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  • Gone – Parte II

    Gone – Parte II

    Daniel POV

    Depois de um tempo afastado da Ordem eu achei que voltaria aqui por algum motivo bom, mas infelizmente não era isso que iria acontecer, a minha volta aqui talvez fosse uma das mais dolorosas da minha existência, hoje eu iria colocar minha pequena para hibernar e dessa vez o tempo era indefinido, só que alguma coisa me dizia ter algo muito errado acontecendo por aqui.

    Quando nós entramos na fortaleza fomos recebidos por alguns bons amigos, Trevor, Michael e para minha surpresa Jonathan havia acordado após 200 anos dormindo – Meus caros sejam bem-vindos mais uma vez! – Michael é sempre tão elegantemente chato e correto que meus olhos se reviram sozinhos com tamanha “elegância” – Obrigada Michael, é bom revê-los – disse em tom de poucos amigos até que senti uma mão em meu ombro – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Lilian sempre tão educada e direta ao ponto, só faltou os palavrões rotineiros, talvez xingar o Trevor um pouco para levantar o humor.

    Lilian POV

    A Ordem, a minha primeira casa vampírica, minha família de vampiros me esperava na entrada da grande casa e pude ver que a minha decisão não era considerada uma das melhores mas ninguém era louco de se opor – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Trevor me olhava como se a qualquer momento ele fosse desabar, Michael tinha aquela cara de paisagem intocada de sempre e Jonathan acabou de voltar da tumba então eu não tinha nenhum tipo de contato com o vampiro – Você é novo! Quem é você¿  – Ele me chamou atenção pela aparência, longos cabelos loiros platinados até o meio das costas, olhos cinzas e frios, o rosto intocado e a presença poderosa me deixavam admirada, com medo, com vontade de lamber o rosto dele pra ver se era de verdade ou se era ilusão  – Vejo que Trevor sabe bem quem escolher como cria… Minha cara eu sou mais velho do que você pensa e suas maneiras não me agradam… – Você deve ser mais velho que a Lua colega e mesmo assim eu to pouco me fudendo pra você, apesar de te achar um gato e se não fosse sua arrogância eu teria até te convidado pra um role por ai, jogado umas calcinhas minhas pra você e tal – Minhas maneiras¿ Estamos em que século¿ Cara você parece a porra de um elfo! Você é vampiro cruzado com elfo¿ Até parece que eu te vi em um filme do Peter Jackson!  – Daniel tentava não morrer de rir por dentro enquanto o vampiro loiro me olhava perplexo e parecia estar em um dilema interno – Ué minha maneiras ainda não te agradam¿ Deixa eu melhora pra você! Meu senhor, que honra conhecer um ser tão antigo como a Lua e o tempo, eu estou aqui de passagem, venho apenas para hibernar sei lá quanto tempo, se assim o meu Senhor loiro galã tirado do livro do Tolkien permitir. – Agora sim ele iria explodir – Minha cara nem se você hibernasse duzentos séculos você iria melhorar! Se você, minha cara, acha que fugindo da dor as coisas vão melhorar, acredite não vão! – A voz dele era tão potente que me dava arrepios bons e ruins, o vampiro devia ter dois metros de altura, dava pra ver ele a quilômetros de distancia – Eu vou hibernar, você não precisa me tolerar Senhor…. – ele sorriu e foi ai que eu tive medo  – Não Lilian, é o seu nome, certo¿ Você não vai hibernar e é por isso que eu estou aqui… Eles não aprovam e tão pouco eu! A morte do seu amigo não vai te enfraquecer minha cara, vai te tornar forte, tenho dito isso você vai ficar na Ordem por tempo indefinido, sem acesso ao mundo externo, aos eletrônicos e qualquer meio de comunicação. Você perdeu o seu auto-controle e como eu estava preparado para voltar, porque não treinar você novamente e mostrar que o meu trabalho é muito mais convincente do que de alguns vampiros.. – OI¿ Ele deve ta de brincadeira comigo – Você deve ta muito louco achando que vai conseguir isso de mim! Eu quero ver você tentar! – O vampiro elfo não parecia nem um pouco incomodado – Eu já consegui Lilian, ou você acha que a idéia maravilhosa de vir por livre e espontânea vontade foi apenas sua¿ Eu te induzi, sem isso você não viria, talvez fosse se abnegar algum tempo, mas depois voltaria para sua rotina de criança vampírica o que eu acho normal para alguém tão jovem e inconsequente  – ele falava enquanto me rodeava e tocava meu cabelo delicadamente – E digamos que seria uma perda muito grande ter algo tão belo dentro de um caixão daqueles, não acha minha querida¿ Nós vamos nos dar muito bem, talvez você perceba que eu faço isso apenas pelo seu bem minha cara – Ele deixou claro que havia me controlado, talvez até o Daniel e agora vindo aqui eu percebi que Trevor e Michael estavam de acordo já que não falaram nada, eu seria mantida aqui com o vampiro loiro e não teria acesso a nada e pior, eu não tenho escapatória, desobedecer um ancião da Ordem é dado como pedido de prisão ou morte e eu não quero nem um e nem outro,  pela primeira vez em anos eu fiquei sem palavras e apenas aceitei – Sem palavras minha querida¿ Ótimo já vemos uma melhora… – Jonathan estava próximo que eu conseguia sentir o toque dos lábios dele tocarem a minha orelha enquanto falou comigo através da telepatia – Não se preocupe Lili eu não vou fazer mal algum a você, muito pelo contrário, quando nós terminarmos você não vai ser uma mera vampira rebelde, vai ser mais do que isso e para melhorar todo enredo desta história, você vai ser minha! Eis a resposta que precisava e o motivo pelo qual eu acordei, tenho observado você nos últimos cinquenta anos então digo que é melhor se acostumar a me ver todos os dias de agora em diante e deve me chamar de Meu Senhor ou em sua língua, My Lord, eu prefiro! – O cara quer me arrumar¿ Ou me quer pra outra coisa¿ Ou os dois¿ Puta que pariu o que está acontecendo aqui¿

