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  • O mistério do lobisomem – pt1

    O mistério do lobisomem – pt1

    Leia como esta história começou...

    Já era quase 3h da manhã quando meu jatinho desceu em Londres. O voo foi uma bosta e por vários momentos pensei que teria de chegar a nado. Apesar disso, o motorista estava a postos na saída do aeroporto particular e me levou tranquilamente até uma casa que aluguei pela internet.

    A casa não tinha muitos detalhes, era simples, com acesso a internet e próxima de uma locadora de veículos. Onde naquela mesma madrugada aluguei um potente 4×4. Acomodei as malas, separei algumas roupas, utensílios e minha munição especial num canto. Depois enquanto remontava minhas pistolas, tratei de ligar para a lobisomem. Tentei por uma, duas e na terceira vez Claire me atendeu:

    – Oi, chegou?

    – Sim, estou aqui arrumando minhas malas… Vens para cá?

    – Ok, que bom que veio rápido!

    – Te disse que viria assim que possível, babe!

    Silêncio…

    – Manda o endereço, vou colocar uma roupa e vou até ai.

    – A velha frieza europeia…

    – What?

    – Nada. Vou te mandar pelo Whatsapp… see you soon, babe!

    Estava tirando um cochilo quando ouvi barulho de carro. Lavei o rosto e fui para a porta. Abri antes que ela batesse e mesmo com a surpresa, não consegui animar ou assustar aquele rosto pálido e tristonho.

    – Hey que bom te ver, entre minha querida!

    Até pensei em lhe dar um beijo, ao menos no rosto, mas vamos por partes. Ela se acomodou num sofá, sentei ao seu lado e preferi focar no assunto que nos reuniu.

    – Então, alguma novidade?

    – Poucas, mas acho que sei quem está com ele. É um grupo rival da Mão Vermelha e há alguns agentes duplos que me preocupam…

    – Tens os nomes? Podemos ir atrás de alguns deles. Precisamos começar por algum lugar… faz O que, um mês que ele sumiu?

    – 23 dias e algumas horas! – Disse ela suspirando e se jogando para trás no sofá.

    Aproximei-me, envolvi meu braço direito em seu ombro e com a mão esquerda arrumei seus cabelos.

    – Hey, calma nós vamos achá-lo. Tu sabe que ele é forte e vai sair dessa. Vai por mim tenho experiência com caras tipo o teu pai. Eles são duros na queda. Só precisamos achar algum caminho ou pista.

    – Obrigada pela ajuda, sem meu pai por perto não sei nem por onde andar direito. Me sinto no escuro e perdida, num lugar que conheço desde pequena… (suspiros)

    – Sei como é já passei por isso algumas vezes e ficar longe de quem amamos é o pior sentimentos de todos.

    Nesse momento ela se encostou em meio peito e fechou os olhos. Adormeceu como uma criança carente, que se aconchega e relaxa nos braços de uma mãe ou de um pai…

  • Estranhos e loucos – final

    Estranhos e loucos – final

    Enquanto me escondia próxima daquele maldito lugar, esperando Dani mandar o sinal para atacarmos, imaginei como aquelas pequenas crianças se sentiam, tentei imaginar o desespero em cada pequeno e isso me ajudou a focar no plano para terminar logo com tudo.

    – Pronta?
    – Sim e você Carlos?
    – Estou pronto… Apenas quero que acabe o sofrimento destas crianças.
    – Eu também…
    – Ao sinal sabe o que fazer… Estarei logo atrás Lili…

    Carlos retornou a floresta, sabia que iria se transformar, enquanto eu e os outros ouvimos o sinal do Daniel e então corremos até o galpão. Passados alguns segundos senti uma forte presença logo atrás de mim, sabia que Carlos estava ao nosso encalço.

    Dani logo juntou-se ao meu lado e com o sempre sorriu como se isso não passasse de uma leve rotina. Invadimos o local através das janelas, o mesmo estava com suas salas cirúrgicas em atividade e com muitos seguranças, que com a nossa chegada repentina, apontavam suas armas em nossa direção, “Quem diabos são vocês?”, o mais alto entre eles perguntou “ Isso, somos o demônio batendo a porta e chamando todos vocês, seus cretinos de volta para casa! O que acham disso?”, consegui ouvir Dani em toda sua melhor forma de ironia falar, enquanto nós nos preparávamos para a inevitável e previsível troca de tiros.

