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  • O mistério do lobisomem – pt3

    O mistério do lobisomem – pt3

    Fyllisk fjörvi feigra manna,
    rýðr ragna sjöt rauðum dreyra;
    svört verða sólskin um sumur eftir,
    veðr öll válynd. Vituð ér enn – eða hvat?

    Ele se alimenta da carne dos homens mortos,
    a casa dos deuses se torna vermelho do sangue escarlate;
    o brilho da Sól se torna negro para os verões que chegam,
    o tempo se torna pior. Quem saberia – ainda mais que isso?

    Lugar tranquilo e pacato, algumas árvores no quintal e por dentro diversos quadros nas paredes. Muitos deles relacionados a mitologia nórdica, inclusive alguns continham passagens da Völuspá, o primeiro e mais conhecido poema da famosa Edda.

    Tais escritos não tiveram muita importância ao menos no inicio de nossas investigações e o restante da casa do tal individuo eram bastante normais. Num dos cômodos achei um laptop bem usado e Claire, um cofre disfarçado de frigobar noutro. Saímos de lá com ambos e voltamos para a casa alugada.

    Pepe me indicou um amigo hacker para dar uma olhada no laptop e Claire se virou com o cofre. Mesmo com nossas forças sobrenaturais são “rolou” abrir e tivemos de apelar para algum chaveiro. Não desses que ficam em quiosque de supermercado, mas um especialista conhecido da peluda, que inclusive se prontificou em ir ao nosso encontro num local neutro e instantes depois de ser chamado.

    Ele levou alguns minutos, reclamou que já haviam tentado arrombar aquele cofre outras vezes, mas por fim deu um jeito. Claire pagou algumas Libras pelo serviço e tão logo ele se foi, nos concentramos com o que havia dentro da caixa forte.

    Algumas gavetas com Euros e libras, uma caixa com esmeraldas e uma caixa de madeira, que continha um par de brincos e um colar aparentemente de ouro com pedras negras, aparentemente Ônix.

    – Bom ao menos levantamos uma grana boa…

    – Como se tu precisasses… Deixa eu ver esse colar!

    Não que todas as lobisomens sejam grosseiras, mas Claire é meio bruta mesmo e tão logo falou, foi arrancando o colar das minhas mãos e colocando.

    – Fuck, hey não coloque isso assim – Disse preocupado.

    Mesmo assim ela me ignorou, colocou tanto o colar como os brincos. Aparentemente não havia acontecido, até o momento em que ela me olhou fixamente por alguns segundos.

    – Puta que pariu, acorda!!!

    Dei-lhe uns dois tapas de leve no rosto…

    – Depois eu é que sou a grossa, eu estava brincando contigo idiota! Mas espera, acho que senti algo…

    Ela simplesmente sumiu a minha frente e em seguida senti uma forte brisa circulando ao meu redor, como se do nada o vento atingisse minha pele fria. Olhei para todos os lados, fiquei preocupado e quando menos esperava ela reapareceu a minha frente.

    – Uouu…

    – O que foi isso Claire?

    – Isso aqui simplesmente me deixou muito rápida. Tu me viu correndo? Acho que dei umas 5 voltas em ti e no carro – Falou ela impressionadíssima.

    – Bom, ao menos temos mais uma confirmação que esse povo está mexendo com magia bem pesada. Vem cá deixa eu tirar umas fotos das joias.

    Enviei de imediato as fotos para Sebastian. “Já que vocês pesquisaram sobre joias outro dia eu preciso que aproveitem o embalo e deem uma olhada nestas também. Valeu Seba”.

    Como estava para amanhecer voltamos para a casa alugada e enfim consegui arrastar a lupina para a cama. Sexo casual, sem comprometimento e despretensioso. Apenas para acalmar os ânimos antes de dormir como diz o Franz.

    No meio do dia acordei com uma chamada de voz pelo Whatsapp, era Sebastian empolgado com suas descobertas. Tais joias haviam sido roubadas de sua dona, uma bruxa de Londres, popular entre os colecionadores de artefatos mágicos.

    Acordei Claire, que aliás estava uma delicia nua entre os lençóis. Ela acordou um pouco assustada, se cobriu envergonhada e queria sair naquele instante mesmo para falar com a tal bruxa. Sério, tive que segurá-la… Essa lupina ainda vai me deixar louco! Pensei comigo.