    Daniel POV

    Só podia ser brincadeira, eles queriam consertar a Lilian¿ No que¿ Ela nunca falhou com a Ordem! Espera….. Jonathan acordou justo agora¿ Ele tem mais idade que todos nós e não acordava faziam séculos e o porque agora, porque o tiraram do sono¿ Por que a Lilian, a Ordem tinha muito mais do que ela…

    A morte de Steven e tudo isso junto, alguma coisa não está certa e pela primeira vez eu vi ela e eu sem saída, pior eu vi a Lilian sem palavras e com medo, talvez medo do vampiro que a rodeava como um predador rodeando a sua presa, ele não estava analisando a vampira a sua frente, eu sou homem e sei, ele estava secando ela! Isso não está certo e eu preciso descobrir o que está acontecendo aqui, preciso ir atrás de ajuda antes que seja tarde demais.

    Ela não poderia sair daqui e também não deveria ter mais contato nenhum com o mundo lá fora, caso tivesse seria presa ou pior, por desobediência poderiam mata-la. Era a minha responsabilidade salvar ela dessa situação. Como, eu não sei, mas vou descobrir.

    In my city I’m a young god
    That pussy kill be so vicious
    My god white, he in my pocket
    He get me redder than the devil
    ‘Til I go nauseous
    She asked me if I do this every day
    I said often
    Ask how many times she rode the wave
    Not so often
    Bitches down to do it either way
    Often
    Baby I can make that pussy rain
    Often, often, often
    Girl I do this often
    Make that pussy poppin’
    Do it how I want it

  • GONE

    GONE

    -Hey! Wake up sleepbeauty! ( Bom dia bela adormecida!)

    -What the fuck Steve? (Mas que porra Steve!)

    -Come on! It’s late! Get your ass from the bed!( Ah fala sério! Está tarde! Sai dessa cama!)

    -No! ( Não!)

    -Don’t be a fucking kid! Get up man! ( Não seja uma criança! Levanta!)

    -Why? (por que?)

    -Let’s get out! Have some ride Lili!( Vamos sair Lili! Vamos andar de moto!)

    -Oh for fucks sakes! ( Ah minha puta que pariu!)

    -Comeeeeeee Liliiiiiiii!!! (vamossssss Liliiiiiii!!!)

    -Okay okay… Let me put my pants on… (Ta ta! Deixa eu colocar as minhas calças…)

    —-

    Porque? Nada nesse mundo tem sentido,minha cabeça estava a mil, me sentia inútil e de mãos atadas, o frio da noite pesou em meu corpo e a tristeza hoje é a minha compainha… Com o Steven em meus braços, o sangue quente dele escorrendo por minhas mãos e pernas ali estava eu, sentada no chão com ele, meu amigo antes forte agora estava frágil, eu sentia a vida dele indo embora e eu não podia fazer nada e em meu desespero, a tentativa em vão de te-lo de volta, falei baixinho em sua orelha – Steve please wake up, please, please… Don’t leave me… Just don’t… – Senti algo que há muito tempo não sentia, lágrimas, vermelhas descendo por meu rosto. Eu estava  dando Adeus para um ser que eu amei profundamente, onde o nosso laço era uma dos mais fortes que tive na vida, eu estou dando tchau para o Steve, que teve sua vida roubada da forma desumana-  Don’t go… I’ll miss you my friend, please stay with me Steve… – Em vão e logo a vida deixou o corpo do meu grande amigo, com ele em meus braços eu dei o meu último adeus – Good bye my friend, my the woolf spirit leeds you for the high moutains… I’ll be with you in my heart..