    Carlos agora fazia uma entrada triunfal pela porta da frente, esta agora destruída e com alguns corpos desmembrados enfeitando o chão como tapetes velhos. Logo ao lado do grande lobisomen Carlos, uma figura muito bem conhecida entre todos nós surgia em suas vestes tradicionais de luta e com a sua adorada katana banhada de sangue, um dos mestres da Ordem, Michael, mais uma vez mostrava do que era capaz de tecer em apenas alguns segundos. Já eu empunhei a espada como um sinal de aviso, mas isso não foi o suficiente para prolongar a espera do confronto, estes idiotas metidos a soldados entraram em uma formação de batalha barata como se fosse protegê-los do destino amistoso que havíamos traçado para quem fosse cúmplice daquela merda em conjunto e isso foi o suficiente para começar o confronto. Tiros por todo lado, pessoas gritando, crianças chorando, e Ana Li, fechando as saídas, ninguém iria sair dali aquela noite, pelo menos não sairia vivo para contar história alguma.

    Como combinado eu iria atrás dos “Chefões”, Carlos e Michael iriam atrás do local onde esta equipe doentia mantinha as crianças, enquanto Daniel, Matsuya, Misiak, Tsuko, Gabriel e Ana li destruíam os outros. Sangue, por todos os lados, consegui ver Daniel usar suas habilidades e decaptar vários homens ao lado de Matsuya e Misiak. Gabriel e Ana Li impediam que alguém tentasse sair, estraçalhando e fatiando em pedaços os que se aproximavam.

    O cheiro era ainda pior, era como estar em um banquete repleto de pratos deliciosos e não poder provar nada devido a uma significante dieta. Enquanto seguia pelos corredores em busca dos tais chefões, tive que combater alguns seguranças e algumas pessoas desavisadas que cruzavam meu caminho, eu acho que eram clientes, e eis que me bate a conclusão que, nem sempre o cliente tem razão, pelo menos os que estavam sem a cabeça na minha frente não tinham nenhuma.

    Senti uma sala repleta de variados cheiros e vozes em um tom baixo discutindo, “ Quem são esses delinquentes?”, “ Senhor creio que sejam vampiros!”, “Seu idiota, isso não existe!”, “E um lobo…”, Lobo? Está louco? Vampiros? Lobos?”, “Sim senhor, com presas, agiam como se possuíssem algum tipo demoníaco no corpo…”, ” Você por um acaso é idiota? Não existe este tipo de ser no mundo! São apenas histórias para assustar crianças! “. Agora a mulher falava, era a sócia daquele local. Histórias? Então deixarei que a história tome vida e venha assombrar muito mais que crianças. Era ali e essma era a hora de entrar em ação. Chutei a porta com força, imobilizei e acertei o coração de um segurança com minha katana, me protegi dos tiros com o corpo do mesmo, logo que a oportunidade surgiu fui até o outro e cortei-lhe o braço, depois uma das pernas, vi o homem gritar e cair no chão. Quando me dei por conta lá estavam os três donos, um homem idoso trajado com um fino terno, o outro estava no auge da vida aos trinta e poucos e uma mulher, loira, elegante e agora com medo, medo do que eu faria com ela.

    Sem pestanejar amarrei os dois homens e peguei a loira pelos cabelos, “Sabe, é uma pena lhe decepcionar e abrir teus olhos ao saber que sim, nós existimos e não, não somos histórias para assustar crianças inocentes, mas sim para destruir filhos da puta iguais a vocês!”, esta vadia de quinta seria a primeira que eu iria lidar, os outros dois daria de presente para Hector e Becky.

    A loira seria apenas o exemplo do que estaria por vir, sentei a vagabunda em uma cadeira e a amarrei, tapei os olhos dela e então cortei as vestes daquele lixo humano, deixando exposta assim como eles deixavam os pequeninos nas macas cirúrgicas. Ergui um dos braços enquanto ela chorava, dei-lhe um tapa na cara e ela chorou mais “Pode chorar biscate encarnada, coisa que você impediu para aqueles seres inocentes ali embaixo enquanto enchia a calcinha de dinheiro”, outro tapa e agora com um golpe cortei o braço, aos gritos ela pedia clemência…. Clemência? Me poupe! Peguei uma das minhas adagas e como se fosse uma médica cirurgiã consegui arrancar o nariz da loira, seguido das orelhas, enquanto os outros dois presos assistiam aterrorizados, “ Meus caros, o que faço com ela não vai ser nada comparado ao que um amigo meu fará com vocês!”.

