Tag: demônios

  • Os mortos não voltam – Final

    Os mortos não voltam – Final

    Quando de súbito abri os olhos, eu sabia que estava capturada. Mas, algo impedia os meus movimentos. Era uma magia maligna. Pensava como sairia daquela situação. Depois de tanto tempo, naquele momento, achei que definitivamente aquele seria o final da minha história. Mas eu não me entregaria fácil. Vejo a minha frente, inúmeros símbolos em arabescos dourados sobre a parede. Meus pesadelos tornavam-se realidade. Ouço um barulho. Alguém entrou. Senti uma onda de desespero. Uma sombra alta passou por mim e então, deslocou-se a minha frente. Usava uma máscara dourada e uma capa vermelha. Era o próprio Diabo a minha frente. Aquela criatura aproximou-se, ao falar, pude sentir seu cheiro terrível:

    – Você achou que nunca iríamos atrás de você? Deixamos você viver essa doce ilusão. Finalmente está em nossas mãos.

    Foi quando percebi que havia muitos outros bruxos ao meu redor. Naquele instante, então, pude me mover parcialmente e com o campo de visão mais amplo, vi que entravam com Lorenzo. Alguns corpos pendurados de cabeça para baixo tinham seu sangue escorrendo pelas paredes, fazendo um verdadeiro show de horrores até para mim. Meu coração de pedra se partiu. Lorenzo estava todo tatuado com símbolos estranhos e machucado, já não era o mesmo. Vestia uma calça e uma túnica preta. Depois de mais de 20 dias sobre domínio daqueles bruxos, sendo levado para outro país, estava magro e fragilizado. Ele foi colocado a minha frente em outra poltrona.

    – Lorenzo… – Chamei-o baixinho.

    Ele estava paralisado. Mas, seu olhar me dizia algo. Foi quando me assustei com um grito, estavam anunciado o que parecia o início de um ritual. Todos repetiam as mesmas palavras em uma linguagem por mim, desconhecida. O bruxo da capa vermelha veio até mim e disse:

    -Chame por Lord Thomas! Repita as palavras que direi!

    Então comecei a gargalhar de nervosismo e a gritar, enfrentando aquela figura estranha:

    – Jamais! Jamais! Erner está morto! Ele virou cinzas, vocês não conseguirão trazê-lo de volta. Não por meio de Lorenzo!

    Levei um tapa no rosto que me fez cuspir sangue.” Maldito”, pensei.

    – Deixe que eu faço isso sozinho, então. Você está aqui apenas para sofrer mesmo… Vamos direto ao ponto!

    Em desespero, observei que ainda segurava aquele coração pulando em minhas mãos. Tentei jogá-lo longe, mas não conseguia. O bruxo pegou um instrumento que parecia uma adaga e caminhou em direção a Lorenzo, mostrando que perfuraria seu coração. Gritei para que não fizesse aquilo, mas depois, as vozes ecoavam aquelas palavras sinistras, deixando minha mente confusa. Então, ele parou, estava apenas me torturando. Com a adaga, cortou seu próprio punho. Segurou o rosto de Lorenzo. As vozes ficavam mais fortes. O coração em minhas mãos parava de bater, fogo o consumia, queimando também minhas mãos. Dores fortes me atingiam e eu não podia mais gritar. Despejando o sangue sobre os lábios de Lorenzo, aquele bruxo demoníaco proferiu algumas palavras. Sem conseguir me controlar, comecei a falar coisas sem sentido, então, tudo se silenciou. Lorenzo olhou para mim de forma diferente. “Não pode ser” pensei…

