Tag: espada

  • A bruxa sumiu – pt10

    A bruxa sumiu – pt10

    Chegamos à casa do infeliz embalados pelo som do Strokes. Reptilia certamente nos incentivou a entrar no lugar arrebentando a porta da frente e gritando para todos os ventos a famosa frase cinema: “Mãos para o alto”. Hector imobilizou o amante, H2 partiu para cima do veterano e eu fiquei de apoio na retaguarda na expectativa, caso houvesse mais alguém ou eventuais surpresas.

    Por sorte eram apenas os dois, ambos na faixa dos 50, um pouco acima do peso e que de inicio não ofereceram nenhuma reação. Para ser honesto foram bem pacíficos e nem se manifestaram quando os amarramos nas cadeiras, deixando apenas as bocas livres para balbuciar eventuais respostas as nossas perguntas.

    Tsshhpa… Estalou o tapa de Hector na cara do tal veterano. – Desembucha, hoje tô sem paciência, anda logo! Sabe muito bem por que estamos aqui…

    – Não fala nada! Vão vir atrás da gente… – Disse o affaire do tal veterano.

    Certamente ele não sabia com quem estava lidando e convenhamos, mereceu a coronhada que o desmaiou dada por Hector.

    – Calma pessoal sem violência, vou explicar o que sei, mas por favor não nos matem… Helen é filha de nosso grão mestre e o que está acontecendo são duas ou três situações em paralelo. Nossa instituição está por todo o Brasil e estamos passando por uma renovação das lideranças regionais. Helen estava sendo cotada para ser a líder da “região 666”, a mais importante de todas. Só que alguém que disputaria isso com ela não gostou da concorrência e mandou eliminá-la.

    – E sobre a mãe dela o que tu sabes? – Perguntei.

    – Bom sobre a esposa de nosso gloriosos grão mestre (bla bla bla), ela foi raptada por uma grupo rival ao nosso, no qual temos rixas territoriais. Vocês devem saber como é isso… Eles só vão liberar o que sobrou dela, quando sairmos da “região 666” entendem o rolo?

    – Cara que merda… que merda…  – Resmungou Hector.

    H2 que até agora não havia falado nada, colocou suas mãos sobre o ombro do veterano e resmungou alguma cousa numa língua completamente desconhecida para mim. Depois disso, concentrou-se e por alguns instantes o corpo do se estremeceu. Não foi nada muito perceptível, mas suficiente para que voltasse a nossa realidade com outro semblante.

    – Este não é o teu lugar, não somos teus súditos e tu voltará de onde veio! – Disse H2 com tom de imponência, praticando alguma espécie de exorcismo no tal veterano.

    Por alguns instantes o homem balançou a cabeça, suas expressões variavam entre a alegria, a tristeza e a indagação, até que finalmente a arrogância permaneceu e ele vomitou em nossos pés… Parte do suco gástrico sujou as calças de H2, que permaneceu imóvel e alguns respingos sujaram o braço de Hector. Este de tão puto que ficou ameaçou dar um soco no veterano, mas foi interrompido abruptamente por H2 que continuou o exorcismo. Mais alguns gestos, um pouco do que parecia ser água benta e o veterano nos falando, utilizando uma voz rouca e um vocabulário de Umbanda.

    – Suncê precisa agradá pai véio, suncê qué dá reza pra pai véio e não dá pito pra pai véio? Espirito sem luz, pai véi não é… Suncê usa mandiga em pai véio, pai véio não conta mironga sem agrado!

    Nesse instante Hector pegou uma carteira de cigarros na sua mochila, acendeu um deles e colocou na boca do veterano. Na sequencia ordenou em claro e bom tom:

    – Pai véio, precisamos saber a verdade sobre a alma da bruxa Helen e por que tu desceste neste cavalo!

    Na sequencia H2 e o tal “pai véio” conversaram com mais algumas frase até que finalmente a entidade saiu do corpo e o tal veterano voltou à realidade. Extremante suado, cuspindo o cigarro e reclamando do gosto de vômito. Sua voz era diferente daquela do início da ”entrevista” e cheia de trejeitos.

