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  • Gone – Parte II

    Gone – Parte II

    Daniel POV

    Depois de um tempo afastado da Ordem eu achei que voltaria aqui por algum motivo bom, mas infelizmente não era isso que iria acontecer, a minha volta aqui talvez fosse uma das mais dolorosas da minha existência, hoje eu iria colocar minha pequena para hibernar e dessa vez o tempo era indefinido, só que alguma coisa me dizia ter algo muito errado acontecendo por aqui.

    Quando nós entramos na fortaleza fomos recebidos por alguns bons amigos, Trevor, Michael e para minha surpresa Jonathan havia acordado após 200 anos dormindo – Meus caros sejam bem-vindos mais uma vez! – Michael é sempre tão elegantemente chato e correto que meus olhos se reviram sozinhos com tamanha “elegância” – Obrigada Michael, é bom revê-los – disse em tom de poucos amigos até que senti uma mão em meu ombro – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Lilian sempre tão educada e direta ao ponto, só faltou os palavrões rotineiros, talvez xingar o Trevor um pouco para levantar o humor.

    Lilian POV

    A Ordem, a minha primeira casa vampírica, minha família de vampiros me esperava na entrada da grande casa e pude ver que a minha decisão não era considerada uma das melhores mas ninguém era louco de se opor – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Trevor me olhava como se a qualquer momento ele fosse desabar, Michael tinha aquela cara de paisagem intocada de sempre e Jonathan acabou de voltar da tumba então eu não tinha nenhum tipo de contato com o vampiro – Você é novo! Quem é você¿  – Ele me chamou atenção pela aparência, longos cabelos loiros platinados até o meio das costas, olhos cinzas e frios, o rosto intocado e a presença poderosa me deixavam admirada, com medo, com vontade de lamber o rosto dele pra ver se era de verdade ou se era ilusão  – Vejo que Trevor sabe bem quem escolher como cria… Minha cara eu sou mais velho do que você pensa e suas maneiras não me agradam… – Você deve ser mais velho que a Lua colega e mesmo assim eu to pouco me fudendo pra você, apesar de te achar um gato e se não fosse sua arrogância eu teria até te convidado pra um role por ai, jogado umas calcinhas minhas pra você e tal – Minhas maneiras¿ Estamos em que século¿ Cara você parece a porra de um elfo! Você é vampiro cruzado com elfo¿ Até parece que eu te vi em um filme do Peter Jackson!  – Daniel tentava não morrer de rir por dentro enquanto o vampiro loiro me olhava perplexo e parecia estar em um dilema interno – Ué minha maneiras ainda não te agradam¿ Deixa eu melhora pra você! Meu senhor, que honra conhecer um ser tão antigo como a Lua e o tempo, eu estou aqui de passagem, venho apenas para hibernar sei lá quanto tempo, se assim o meu Senhor loiro galã tirado do livro do Tolkien permitir. – Agora sim ele iria explodir – Minha cara nem se você hibernasse duzentos séculos você iria melhorar! Se você, minha cara, acha que fugindo da dor as coisas vão melhorar, acredite não vão! – A voz dele era tão potente que me dava arrepios bons e ruins, o vampiro devia ter dois metros de altura, dava pra ver ele a quilômetros de distancia – Eu vou hibernar, você não precisa me tolerar Senhor…. – ele sorriu e foi ai que eu tive medo  – Não Lilian, é o seu nome, certo¿ Você não vai hibernar e é por isso que eu estou aqui… Eles não aprovam e tão pouco eu! A morte do seu amigo não vai te enfraquecer minha cara, vai te tornar forte, tenho dito isso você vai ficar na Ordem por tempo indefinido, sem acesso ao mundo externo, aos eletrônicos e qualquer meio de comunicação. Você perdeu o seu auto-controle e como eu estava preparado para voltar, porque não treinar você novamente e mostrar que o meu trabalho é muito mais convincente do que de alguns vampiros.. – OI¿ Ele deve ta de brincadeira comigo – Você deve ta muito louco achando que vai conseguir isso de mim! Eu quero ver você tentar! – O vampiro elfo não parecia nem um pouco incomodado – Eu já consegui Lilian, ou você acha que a idéia maravilhosa de vir por livre e espontânea vontade foi apenas sua¿ Eu te induzi, sem isso você não viria, talvez fosse se abnegar algum tempo, mas depois voltaria para sua rotina de criança vampírica o que eu acho normal para alguém tão jovem e inconsequente  – ele falava enquanto me rodeava e tocava meu cabelo delicadamente – E digamos que seria uma perda muito grande ter algo tão belo dentro de um caixão daqueles, não acha minha querida¿ Nós vamos nos dar muito bem, talvez você perceba que eu faço isso apenas pelo seu bem minha cara – Ele deixou claro que havia me controlado, talvez até o Daniel e agora vindo aqui eu percebi que Trevor e Michael estavam de acordo já que não falaram nada, eu seria mantida aqui com o vampiro loiro e não teria acesso a nada e pior, eu não tenho escapatória, desobedecer um ancião da Ordem é dado como pedido de prisão ou morte e eu não quero nem um e nem outro,  pela primeira vez em anos eu fiquei sem palavras e apenas aceitei – Sem palavras minha querida¿ Ótimo já vemos uma melhora… – Jonathan estava próximo que eu conseguia sentir o toque dos lábios dele tocarem a minha orelha enquanto falou comigo através da telepatia – Não se preocupe Lili eu não vou fazer mal algum a você, muito pelo contrário, quando nós terminarmos você não vai ser uma mera vampira rebelde, vai ser mais do que isso e para melhorar todo enredo desta história, você vai ser minha! Eis a resposta que precisava e o motivo pelo qual eu acordei, tenho observado você nos últimos cinquenta anos então digo que é melhor se acostumar a me ver todos os dias de agora em diante e deve me chamar de Meu Senhor ou em sua língua, My Lord, eu prefiro! – O cara quer me arrumar¿ Ou me quer pra outra coisa¿ Ou os dois¿ Puta que pariu o que está acontecendo aqui¿