    Vencida pela fraqueza, e pela energia que haviam tirado de mim, não conseguiria lutar nem soltar-me. Mesmo com as mãos livres estava sendo manipulada e impedida de tomar qualquer atitude. Então, alguém entrou anunciando que o local estava sendo invadido, pegando o tal bruxo de surpresa. Todos os outros se preparavam para receber os invasores. Quando Antoni entrou com um grupo de outros bruxos, os de seu clã obviamente, já fazendo o seu próprio ritual. Senti-me segura naquele momento, sabendo que estava salva. Antoni era um bruxo poderoso. Acreditar nisso, era minha única esperança. Consegui soltar-me devido à magia negra ter sido quebrada e cai tentando me afastar. Chamava por Lorenzo e pedia para que ele tivesse forças e conseguisse voltar para seu corpo parcialmente possuído. Antoni sangrava pelo nariz e olhos, devido a toda força que fazia. Sem os outros, o bruxo e líder que direcionava o ritual perdeu suas forças e após uma luta difícil, Antoni o matou arrancando sua cabeça, assim como com a maioria daquele clã de bruxos demônios, exceto pelos que fugiram.

    Sem forças fiquei ali, agachada ao chão. Paralisada, pensando que poucos minutos me separaram de ver Thomas voltar e acabar com minha “vida”. Antoni e Sophie vieram me ajudar. Devagar cheguei até Lorenzo que fraco e já em seu estado normal, abraçou-me e disse que pensou em mim a todo instante. Já eu, não me perdoava por ter feito com que ele passasse por tudo aquilo e levava a certeza de que por um bom tempo teríamos que nos manter seguros de alguma forma. Fomos embora após algumas horas, e após ter nos recuperado de maneira o suficiente apenas para partir. Agradeci Antoni por ter nos salvado, mas mantendo a decisão de não vê-los mais, ao menos até me sentir preparada para isso. Ao voltar, encontrei com Lilian que nos ofereceu ficar um tempo com ela e seu clã, que nos protegeriam até despistar alguns bruxos demônios que restavam e os regrados que haviam me localizado com toda aquela confusão.

    Depois de todo aquele tempo, eu poderia cuidar de Lorenzo outra vez…

    ” Wenn ich in deine Seele tauche, und dich für meine Lust gebrauche. Dann werd ich deine Sinne blenden, Das Spiel kannst nur du selbst beenden.” – Labyrinth , Oomph.

  • Os mortos não voltam – Parte VII

    Os mortos não voltam – Parte VII

    O mundo rodava a minha volta. Eu me iludi ao pensar que um dia teria liberdade. Thomas era um maldito! Além de um vampiro, sádico e psicopata, era um bruxo, um demônio ainda pior do que se poderia imaginar. Naquele momento, percebi que meu sofrimento, não era por amá-lo e por sentir sua falta mesmo com todo o mal que havia me feito. Era pelo ódio que eu sentia. Um ódio tão forte capaz de quebrar o elo entre uma cria e seu mestre. Depois de décadas fugindo dos regrados, agora tinha um clã inteiro de bruxos demônios atrás de mim e o fantasma de “Sr. Erner” a me perseguir, querendo voltar para este mundo e espalhar o caos, ou simplesmente vingar-se de mim. Antoni esperava alguma reação minha. Mas, eu estava atônita, tentando não me apavorar. Então, ele me beijou colocando-me contra a parede. Surpreendendo-me e me enchendo de fúria. Empurrei-o:

    -Me solta porra! Isso tudo é culpa de vocês! Se Sophie não tivesse vindo atrás de mim eles não me encontrariam. Levei anos fugindo até encontrar um lugar e uma identidade na qual estivesse protegida. E vocês foderam com tudo! – Falei aos berros. – E que loucura é essa? Beijar-me desse jeito. Está pensando que sou o que? E Sophie?

    – Sophie é uma filha para mim. Mas, você… Eu… Entendo porque Thomas ficou louco por você. Ele não pode voltar.

    – Ele não vai voltar!

    Eu estava perplexa. Além de gêmeos, também eram iguais na loucura. Semicerrei os olhos e disse:

    – Nós vamos resgatar Lorenzo e depois eu vou embora, precisarei de um lugar para nos esconder por um tempo. Nós nunca mais vamos nos ver! Não quero mais saber nem de você, nem de Sophie, entendeu?

