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  • Sexo, ritual e passeios de moto

    Sexo, ritual e passeios de moto

    Saindo daquela minha tragédia grega atual, vou mudar o foco um pouquinho e escrever sobre uma noite nada convencional com o Ferdinand, o nosso galã, o vampiro sedução, (ele vai me xingar depois dessa!).

    Bom, ele veio visitar no meu país há alguns tempos atrás e decidiu que seria bacana se nós nos conhecêssemos melhor, para o laço ficar mais forte e tal. Eu achei bacana e ficou combinado dele vir a minha casa em uma típica sexta-feira de muita lua e muita putaria noturna para relaxar!

    Lá estava eu vendo uma série quando minha campainha toca, e o vampiro alto, loiro cheio de charme estava entrando na minha sala e como sempre falando, “Cara como você cresceu!” ¬¬’’’’’’ Obrigada Fê nem da pra reparar! Demos um abraço, ofereci uma taça de sangue, afinal é o certo na nossa sociedade, assim como vocês oferecem um copo de água, um boquete…. Nós oferecemos sangue porque é bacana e tradicional.

    Depois de algum tempo colocando a conversa em dia e tratando de alguns negócios, decidimos que seria legal dar umas voltas de moto e ir em alguns lugares exóticos dedicados à nossa sociedade. Sugeri um BloodPub conhecido entre nós e super discreto, o mesmo aceitou, claro, e seguimos caminho indo até o lugar.

    Chegando lá é apenas uma entrada normal em uma sala discreta ao estilo vitoriano, mas ao descer ao porão ou ao HellRoom, nossa recepcionista era nada mais nada menos que uma bela vampira que escondia suas partes com tapa sexo, eu não me incomodei e o Ferdinand também não, afinal o que é bonito é para ser admirado, enfim, voltando ao local em si, passado pela recepcionista, chegamos até o salão principal, que lugar agradável, garçonetes semi vestidas, Blooddrink por toda parte e confortáveis sofás e ótimas funcionárias nos serviam do jeito mais agradável possível, – Se eu soubesse que frequentava lugares assim, confesso que teria lhe convidado bem antes Lili!- Ferdinand parecia surpreso com meu gosto peculiar – Achou o que Fê, que eu vivia em festas country e em passeios românticos?  – Apenas sentei mais próxima dele e com uma piscadela fiz sinal para que a vampira morena nos servisse – Mais alguma coisa que eu possa ajudar senhorita King? – Ela disse toda insinuativa – Mais tarde querida! – Respondi apenas flertando de leve, Ferdinand ainda pasmo com a minha atitude, tomou mais um gole de seu copo e sorriu – Sabe Lili, passeios românticos eu sei que não são tua praia, mas desse teu lado sedutora de vampiras, mocinhas e afins é novidade… – como não sou boba nem nada, dei mais um gole no meu copo e guiei Ferdinand até uma parede cheia de buracos, lá podia se ver vários casais na pegação – Tá saqueei o porquê do nome HellRoom, aliás eles são bem convidativos?!… – Ferdinand parecia cada vez mais animado, decidi então leva-lo dois andares a cima e apresentar o HeavenRoom, o quarto dos céus….

    Não pensem meus caros, que neste quarto ao invés da sexualidade explicita, teríamos vampiros recatados e conversando sobre livros! Não, muito pelo contrário, o HeavenRoom, era o quarto onde os rituais mais pesados, mais loucos aconteciam, rituais no qual vampiros e bruxos entravam em transe, saiam da sua realidade e participavam de sensações e momentos que não esqueceriam tão cedo – E ai Fê, topa? – olhei para ele com uma pontinha de esperança que ele dissesse sim e o mesmo me olhou sorriu e deu um passo para dentro do quarto de ritual. E lá fui eu atrás do boss…

    Olhares, corpos, alucinações das mais loucas, me senti quase despida, vi Ferdinand abraçado a outras vampiras enquanto eu ria sem controle, me senti leve, cores… muitas cores me deixaram fora de ar, até que senti braços fortes me tomarem em seu peito, era o Ferdinand que me puxava para junto de seu pequeno harem, lembro de tomar copos e mais copos de néctar da vida, senti meu corpo ser tocado enquanto eu mesma tocava outros, senti o Ferdinand e mais alguns dali, sensação boa, sensação muito boa, o prazer tomou conta e depois um apagão veio em minha mente e o mundo parou…

