Reflexões sobre 2016

O tempo passa como um condenado para algumas pessoas, certos indivíduos reclamam disso, outros aproveitam seu passar e alguns simplesmente esquecem o andar das horas.

Vampiros não podem se dar ao luxo de ignorar o passar do tempo. Pois ele marca as horas do dia e principalmente as horas da noite. Momento no qual podemos sair de nossos refúgios e fazer o que for preciso para manter a sobrevivência.

Essa na verdade é uma explicação didática, passada de vampiro para vampiro e indica a melhor prática, para se lidar com o tempo e é óbvio que há exceções. A regra que mais gosto de quebrar, por exemplo, é a questão das sobrevivência. Na verdade eu sou movido pelo caos e qualquer regra me desperta o desejo de fazer algo fora do comum.

Não digo aqui de sair ao sol, mesmo porquê dou valor a minha existência, mas sim pela própria questão de existência. Sou adepto do fato de se ir além do habitual, mais um entre tantos, que vê o mundo com os olhos contemporâneos.

Então Ferdinand, já que tocou no assunto, o que é ser um vampiro nos dias e noites da atualidade?

Essa pergunta me fazem com certa frequência e é um ponto importante que já mencionei acima. Os vampiros antigos priorizavam muito a sobrevivência e viam isso como fundamental para suas jornadas neste plano. Situação que é vista de uma forma diferente por vampiros com o pensamento igual ao meu. Haja vista, que o mundo atual do século XXI, trouxe muitas facilidades.

Smartphones, permitem o contato contato com o mundo exterior de forma simples e extremamente rápida. Imagine quantas vezes eu pude ficar protegido no meu refúgio para tratar de negócios. Tantos foram os momentos em que persianas eletrônicas me protegeram do sol, abrindo e fechando no horário programado. Sem falar do transporte rápido por aviões, automóveis ou trens elétricos, que podem nos levar a qualquer lugar em minutos.

Neste contexto, é possível trabalhar os velhos hábitos e se dedicar a outras rotinas, como a escrita, música, fotografia, cinema… afazeres que até então eram vistos apenas nos figurões, ricos ou privilegiados de nossa sociedade.

Viva a escova de dentes elétrica. Viva o Uber. Viva o chuveiro elétrico. Viva a comunicação

Sobretudo, cadê aquele cortejo, aquele bom dia ou noite caloroso entre vizinhos. Cadê a amizade, a lealdade, a justiça… como em todas as outras épocas a elite se distancia cada vez mais da plebe.

Ferdinand
Ferdinand

Nascido em 1827, foi transformado em vampiro com 25 anos em 1852, enquanto ainda vivia na pequena cidade de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, Santa Catarina – Brasil.

Criou este site em 2008 com o objetivo de divulgar as ideias do seu clã, instituição fraternal em que ele, seu mestre e alguns amigos mais chegados pertencem. Está quase sempre bem humorado e nos últimos anos possui um projeto chamado “Os escolhidos” em parceria com sua cria mais recente, Pepe. No qual eles “ajudam” a polícia e a sociedade na resolução de crimes hediondos.

Ferdinand também ocupa suas noites com a escrita e tem trabalhado no livro Ilha da Magia.