    Sai batendo a porta sem olhar para ninguém. Sophie tentou falar comigo, mas fui direto até a moto esperar que eles viessem para partirmos. Lilian me levou até uma parte do trajeto, de lá, pegamos um avião. Pouco antes do amanhecer estávamos na França. Não levei Lilian comigo, que ficou brava porque não deixei – a ir. No caminho pensei em ligar para Ferdinand para pedir ajuda, mas não havia tempo, além disso, não quis levar perigo aos outros do clã. Mas, confesso que estava com medo de enfrentar tudo aquilo sozinha.

    – Vamos ficar nesse hotel durante o dia. Mas, à noite nós e minha equipe vamos invadir o local. Além de resgatar o humano, também tenho contas a acertar com aquela gente. – disse Antoni.

    – Que o dia termine logo, então. – Respondi friamente.

    No quarto, sozinha. Fechei as janelas para que os primeiros raios de sol não entrassem quando amanhecesse. Deitei naquela cama empoeirada tentando descansar um pouco, precisaria de força e energia. Estava quase dormindo, piscando os olhos várias vezes, quando ouço o estrondo de uma explosão em uma das janelas, na qual fui lançada a uma boa distância de onde estava deitada. Barulhos de tiro, gritos e outros ruídos tomaram conta do lugar. Tentei levantar, mas não conseguia ver nada. Lutei contra alguém que me puxava com força. Apaguei. Acordei horas depois presa pelas pernas em uma poltrona na cor de um vermelho vivo, paralisada de alguma forma, vestindo uma túnica preta, com um coração humano ainda pulsando vida, nas mãos.

  • Os mortos não voltam – Parte III

    Os mortos não voltam – Parte III

    Antoni Erner era seu nome.

    Após Sophie finalmente contar o pouco que sabia sobre ele e sua história, conclui que era tão misterioso quanto o irmão, Thomas Erner. Após uma longa conversa, decidimos que investigaríamos melhor sobre o clã de bruxos-demônios, como resolvemos chamá-los, e que iríamos em busca de Lorenzo. Afinal, eu já estava preocupada com sua vida e segurança e, depois do que fizeram em meu apartamento, eu não poderia deixar barato. Mas, para isso, segundo Sophie, precisaríamos do auxílio daquele que desejava manter-me afastada tanto dele, quanto da própria Sophie, que até então, era sua protegida. Confesso que ansiava por esse encontro, estava curiosa. Qual seria a reação dele ou me ver? Sentiria raiva por mim, ou ele não queria me conhecer por que dei fim à “não-vida” de Thomas?

    Apesar dessas preocupações, muitas outras dúvidas e questões inexplicadas pairavam sobre minha mente. Carreguei-as comigo, me sentindo exausta, e fui inquieta para meu quarto arrumar minhas malas. Iríamos fazer uma viagem longa. Depois de tudo pronto, caminhei até o escritório, fiz algumas ligações, e revirando os baús antigos de Erner, procurava alguma informação que pudesse nos auxiliar, ou ao menos esclarecer a bagunça que havia em minha cabeça após tantas novidades. Antoni seria parecido com Thomas? Isso Sophie não havia me falado. Como esses dois irmãos se separaram? Ela também não sabia explicar. Como os dois haviam se tornado vampiros? Porque Erner nunca mencionou o irmão? Como Antoni entrou para um clã de bruxos? Aliás, como Sophie conseguiu se envolver com os dois?