    Daniel POV

    Só podia ser brincadeira, eles queriam consertar a Lilian¿ No que¿ Ela nunca falhou com a Ordem! Espera….. Jonathan acordou justo agora¿ Ele tem mais idade que todos nós e não acordava faziam séculos e o porque agora, porque o tiraram do sono¿ Por que a Lilian, a Ordem tinha muito mais do que ela…

    A morte de Steven e tudo isso junto, alguma coisa não está certa e pela primeira vez eu vi ela e eu sem saída, pior eu vi a Lilian sem palavras e com medo, talvez medo do vampiro que a rodeava como um predador rodeando a sua presa, ele não estava analisando a vampira a sua frente, eu sou homem e sei, ele estava secando ela! Isso não está certo e eu preciso descobrir o que está acontecendo aqui, preciso ir atrás de ajuda antes que seja tarde demais.

    Ela não poderia sair daqui e também não deveria ter mais contato nenhum com o mundo lá fora, caso tivesse seria presa ou pior, por desobediência poderiam mata-la. Era a minha responsabilidade salvar ela dessa situação. Como, eu não sei, mas vou descobrir.

    In my city I’m a young god
    That pussy kill be so vicious
    My god white, he in my pocket
    He get me redder than the devil
    ‘Til I go nauseous
    She asked me if I do this every day
    I said often
    Ask how many times she rode the wave
    Not so often
    Bitches down to do it either way
    Often
    Baby I can make that pussy rain
    Often, often, often
    Girl I do this often
    Make that pussy poppin’
    Do it how I want it

  • Uma nova jornada – Parte IX: a sós com Antoni

    Uma nova jornada – Parte IX: a sós com Antoni

    Quando meu primeiro ritual chegou ao fim, percebi que as horas haviam passado como se fossem segundos. Todos ajudamos a organizar as coisas para o retorno, e nos cumprimentamos ao final.  Montamos nos cavalos, preparados para ir para “casa”, mas logo, percebi que estaria amanhecendo e preocupei-me.

    – Ficaremos em uma pequena vila aqui perto onde descansaremos e partiremos ao anoitecer. – Disse Antoni. O fato de ele ler meus pensamentos constantemente estava começando a me incomodar.

    Cavalgamos por cerca de vinte minutos e então chegamos à vila com algumas pequenas cabanas. Cada responsável se dirigiu com seus grupos de aprendizes para as instalações. Ajudei Antoni a levar os cavalos para um local onde ficassem aquecidos e em segurança. Em seguida, fomos até onde ficaríamos instalados e confesso, que estava ainda mais preocupada com a ideia de ficar sozinha com ele por um dia inteiro. A cabana tinha um aspecto aconchegante, lareira, cortinas, sofás com almofadas, uma pequena adega para vinhos…

    – Se desejar pode tomar um banho. No quarto há algumas coisas suas que pedi para Lúcia separar. – Disse Antoni, prestativo.