    Logo após arrancar a língua daquela puta, que agora estava perto da morte, achei que seria hora de acabar com tudo, com um golpe rápido e preciso a cabeça da loira agora rolava pelo chão, como um pedaço de carne vazio e eu senti um leve sorriso surgir em meu rosto. Os outros dois agora em lágrimas e entre desculpas e arrependimentos tardios, me chamando de demônio, o que eu considero engraçado por que na verdade os demônios eram eles! Apenas o exemplo do que praticavam era uma amostra grátis de tendências demoníacas ou macabras, chame do que achar melhor.

    Senti que Daniel e Matsuya agora estavam ali comigo, informando que estava tudo acabado, as crianças estavam bem e seriam encaminhadas para os hospitais ali da região. Para meu alivio e de todos, conseguimos salvar cerca de doze pequenos, que agora seriam levados de volta aos seus devidos lugares. Já os que não tiveram a mesma sorte, creio que de alguma forma conseguimos vinga-los trazendo um certo tipo de paz ou luz no fim do túnel.

    Todos os seguranças, clientes e equipes médicas que participavam das atrocidades, agora mortos seriam queimados como sinal de conquista da Ordem, algo clichê que mas que ainda existe como forma de vingança ou alerta aos inimigos.

    – Conseguimos querida.
    – Dani, sem vocês aqui nada disso seria possível… Eu e o Carlos estamos imensamente agradecidos.
    – Eu sei que sim grandona. Podemos ir para casa?
    – Você poder ir na frente, tenho que levar aqueles outros dois em um lugar especial…
    – Como queria Lili, eu te vejo em casa.

    Ao me despedir de Daniel, fui até o Carlos em sua forma bestial, este acenou com a cabeça, eu sabia que ele falava obrigada e de alguma forma iriamos nos ver de novo.

    – Obrigada também Carlos, foi um prazer lhe conhecer, adorei a oportunidade. Até logo.
    Entrei então na caminhonete que Michael havia me deixado e acenei para os outros, sei que nôs veríamos em breve e que despedidas naquele momento não eram necessárias. Segui então o rumo até o local onde me encontraria com Becky e Hector, passadas algumas horas e próxima do local resolvi mandar uma mensagem avisando a minha chegada, ‘ Becky estou chegando’, ‘ Ok Lili estamos prontos. Vai amanhecer, gostaria de passar a noite aqui?’, ‘Claro, não perderia a chance de assistir o que farão com estes cretinos!’.

    Ao chegar me deparei com Becky na porta e uma figura masculina que sem dúvidas era Hector.

    – O que temos aqui querida Lilian?
    – Os presentes que lhe prometi Hector.

    Abri a porta da caminhonete e lá estavam os dois sujeitos, amarrados e com os olhos inchados, mal sabem eles o que estava por vir.

    – Muito obrigado minha cara! Alias, será um prazer ter você de telespectadora, seja muito bem vinda!

  • Estranhos e loucos – pt3

    Estranhos e loucos – pt3

    Cada vez que eu fechava os olhos surgiam mais e mais imagens daquela triste cena, triste realidade. Não conseguia dormir, não conseguia me concentrar. Conseguia apenas ficar acordada, tramando milhares de maneiras para entrar naquele local e destruir tudo e todos.

    O difícil é que não poderia fazer isso sozinha, precisava de ajuda e não sabia quem poderia chamar. O Trevor e o Ferdinand tinham muito a fazer, aparentemente os outros também. Mas eis que me lembrei, Dani estava de volta de uma longa viagem, quem sabe ele viria ao meu encontro.

    – Alô?

    – Eu gostaria de falar com o Dani.

    – Quem gostaria?

    – Lilian…

    – Ah ual, me desculpe senhorita Lilian eu não olhei o nome ao atender…

    – Tudo bem meu caro, desculpado, chame o Daniel pra mim.

    – Sim, claro.