    Neste momento H2 olhou para Hector e consentiu. O ex-pirata empunhou sua espada e cortou a cabeça do sujeito, o que fez seu sangue podre jorrar por todo o sofá branco. Pensei em perguntar o que faríamos com o seu amante, mas o próprio H2 tratou de se aproximar dele com uma adaga e o apunhalou seu coração sem dó nem piedade.

    Eu poderia detalhar mais tudo o que fizemos, mas o importante é que o “pai véio” confirmou a história da Helen e de sua mãe, além do fato importantíssimo de que ambas ainda estavam vivas em algum lugar de nosso plano.

  • A magia e os vampiros – pt4

    A magia e os vampiros – pt4

    Quando se está numa situação tal qual esta, não há muito que fazer se não aguardar o pior, que certamente virá da pior direção. Armas à mão, silêncio absoluto e o mínimo de luzes acessas. Seja lá o que viesse, teria de ser muito bom para enfrentar nós três e sair vivo – Pensei comigo.

    A porta foi aberta vagarosamente, deixando a mostra alguém de cabelos longos e que conforme foi adentrando, me lembrou a loira doutra noite. Por causa da penumbra foi muito difícil identifica-la de início e aquilo me deixou intrigado. Curiosidade, que foi sanada assim que ela se aproximou um pouco mais e nos sussurrou – Venham, venham logo, consegui limpar a saída, mas é provável que outros estejam vindo atrás de vocês.

    Ficamos sem reação e abismados diante tal situação completamente inesperada e inusitada. – Quem é você? – Soltei ao perceber que os outros dois não se mexeriam – Andem logo, se eu quisesse já tinha despachado vocês quando entrei. Depois se quiser aperto sua mão ou te dou um beijinho de “oi” – Disse-nos a misteriosa e irônica senhorita…

    Mochilas nas costas, malas nas mãos e saímos o mais rápido possível do lugar. A cada lâmpada acessa que iluminava o nosso caminho, eu percebia um detalhe a mais da misteriosa dama. Primeiro foi uma tatuagem tribal cobrindo um dos seus antebraços, depois foi a espada, que possuía uma lamina muito bem forjada e com diversos entalhes cravados na lâmina. – Tão bela quanto mortal – pensei comigo.

    Além disso, ela trajava uma calça de lycra preta, dessas com detalhes de escamas, coturnos bem justos e amarrados. Para te ser sincero eu perdi um tempo analisando o traseiro dela e não encontrei marcas de calcinha, mas isso é um mero detalhe… Tudo isso, era complementado por  um resistente e bem feito colete a prova de balas, coberto por um casaco de couro sintético vermelho e fosco.

    Não usava brincos, colares ou maquiagem. Apenas um anel em cada um dos anulares, representando talvez alguma espécie de compromisso com alguém. Enfim, eu poderia escrever mais alguns parágrafos  sobre ela, mas a história precisa continuar…

    Ao passar pelos outros cômodos do lugar, não havia ninguém, nem mesmo marcas de sangue e aquilo começava a soar como uma emboscada, até que em fim chegamos ao comércio, que disfarçava nosso esconderijo. Vários produtos jogados ao chão, algumas prateleiras quebradas e finalmente sangue por alguns lugares, porém nada dos corpos dos tais agressores que estavam atrás de nós.

    Logo na saída havia apenas uma caminhonete grande e foi para dentro dela que a tal loira nos “mandou” entrar rapidamente. Junto ao volante, muitos fios soltos deixavam claro que ela era roubada, mas isso são apenas detalhes, cousas que minha mente irrequieta costuma não deixar passar despercebido.

    – Aqueles malditos devem ter regenerado e fugido, devia ter cortados suas cabeças nojentas!

    – Ok, então quer dizer que você é uma mercenária e está usando todo esse charminho para nos prender e ir receber alguma recompensa, é isso madame? – Disse Sebastian.

    – Não viaja barbudinho, modéstia a parte como eu disse eu podia ter acabado com vocês naquele buraco! Meu interesse é apenas no Hadrian e se não fosse por vocês seria muito mais fácil ter levado ele de volta para um lugar seguro.