    Eu estava confusa. Perdida em meus questionamentos e devaneios, acabei não percebendo de imediato que uma folha havia caído em meio aquela bagunça, de um dos diários que guardava. Muitos relatos e anotações eu ainda não havia lido e talvez neles encontrasse algo. Peguei a folha nas mãos. Não era uma folha. Era um retrato, muito antigo, em preto e branco, feito com materiais desconhecidos por mim. Havia dois meninos, sentados em uma calçada de um jardim sombrio, seus olhares profundos estavam direcionados para quem pintava a imagem. Ao fundo uma casa, ou casarão, como chamava na época, com muitos andares, havia uma porta com algum enfeite pendurado e janelas largas. Nas mãos os meninos seguravam uma espécie de símbolos diferentes. Olhei com atenção. Virei a foto. “1565. 3 a” era o que estava escrito. Virei o retrato novamente. Observei os símbolos. Um deles eu havia visto a pouco tempo… Estava marcado na parede do meu quarto de hóspedes. Havia muito mais coisas envolvidas e obscuras do que eu poderia imaginar naquela história. Thomas e Antoni eram gêmeos. Se eu tivesse coração ele certamente pararia. “Gelei”. Guardei tudo rapidamente no cofre, carregando comigo apenas aquela imagem, dobrada dentro do bolso da minha jaqueta. No relógio, já eram 20:17. Alguém bateu na porta dando-me um susto.

    – Rebecca? Está na hora, vamos?

    Abri a porta de mal humor. Ahhh Sophie, porque mente para mim? Pensei.

    – Desculpe Sophie, mas não gosto que ninguém venha aqui no andar de cima sem minha permissão. Eu sei que horas são. – Falei emburrada.

    Pegamos as malas e materiais que julguei serem necessários. Sophie passou no hotel que estava, para pegar suas coisas. No caminho, liguei para Ferdinand para avisar e contar o que estava acontecendo, então, soube por ele que Lilian estaria por perto de onde iríamos. Talvez ela pudesse ajudar, ou poderíamos apenas nos encontrar para aliviar um pouco o stress. Então, pegamos meu avião particular e partimos, tínhamos algumas horas até chegar em nosso destino com segurança.

  • Estranhos e loucos – final

    Estranhos e loucos – final

    Enquanto me escondia próxima daquele maldito lugar, esperando Dani mandar o sinal para atacarmos, imaginei como aquelas pequenas crianças se sentiam, tentei imaginar o desespero em cada pequeno e isso me ajudou a focar no plano para terminar logo com tudo.

    – Pronta?
    – Sim e você Carlos?
    – Estou pronto… Apenas quero que acabe o sofrimento destas crianças.
    – Eu também…
    – Ao sinal sabe o que fazer… Estarei logo atrás Lili…

    Carlos retornou a floresta, sabia que iria se transformar, enquanto eu e os outros ouvimos o sinal do Daniel e então corremos até o galpão. Passados alguns segundos senti uma forte presença logo atrás de mim, sabia que Carlos estava ao nosso encalço.

    Dani logo juntou-se ao meu lado e com o sempre sorriu como se isso não passasse de uma leve rotina. Invadimos o local através das janelas, o mesmo estava com suas salas cirúrgicas em atividade e com muitos seguranças, que com a nossa chegada repentina, apontavam suas armas em nossa direção, “Quem diabos são vocês?”, o mais alto entre eles perguntou “ Isso, somos o demônio batendo a porta e chamando todos vocês, seus cretinos de volta para casa! O que acham disso?”, consegui ouvir Dani em toda sua melhor forma de ironia falar, enquanto nós nos preparávamos para a inevitável e previsível troca de tiros.

    Carlos agora fazia uma entrada triunfal pela porta da frente, esta agora destruída e com alguns corpos desmembrados enfeitando o chão como tapetes velhos. Logo ao lado do grande lobisomen Carlos, uma figura muito bem conhecida entre todos nós surgia em suas vestes tradicionais de luta e com a sua adorada katana banhada de sangue, um dos mestres da Ordem, Michael, mais uma vez mostrava do que era capaz de tecer em apenas alguns segundos. Já eu empunhei a espada como um sinal de aviso, mas isso não foi o suficiente para prolongar a espera do confronto, estes idiotas metidos a soldados entraram em uma formação de batalha barata como se fosse protegê-los do destino amistoso que havíamos traçado para quem fosse cúmplice daquela merda em conjunto e isso foi o suficiente para começar o confronto. Tiros por todo lado, pessoas gritando, crianças chorando, e Ana Li, fechando as saídas, ninguém iria sair dali aquela noite, pelo menos não sairia vivo para contar história alguma.