    —-

    Pela perspectiva do Daniel.

    Faz tempo que eu não vejo meus dois grande amigos, acho que não há nenhuma mal em ir visita-los sem avisar, afinal Steven estava morando com a Lilian depois que ela voltou de viagem e é sempre muito bom estar ao lados deles, a companhia deles me faz bem.

    Na primeira oportunidade peguei um jatinho particular e fui ao encontro deles, após algumas poucas horas de viagem cheguei na casa da Lili, percebi que as luzes estavam apagadas, mas como tenho a cópia da chave eu entrei, deixei minhas malas no que era dito como meu quarto e fui para a cozinha, provavelmente aqueles dois estavam por ai metidos em alguma farra, então me dei o prazer de tomar um O+ guardado com uma pitada de Jack antes de sair dali a procura  dos meus “uma noite e nada mais” amigos.

    Ao chegar na garagem percebi que haviam ido de moto, então não me resta opção a não ser dirigir o bebê possuído da Lilian, chamado carinhosamente por ela de “The Black Demon”. Voltei até a cozinha e peguei as chaves do Mustang, na metade do caminho resolvi ligar para Lilian, mas ela não atendeu, liguei para o Steve e ele não atendeu. Algo estava errado, liguei novamente e nada…  Depois de algum tempo andando pela estrada, parei o carro no acostamento, sai e tentei localizar eles, silêncio, e nada, até que ouço algo distante, parecia um grito…. Mais alguns segundos e pude sentir de onde vinham e em meu interior eu sabia de quem eram, voltei ao carro e dirigi o mais rápido possível, parei próximo ao que parecia uma estrada de terra, sai novamente do carro e corri o mais depressa que pude, foi então quando me aproximei que vi o que meu coração a muito tempo adormecido não queria ver, lá deitado no colo da Lilian e agora sem vida estava Steven, ele partiu deste mundo, gravemente ferido, Lilian estava banhada de sangue dele e o que eu pude perceber ela também estava ferida, havia um corte profundo em suas costas, mas sendo uma vampira a recuperação dela viria rapidamente, mas infelizmente Steven não teria a mesma sorte.

    -Lili! – Me ajoelhei em frente a vampira que tinha lágrimas vermelhas escorrendo pelo rosto pálido, ela virou o rosto para me ver – Eu estou morta? É você mesmo Dani?- as lágrimas corriam nos olhos dela, o sentimento de culpa e tristeza misturados nos lindos olhos verdes tomados pela vermelhidão, meu coração gelado estava em mil pedaços – Não meu amor não, eu estou aqui com você… – Eu a abracei e toquei o rosto de Steven, o que aconteceu ali era algo para depois, agora deveríamos enterrar o nosso amigo com honras e na terra dele.

    —-

    Visão da Lilian.

    Era aqui, em meio aos Vidoeiros junto aos amigos e descendentes do Steven que iriamos nos despedir dele uma última vez. Meu amigo lobo, tinha partido e eu falhei em defende-lo, ao ouvir as palavras do xamã deles uma lágrima solitária desceu por meu rosto – Não devemos nos despedir com tristeza, a despedida por mais dura tem que ser exaltada! Steven morreu em batalha, morreu lutando, morreu como um guerreiro! Guerreiro nosso! Que o grande lobo o guie, que o guarde e que na dimensão dos sábios lobos o nosso Steven corra livre, que sua forma natural fique solta pela eternidade e quando ele olhar para nós aqui neste lado, que ele se orgulhe de quem nos tornamos! Steven esse não é um adeus eterno, é apenas um até logo… Nos vemos em breve, que as estrelas lhe façam bom caminho! – as palavras do xamã atingiram o mais profundo da minha alma, pois se há uma outra dimensão eu provavelmente não vou para lá e não vou ter mais o prazer de abraçar ele de novo…

    Ao me aproximar do caixão entalhado com imagens dos lobos, dei um último beijo na testa dele e olhei seu rosto agora sereno, distante – Eu vou sentir a sua falta… – E foi assim que eu o vi uma última vez, não consegui ficar para ver ele ser enterrado pois não queria lembrar dele indo para aquele lugar, quero lembrar dele ao meu lado, sorrindo e me chamando de chata por inúmeras vezes…

    Caminhei de volta para o meu carro, abraçada com Daniel, caminhamos em silencio, Daniel me conhece melhor do que ninguém e sabe que agora eu precisava mais do que nunca ficar em silêncio. Ao chegar em minha casa fui até o quarto do Steven, comecei a arrumar as coisas dele, colocar dentro do armário até que achei o celular dele, ele odiava aquilo, sempre esquecia de levar consigo e nunca deixava com som, ele tinha mania de deixar no silencioso.