    Nesse momento eu parei de observar e falei um “Como assim?”. Hadrian também chegou a resmungar algo, mas a garota nos ignorou e continuou. – Já ouviram falar dos LLD? – Ao ouvir tais letras, foi Sebastian se coçou para responder, mas ela permaneceu cheia de si, manteve os olhos na estrada e nos contou sua história:

    – Podem me chamar de Claire, sou da Irlanda e como já deve ter reparado tenho sangue Lican correndo em minhas veias. Há muitos anos faço parte da Labraid Lámh Dhearg…

  • A magia e os vampiros – pt3

    A magia e os vampiros – pt3

    Quando pensei em ir atrás do tal sujeito sinto alguém passando muito rápido por mim, não era nenhum conhecido e naquele momento eu me senti obrigado a deixar de lado os cuidados de sempre. – Foda-se as câmeras, foda-se quem estiver vendo, vou ter de usar tudo aqui – Pensei comigo, mas antes de precisar agir feito um monstro, senti as energias de Sebastian e Hadrian.

    Em poucos segundos eles surgiram e minha intuição mandou entrar no carro o mais rápido que me fosse possível. Na sequência eles entraram também e com algumas manobras rápidas eu deixei o carro pronto para sair, porém mesmo naquela escuridão ví algo pelo retrovisor que me chamou muito a atenção. Primeiro foi o brilho de algo metálico, que ao reparar melhor vinha de uma espada, talvez uma katana. Depois foi o conjunto, algo como um sobretudo escuro e por fim aqueles cabelos loiros longos e cacheados.

    – O que foi Ferdinand, bora bora bora – Confesso que a pressa de Sebastian não me incomodava e somente criei vontade de sair dali quando ví a bela senhorita, acertando em cheio o peito do infeliz, no que provavelmente foi um golpe mortal em seus órgãos internos. Feito isso, eu queria muito ir lá bater um papo com a tal justiceira, mas a merda que os dois haviam feito no hotel era mais importante.

    – Vocês viram aquela garota lá atrás? Ninguém havia visto nada além de um cara caído ao chão, foi a resposta de ambos.  Será que eu estava tendo alguma nova visão? – Pensei comigo. Enfim, o que rolou lá em cima senhores? – Chegamos em meu quarto e encontramos aporta entreaberta, havia um sujeitinho fuçando minhas coisas e Sebastian agiu rápido segurando-o. Todavia, ele se esquivou conseguiu ir para a janela. Sebastian tentou atirar nele, mas os tiros foram em vão e ele escapou aparentemente voando. Depois disso eu consegui juntar meus itens importantes nessa mochila e voltamos para cá.

    Contei a eles o que havia ocorrido comigo e todos ficaram sem saber o que havia acontecido. Será que estavam seguindo Hadrian, será que o cara do hotel tinha alguma ligação com o mendigo e tal loira que prendeu minha atenção? Noite a dentro Hadrian nos contou de seus passos até nos encontrar e tudo levava a crer que ele realmente havia sido perseguido por alguém, mas quem?

    Nesse momento ficará perceptível para vocês o fato de que é extremamente complicado manter alguma espécie de lar… Tratei de arrumar tudo o que pude no lugar em que estávamos e fomos passar o dia no “comércio” de um(a) conhecido(a).  Nessas emergências a rede de contatos vampiresca sempre se faz muito importante. Ainda mais que estava para amanhecer em poucas horas e havia alguém atrás de nós. Mesmo conhecendo há tanto tempo aquela cidade e a praticamente todos os sobrenaturais que viviam nela, senti-me um pouco preocupado.

    Hadrian havia trousse consigo algo realmente novo para todos e infelizmente o preço deste “novo” foi um pouco caro no início. Ferdinand, vocês investigaram direito tudo e já colocas a culpa no recém-chegado? Calma mancebo, a história é mais longa do que imaginas…

    Enquanto descansávamos durante o dia, Hadrian revisou seus pertences e junto de alguns documentos numa das malas, encontrou uma espécie de selo, desenhado a mão com um pincel de cerdas finas, sobre um pedaço aparentemente de couro bovino. Disse ele, que aquele selo era uma espécie de localizador, então até que ele desfizesse a magia, era bem provável que ainda estivéssemos sendo seguidos.

    Dito e feito, pouco depois de escurecer recebemos um aviso vindo da superfície: Preparem-se estamos sendo invadidos!

