavas ter dito isso… ahhh pessoal, isso é problema humano, claro que é enfatizado pelos meus hábitos alimentares, mas hoje os famosos anticépticos bucais resolvem o problema. Antigamente a coisa era difícil…

    Essa é uma das coisas que sempre tento mostrar por aqui onde nem tudo são flores, nem tudo é resolvido com um rostinho bonito e nem tudo é feliz para sempre.

    Mas voltando ao assunto do carnaval eu estive fazendo as contas e nessas 4 noites fiz 3 vitimas. Não gosto de usar essa palavra “vítima”, por que me trás um pouco de culpa, prefiro usar o termo “cortei o barato de uns vagabundos”… Não matei nenhum deles, me alimentei o máximo que pude e dei aquela clássica lambida para não deixar cicatrizes. Um possível estuprador, um trombadinha viciado em crack e um travesti ladrão, só coisinha boa…

    E o seu carnaval como foi?