    Passei por algumas fotos vagas da natureza que ele tirava durante o dia, para me mandar até que um vídeo dele tentando tirar uma selfie que na verdade estava se filmando, mechamou a atenção. Ali estava ele sorrindo enquanto tentava tirar uma foto – Como é que funciona esse negócio? – em meio as risadas dele eu me senti melhor e guardei aquele vídeo para mim, uma eterna recordação daquele sorriso que um dia encheu a minha casa de alegria.

    Fui até o Daniel, sentei ao lado dele no sofá e coloquei minha cabeça em seu ombro, ele colocou um braço em volta de mim – Dani, eu cansei… Acho que está na hora de parar um pouco.. – Ele me olhou confuso, não entendeu muito bem o que eu queria dizer – Dani está na hora de retornar  para os muros da Ordem, preciso descansar por algum tempo indefinido… – Agora ele entendeu e sua feição mudou, pareceu mais triste ainda, mas mesmo assim consentiu com a cabeça – Então que seja minha amada vampira… Vou ligar para o Trevor e pedir que os preparativos adequados sejam feitos e antes de tudo Lili avise o Ferdinand, ele gostaria de saber, afinal vocês são amigos. Ele merece sua consideração. – E com isso Daniel se retirou, eu com o celular na mão digitei um e-mail para Ferdinand, sentiria falta dele e de todos do clã, mas preciso para algum tempo, me retirar deste mundo antes que a escuridão tome conta do que ainda resta da minha alma.

    Meu querido amigo Ferdinand,

    Sei que andas ocupado por isso deixo aqui algumas palavras e espero que as guarde.

    Não sei até quando vou ficar longe, mas devo me retirar por algum tempo, ficarei na Ordem e não sei quando retorno, por isso deixo aqui o meu muito obrigada por todo esse tempo e esse companheirismo. Você é um grande amigo, um vampiro excelente e sim és um homem excepcional. Sentireri sua falta e de todos do clã, em especial a Beck, Franz e Hector.

    Espero te rever em breve.

    De um beijo em todos por mim.

    Att: Lilian King

    Seeya soon my friend.”

    “Say something, I’m giving up on you

    I’ll be the one if you want me to

    Anywhere I would have followed you

    Say something, I’m giving up on you

    And I

    Am feeling so small

    It was over my head

    I know nothing at all

    And I

    Will stumble and fall

    I’m still learning to love

    Just starting to crawl”

  • Estranhos e loucos – final

    Estranhos e loucos – final

    Enquanto me escondia próxima daquele maldito lugar, esperando Dani mandar o sinal para atacarmos, imaginei como aquelas pequenas crianças se sentiam, tentei imaginar o desespero em cada pequeno e isso me ajudou a focar no plano para terminar logo com tudo.

    – Pronta?
    – Sim e você Carlos?
    – Estou pronto… Apenas quero que acabe o sofrimento destas crianças.
    – Eu também…
    – Ao sinal sabe o que fazer… Estarei logo atrás Lili…

    Carlos retornou a floresta, sabia que iria se transformar, enquanto eu e os outros ouvimos o sinal do Daniel e então corremos até o galpão. Passados alguns segundos senti uma forte presença logo atrás de mim, sabia que Carlos estava ao nosso encalço.

    Dani logo juntou-se ao meu lado e com o sempre sorriu como se isso não passasse de uma leve rotina. Invadimos o local através das janelas, o mesmo estava com suas salas cirúrgicas em atividade e com muitos seguranças, que com a nossa chegada repentina, apontavam suas armas em nossa direção, “Quem diabos são vocês?”, o mais alto entre eles perguntou “ Isso, somos o demônio batendo a porta e chamando todos vocês, seus cretinos de volta para casa! O que acham disso?”, consegui ouvir Dani em toda sua melhor forma de ironia falar, enquanto nós nos preparávamos para a inevitável e previsível troca de tiros.