    Realmente estava precisando de um bom banho para acalmar os ânimos. Peguei o que precisava dentro de uma mochila no quarto, e fui para o banheiro trancando a porta. Sentindo a água quente sobre meu corpo, refleti por alguns minutos sobre ideias perturbadoras que invadiam minha mente. Após o banho, Antoni que estava lendo qualquer coisa sentado numa das poltronas, olhou-me de canto e franziu o cenho,  levantou e disse que tomaria um banho também. Deitei no sofá, exausta. Acordei apenas com o barulho da porta do banheiro sendo aberta, minutos depois. Acho que cochilei naquele meio tempo.  Sem dar atenção ao barulho, permaneci ali. Logo, senti a mão de Antoni sobre meus cabelos molhados, acordando-me. Abri os olhos e então sentei no sofá. Ele estava vestindo apenas uma calça de moletom cinza mescla. Observei-o enquanto ia se sentar na poltrona novamente. Afundei no sofá fazendo cara feia, o filho da p… tinha um corpo ainda mais bonito do que Thomas.  Lembrei de Lorenzo repentinamente. “Mas que droga.”

    – O que foi?- Perguntou ao ver minha expressão.

    – Nada. Estou cansada. – “Não posso falar sobre ele estar sem camisa, estou usando um baby doll nada decente” – Pensei.

    Risos.

    – Está rindo de mim, Antoni? – Perguntei. “Leu meus pensamentos de novo?”

    – Estou. Desculpe, acho que estou sendo inconveniente.

    – Está mesmo.

    – Estou? – Perguntou provocando-me. – Precisamos conversar Rebecca, sobre coisas sérias.

    Perguntei sobre o que ele queria conversar, e obviamente era sobre o ritual e como eu estava me sentindo.  Porém, acabamos engatando uma conversa que me distraiu por um tempo, do clima tenso anterior, e então comecei a me sentir mais a vontade, descobrindo algumas afinidades com alguém que foi se mostrando atencioso e curioso, mas… Com intenções que eram deixadas no ar sempre que possivel. Em certo momento, Antoni tocou em um assunto que me deixou sensibilizada, falando sobre coisas pessoais suas, deixando algumas de suas fraquezas transparecerem.  Mas, eu estava realmente cansada e receosa de que ele pudesse investir contra mim, sem saber qual seria minha reação diante disso. Agradeci pela conversa, por me ouvir e por falar. Antes de ir para o quarto, dei-lhe um abraço fraternal. “Você é diferente dele, não me decepcione.” Pensei.  Mas, ele queria mais. Ainda abraçado a mim, disse em meu ouvido:

    – Não vá dormir ainda. Sei que está cansada. Mas, queria sua companhia por mais tempo.

    – Desculpe. Mas, é melhor assim.

    -Por quê? Você está pensando no humano?

    – Ele se chama Lorenzo. – Retruquei – Sim, estou pensando nele. Mas,também penso em você…

    -É? Mas, gosta dele?

    – Não sei Antoni. Olha, obrigada por esses dias aqui e pelo o que tem me ensinado. Você seria um ótimo mestre. Mas, tem sido um ótimo amigo também!

    – Eu gostaria de ser mais do que um mestre ou um amigo para você, Rebecca. – Falou segurando minhas mãos. – Queria que me ajudasse a cuidar de tudo isso aqui. Mas, não se preocupe. Não quero que pense nisso agora e não quero estragar a amizade que estamos começando a construir. Além disso, ainda tenho muito a lhe ensinar antes desse mês acabar.

    – Tudo bem. Peço apenas que me respeite e ficará tudo certo. Eu preciso mesmo de descanso, desculpe. – Falei indo para o quarto.

    – Tudo bem, descanse e ao anoitecer voltaremos para a fazenda.

    Deitei na cama, abraçando os travesseiros.  E confesso que todo o sono evaporou. A insônia que me atingiu fazia meus pensamentos irem longe e causarem uma confusão interna. Será que gosto de Lorenzo? Será que quero ficar com Antoni?  Será que quero ficar aqui? O que eu quero afinal? Eu sabia que não deveria ter vindo…

    Depois de longos minutos entreguei-me a um sono sem sonhos, perturbada com tantas dúvidas e sentimentos confusos que surgiam.