    Alguns segundos se passaram e então ouvi a voz do meu querido irmão das trevas, o galã da Ordem. Acho que a moda ultimamente entre as mulheres é careca e barbudo…. Será? Enfim…

    – Olá minha adorada irmã, a que devo a honra?

    – Dani você recebeu meu e-mail?

    – Não abri ainda, porque?

    – Abre e lê… Preciso da sua ajuda…

    – Ok, calma Lili…

    Esperei por alguns longos minutos, período este em que observei o quarto barato de hotel à beira da estrada que estávamos. Camas caindo aos pedaços, banheiro fedendo a cloro e um “toc toc” dum cuco antigo. Carlos dormia em uma cama de cobertores improvisada no chão, enquanto eu vestia uma camiseta de banda, shorts, tênis e esperando o que pudesse vir do outro lado da linha.

    – Lilian, eu li e me nego acreditar nisto.

    – Não é meu caro. Depois nós sobrenaturais somos os monstros.

    – Irônico não?

    – Dani eu não te liguei apenas para perguntar tua opinião, preciso de ajuda.

    – Que tipo de ajuda Lili?

    – O local é cercado por vários homens bem armados, eu o Carlos não vamos conseguir dar conta sozinhos. Isso tirando as equipes médicas que lá trabalham, os clientes que frequentam o local e aparentemente escoltados com os seguranças particulares. Preciso de ajuda física aqui.

    – Vai ser um prazer minha querida. Levarei os melhores que tenho a disposição. Passe tua localização e em duas ou três noites estaremos ai.

    – Mal vejo a hora de chegarem aqui…

    – Nos vemos em breve!

    Passei todas às coordenadas para o Dani e senti uma faísca de esperança crescendo de novo. Corri acordar Carlos e contei lhe as novidades, ele ficou um preocupado com tantos vampiros próximos as suas terras, mas garanti que nada de ruim iria acontecer com ninguém, não da nossa parte.

    – Bom, só posso acreditar na tua palavra, cara pálida.

    – Carlos, só de saber que podemos vencer isso e salvar todos, não lhe deixa feliz?

    – Isso tudo só me deixa com mais vontade ainda de entrar lá e rasgar muita carne amaldiçoada.

    – Então meu amigo, temos os mesmos desejos…

    Mal podia esperar até a chegada do Dani, eu sabia do que ele era capaz e com ele a vitória estava praticamente a nosso favor. Bastaria apenas entrar lá e salvar todas aquelas crianças, para quem sabe devolvê-las as suas famílias.

    Confesso que esperar e ser paciente não é um dos meus dons, já eram dez da noite do segundo dia e eu estava sentada na cama a espera do Dani. Carlos meditava para a batalha e cantava alguma passagem indígena. Aliás, devo admitir que já acostumada com tais tradições do velho lobisomem, velho de idade, porque fisicamente está de parabéns. Hahaha

    Mais algum tempo e ouvi carros parando do lado de fora do hotel, senti uma presença bem conhecida e muito querida por mim. Abri a porta e lá estava ele sorrindo. Aquele sorriso encantador… Trajava a roupa negra de batalha da Ordem, estava careca e com uma longa barba loira, além dos olhos verdes iguais aos meus.

    – Não vai vir aqui me dar um abraço Lili? Ou devo chama-la de Barbie? Que rosa todo é esse?

    – Para, eu gosto assim! Vem cá seu ridículo!

    O abraço do Dani sempre me deu confiança e muita coragem para enfrentar qualquer desafio. Depois de apreciar a presença dele, olhei adiante e fiquei mais animada, vi quem eram os melhores que ele trouxe, Michael, Misiak, Tsuko , Matsuya, Gabriel e Ana Li, simplesmente a equipe A da Ordem.

    Não consegui evitar sorrir de ponta a ponta ao ver todos parados ali na minha frente. Carlos saiu de sua meditação e veio ao encontro de todos nós, este recebeu todos educadamente e se apresentou. Sei que todos ficaram admirados em conhecer um Lican antigo igual ao Carlos.

    Após todas as apresentações e um plano traçado, estávamos prontos, era hora de invadir o local, salvar e matar. Mal sabiam aqueles desgraçados que alguns Demônios encarnados iriam bater à porta naquela noite.