    Carlos agora fazia uma entrada triunfal pela porta da frente, esta agora destruída e com alguns corpos desmembrados enfeitando o chão como tapetes velhos. Logo ao lado do grande lobisomen Carlos, uma figura muito bem conhecida entre todos nós surgia em suas vestes tradicionais de luta e com a sua adorada katana banhada de sangue, um dos mestres da Ordem, Michael, mais uma vez mostrava do que era capaz de tecer em apenas alguns segundos. Já eu empunhei a espada como um sinal de aviso, mas isso não foi o suficiente para prolongar a espera do confronto, estes idiotas metidos a soldados entraram em uma formação de batalha barata como se fosse protegê-los do destino amistoso que havíamos traçado para quem fosse cúmplice daquela merda em conjunto e isso foi o suficiente para começar o confronto. Tiros por todo lado, pessoas gritando, crianças chorando, e Ana Li, fechando as saídas, ninguém iria sair dali aquela noite, pelo menos não sairia vivo para contar história alguma.

    Como combinado eu iria atrás dos “Chefões”, Carlos e Michael iriam atrás do local onde esta equipe doentia mantinha as crianças, enquanto Daniel, Matsuya, Misiak, Tsuko, Gabriel e Ana li destruíam os outros. Sangue, por todos os lados, consegui ver Daniel usar suas habilidades e decaptar vários homens ao lado de Matsuya e Misiak. Gabriel e Ana Li impediam que alguém tentasse sair, estraçalhando e fatiando em pedaços os que se aproximavam.

    O cheiro era ainda pior, era como estar em um banquete repleto de pratos deliciosos e não poder provar nada devido a uma significante dieta. Enquanto seguia pelos corredores em busca dos tais chefões, tive que combater alguns seguranças e algumas pessoas desavisadas que cruzavam meu caminho, eu acho que eram clientes, e eis que me bate a conclusão que, nem sempre o cliente tem razão, pelo menos os que estavam sem a cabeça na minha frente não tinham nenhuma.

    Senti uma sala repleta de variados cheiros e vozes em um tom baixo discutindo, “ Quem são esses delinquentes?”, “ Senhor creio que sejam vampiros!”, “Seu idiota, isso não existe!”, “E um lobo…”, Lobo? Está louco? Vampiros? Lobos?”, “Sim senhor, com presas, agiam como se possuíssem algum tipo demoníaco no corpo…”, ” Você por um acaso é idiota? Não existe este tipo de ser no mundo! São apenas histórias para assustar crianças! “. Agora a mulher falava, era a sócia daquele local. Histórias? Então deixarei que a história tome vida e venha assombrar muito mais que crianças. Era ali e essma era a hora de entrar em ação. Chutei a porta com força, imobilizei e acertei o coração de um segurança com minha katana, me protegi dos tiros com o corpo do mesmo, logo que a oportunidade surgiu fui até o outro e cortei-lhe o braço, depois uma das pernas, vi o homem gritar e cair no chão. Quando me dei por conta lá estavam os três donos, um homem idoso trajado com um fino terno, o outro estava no auge da vida aos trinta e poucos e uma mulher, loira, elegante e agora com medo, medo do que eu faria com ela.

    Sem pestanejar amarrei os dois homens e peguei a loira pelos cabelos, “Sabe, é uma pena lhe decepcionar e abrir teus olhos ao saber que sim, nós existimos e não, não somos histórias para assustar crianças inocentes, mas sim para destruir filhos da puta iguais a vocês!”, esta vadia de quinta seria a primeira que eu iria lidar, os outros dois daria de presente para Hector e Becky.

    A loira seria apenas o exemplo do que estaria por vir, sentei a vagabunda em uma cadeira e a amarrei, tapei os olhos dela e então cortei as vestes daquele lixo humano, deixando exposta assim como eles deixavam os pequeninos nas macas cirúrgicas. Ergui um dos braços enquanto ela chorava, dei-lhe um tapa na cara e ela chorou mais “Pode chorar biscate encarnada, coisa que você impediu para aqueles seres inocentes ali embaixo enquanto enchia a calcinha de dinheiro”, outro tapa e agora com um golpe cortei o braço, aos gritos ela pedia clemência…. Clemência? Me poupe! Peguei uma das minhas adagas e como se fosse uma médica cirurgiã consegui arrancar o nariz da loira, seguido das orelhas, enquanto os outros dois presos assistiam aterrorizados, “ Meus caros, o que faço com ela não vai ser nada comparado ao que um amigo meu fará com vocês!”.

    Logo após arrancar a língua daquela puta, que agora estava perto da morte, achei que seria hora de acabar com tudo, com um golpe rápido e preciso a cabeça da loira agora rolava pelo chão, como um pedaço de carne vazio e eu senti um leve sorriso surgir em meu rosto. Os outros dois agora em lágrimas e entre desculpas e arrependimentos tardios, me chamando de demônio, o que eu considero engraçado por que na verdade os demônios eram eles! Apenas o exemplo do que praticavam era uma amostra grátis de tendências demoníacas ou macabras, chame do que achar melhor.