    Como combinado eu iria atrás dos “Chefões”, Carlos e Michael iriam atrás do local onde esta equipe doentia mantinha as crianças, enquanto Daniel, Matsuya, Misiak, Tsuko, Gabriel e Ana li destruíam os outros. Sangue, por todos os lados, consegui ver Daniel usar suas habilidades e decaptar vários homens ao lado de Matsuya e Misiak. Gabriel e Ana Li impediam que alguém tentasse sair, estraçalhando e fatiando em pedaços os que se aproximavam.

    O cheiro era ainda pior, era como estar em um banquete repleto de pratos deliciosos e não poder provar nada devido a uma significante dieta. Enquanto seguia pelos corredores em busca dos tais chefões, tive que combater alguns seguranças e algumas pessoas desavisadas que cruzavam meu caminho, eu acho que eram clientes, e eis que me bate a conclusão que, nem sempre o cliente tem razão, pelo menos os que estavam sem a cabeça na minha frente não tinham nenhuma.

    Senti uma sala repleta de variados cheiros e vozes em um tom baixo discutindo, “ Quem são esses delinquentes?”, “ Senhor creio que sejam vampiros!”, “Seu idiota, isso não existe!”, “E um lobo…”, Lobo? Está louco? Vampiros? Lobos?”, “Sim senhor, com presas, agiam como se possuíssem algum tipo demoníaco no corpo…”, ” Você por um acaso é idiota? Não existe este tipo de ser no mundo! São apenas histórias para assustar crianças! “. Agora a mulher falava, era a sócia daquele local. Histórias? Então deixarei que a história tome vida e venha assombrar muito mais que crianças. Era ali e essma era a hora de entrar em ação. Chutei a porta com força, imobilizei e acertei o coração de um segurança com minha katana, me protegi dos tiros com o corpo do mesmo, logo que a oportunidade surgiu fui até o outro e cortei-lhe o braço, depois uma das pernas, vi o homem gritar e cair no chão. Quando me dei por conta lá estavam os três donos, um homem idoso trajado com um fino terno, o outro estava no auge da vida aos trinta e poucos e uma mulher, loira, elegante e agora com medo, medo do que eu faria com ela.

    Sem pestanejar amarrei os dois homens e peguei a loira pelos cabelos, “Sabe, é uma pena lhe decepcionar e abrir teus olhos ao saber que sim, nós existimos e não, não somos histórias para assustar crianças inocentes, mas sim para destruir filhos da puta iguais a vocês!”, esta vadia de quinta seria a primeira que eu iria lidar, os outros dois daria de presente para Hector e Becky.

    A loira seria apenas o exemplo do que estaria por vir, sentei a vagabunda em uma cadeira e a amarrei, tapei os olhos dela e então cortei as vestes daquele lixo humano, deixando exposta assim como eles deixavam os pequeninos nas macas cirúrgicas. Ergui um dos braços enquanto ela chorava, dei-lhe um tapa na cara e ela chorou mais “Pode chorar biscate encarnada, coisa que você impediu para aqueles seres inocentes ali embaixo enquanto enchia a calcinha de dinheiro”, outro tapa e agora com um golpe cortei o braço, aos gritos ela pedia clemência…. Clemência? Me poupe! Peguei uma das minhas adagas e como se fosse uma médica cirurgiã consegui arrancar o nariz da loira, seguido das orelhas, enquanto os outros dois presos assistiam aterrorizados, “ Meus caros, o que faço com ela não vai ser nada comparado ao que um amigo meu fará com vocês!”.