  • A depressão de Eleonor

    A depressão de Eleonor

    Noite após noite o mundo gira e com isso todos, eu disse todos somos surpreendidos por notícias. Estas podem ser diferentes dos nossos objetivos, ou podem ser favoráveis a tudo o que imaginamos como sendo perfeito para os nossos caminhos…

    Eleonor me ligou, estava aflita e parecia alguém drogado ou sofrendo de forte depressão. Quase pude sentir a tremedeira de seus membros e a aflição era extremamente perceptível em seu gaguejar. Disse-me que fora seguida e que não tinha mais ninguém para ligar, pois Franz obviamente a mandaria a merda. Eu também não fui muito agradável na última conversa que tivemos, mas como vocês lembram eu tenho sempre de manter as cousas em ordem para os reais interesses de nosso clã.

    Tratei de viajar o mais rápido que pude para o seu refugio na Europa e lá encontrei-a de uma forma deplorável. Em seu próprio quarto e ao lado de sua cama estava um cadáver irreconhecível, aliás, se não fossem os trajes masculinos provavelmente eu passaria a eternidade tentando descrever o sexo daqueles restos humanos.

    As vestes de minha doce morena, eram trapos e todo aquele luxo, que ela sempre fez questão de mostrar a todos, não passavam de velhas recordações de minha memória centenária. É preciso dizer no entanto que seus lindos olhos azuis continuam delicados e gentis, aliás estavam mais gentis do que nunca, como um cão que foi deixado de lado na mudança.

    – O que diabos aconteceu aqui?

    Bem que ela tentou falar algo, mas havia algo de muito errado com ela e suas ações se resumiram a um forte e longo abraço. Daqueles que apenas dois seres consanguíneos podem interpretar.

    – Acalma-te minha doce morena. Vou te levar ao banheiro e quero que tomes um belo banho, depois conversamos…

    Nunca achei que fosse encontrar ela naquelas condições, mas há quem diga que o tempo machuca mais que uma estaca no peito. Por sorte Pepe está sempre comigo e pedi que cuida-se daquele lugar. Ainda para piorar era um local central e provavelmente cercado de câmeras, vida noturna e provavelmente policia.

    Mesmo com um longo banho e roupas limpas ela ainda estava abatida e estava nítido que além da falta de sangue ela devia ter feito magias ou se “drogado“ como uma inconsequente.

    – Cadê a menina? O que houve com vocês?

    Diante as minhas perguntas ela fechou a cara, fez até um pouco de “bico“ como aqueles das crianças e finalmente desembuchou:

    – Foi tudo muito rápido… Eu havia saído numa noite qualquer para me alimentar e deixei ela com uma das minhas Ghouls. Na volta eu não encontrei mais ninguém aqui. Desci, vasculhei por todos os lados e não achei nada. Fiquei apavorada, desolada e quando cheguei na portaria, os instintos estavam aflorados e senti o perfume daquela vadia perto do lugar. Falei com o vigia daquela noite e ele mentiu qualquer coisa. Decidi então ler a memória dele e descobri que havia um plano para tirar a ”G” de mim. Minha Ghoul tinha contato com aquela vagabunda da Débora que era tua secretaria. Da mesma forma que a vadia loira fez, ela também quebrou nosso laço e fugiu com a “G“ para qualquer lugar do mundo. O resto tu deves imaginar, eu trouxe ele para cá e suguei a sua alma…

    – Bom a julgar pelo estado do corpo isso já faz mais de duas semanas, tu precisa se alimentar, não queremos que encontre tua morte final dessa forma…

    – Eu quero morre Fe, se não consigo cuidar nem de uma garotinha vou cuidar do que?

    – Não é assim, Pepe vai dar um jeito aqui, eu vou ligar para alguns amigos e quero que voltes conosco para a “Fazenda“. Vamos tentar resolver tudo isso, ainda bem que damos um jeito naquela vadia loira… Mesmo morta ela ainda fode conosco… Aquela filha da Puta maldita.

    Fiz as tais ligações que prometi para Eleonor, mas achar uma criança entre 5 e 10 anos é como aquela agulha do palheiro, vai ser muito difícil e pior ainda vai ser o trabalho com Eleonor.