    Senti que Daniel e Matsuya agora estavam ali comigo, informando que estava tudo acabado, as crianças estavam bem e seriam encaminhadas para os hospitais ali da região. Para meu alivio e de todos, conseguimos salvar cerca de doze pequenos, que agora seriam levados de volta aos seus devidos lugares. Já os que não tiveram a mesma sorte, creio que de alguma forma conseguimos vinga-los trazendo um certo tipo de paz ou luz no fim do túnel.

    Todos os seguranças, clientes e equipes médicas que participavam das atrocidades, agora mortos seriam queimados como sinal de conquista da Ordem, algo clichê que mas que ainda existe como forma de vingança ou alerta aos inimigos.

    – Conseguimos querida.
    – Dani, sem vocês aqui nada disso seria possível… Eu e o Carlos estamos imensamente agradecidos.
    – Eu sei que sim grandona. Podemos ir para casa?
    – Você poder ir na frente, tenho que levar aqueles outros dois em um lugar especial…
    – Como queria Lili, eu te vejo em casa.

    Ao me despedir de Daniel, fui até o Carlos em sua forma bestial, este acenou com a cabeça, eu sabia que ele falava obrigada e de alguma forma iriamos nos ver de novo.

    – Obrigada também Carlos, foi um prazer lhe conhecer, adorei a oportunidade. Até logo.
    Entrei então na caminhonete que Michael havia me deixado e acenei para os outros, sei que nôs veríamos em breve e que despedidas naquele momento não eram necessárias. Segui então o rumo até o local onde me encontraria com Becky e Hector, passadas algumas horas e próxima do local resolvi mandar uma mensagem avisando a minha chegada, ‘ Becky estou chegando’, ‘ Ok Lili estamos prontos. Vai amanhecer, gostaria de passar a noite aqui?’, ‘Claro, não perderia a chance de assistir o que farão com estes cretinos!’.

    Ao chegar me deparei com Becky na porta e uma figura masculina que sem dúvidas era Hector.

    – O que temos aqui querida Lilian?
    – Os presentes que lhe prometi Hector.

    Abri a porta da caminhonete e lá estavam os dois sujeitos, amarrados e com os olhos inchados, mal sabem eles o que estava por vir.

    – Muito obrigado minha cara! Alias, será um prazer ter você de telespectadora, seja muito bem vinda!

  • A bruxa sumiu – pt11

    A bruxa sumiu – pt11

    Quando você lida com seitas, grupos, clubes, associações, ou como queira chamar determinados indivíduos, que se reúnem de uma forma mais organizada. Certamente, terá uma preocupação a menos: eles próprios vão fazer de tudo para ocultar os cadáveres de seus membros e quaisquer que forem os vestígios deixados durante o evento. Ainda mais por que quem deve, teme!

    Mesmo assim saímos do lugar tentando produzir o mínimo de rastros que nos fosse possível. Fechei a conta no hotel e saímos com o único objetivo de achar um refúgio seguro, lugar no qual encontramos em um cemitério afastado do centro da cidade. Não é de hoje que vampiros escolhem este ambiente para se esconder e todos sabem da ligação intima que temos com covas, caixões ou criptas. Isso não é lenda, basta pensar na tranquilidade e proteção contra o sol, que estes lugares podem proporcionar e longe dos medrosos olhos humanos.

    Montamos um modesto escritório em uma cripta de dois andares e ao final daquela noite revisei meus passos. Pensei em tudo que possivelmente deixei passar despercebido e relacionado à Helen ou sua mãe. Diante dos fatos, escrevi algumas palavras soltas em meu Tablet e resolvi trocar algumas mensagens com Pepe. Disse ela que Eliot não havia encontrado nenhum DNA compatível com aquele dos pelos, que coletamos nas mãos de Helen. No entanto, houve uma revelação interessante o DNA era de uma fêmea. Fato que me fez chamar Hector e H2 para uma reunião do tipo “brainstorming”. Tivemos muitas ideias, mas apenas uma foi definida como plano de ação diante os fatos apresentados.

    Na noite do dia seguinte nos dividimos e cada um teve uma missão. Hector ficou na cripta vigiando nossas cousas enquanto ha2 foi atrás de um terceiro suspeito da seita e eu fui novamente a casa de Helen. Chagando próximo do local estacionei o carro um pouco longe e fui novamente em forma de névoa investigar o lugar, que para minha surpresa estava com as luzes acesas e com aparentemente algumas pessoas dentro.