    Logo após arrancar a língua daquela puta, que agora estava perto da morte, achei que seria hora de acabar com tudo, com um golpe rápido e preciso a cabeça da loira agora rolava pelo chão, como um pedaço de carne vazio e eu senti um leve sorriso surgir em meu rosto. Os outros dois agora em lágrimas e entre desculpas e arrependimentos tardios, me chamando de demônio, o que eu considero engraçado por que na verdade os demônios eram eles! Apenas o exemplo do que praticavam era uma amostra grátis de tendências demoníacas ou macabras, chame do que achar melhor.

    Senti que Daniel e Matsuya agora estavam ali comigo, informando que estava tudo acabado, as crianças estavam bem e seriam encaminhadas para os hospitais ali da região. Para meu alivio e de todos, conseguimos salvar cerca de doze pequenos, que agora seriam levados de volta aos seus devidos lugares. Já os que não tiveram a mesma sorte, creio que de alguma forma conseguimos vinga-los trazendo um certo tipo de paz ou luz no fim do túnel.

    Todos os seguranças, clientes e equipes médicas que participavam das atrocidades, agora mortos seriam queimados como sinal de conquista da Ordem, algo clichê que mas que ainda existe como forma de vingança ou alerta aos inimigos.

    – Conseguimos querida.
    – Dani, sem vocês aqui nada disso seria possível… Eu e o Carlos estamos imensamente agradecidos.
    – Eu sei que sim grandona. Podemos ir para casa?
    – Você poder ir na frente, tenho que levar aqueles outros dois em um lugar especial…
    – Como queria Lili, eu te vejo em casa.

    Ao me despedir de Daniel, fui até o Carlos em sua forma bestial, este acenou com a cabeça, eu sabia que ele falava obrigada e de alguma forma iriamos nos ver de novo.

    – Obrigada também Carlos, foi um prazer lhe conhecer, adorei a oportunidade. Até logo.
    Entrei então na caminhonete que Michael havia me deixado e acenei para os outros, sei que nôs veríamos em breve e que despedidas naquele momento não eram necessárias. Segui então o rumo até o local onde me encontraria com Becky e Hector, passadas algumas horas e próxima do local resolvi mandar uma mensagem avisando a minha chegada, ‘ Becky estou chegando’, ‘ Ok Lili estamos prontos. Vai amanhecer, gostaria de passar a noite aqui?’, ‘Claro, não perderia a chance de assistir o que farão com estes cretinos!’.

    Ao chegar me deparei com Becky na porta e uma figura masculina que sem dúvidas era Hector.

    – O que temos aqui querida Lilian?
    – Os presentes que lhe prometi Hector.

    Abri a porta da caminhonete e lá estavam os dois sujeitos, amarrados e com os olhos inchados, mal sabem eles o que estava por vir.

    – Muito obrigado minha cara! Alias, será um prazer ter você de telespectadora, seja muito bem vinda!

  • Demônios e um sequestro – 1 de 3

    Demônios e um sequestro – 1 de 3

    Em todos os meses deste 2012 anno Domini, fora meu smartphone o grande culpado por me transmitir a maioria das notícias ruins. Então, esta história não poderia iniciar de outra forma se não assim…

    Estava eu cuidando da parte burocrática de uma de minhas fabricas, quando o smartphone com chip do Brasil tocou. Inclusive me assustando, haja vista, tamanha concentração que eu empregava em algumas contas e conferências. Ao perceber que era Eleonor, atendi, liguei o viva voz e antes mesmo de dar boa noite fui surpreendido de outra forma. Muitos barulhos de motor de carro, junto de alguns gritos, tiros de armas de fogo e na sequencia um breve silêncio.