    Na noite seguinte fizemos uma parada no caminho e na outra noite chegamos à fazenda, espero que os ares daquele lugar ajudem minha doce morena.

  • O Manipulador: a história de Rebecca – Parte II

    O Manipulador: a história de Rebecca – Parte II

    Acordei após um tempo, e embora de maneira lenta, semicerrei os olhos algumas vezes até recobrar a consciência. Estava em um ambiente totalmente diferente do que imaginava que iria acordar. Era um quarto grande e arejado. O sol ultrapassava as grandes cortinas feitas de cetim cor de pérola. E eu estava em uma cama, surpreendentemente aconchegante, com travesseiros feitos de plumas de ganso. Havia alguns móveis e uma poltrona, acredito que devido à tontura da qual ainda me encontrava, tive a impressão de que alguém estivesse sentado ali me observado. Mas não. Não havia nada. Nenhum som. Ninguém.

    Lembrei-me de Alice e de seus olhos. Aquela voz… Levantei, e para minha surpresa eu estava aparentemente bem, com minhas roupas limpas, sem nenhum ferimento. Seria tudo um pesadelo? Onde eu estava? Será que teria dormido por tanto tempo para estar totalmente curada? E… De quem era aquela casa? Caminhei até a porta e antes de abri-la, tentei escutar algo. Nada novamente. Então, decidi que era hora de sair dali, tudo estava muito quieto. Ao sair do quarto, deparei-me com um longo e escuro corredor. Fora do quarto parecia ser noite.

    Caminhei em direção a uma escada, desci e entrei em um ambiente que parecia uma sala de jantar. Então, finalmente alguém. Era uma senhora. Arrumava uma mesa enorme com talheres, pratos, taças e muita comida. Assustei-me quando ela percebeu minha presença, porém, ela não parecia surpresa. Pude então, ver seu rosto, claro como uma vela, e seus olhos negros como a noite. Seus cabelos desalinhados e brancos, e suas rugas mostravam-lhe certa idade, era exageradamente gorda. Então, com um sorriso pálido convidou-me para sentar e disse:

    – Minha querida sirva-se à vontade! Precisa estar bem alimentada. Se desejar, pode passar o restante do dia na biblioteca, na sala ao lado.

    Senti calafrios com aquela mulher que falava como se sua voz não saísse de si mesmo e que não me deu ao menos a chance de pedir maiores explicações, deixando-me sozinha. Então, percebi que realmente estava com muita fome e não acreditei que toda aquela mesa estava posta apenas para mim. Alimentei-me como se estivesse sem comer a dias. Em seguida, comecei a notar o quanto tudo era estranho naquela casa, e as lembranças em minha mente, faziam-me imaginar que talvez alguém tivesse me salvado. Mas, mesmo assim, me senti receosa, era meu sexto sentido, falando mais alto. Na biblioteca, encontrei folhas e tinteiro em uma estante, escrevi um recado em forma de agradecimento sem saber ao menos a quem escrevia, e mesmo que talvez estivesse sendo indelicada, decidi que era hora de ir embora.

    Havia portas e portas naquela casa, nenhuma estava aberta. Comecei a apavorar-me, estava trancada naquele lugar!

  • A bruxa me ajudou na caçada

    A bruxa me ajudou na caçada

    Frequentemente quando digo à patroa que vou sair para me alimentar é algo chato e trabalhoso. Alguns de vocês irão concordar comigo que mulheres sempre são excessivamente preocupadas. A Beth, por exemplo, é daquelas a moda antiga que sempre querem ir a eventos sociais acompanhando seu homem e faz de tudo para isso. Teve até uma história engraçada de uma vez que ela se escondeu no porta-malas do carro e só fui descobrir quando abri para colocar um defunto dentro e dei de cara com ela e com seu sorrisinho sínico… De qualquer forma eu sempre fico receoso em leva-la junto.