    Aproximei-me da janela e lá estavam Helen, uma mulher estranha e sua tia, a tal Marie-Arthur. “Vacas!” pensei comigo e apesar da indignação continuei a observação da janela. O lugar estava muito bem arrumado, elas riam e conversavam com a melhor disposição de todas, como se fosse alguma data especial ou comemoração. Neste instante liguei alguns fatos e ao que tudo indicava inclusive pela aparência da terceira mulher, ela provavelmente era a bruxa que sumiu e mãe da infeliz que me enganou.

    Entre tanto, minhas constatações foram interrompidas abruptamente por algo que nunca me ocorreu antes e é até difícil de explicar. Algum feitiço, magia ou efeito começou a sugar minha névoa para dentro da casa. Tentei de todas as formas possíveis desfazer minha magia para voltar a qualquer forma física, mas quando dei por mim estava dentro da casa numa espécie de forma espectral entre fantasma e lobo.

    Naquele momento eu estava paralisado pela magia das bruxas e apesar do constrangimento  e indignação de não poder fazer nada, observei tudo ao redor. A Sala estava com as luzes apagadas, os móveis estavam revirados e praticamente tudo estava igual à noite em que pensei ter encontrado o corpo de Helen no porão.

    Confiei de mais em minhas teorias, não prestei a atenção em todos os fatos e possibilidades, deixei-me levar por um belo par de pernas… Fui capturado pelas bruxas!

  • A bruxa sumiu – pt6

    A bruxa sumiu – pt6

    “O termo amor livre tem sido utilizado desde o século XIX para descrever o movimento social que rejeita o casamento e despreza estereótipos e que acredita no amor sem posse, controle ou nome. O amor livre surgiu enquadrado no seio do movimento anarquista, em conjunto com a rejeição da interferência do Estado e da Igreja na vida e nas relações pessoais. Alguns defensores do amor livre consideravam que tanto os homens como as mulheres tinham direito ao prazer sexual, o que na era vitoriana era profundamente radical.”

    – Ferdinand tu acredita no amor livre? Nós bruxas temos muito apreço a esse tipo de conceito. Pois ninguém é dono de ninguém  e sexo é algo tão bom…

    Acho que era algo em torno de meio dia quando rolou esse papo com Helen. Tivemos uma manhã agradável envoltos nos lençóis e aquele sexo maduro tinha satisfeito as carências de ambos. Em função da transformação de Pepe eu tinha deixado minha vida pessoal de lado e Helen pelo que entendi estava a tempos sem gozar dos prazeres sexuais mundanos.

    Confesso que estava com muito sono, depois de todo o envolvimento que tivemos. Só mesmo assim eu ainda tinha uma bela pulga atrás da orelha, então deixei que ela dormisse. Lavei o rosto e me aprofundei nos livros e papeis que havia no quartinho do porão.

    Tirei algumas fotos com o celular dos materiais que achei mais interessante e isso durou praticamente a tarde inteira. Perto das 18 horas Helen acordou, percebeu que eu estava concentrado num dos livros e me provocou com uma bela felina no cio. Tivemos mais alguns momentos muito agradáveis, profanos e intensos. Durante nossas perversões ela inclusive aranhou minhas costas várias vezes, mas minha regeneração rápida tornou aquilo uma grande brincadeira, só para ela.

    Sai de lá perto das 20 horas. Ela insistiu para que eu ficasse, mas algum tempo, mas se há algo que não me apetece é mulher carente e grudenta… Voltei para o hotel e passei parte do material que havia encontrado para Eliot, cria de Hector, analisar tudo nos mínimos detalhes junto de Pepe.

    Estava tão exausto, que decidi tirar tomar um bom banho e me acabei naquela cama gigante do hotel. Próximo das 11 da manhã do dia seguinte Pepe me mandou uma sms dizendo que havia encontrado algo. Enrolei um pouco na cama, mas depois de dois tapas na cara para acordar retornei com uma ligação.

    – Fê encontrei na deep web um grupo autointitulado “Seguidores de A ”, na página deles há vídeos de rituais com invocações demoníacas, esquartejamentos humanos e muitas outras coisas bizarras. O interessante desse grupo é que eles possuem um manto encapuzado e há várias fotos dos membros posando com armas de fogo de grosso calibre.

    Tendo em vista tal descobertas meus planos sofreram grandes mudanças. Já lidei antes com grupos diabolistas, mas neste caso eles realmente possuíam ligações demoníacas e isso saia um pouco da minha alçada. Não que eu estivesse com medo, muito pelo contrário, meu lado demoníaco se excitou com a possibilidade de uma boa briga.