    Lembrei-me imediatamente dos sócios e dos donos do local. Sabia exatamente o que fazer com eles, ou melhor, para quem mandar.

    – Sim?

    – Hector?

    – Eu, quem deseja?

    – Não fomos apresentados formalmente, sou a Lilian, não sei se sabe quem eu sou…

    – Claro que sei sobre você querida.

    – Ótimo, então sabe a missão que estou…

    – Sei e confesso que queria ter ido junto.

    – Então, que tal se eu te levar um presente daqui alguns dias?

    – Lilian não sei que conversa maluca é essa, mas adoro presentes.

    – Garanto que vai adorar este, ou devo dizer ESTES presentes.

    – Ok, aguardarei.

    – Até Hector.

    – Até Lilian.

  • As desilusões de um vampiro – Parte 3

    As desilusões de um vampiro – Parte 3

    Depois de ler meu diário traduzido, percebi que deveria repassar os acontecimentos finais para todos vocês. Como devem saber, tenho por nome Trevor, sou mestre de Lilian e aqui vou deixar a continuação do que leram e com as minhas próprias palavras.

    Nevou naquela manhã. Lembro-me de estar deitado, enquanto ouvia os corvos baterem nas janelas.

    Lilian lavava-se em uma banheira de mármore, localizada próxima à cama, dando pancadinhas suaves nas bordas, enquanto mergulhava as mãos claras e finas, dando leves piparotes com os dedos, fazendo com que minúsculas ondulações roçassem a superfície da água, logo depois elevando a voz para que uma das Ghouls fosse chamada.

    Atendendo ao chamado, Clarie foi ao encontro de Lilian, ela a chamou carinhosamente “Venha aqui querida”.  A Ghoul ajudou Lilian trocar-se, e eu assobiava chamando o nosso querido “Thor”. Debaixo de uma das cômodas saiu o pequeno cachorrinho latindo.  Ele claro foi abanando o rabo para sua bela dona, antes de tentar pular para dentro da banheira e tomar a água, “ No Thor!”, Lilian o pegava no colo deixando a mostra os belos seios e o longo cabelo molhado descendo  pelas costas, “ Se ainda fosse humana diria para colocar uma blusa”, “Medo que eu fique resfriada? Acho impossível isso acontecer meu caro vampiro”, aquelas palavras vinham através de um belo sorriso e  gesto para que Claire nos deixasse a sós.

    Logo ela se aproximou e tateou minha testa me dando em seguida um beijo, “Deveria ser menos preocupado!”,”Creio que ainda tenho medo que ele volte e lhe machuque”, “ Acho muito difícil, afinal não tens me treinado por esses anos para a nossa vingança?”, “ Claro Lily, claro!”.

    Sinceramente, toda vez que ficava ao lado dela sentia que de alguma forma a presença de Genevive me rondava, mas creio que era apenas fruto da minha imaginação ou da excitação de estar com alguém querido novamente, “T precisamos ir, lembra que hoje finalmente iria me mostrar o teu poder?”, “Está muito curiosa minha cara?“ Claro que estou, dez anos aqui dentro e todos falam a respeito e eu nunca tiver o prazer de presenciar”, “O prazer? Creio que não pensará assim, depois que acontecer”.

    Caminhamos então até um lugar peculiar nos fundos da fortaleza, lugar este em que guardamos alguns bons inimigos como “ bonecos de treino”, e não se desesperem meus queridos, nenhum humano é guardado por lá. Sendo assim, pedi que trouxessem um vampiro, um jovem ignorante vampiro que em sua “sabedoria” tentou enganar um dos mestres, “ Galian, traga o  Zac, preciso dele”, ao fundo conseguíamos ouvir os gritos do pobre vampiro, eram gritos de desespero, pois, no fundo ele sabia que o fim estava próximo.

    Trouxeram o atormentado e agora fraco vampiro, ele com a cabeça baixa, sussurrou algo “ Vou morrer?”, “Você merece viver?”, “ Não caro senhor, mas mereço a chance de tentar”, “ Claro, claro meu caro. Vais tentar hoje!”, “ Contra quem meu senhor?”, “ Eu!”. O desespero tomou conta daquele vampiro, ele tentou sair das amarras, mas em vão, “ Tragam ele até o pátio”, dadas as ordens segui junto de Lilian até o local da “batalha”, “Vais lutar T?”, “ É o que parece”, “ Contra um vampiro jovem e aparentemente com os pés amarrados a morte?”,” Sim…”, Por que?”, “ Por que? A vida já não é justa meu amor, que dirá a ‘não vida’!”.