    Coloquem-se na minha posição, eu sempre saiu para caçar meliantes, obviamente sempre dá merda pois cutuco onças com vara curta e ter alguém junto comigo é algo delicado. Talvez esse seja um dos motivos para os vampiros caçarem solitários? Não sei, mas dessa última vez não resisti aos encantos da bruxinha e a levei comigo. Depois dizem que os vampiros são irresistíveis… É por que você não viu uma mulher de minissaia, deixando um pedaço da cinta-liga a mostra, sentando no teu colo e sussurrando em teu ouvido…

    Pois bem, relutei de início, mas fui convencido a leva-la, inclusive a deixei escolher aonde iríamos. Como tinha de ser um local diferente aos que sempre frequentamos, ela deixou seus pudores de lado e fomos a uma casa noturna diferente apelidada de inferno por seu frequentadores. No lugar nada de muito diferente se não fosse pelo fato do local ser um ex-açougue, inclusive algumas das paredes brancas machadas e alguns ganchos haviam sido mantidos em suas posições originais.

    Para estacionar já foi aquele drama, detesto ir de carro, mas por sorte achamos uma vaga próxima ao bar. Ao entrar a influência sempre ajuda e como eu conhecia um dos seguranças ele nos conseguiu uma boa mesa próximo ao palco. Papo vai e papo vem surge obviamente por parte da Beth a conversa: “E ai, já sabe quem vai ser o lache?” Quando ela falou dessa forma fria eu me senti um pouco constrangido. É uma sensação parecida com aquela em que o cara é pego em flagra com outra ou quando uma criança é pega roubando doces… Comecei Então a ensaiar uma respiração, para parecer mais humano e lhe respondi: “Então amor, nem percebi ninguém ainda, alguma sugestão?”. Ela olhou em volta e apontou um cara no balcão que já estava meio alto. Obviamente ela não iria escolher nenhuma das “gatinhas” que lá estavam…

    De início fiquei meio assim, mas aquele cara realmente era uma boa presa: sozinho, alcoolizado. Bom, deixa ele lá, se não achar mais ninguém de interessante durante a noite lhe convenço a vir conosco na hora de ir embora e faço um lanche no banco de trás enquanto a Beth nos leva para casa.

    A banda começou a tocar, abriram um espaço entre as cadeiras e local foi tomado por adolescentes viçosos, com energia acumulada e que precisava ser liberada. Depois de alguns drinks a patroa disse que ia ao banheiro. Ela se se levantou, e ia em direção ao reservado quando foi parada por um cara cheio de dedos. Cara como detesto esse tipo de cara que já chega pegando… Ela com toda sua classe, deu um chega pra lá no cara, abriu sua pequena bolsa e pegou o que parecia ser de longe um pó ou base, não sei o nome. Quando o cara tentou se aproximar de novo ela assoprou um pouco do que tinha dentro na cara dele. Fiquei surpreso ao ver a reação dele ao ficar imóvel, dar meia volta, pegar uma cadeira e ficar sentado olhando para o nada. Nesse momento, percebi um uso público e sutil de magia bruxólica. É aquela situação em que você fica de queixo caído diante do poder que elas têm. Quando ela voltou para a mesa lhe perguntei o que era, ela disse: “Ah nada demais só uma coisinha que aprendi na Escandinávia, no último semestre”…

    Enquanto o tempo passava e nos divertíamos como se fossemos um casal normal meu relógio disparou e vibrou no meu pulso informando que faltavam apenas duas horas para o amanhecer. Merda, pensei comigo. Olhei para o balcão e não ví mais o bêbado, eu precisava agir rápido, tinha de me alimentar e ainda precisava de pelo menos uma hora para chegar em casa tranquilo.

    Fui ao banheiro, mas ele era muito pequeno e individual, então tentei usar a audição aguçada para perceber algum temperamento mais exaltado, mas a música atrapalhou. Então, chamei a Beth e saímos em busca de alguém pelas ruas.

    Sair pelas ruas nesse horário é ruim, pois elas estão muito vazias, foi então que a Beth sugeriu que eu a usasse como isca. Meio cabreiro com a ideia relutei de inicio, mas tendo em vista as circunstancias acabei deixando-a ajudar.

    Paramos o carro em uma rua um pouco maior. eu fiquei dentro e ela do lado de fora esperando. Não demorou muito para que alguém parasse, era um cara de caminhonete um pobre coitado indo para o trabalho. Ele perguntou o que ela precisava e ela disse que o carro tinha parado do nada. Ele então desceu e ela mais que rapidamente assoprou o “pozinho” nele que ficou estático olhando para o nada também.

    Ela o levou até o carro e me alimentei ali mesmo, pois a fome já era grande. Passado o tempo limite para mantê-lo vivo, parei lambi a ferida e lhe levamos até o caminhão onde o deixe encostado no banco do carona.