  • De volta a uma rotina nada normal – Final

    De volta a uma rotina nada normal – Final

    Dias e noites se passaram, e Lorenzo agraciava-me com sua companhia. Eu que sempre me senti satisfeita com a solidão e sempre fui auto-suficiente, ao final, sentia-me alegre com essas novidades.  Lorenzo estava sendo um ótimo Ghoul e percebi que de certa forma, ele já não precisava ficar trancafiado comigo em meu apartamento, sua “dependência” já era o suficiente para fazê-lo ser fiel a mim, sem que precisasse ser literalmente um prisioneiro. Já sentia um carinho por Lorenzo, a ponto de querer vê-lo bem, tendo uma vida o mais normal possível, e pensava que talvez no futuro, quem sabe, se eu não me cansasse dele, ele poderia sim ser minha cria e meu companheiro eternidade à fora.

    – Rebecca, eu tenho mesmo que ir?

    – Claro meu querido, é melhor é assim. Venha me visitar sempre, e não fale nada sobre mim para sua família.

    – Não falarei nada. Contarei sobre a surra que levei e inventarei uma história, contarei que fiquei na casa de estranhos que me acolheram, em um lugar isolado, até que eu melhorasse para ir embora.

    – Exatamente. Só espero que acreditem. – Falei gargalhando.

    – Confie em mim, minha vampirinha sádica preferida! – Falou brincando.

    Dei um beijo em Lorenzo. Piscando para mim ele partiu olhando para trás e dando tchauzinhos de vez em quando. Pensei em quanto ele era bobo, às vezes até fazia-me sentir uma humana novamente e ao mesmo tempo lembrava-me de minha perversidade de vampira, quando eu o dominava. Parecia ser um equilíbrio perfeito para mim. Alguns dias depois Lorenzo reapareceu para uma visita, saímos juntos e nos divertimos.  Nos encontrávamos com frequência. Mas, um tempo depois passei a preocupar-me. Fazia semanas que não aparecia. Eu ligava em seu celular, mas não atendia.  Fui ao seu bairro durante algumas noites, tentar encontrá-lo de longe e observá-lo, nenhum sinal. O que havia acontecido com Lorenzo? Já estava tomada pela fúria, ao imaginar que ele havia fugido. Mas, aquilo não era possível. Pelo menos certeza de que meus segredos estavam guardados eu tinha.  Depois de uma dessas tentativas, na volta para casa, parei em um pub para beber algo e pensar. Liguei para Pepe, e ela ficou de tentar localizá-lo pelo sinal do celular. Por um instante pensei que se ele fosse embora, seria melhor e se Pepe não o encontrasse eu deixaria toda aquela história de lado. Era melhor mesmo não me apegar a nada assim. Mal terminei minha conversa com Pepe e então, meu celular toca. Era Sophie.

    – Olá Rebecca. Eu… Eu preciso falar com você urgentemente. Onde está?

    – Oi… Nossa o que foi? Vou encontrá-la, fique calma.

    – Está bem.

    Encontrei Sophie na frente de meu prédio esperando. Parecia visivelmente nervosa. Aquilo era muito estranho. Quando cheguei ela olhou-me arregalada, veio correndo em minha direção e chacoalhando-me pelos ombros dizia desesperada:

    – Você o matou não o matou? Diga-me que o matou!!!

    -Para com isso! Matou quem? – Falei empurrando-a.

    – Ele Rebecca! Está de volta! Eu o vi.

    Respirei fundo. Ela estava histérica. Tive que acalmá-la e levá-la para cima. Para a idade que tinha, parecia uma criança amedrontada. Dei uma dose de conhaque a ela. Até então, eu não havia entendido nada do que estava acontecendo. Sentei ao seu lado, e com um esforço enorme para demonstrar paciência perguntei:

    – Sophie, me diga devagar. O que está acontecendo. De quem você está falando.

    Ela olhou para mim como quem diz “Sério que você não sabe do que estou falando?”. Gelei. Não era possivel. E o vi queimar e virar cinzas. Só podia ser brincadeira…

    – Eu o vi Becky. Estava aqui na frente olhando para o seu prédio, quando cheguei. Não era alucinação e…

    Enquanto ela falava desenfreadamente, meus pensamentos me levaram para longe. Seria possível? Talvez o sumiço de Lorenzo houvesse uma explicação…