    Lá estava Zac, trajado com sua roupa de batalha uma última vez. Mal sabia ele que eu não precisaria usar a minha espada, apenas o poder da mente e das mãos me trariam a vitória. E então podendo assim mostrar meu real poder, a minha então pupila e atual companheira.

    A neve continuava a cair do lado de fora e os corvos continuavam a rondar a muralha, indicando que a morte estava presente e levaria a alma de alguém para o inferno ou aonde quer que a escuridão prospere. Zac estava pronto, sabia que eu não usaria nenhuma arma, daria chance ao rapaz, uma chance ridícula, mas mesmo assim continuava sendo uma chance.

    Deixei que ele fizesse o primeiro movimento, errou, segundo movimento, quase acertou, terceiro movimento, errou, errou, errou. Quase não precisei  sair do lugar, esperei que ele tentasse mais algumas vezes, até perceber que ele agora estava com o espírito abalado e aterrorizado, dando oportunidade para lhe capturar e um único movimento, deixei que ele tentasse escapar, mas não, ele não conseguia, estava paralisado, o medo o possuiu, “ Zac, tens algo a dizer?”, “ Eu não queria ter me transformado nisto! Nunca pedi por isto!”, “ Então caro vampiro, todos nós temos o mesmo anseio. Vou lhe proporcionar a alegria de deixar esta casca!”.

    O ergui pelos braços, olhei uma última vez nos olhos daquele ser e comecei a me alimentar de toda energia que ele emanava. Senti meu corpo tomar para si a então energia daquele vampiro. Senti que meus olhos queimavam, minha cabeça rodava em loucura, revi cenas da vida humana dele, senti pena, senti as alegrias dele, a raiva dele, a decepção, finalmente o medo e logo o fim. Senti a explosão de energia espalhar por meu corpo,saté sair do meu delírio e voltar ao normal. Assim que terminei, joguei então o corpo vazio e desfigurado de Zac no chão, eu o havia livrado da prisão eterna.

    “ Você tomou para si toda a energia daquele ser?”, “ Agora sabes meu real poder Lili. Eu posso além de tomar o sangue, possuir a energia  de outro ser, e não precisa necessariamente ser apenas humano”, “Apenas você consegue essa peripécia?”, “ Não! Dani, Michael, Cage, entre outros poucos aqui conseguem”.

    Consegui ver que Lilian possuía mil e uma dúvidas e teria que responder todas, afinal uma das qualidades que ela possui é a vontade de aprender e eu obviamente responderia tudo que ela quisesse saber com todo prazer, adorava ver aqueles olhos curiosos me rondando cheios de perguntas. Mal sabe ela que, a curiosidade que possui é um dos mais deliciosos afrodisíacos para mim. Mas creio que isto fique para outro dia. Afinal na noite seguinte estaríamos indo para o lugar em que seria posta a prova de muitas peculiaridades.

  • Torturas, sexo com vampiros. Pt3

    Torturas, sexo com vampiros. Pt3

    … até que alguém nos grita desesperado pelo rádio: – Abortar, rápido, rápido, rápido… E um clarão de fogo, seguido pelo barulho de disparos pôde ser ouvido ao longe. Provavelmente vindos de onde os policiais do apoio estavam…

    Como a ideia desta saga é enaltecer algumas formas de prazer vampirescas, principalmente as mais sádicas, vou resumir um pouco desta briga com eles.

    Pois bem, tendo em vista que eles conheciam o lugar melhor que nós a minha ideia inicial foi de reagrupar. No entanto, a comunicação por rádio havia sido interrompida e a única alternativa foi nos proteger. Tratei de eliminar o tal Paulo, o que até certo ponto foi fácil e principalmente depois que minhas .50 entraram em ação.

    Em seguida, tive de cuidar da vampira que já estava atracada no pescoço da policial. Esta foi bem mais difícil e entre alguns golpes acabei levando a pior. Inclusive levei uma facada próxima da barriga, o que prejudicou bastante a minha movimentação. Por sorte a policial, mesmo assustada e machucada, conseguiu alvejar dois ou três tiros na infeliz depois que recuperou uma de minhas pistolas.