  • O totem desaparecido – Parte 3

    O totem desaparecido – Parte 3

    15h 32m era o horário que marcava meu smartphone, no momento em que olhei para sua tela e segundos depois de ouvir o barulho irritante e estridente do interfone. – Mas que diabos, eu já pedi para o porteiro não me incomodar durante o dia. – Pensei comigo. – Depois com a menor vontade de todas fui até a cozinha, peguei o interfone e balbuciei: – Oi, diga!

    – Doutor, o doutor Carlos está por aqui, ele pode subir? – Disse-me o porteiro do prédio, que inclusive me pareceu completamente assustado. Apesar disso, liberei entrada e fui correndo para o quarto para ao menos vestir uma cueca. Sim, eu durmo sem nada. Minutos depois, duas longas batidas à porta e a sensação de sua presença sobrenatural acusaram a chegada de meu velho amigo.

    Buenas noches cabrón! – Disse-me o homem grande, de olhos escuros profundos, barba rala, voz grave e roupas simples. Suas vestimentas eram as mesmas de sempre uma camisa xadrez verde e preta, com botas de couro cru por baixo das surradas calças jeans. Ele trazia consigo apenas uma mochila de lona grande, uma maleta quadrada forrada por fora com couro batido marrom e algo com quase 1,5m embrulhado em um bonito tecido vermelho. Tão logo ele entrou já foi me dando um abraço apertado seguido por um fraterno beijo no rosto. Sei que isso vai parecer estranho, principalmente para os brasileiros e ainda mais vindo de um brutamontes feito ele, mas tais procedimentos tem origem em sua cultura, no qual sempre admiro e respeito muito.

    Carlos atualmente é o Xamã/líder de sua tribo e apesar de já estar com quase 100 anos, possui a bela vitalidade Wairwulf (nome que damos aos lobisomens), que lhe garante uma aparência de no máximo 40 e poucos. Então, passados os papos iniciais sobre a viagem e toda aquela conversa fiada entre amigos, eu lhe contei sobre o tal caso do Totem e lhe mostrei todas as evidências que havia conseguido. Inclusive sobre a tal garota, que parecia não ter sido afetada pelas balas de prata de minha pistola “.50”.

    O velho Wairwulf me contou sobre algumas experiências que estavam sendo desenvolvidas nos últimos anos e sobre um soro que diminuía a influencia de tal elemento em seus organismos. Ele não tinha muitos detalhes, mas a garota era a prova de que esse projeto havia saído do papel. Com relação ao Totem ele me apresentou outra história interessante. O casal que havia sido assassinado possuíam certa influência e eram uma espécie de guardiões da peça roubada, que dentre várias importâncias religiosas, também é visto como símbolo representativo de uma determinada tribo sul-americana.

    Em função de tais fatos planejamos uma nova incursão a tal cena do crime. Obviamente, aguardamos a noite e só fomos para o lugar depois de alguns preparativos, eu inclusive optei por levar junto comigo o novo IWI CTAR-21, que ganhei de presente de um amigo do Oriente médio. Carlos pegou alguns itens da caixa de couro e os embalou numa mochila menor e em seguida fez questão de se gabar de seu mais novo “brinquedinho”. Oculto sob o manto vermelho havia uma bela cimitarra com várias escrituras rúnicas entalhadas na lâmina. Arma que ele havia encomendado a pouco tempo de nosso, mas que já havia se tornado o seu “xodó” e certamente não era apenas um pedaço de metal forjado.

    Escondemos tudo entre algumas toalhas ou casacos e fomos para garagem. Lá peguei minha BM e fomos para a tal casa. Embalados na maior parte do tempo por uma banda nova que achei por essas noites na internet, chamada Piel de Serpiente e sua empolgante Muérdeme.

    Novamente em meio aos buracos e poças de lama da estrada de terra e algumas horas depois, finalmente estávamos nós diante ao monumento arquitetônico. Ainda dentro do carro não senti muita confiança na expressão de Carlos, que naquele instante parecia colado a sua cimitarra. Tendo em vista a situação acenei com a cabeça e disse um breve: – Vamos? Naquele instante minhas palavras pareciam ter surtido algum efeito no Wairwulf que franziu a testa e desceu muito rápido do carro, batendo a porta e me deixando ali sem saber o que estava acontecendo.