    Ainda estava com fome e íamos com o carro para casa quando vejo sentado em um ponto de ônibus o bêbado do bar. Até pensei em consumi-lo, mas hoje era o dia de sorte dele.
    Moral da história: Poções mágicas de bruxas podem ajudar muito, mas ainda prefiro caçar bandidos sozinho, à pessoas corretas acompanhado de minha bruxinha…

  • Cheiro de peludo e minha besta…

    20:33 – O sol estava se pondo no horizonte, eu ainda podia sentir seu calor sobrenatural  incomodando o meu descanso. A droga do cheiro tinha surgido no ar. Fazia algum tempo que eu não sentia esse fedor de cachorro suado. No entanto o silêncio em volta da minha casa era constrangedor e eu sabia que alguma coisa estava acontecendo.

    Minha besta nunca me engana na verdade ela se excita com a aproximação de algo sobrenatural, perigo ou necessidade de sangue. É a velha história da emoção do predador diante algum acontecimento, que movimente a sua inércia.

    Eu já estava com as presas à mostra, meu rosto começara a rosar, pois o sangue dentro de mim estava agitado. Senti o gosto de sangue por causa das minhas presas que aumentaram a ponto de cortar o lábio inferior… Levantei sem fazer qualquer movimento brusco… Eu estava em desvantagem, estava sendo o alvo da caça, mas estava no meu domínio, esse era meu lugar e eu sabia de tudo ou de todos que passavam pela região.

    20:40  – O cheiro era diferente, eu nunca tinha sentido nessa região. Uma peluda? Coisa difícil de ver e ainda mais sozinha. Minha besta estava extasiada, quase em frenesi pela oportunidade de se libertar, mas ela não iria se libertar por qualquer coisa. Eu sempre a controlei e até o momento ela não tinha assumido o controle sobre nós.

    Fui até a porta da frente, minha besta dizia que ela estava do outro lado da casa, abri e realmente não tinha nada na frente. O cheiro, aquele cheiro forte, estava ali. Comecei a rodar a casa. Consegui andar em silêncio até sem querer pisar num maldito galho seco…

    20:50 – O cheiro aumentou de tal forma que estava insuportável, eu já não podia mais voltar para dentro. A sensação de ser caçado não é boa, mas minha besta adora, os lhos se enchem de sangue, meus dentes cortam um pouco mais os lábios e o gosto de sangue inflama minha língua de desejo. —Auuuuuuuuuuuuu— Merda! Tem mais de um…

    Barulho de pegadas… Meu telhado, porra, tem um no meu telhado. Subo no telhado com dois saltos e vejo de costas  a peluda… Cravo meus dentes no pescoço dela e levo uma patada que me joga contra algumas telhas. Caio, levanto e pulo em cima de novo, mas desta vez com as garras na barriga. Sinto a maldita gemer de dor… Ela me morde no ombro… FDP como dói, queima quase como luz do sol. Levei um chute e voei telhado a baixo. Caio em cima de algumas folhas e desloco meu ombro. Bosta…

    20:55 – Coloco meu ombro no lugar batendo contra a parede da casa. Eu sentia que já estava bem machucado, mesmo regenerando… —Vai lá volta pro teclado e mata aquela vagabunda, dizia minha besta. Eu não podia fazer isso, ia ser morto facilmente caso aparecesse mais um deles.

    Corro para casa atrás de uma pistola escondida com balas de prata…

    21:00 – Sinto o cheiro dentro de casa, o fedor de cachorro sujo era horrível… Escondo-me atrás de uma parede… Atiro duas vezes… Por sorte acertei… Ela caiu e quebrou minha mesinha de centro da sala. Respiração ofegante, gemidos e pequenos uivos… Ela começa a parecer humana.

    Fleeeee…. Uma flecha acerta meu braço que estava se regenerando… Deixo a arma cair e na seqüência outra flecha acerta minha coxa esquerda e isso me faz ficar de joelhos……….. Tudo bem agora não era mais eu que controlava nos dois!

    22:12 (noite seguinte) – Algumas seqüencias de flashes vêm a minha mente como: Beber sangue da peluda caída  me sentir mais forte e correr para fora de casa… Bebo sangue de outro peludo e acordo na casa do meu senhor na noite seguinte.