    Barulhos de tiros por todos os lados, inclusive vindos de dentro da casa, mas rapidamente conseguimos nos proteger dentro da caminhonete. Onde fiquei por um tempo sentindo a dor da facada, até que minha regeneração resolvesse e abraçando a pobre garotinha chorosa ao meu lado. Pisando fundo a policial nos tirou de cena  e dirigiu para a base improvisada onde os outros policiais estavam. No entanto, para nosso azar todos estavam mortos ou extremamente feridos, incluindo meia dúzia de capangas do lugar

    Incentivei-a que ficasse pelo lugar junto da garota enquanto eu voltava para terminar o trabalho ao lado de meus irmãos, mas ela quis voltar junto. Nestes momentos você percebe o poder que o sangue vampírico exerce nos Ghouls, haja vista que provavelmente ela quis voltar para junto de Hector.

    Instantes depois voltamos à casa e um silêncio mórbido já tomava conta da redondeza. Ao som de grilos e cigarras eu olhei atentamente ao nosso redor, até que finalmente resolvi descer para verificar melhor. Caminhei, sendo seguido de perto pelas duas e era possível sentir a presença de ao menos um de meus irmãos. Conforme íamos em direção da porta a energia aumentava e quase que num susto surge Hector empunhando uma de suas famosas espadas de prata toda suja de sangue. Perguntei por Frederick e uma noticia ruim nos acometeu, ele havia sido muito ferido pelo tal vampiro do lugar. Todavia, o experiente  ex-pirata havia dado um jeito na situação e nosso irmão precisava apenas de descanso.

    Como era uma operação secreta tivemos de apagar dos registros os mortos e prisioneiros. Todos os policiais envolvidos eram Ghouls e as crianças foram levadas a abrigos de menores. Noites depois, seria iniciada naquela mesma casa uma espécie de vingança pessoal por parte de Frederick e Hector. Tendo por base o casal de vampiros pedófilos e outra vampira aparentemente aliada, que foi capturada ao fazer uma visitinha.

    Clique aqui para ler a parte 4.

  • O totem desaparecido – Parte 6

    O totem desaparecido – Parte 6

    “Bang bang, he shot me down
    Bang bang, I hit the ground
    Bang bang, that awful sound
    Bang bang, my baby shot me down”

    Bang Bang – Nancy Sinatra

    Como em um dos filmes do Tarantino, naquelas intermináveis cenas do famoso olho no olho, estava eu diante uma trupe apavorante de metamorfos sedentos por meu sangue. Não sei se você meu caro mancebo já passou por uma situação similar, mas ao meu ver esse não é o tipo de evento em que se planeja estar e muito menos em que se permite o luxo de uma estratégia.

    Certamente, se tu já leste algum outro texto meu, sabes que tenho certa impaciência e quase sempre costumo agir por impulso. Mesmo diante tantos, tu ainda agiu desta forma Ferdinand? Pois então, o que você faria em meu lugar?

    Acordado repentinamente do que parecia ser um sonho, transformado no que eu chamo de forma demoníaca ou bestial e envolto por duas dezenas de Licans. Naquele instante não me restava alternativa além de arriscar. Então, em poucos segundos vi o primeiro a minha frente recebendo uma “garrada” de minha mão direita. Na sequencia outro ao seu lado recebendo um chute e entre tantos socos percebi enfim, que se tudo continuasse de tal forma, eu acabaria sucumbindo ao fim pela cimitarra afiada de meu ex-amigo…

    Todavia, há sempre aquele respiro final ou a tal luz no fim do túnel e quando estava literamente entrando em paranoia, Carlos se manifestou por telepatia: – Puta que pariu, meu amigo realmente achas que eu te trairia? Não te lembras de que temos um pacto de sangue e nem se eu quisesse poderia ir contra tua existência? Acalma-te!

    Como um estalo e diante de tal telepatia eu voltei à realidade, ao menos a realidade daquele mundo paralelo… A minha frente ainda se fazia presente a horda com os vários peludos, porém percebi que nenhum deles realmente apresentava ameaça. Na verdade todos apenas me observavam e os que tinham poderes mentais, deviam provavelmente estar rindo de minhas estratégias e pensamentos.