    Liguei para Helen, expliquei o que havia encontrado e ela me disse que os Regrados havia comentado sobre tal grupo. Todavia, não deram detalhes, apenas lhe perguntaram se ela possuía algum contato no meio deles.

    Novamente fiquei desconfiado de suas palavras e fui atrás de João. Quem sabe ele em suas loucuras, pudesse me dar alguma pista que encaixaria pelo menos algumas peças desse quebra-cabeça.

  • A magia e os vampiros – pt4

    A magia e os vampiros – pt4

    Quando se está numa situação tal qual esta, não há muito que fazer se não aguardar o pior, que certamente virá da pior direção. Armas à mão, silêncio absoluto e o mínimo de luzes acessas. Seja lá o que viesse, teria de ser muito bom para enfrentar nós três e sair vivo – Pensei comigo.

    A porta foi aberta vagarosamente, deixando a mostra alguém de cabelos longos e que conforme foi adentrando, me lembrou a loira doutra noite. Por causa da penumbra foi muito difícil identifica-la de início e aquilo me deixou intrigado. Curiosidade, que foi sanada assim que ela se aproximou um pouco mais e nos sussurrou – Venham, venham logo, consegui limpar a saída, mas é provável que outros estejam vindo atrás de vocês.

    Ficamos sem reação e abismados diante tal situação completamente inesperada e inusitada. – Quem é você? – Soltei ao perceber que os outros dois não se mexeriam – Andem logo, se eu quisesse já tinha despachado vocês quando entrei. Depois se quiser aperto sua mão ou te dou um beijinho de “oi” – Disse-nos a misteriosa e irônica senhorita…

    Mochilas nas costas, malas nas mãos e saímos o mais rápido possível do lugar. A cada lâmpada acessa que iluminava o nosso caminho, eu percebia um detalhe a mais da misteriosa dama. Primeiro foi uma tatuagem tribal cobrindo um dos seus antebraços, depois foi a espada, que possuía uma lamina muito bem forjada e com diversos entalhes cravados na lâmina. – Tão bela quanto mortal – pensei comigo.

    Além disso, ela trajava uma calça de lycra preta, dessas com detalhes de escamas, coturnos bem justos e amarrados. Para te ser sincero eu perdi um tempo analisando o traseiro dela e não encontrei marcas de calcinha, mas isso é um mero detalhe… Tudo isso, era complementado por  um resistente e bem feito colete a prova de balas, coberto por um casaco de couro sintético vermelho e fosco.

    Não usava brincos, colares ou maquiagem. Apenas um anel em cada um dos anulares, representando talvez alguma espécie de compromisso com alguém. Enfim, eu poderia escrever mais alguns parágrafos  sobre ela, mas a história precisa continuar…

    Ao passar pelos outros cômodos do lugar, não havia ninguém, nem mesmo marcas de sangue e aquilo começava a soar como uma emboscada, até que em fim chegamos ao comércio, que disfarçava nosso esconderijo. Vários produtos jogados ao chão, algumas prateleiras quebradas e finalmente sangue por alguns lugares, porém nada dos corpos dos tais agressores que estavam atrás de nós.

    Logo na saída havia apenas uma caminhonete grande e foi para dentro dela que a tal loira nos “mandou” entrar rapidamente. Junto ao volante, muitos fios soltos deixavam claro que ela era roubada, mas isso são apenas detalhes, cousas que minha mente irrequieta costuma não deixar passar despercebido.

    – Aqueles malditos devem ter regenerado e fugido, devia ter cortados suas cabeças nojentas!

    – Ok, então quer dizer que você é uma mercenária e está usando todo esse charminho para nos prender e ir receber alguma recompensa, é isso madame? – Disse Sebastian.

    – Não viaja barbudinho, modéstia a parte como eu disse eu podia ter acabado com vocês naquele buraco! Meu interesse é apenas no Hadrian e se não fosse por vocês seria muito mais fácil ter levado ele de volta para um lugar seguro.

    Nesse momento eu parei de observar e falei um “Como assim?”. Hadrian também chegou a resmungar algo, mas a garota nos ignorou e continuou. – Já ouviram falar dos LLD? – Ao ouvir tais letras, foi Sebastian se coçou para responder, mas ela permaneceu cheia de si, manteve os olhos na estrada e nos contou sua história:

    – Podem me chamar de Claire, sou da Irlanda e como já deve ter reparado tenho sangue Lican correndo em minhas veias. Há muitos anos faço parte da Labraid Lámh Dhearg…