Artigo enviado por Xis, desculpe só colocar ele no ar agora…
Hoje, após mais um trauma na minha vida, parei para pensar por que eu sou assim. Eu tento entender qual das características da minha natureza afastam todos que eu amo. Será que sou tão horripilante quanto acho que sou? Eu preciso passar por tudo isso? Por que eu tenho que ser imortal e subsistir com isso. Por que eu tenho que amar tanto tantas pessoas e proteger elas com minha própria vida? Por que eu não tenho coração e mesmo assim esse vazio onde ele deveria estar dói tanto?
Por favor, alguém pode me explicar? Eu simplesmente queria minha vida de volta. Chorar, rir, gargalhar como uma pessoa normal. Sair e ver pessoas. Mas assim, do jeito que estou, minha reclusão é muito mais cômoda. Não vou ferir ninguém, não vou viver, não vou matar, não vou magoar, simplesmente pelo fato de ter perdido isso no momento em que me tornei isso.
Eremita, talvez isso me defina. Palavra que docemente descreve todo mal que se isola dentro de mim, longe de todos. Ser poderoso é fácil, quero ver ser fraco. Eu quero ser fraco. Ser insensível, indiferente, mau é fácil. Quero ver se tornar vulnerável. Sentir-se vivo novamente. Doce ilusão, sonho impossível. Minha ânsia em destruir tudo me toma e faz despertar tudo que esperam de mim. Mas eu nego, chega!
Um dia eu fui humano, hoje sou meramente algo vazio. Uma armadura indestrutível que não permite nada entrar. Algo que foi feito para ter algo em seu interior e que sem isso não tem utilidade.
“Um dia eu sorri, um dia chorei. Hoje não sou nem sombra do que passou.”