    Nos instantes seguintes eu sai rapidamente do carro e com minha audição aguçada apenas assisti ao que pareciam ser muitos galhos e até mesmo troncos, sendo dizimados por muitas e muitas espadadas. Confesso que de início pensei em ir atrás, depois ponderei e fiz uma rápida vistoria em volta do lugar, que parecia não ter recebido nenhuma visita depois de mim. Não sei dizer quanto tempo levou para Carlos voltar, mas algum tempo depois senti sua energia se aproximando novamente de mim.

    Eram passadas pesadas e longas. Porém, antes de pensar qualquer coisa lá estava novamente a minha frente aquela majestosa forma lobo humanoide com quase 3m de altura, que tal qual eu sempre digo, fariam um humano normal se arrepiar só de olhar.

    Sua respiração estava ofegante e pedaços de suas roupas rasgadas, ainda estavam presas em sua bela pelagem marrom escura. Em uma das mãos ele trazia a cimitarra, agora banhada de sangue e noutra uma cabeça humana. Percebi que seus olhos estavam fixos em mim e sem pronunciar nada apenas lambeu um pouco do sangue da cabeça decapitada, jogando-a em seguida aos meus pés.

    Pobre garota, nem deve ter visto o endiabrado se aproximando… Coisas de Wairwulf…

  • Em busca da vampira assassina. Parte 1 de 2

    Em busca da vampira assassina. Parte 1 de 2

    Reunimos o grupo pegamos um jatinho e depois de um voo tranquilo sobre a Amazônia brasileira chegamos a um cais onde um carniçal do Hector nos aguardava com um barco. Não sei dizer com precisão se já era Suriname ou se ainda estávamos no Amapá, o importante é que o barco nos deixou em uma trilha de onde ainda teríamos uma boa caminhada de duas horas e pouco até o acampamento em uma caverna.

    Passamos o restante da noite e o dia de sábado descansando e preparando o ataque. Além de nós, cerca de 10 outros mercenários foram contratados, transformados em carniçais e receberam armamento e instruções sobre a missão.

    Nesses dias as horas passam muito rápido e logo depois que o sol se põe estamos praticamente a postos loucos para que tudo aconteça de uma vez. Mesmo eu que já passei por tantas situações parecidas fico ansioso, afim de que eu possa retornar logo ao meu refugio tranquilo e seco.

    O que falar do local? Muitas árvores, humidade extremamente alta, sensação de abafamento e os malditos mosquitos que surgem em nuvens quando menos se espera. Nesse tipo de local, meio pantanoso a única vestimenta compatível são as que cobrem boa parte do corpo. Eu sempre estou de jeans e colete a prova de balas, com essa roupa não me incomodei muito. O resto do povo também se cobriu com exceção do Carlos que vestia apenas uma calça solta tipo moletom, tênis velho e uma camiseta com duas vezes o seu tamanho.

    A estratégia foi simples, invadir, capturar fazendo fazer valer a ordem e a justiça.

    Dividimos o grupo em dois. O Franz, H2, alguns carniçais e eu fomos por trás como grupo de invasão e o restante do pessoal foi pela frente como grupo de ataque. Nem preciso dizer do por que que o Lobisomem foi pela frente junto do pirata sanguinário.

    Uma hora depois chegamos a uma velha mina de rubis abandonada, povoada apenas por algumas casas iluminadas por fracas velas. Duas caminhonetes e um caminhão preenchiam o que um dia já foi uma boa estrada. Além disso, uma fogueira grande era rodeada por alguns sujeitos diversos que emanavam uma grande força diabólica.

    Galego o que diabos, uma vampira que gosta de leilões e de coisas chic faz no meio do mato? Simples, existem alguns lugares na terra chamados de Nodo. Nestes lugares a energia é melhor e dizem os especialistas, tal qual o Carlos, que nestes locais as portas para viagens astrais ficam abertas por mais tempo.

    Então se elas ficam mais poderosas é um local pior para atacar, não? Muito pelo contrário mancebo, pois ninguém espera ser atacado num Nodo!

