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  • Mais algumas lembranças de Becky – Parte III

    Mais algumas lembranças de Becky – Parte III

    Lembro-me que depois daquele natal, e daquela visita que eu imaginava ter sido um sonho, meu avô faleceu, e em seguida eu me despedia de minha avó que também se foi, talvez por tristeza e saudade. Para mim já não havia mais ninguém, eu não havia recebido mais correspondências daquele homem, não tinha nenhum tipo de endereço, nenhum irmão, nem ao menos um tio, e eu estava me preparando para a faculdade. Então, apesar de tudo, eu fui para aquela minha nova vida, que mal começava e já acabaria. Em minha adolescência não me tornei uma garota triste por conta da solidão. Na verdade, sentia prazer em estar sozinha. Mas, com o tempo isso foi mudando. Sendo uma jovem normal, fiz amigos com facilidade, aproveitei minha vida acadêmica em uma época em que as mulheres ainda estavam conquistando seu próprio espaço e em meados de 1928, um ano em que muita coisa aconteceu, eu já estagiava em um pequeno jornal logo que retornei à Alemanha, até um falso acidente planejado por Erner, interromper tudo isso.

    – Hey garota, acorda!

    Abri os olhos devagar. Algum miserável jogava água em meu rosto, e jurei que quando me soltasse daquelas amarras ele seria o primeiro na carnificina que faria ali. Olhei ao redor. O gerente do banco amarrado em minha frente. Dois homens armados atrás de mim e alguém conversando ao telefone na sala ao lado. Pude ouvir um trecho da conversa:

    “Sim senhorita, nós a pegamos, já pode vir falar com ela.”

    A porta estava sendo aberta. Um rapaz com cara de indiano vinha em minha direção. Não pude deixar de notar que era alto, forte e tinha inúmeras tatuagens pelo corpo, embora estivesse muito bem vestido. Inesperadamente, soltou-me e pediu para que eu ficasse calma. Pedi para que soltasse o gerente do banco também e em seguida, conforme me instruiu o segui com uma vontade forçada até sua sala. Eu não lembrava como havia parado ali, e isso me deixava com mais raiva ainda, mas resolvi esperar antes de tomar qualquer atitude.

    -Preciso que espere aqui senhorita- disse o rapaz indiano enquanto saia da sala.

    -E o que lhe faz imaginar que obedecerei as suas ordens?

    Sem me dar ouvidos, o rapaz olhou para o lado de fora e disse:

    -Porque ela chegou.

  • A magia e os vampiros – pt4

    A magia e os vampiros – pt4

    Quando se está numa situação tal qual esta, não há muito que fazer se não aguardar o pior, que certamente virá da pior direção. Armas à mão, silêncio absoluto e o mínimo de luzes acessas. Seja lá o que viesse, teria de ser muito bom para enfrentar nós três e sair vivo – Pensei comigo.

    A porta foi aberta vagarosamente, deixando a mostra alguém de cabelos longos e que conforme foi adentrando, me lembrou a loira doutra noite. Por causa da penumbra foi muito difícil identifica-la de início e aquilo me deixou intrigado. Curiosidade, que foi sanada assim que ela se aproximou um pouco mais e nos sussurrou – Venham, venham logo, consegui limpar a saída, mas é provável que outros estejam vindo atrás de vocês.

    Ficamos sem reação e abismados diante tal situação completamente inesperada e inusitada. – Quem é você? – Soltei ao perceber que os outros dois não se mexeriam – Andem logo, se eu quisesse já tinha despachado vocês quando entrei. Depois se quiser aperto sua mão ou te dou um beijinho de “oi” – Disse-nos a misteriosa e irônica senhorita…

    Mochilas nas costas, malas nas mãos e saímos o mais rápido possível do lugar. A cada lâmpada acessa que iluminava o nosso caminho, eu percebia um detalhe a mais da misteriosa dama. Primeiro foi uma tatuagem tribal cobrindo um dos seus antebraços, depois foi a espada, que possuía uma lamina muito bem forjada e com diversos entalhes cravados na lâmina. – Tão bela quanto mortal – pensei comigo.