    Tudo isso deve ter durado poucos segundos e quando abri a boca para soltar algo, Carlos se manifesta novamente e agora para todos: – Ai está o sangue puro que eu comentei com todos vós… – Ao mesmo tempo ele passou rapidamente por entre seis ou oito que estavam a sua frente e continuou a apresentação. – Como ninguém aqui quer desperdiçar energia é melhor eu contar sobre o que todos nós fazemos aqui, não é mesmo meus irmãos?

    Diante tais palavras outro metamorfo que estava próximo a mim, aquele mesmo com aparência de pantera negra, completou as palavras de Carlos: – Ainda acho que deveríamos capturá-lo e tentar aproveitar ao menos uma parte dessa sua energia suja … – Confesso que ao ouvir tais palavras, certo calor instigou meu demônio interior a ponto de me deixar com muita vontade de dar uma boa surra no infeliz. No entanto, ao mesmo tempo em que eu pensava outro peludo com aparência parecida com a dele, porém comedidamente menor, interrompeu tal infortúnio.

    – Cala essa tua boca “bafo de rato”, estamos aqui para o resgate, deixe tuas opiniões idiotas para as tuas putas… – Para minha surpresa era uma garota, um tanto quanto xucra pensei comigo, mas uma garota e com forte sotaque inglês, muito semelhante ao tal babaca. Contudo, antes que aquilo pudesse virar uma festa de xingamentos, Carlos interrompeu os ânimos com mais algumas palavras. O detalhe é que tudo isto estava acontecendo por telepatia, aliás, toda a comunicação nesse plano e ocorrida até aquele momento havia acontecido desta forma.

    – Acalmem-se irmãos! Ferdinand, estes são Charlotte e Stuart, são irmãos e fazem parte da minha tribo. Chamei-os junto dos demais assim que conheci Apoema. – Apoema? Pensei comigo e tão logo o nome indígena foi pronunciado, percebo em meio a todos um Lican diferente, no qual nem tinha dado muita atenção antes. Ele possuía uma pelagem grisalha, seu tamanho não era muito significante próximo aos demais e a única coisa que o diferenciava, eram algumas penas vermelhas, verdes e azuis presas em um colar feito de couro entrelaçado e preso ao seu pescoço.

    Apoema  se aproxima de mim ignorando todos, inclusive Carlos que continuava falando e coloca sua mão direita sobre meu peito. Uma sensação de conforto, paz e tranquilidade toma conta de mim a ponto de me deixar eufórico. Tal sentimento me faz fechar os olhos e como mágica tudo fica no mais completo silêncio…

    Bang… Bang… Ouço novamente aquele som lindo vindo do meu peito…

  • Beber sangue?

    Beber sangue?

    Shiii, fique calma minha doce criança, não se mexa… Eu apenas farei carinho em sua pele lisa… Humm, eu já disse como o seu sangue é bom? Quer experimentar? Prove um pouco, você também vai gostar…
    Eu sabia que irias gostar…
    O sangue é como um bom vinho tinto seco e velho, um bom vinho que foi envelhecido por no máximo 25 anos…
    Não não… espere deite-se aqui comigo… deite sua cabeça cansada sobre o meu peito, quer carinho?
    Eu adoro essa seu lingerie, preta, adoro o contraste dela com essa sua pele roseada…
    Onde mesmo que nos encontramos? Era perto daquele bar que todos da cidade vão quando querem encontrar alguém, não é mesmo? Quando a vi ao longe percebi que seu olhar era diferente, senti que algo no fundo de sua alma dizia que você queria algo que não se encontra nos mesmos lugares de sempre… Esbarramos-nos por eu querer, nossos olhos se encontraram de novo e foi quando eu te disse: “Não importa se estamos longe ou se não nos conhecemos,
    nossos corações já estão unidos” Você sorriu, fez um charme… eu vi um sorriso no canto de sua boca… então eu me aproximei mais e falei em seu ouvido: “Möchten Sie zu trinken?”
    Foi o sotaque alemão…Será?
    Sabia que muitos animais brincam com sua comida antes de consumi-las por completo? Não não, não precisa se preocupar, hoje eu estou carente, quero mais que excitar minhas papilas gustativas.. quero mais que saciar minha sede bestial… quero você!