    Naquele instante a sensação de algo ruim acontecendo tomou conta de mim e em meio aquele silêncio, resolvi dizer algo: – Eleonor? – Ninguém me respondeu, os segundos passavam e todo aquele silêncio na linha… 20 segundos haviam se passado e então resolvi ligar para Stephanie de outra linha. Lembrei que provavelmente elas estariam juntas, no entanto, para aumentar ainda mais minha aflição, o celular deu caixa postal. Naquele momento fiquei ainda mais apreensivo e de mãos atadas, eu pensava no que poderia fazer. Quando o silêncio deu lugar a pequenos estalos, que aumentaram de intensidade de uma forma muito rápida até que por fim a linha caiu.

    Depois disso, tentei ligar para ambas por várias vezes, mas sempre na caixa postal. Como a sensação de problemas aumentava cada vez mais, larguei meus papeis como estavam, sobre a mesa de centro da sala e liguei para Franz. O celular dele também chamou várias vezes e para piorar minha tensão ele também não atendeu. – Maldição, que mer**, o que diabos está acontecendo. – Pensei comigo. Ainda não era o momento para importunar Georg, que aliás estava acompanhando os últimos dias e noites de Kieran. Porém, o tempo passava e quando estava prestes a chamar meu senhor, meu telefone toca e desta vez era Franz.

    Conversamos por alguns instantes, ele também havia sentido algo diferente e depois de muitas teorias resolvemos ir até o refúgio de Eleonor. Nós até havíamos recebido algumas ameaças, nada que tivesse fugido do habitual e que merecesse maior atenção. Todavia, ao menos se algo de ruim estivesse ocorrendo, já tínhamos por onde começar. Fui de moto para agilizar minha ida e combinei de me encontrar com Franz num café próximo ao apartamento de nossa irmã.

    Próximo ao quarteirão do condomínio, muita movimentação e alguns policiais faziam um bloqueio nas ruas que davam acesso ao lugar. Neste instante a sensação ruim já estava impregnada em minha cabeça, e ficou ainda pior quando percebi o prédio de Eleonor ruindo em chamas. Eu não queria acreditar e na verdade naquele momento nem passou pela minha cabeça, que Eleonor pudesse estar dentro daquele inferno.

    Estacionei a moto o mais rápido que pude em um local mais afastado, desci, tirei o capacete e senti a presença de outro ser sobrenatural. Procurei ao redor e não ví ninguém, porém quando dei por mim, Franz estava ao meu lado. Deixamos as formalidades de lado e ele foi logo me contando o que descobrira antes de minha chegada.

    — Lí a mente de alguns humanos e dentre muitas informações desencontradas, entendi que Eleonor e Stephanie foram surpreendidas por um grupo armado e sofreram, o que chamam hoje em dia de “sequestro relâmpago”. Já vistoriei o lugar e não existem câmeras de segurança pelo arredores. Só espero que a tua morena não tenha deixado nada no lugar e que possa ser usado contra nós no futuro. Como eu sempre digo, é um absurdo ela querer viver como gado, uma hora isso iria acontecer. Repito eu avisei…

    Mesmo em uma situação tão ruim, Franz manteve seu tom de voz calmo como sempre e apesar de suas alfinetadas me controlei e o convenci de darmos mais uma olhada pelo lugar. Sai de perto dos olhos humanos, transformei-me em névoa e vaguei pelo lugar em busca de alguma pista ou respostas. Passei pelos curiosos, furei o bloqueio policial e vistoriei por primeiro o carro de Eleonor. A SUV possuía duas marcas de tiros de armas de pequeno porte e um dos vidros estava quebrado. Nenhum sangue ou vestígio a não ser um brinquedo de criança, que provavelmente era da filha de Sthephanie.
    Ao chão próximo do veículo, alguns cartuchos vazios e que deviam ser da arma de Eleonor, porém o que prendeu minha atenção foi uma marca de mão em uma das portas do carro. Esta marca parecia ter sido feita por alguém que tivesse fogo nas mãos ou alguma espécie de luva especial, pois derreteu parte da superfície metálica. Naquele momento eu percebi que o carro deveria ser eliminado e voltei até Franz. Próximo a ele e já na forma humana eu lhe contei o que ví.