    Além disso, ela trajava uma calça de lycra preta, dessas com detalhes de escamas, coturnos bem justos e amarrados. Para te ser sincero eu perdi um tempo analisando o traseiro dela e não encontrei marcas de calcinha, mas isso é um mero detalhe… Tudo isso, era complementado por  um resistente e bem feito colete a prova de balas, coberto por um casaco de couro sintético vermelho e fosco.

    Não usava brincos, colares ou maquiagem. Apenas um anel em cada um dos anulares, representando talvez alguma espécie de compromisso com alguém. Enfim, eu poderia escrever mais alguns parágrafos  sobre ela, mas a história precisa continuar…

    Ao passar pelos outros cômodos do lugar, não havia ninguém, nem mesmo marcas de sangue e aquilo começava a soar como uma emboscada, até que em fim chegamos ao comércio, que disfarçava nosso esconderijo. Vários produtos jogados ao chão, algumas prateleiras quebradas e finalmente sangue por alguns lugares, porém nada dos corpos dos tais agressores que estavam atrás de nós.

    Logo na saída havia apenas uma caminhonete grande e foi para dentro dela que a tal loira nos “mandou” entrar rapidamente. Junto ao volante, muitos fios soltos deixavam claro que ela era roubada, mas isso são apenas detalhes, cousas que minha mente irrequieta costuma não deixar passar despercebido.

    – Aqueles malditos devem ter regenerado e fugido, devia ter cortados suas cabeças nojentas!

    – Ok, então quer dizer que você é uma mercenária e está usando todo esse charminho para nos prender e ir receber alguma recompensa, é isso madame? – Disse Sebastian.

    – Não viaja barbudinho, modéstia a parte como eu disse eu podia ter acabado com vocês naquele buraco! Meu interesse é apenas no Hadrian e se não fosse por vocês seria muito mais fácil ter levado ele de volta para um lugar seguro.

    Nesse momento eu parei de observar e falei um “Como assim?”. Hadrian também chegou a resmungar algo, mas a garota nos ignorou e continuou. – Já ouviram falar dos LLD? – Ao ouvir tais letras, foi Sebastian se coçou para responder, mas ela permaneceu cheia de si, manteve os olhos na estrada e nos contou sua história:

    – Podem me chamar de Claire, sou da Irlanda e como já deve ter reparado tenho sangue Lican correndo em minhas veias. Há muitos anos faço parte da Labraid Lámh Dhearg…

  • Eleonor, a caça bruxas. Parte II

    Eleonor, a caça bruxas. Parte II

    Os segui até um prédio no centro, o lugar era muito sujo, desses que os donos tem poucos cuidados com a aparência e que geralmente são freqüentados por traficantes, putas e gente despreocupada com luxo.
    Parei com meu carrinho um pouco atrás e fiquei esperando até que eles entrassem, para minha surpresa a mulher e o garoto foram na frente e o cara atrás com a menina no seu colo. Será que já haviam feito algo com a pobre coitada no caminho?

    Desci e fui seguindo o que eu julgava ser “eles ao longe”. Logo que entrei no prédio, já vi um sujeitinho vomitando, nisso eu pensei comigo, ui, por que é que eu sempre me meto nessas coisas, vai ver é o sangue de papai que tem algo especial, afinal Galego e eu somos muitos parecidos nisso.

    Escada acima, muita sujeira, mais gente feia e lá estava o quarto 52, dava para ouvir alguns resmungos, coisa de quem devia estar com uma mordaça na boca. Olhei em volta e não vi ninguém no andar então, peguei o punhal que escondia na bolsa resolvi bater a porta. (A Eleonor adora armas brancas e é uma ixímia lutadora) Toc toc… “Quem é” me perguntou uma voz masculina, “Oi sou a vizinha do quarto ao lado” Por alguns instantes não ouvi mais os resmungos e de repente as trancas da porta começaram a ser abertas, uma pequena fresta mostrava um homem sem camisa, com belo porte e uma tatuagem no pescoço que parecia ser o rabo de um pássaro.