    Enfim, o primeiro grupo chega chutando com os dois pés. Algumas granadas iluminam a escura noite, muito tiros e muito sangue voam pelos ares. Não é sempre que um vampiro pirata se junta a um lobisomem sedento de carne humana em prol de algo, então imaginem a carnificina…

    Depois de alguns breves minutos é a nossa vez. Circulamos o local na sorrateira, fomos em direção ao que aparentava devia ser o covil da vampira. Antes de entrar jogamos uma granada de fumaça por uma das janelas e instantes depois a companheira da maldita sai correndo junto de dois caras. H2 os intercepta com alguns golpes da sua espada abençoada, mas é surpreendido por um lobo que surgiu do nada e lhe atacou pelas costas.

    Na sequencia outros dois peludos chegam e começa alí uma luta que resultou em muito sangue perdido a toa. Todos os caniçais de nosso grupo foram dizimados e sem o H2 era apenas mais uma vez Franz e eu contra tudo. Nesse momento um rápido flashback passa na minha cabeça e me lembro de nossa luta nos EUA.

    ***

    Depois de alguns anos de prática minha transformação já ocorre mais rapidamente e entre vários socos e garradas eu consigo liberar a minha fúria para cima do peludo. Nesse momento é como se eu ligasse o automático, muitos dos meus atos são pensados muito mais rápido e fica de certa forma simples deferir golpes fatais como os que dei no metamorfo.

    Esta fúria que nos toma é tão forte que é difícil reduzir ânsia que fecha a garganta, se meu corpo respirasse certamente estaria bufando. Olho então para o lado em busca de mais inimigos e vejo o outro lupino já ao chão e o Franz frente  a frente com a Companheira da vampira.

    Por cerca de uns dois minutos em quanto volto ao normal, Franz lê a mente da bruxa e na sequencia ele lhe dá um tapa no rosto com a parte de fora da mão, com ela já ao chão ele chuta sua barriga, se aproxima de seu pescoço e lhe suga o sangue até a morte.

    Nessa hora a briga havia chegado ao seu ponto alto, éramos momentaneamente vitoriosos, no entanto todos foram acometidos por um grito que nos atordoou gravemente. Lembro-me de ver Carlos de joelhos, franz deitando em cima do corpo da vampira e ao procurar por Hector não o vejo, mas consigo me manter em pé encostando numa árvore apoiando com a cabeça enquanto levo as mão ao ouvido.

    Era a maldita bruxa vampira que surgiu de dentro da entrada da mina com mais dois peludos em forma de lobo.

    Mesmo depois do grito estridente parar ainda é difícil voltar a realidade. Não ví a hora que Hector partiu para cima da vampira, mas foi ele que a fez parar de gritar com um golpe de espada que lhe perfurou o peito. Com este golpe ela se encolheu mas teve força para desequilibrar o pirata e sair fugida mata a dentro.

    Um dos peludos a seguiu e para o azar de Hector o outro lhe desferiu vários golpes enquanto tentava se levantar.  Mesmo atordoado Carlos em forma de humanoide consegue se aproximar dos dois, e arranca o lobo de cima de Hector. Eles lutam por alguns instantes e depois de alguns granhidos Carlos finaliza a luta com uma pedrada na cabeça do lobo. Depois disso Hector levanta-se e com sua espada de prata corta a cabeça do infeliz.

    ***

    Depois de alguns instantes de atordoamento eu consigo me aproximar de Hector e Carlos e separa o que iniciaria uma briga. Procuro por Franz e não o vejo de imediato, mas algum tempo depois o vejo perto de H2. Começava ali um ritual improvisado que traria o velho caçador para o lado de quem ele perseguiu por tantos anos.

    Hoje mais calmo eu vejo que realmente seria um grande desperdício deixar para morrer um cara com tantas habilidades como ele. No entanto Franz vai ter muito trabalho barra domesticar a sua nova cria.

    Algum tempo depois do ritual, nos alimentamos com o resto de sangue que encontramos nos restos mortais dos que lá estavam. Obviamente tudo isso foi muito rápido, pois ainda tínhamos dois alvos escondidos em meio a selva.

    Carlos começou a fazer o que sabe de melhor e nos levou mata a dentro atrás dos dois…