    Ele pensou por alguns instantes e depois disse para segui-lo. Subimos então até o alto de uma das construções próximas do lugar e alí naquele terraço aberto, ficamos por um tempo apenas observando o andamento de tudo. Confesso que tentei imaginar os planos de Franz, mas antes de sugerir qualquer cousa, ele me surpreendeu com uma granada, que estava em um dos bolsos de seu sobretudo. Naquele momento ele simplesmente ignorou todos os meus pensamentos, deu um passo à frente e com um sorrisinho sacana estampado em sua cara, ele arremessou a pequena bomba contra o veículo.

    O grande impacto do artefato contra o carro chamou a atenção de quase todos, porém o que ninguém esperava, era a explosão que viria na sequencia. Estilhaços do veículo atingiram algumas pessoas próximas, porém nada grave. O susto, fez a multidão se dissipar e foi ai que também aproveitamos para sorrateiramente ir embora.

    Franz foi comigo de moto e cerca de 10 min depois paramos em uma rua deserta e desocupada, próxima de um parque. Ali começamos um conversa que durou alguns minutos, onde inclusive sugeri algo que ele aceitou de imediato. Chamar Julie, uma amiga Wampir inglesa, que digamos, é especializada em demônios e vive pela Améria latina há alguns anos.

  • Promessas de ano novo

    Promessas de ano novo

    1 – Fazer justiça pelos que não podem se defender sozinhos.
    2 – Praticar o consumo de sangue consciente.
    3 – Manter a tradição da família.
    4 – Dar mais atenção as pessoas que nos amam.

    Início de ano é sempre a mesma coisa, pessoas fazendo suas famosas listinhas com afazeres e pensamentos sobre desejos e ambições para o novo período de ano que se inicia. Pelo que me lembro essa história de contar o tempo surgiu com um papa chamado Gregório? Bom, se alguém souber quem foi me avise, pois não tenho certeza. Enfim, é uma época em que os humanos repensam o ano que passou e planejam forçadamente o que virá. Digo forçadamente afinal é algo tão falado na mídia que se torna meio que obrigação pensar e planejar o que será feito no ano que se sucede.

    Isso é algo que acho ruim, pois as pessoas deviam planejar cada uma há seu tempo o que virá e o que desejam para si. Se não é sempre a mesma história: Todo mundo promete, mas quase ninguém conclui… Além do que não é apenas questão de planejamento pessoal é questão de como se leva a vida o que se faz e o que se deixará de bom para as próximas gerações…

    Papo estranho? Não mesmo! É que às vezes eu preciso dar umas cutucadas, afinal vejo tanta coisa ruim ou mal feita por ai que me da nos nervos.

    Vampiros comemoram a virada de ano? Eu que sou mais participante da sociedade humana sim em parte, mas a grande maioria não, afinal depois de alguns séculos a questão espaço tempo passa de forma diferente para nós e é difícil até mesmo lembrar datas como aniversários ou que marcaram.

    Sem contar o fato de que nossa sociedade possui mais de 5000 anos de história e comparar as coisas através do calendário ocidental se torna algo estranho e complexo.

    Esses são os pensamentos e filosofias que circundam minha cabeça durante as noites, muitas vezes precisamos nos adaptar ao meio em que vivemos mas no fundo o passado e o que fizemos sempre retorna para nos assombrar ou pelo menos confundir.

    O que eu fiz no ano novo? Fui com a Beth para a casa de um casal de amigos, depois dos fogos e das promessas voltamos para nossa casa para continuar nossos caminhos. Afinal, existem coisas que nunca tiram férias, como: Asmodeus, Belzebu, Mammon, Belphegor, Azazel, Leviatã e o famoso Lúcifer.