    Nem pensei duas vezes, segui meu instinto e chutei a porta, derrubando-o. Com a porta aberta pude ver o garoto do bar amarrado junto a menina desmaiada em uma cadeira. Ao fundo várias velas e o casal de vadias vestindo apenas uma espécie de manto, branco semitransparente. (mulheres são tão detalhistas, eu juro que tento descrever as coisas como elas, mas não consigo)

    Ao me verem a mulher foi para um dos quartos e o homem veio pra cima de mim dizendo “Sua vaca quem tu pensas que é pra entrar aqui assim?”, nessas horas o nosso diabinho fica big doidinho, e minhas presas quase furam os lábios, as unhas aumentam, engrossam e rasgam as cutículas… Pisei direto no peito do gatinho malhado que estava no chão tentando levantar e me atraquei com o miserável, o apunhalei perto do ombro, próximo a clavícula, por ser uma região que sangra muito, nisso ele segurou minha mão e gritou de dor me empurrando ao chão. No chão lhe dei uma chave de pernas e o derrubei contra uma estante que lá estava.
    O gatinho que estava no chão se aproximou por trás de mim e me levantou pelos cabelos, ele era forte e tentou me imobilizar com os braços, me levantou do chão inclusive. Mas ele não foi páreo para meu salto alto que quase furou sua coxa com o big chute que dei. Com um joelho no chão foi fácil morder aquele lindo fênix pintado no seu pescoço… O gatinho não levantou mais e quando me aproximei do outro, senti uma força me puxando para trás, era a vadia que estava no quarto usando sua telecinésia. Ela foi forte o suficiente para me jogar contra a parede e me deixar meio tonta. Enquanto tentava me levantar, vi o cara arrancando o punhal do pescoço e vindo em minha direção. Percebi que o lugar estava escurecendo mais que o normal então eu tinha de ser rápida, eles estava preparando mais um big ritual.

    Usei o resto de forças que eu tinha e chutei algumas velas de um canto que caíram próximas e eles, o que fez o manto da mulher se incendiar. O fogo meu deixou um pouco preocupada era hora de tirar o casal dali, soltei as cordas do garoto e ele me ajudou a soltar a menina. Nisso a escuridão aumentou e se ampliou por causa da fumaça. Antes que eu pudesse pensar em algo levo uma apunhalada nas costelas o que me fez contorcer os músculos de dor e soltar um grito meio felino e agudo… Ai como doía e o pior é que era meu próprio punhal… Agora era hora de usar a manha de uma boa sanguessuga. Ativei o meu “charme” eu chamo de charme, mas na verdade é um podersinho que nos deixa mais atraente e as pessoas praticamente fazem o que queremos… Dito e feito eles ficaram ali paradinhos me olhando, precisei apenas dizer vão para quarto lá é mais “seguro” se tranquem lá e só saiam quando eu mandar…

    Arrastei então um móvel para a porta deles, como eles não estavam mais me vendo o efeito do poder começou a passar, então era hora de aumentar o fogo e sair rápido. Procurei por algo e achei uns vidros com um liquido que parecia fluído para lampião, cheirei e era mesmo (ela é muito sortuda) joguei perto da porta deles e aquilo parecia uma bela fogueira, joguei um pouco mais pela sala e fui para o carro. Na descida a mesma movimentação de antes e na saída puxei o carinha vomitado para fora, pois aquele prédio velhinho iria virar o inferno. Não precisei esperar muito para ver várias pessoas saindo correndo, levei o carro um pouco mais para trás e fiquei ali admirando a turba.

    Nada deles saírem até que vejo uma janela sendo quebrada, uma cadeira voando e a mulher se levitando com o cara para fora, até o terraço de outro prédio. Fui até um beco escuro entre os prédios e escalei até eles, ao me verem eles ficaram estáticos novamente. Dessa vez o diabinho foi big rápido e bati a cabeça deles um contra o outro e quando caíram desmaiados os joguei de cima do prédio.
    Depois daquela noite eu fiquei dois dias dormindo, e ao acordar me senti aliviada, pois eram três vadias a menos para incomodar…

    ( E depois tem gente que nega seu sangue, essa é minha irmã^^)