    Acordei com uma sensação de leveza e sinceramente não lembrava de nada, até que olho a minha volta e vejo que muitas pessoas participaram na minha loucura, aliás acho que foi loucura generalizada. Mas quando olhei pro lado eu me toquei do que aconteceu, vi um loiro, tatuado, conhecido, semi nu….. PQP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Sempre que entro nesses lances acabo com um conhecido querido sem roupas ao meu lado, lembra da Becky? Rs

    Não posso reclamar até porque foi bom e eu consegui vários novos contatos para passar alguns dias… =x… Mas foi insano levar o Ferdinand, porque nunca imaginei nós dois em uma aventura tão peculiar. Ele, porém, acordou sorrindo, contente e ainda tirou comigo – Hey, vou te convidar pra sair sempre! Muito insane essas festas que tu vais Lili! – Ferdinand levantou a procura de suas calças em meio aos corpos nus vampíricos que dormiam no quarto escuro iluminado por pequenas luzes – Fê a gente meio que…. – Aiii como é difícil falar isso, mas ele sem problemas conseguia falar – A gente meio que se conheceu melhor e dividimos uma noite bem cheia de surpresas agradáveis… – sim, que noite… Achei que seria melhor pegar minhas peças de roupas espalhadas e me trocar, arrumar o cabelo e sair de lá antes do sol aparecer…

    Quando chegamos em nossas motos, sem falar uma só palavra, eu me perguntava o que ele iria fazer depois até que – Hey, que tal a gente dar mais umas voltas de moto e quem sabe se alimentar de alguns babacas atoa por ai?  – A sugestão dele era ótima, subi na moto e fiz com a cabeça um sinal de aprovação, Ferdinand logo em seguida subiu em sua moto e partimos para mais algumas voltas a procura de alguma diversão ou apenas bancar os “Justiceiros”.

    “Oh Senhor, nos diga

    Nosso lugar é bem lá embaixo

    Se você escutar atentamente

    Você pode ouvir o choro

    Oh Senhor, Deus sabe

    Nosso lugar é bem lá embaixo”

  • Lilian à Reunião – Pt3

    Lilian à Reunião – Pt3

    Tennessee, como era bom estar de volta, sentir os ares do lugar que eu nasci e cresci, admirar mesmo que sob o olhar cuidadoso da lua, os grandes pastos e os animais correndo livremente. Ao longe sentada apenas em uma cerca de madeira, recordei-me de momentos em que ali vivi, como andar a cavalo, os longos almoços embaixo de uma grande Choupos Tulip e sua magnifica presença, o cheiro do leite fresco e comendo o maravilhoso Banana Pudding que minha mãe nos dava o prazer de apreciar. Quando mais velha, com os meus 18 anos, adorava fugir para nadar no rio perto de casa, podendo ficar livre das roupas e mergulhar nas deliciosas água correntes.

    Tantas recordações vindo a tona e eu apenas estava aqui há duas horas, mais ou menos. Sai do meu transe nostálgico segui de volta até o hotel que estava hospedada junto ao Daniel, lá pude ver que ele havia providenciado nosso meio de transporte, “Ual! Simplesmente lindas Dani!”, “Achei que gostaria de andar por tuas terras apreciando mais de perto a paisagem!”, ” Acertou em cheio!”.

    Confesso que ao ver aquelas duas Harley ao estilo drag-bike paradas diante de mim, senti que toda motivação tinha voltado para a minha alma obscura. Enquanto sentia o tremer do motor e aquele som lindo que ele fazia, guiei Daniel até o nosso próximo destino, chegando lá, parecia que tudo voltava como um soco, todas minhas memórias, minha vida como humana. Ali estava, abandonada, pouco conservada, isolada em meio aos grandes terrenos e ao rio que a rondavam, mas ainda continuava imponente e clássica,  minha antiga casa, o lugar onde tudo começou, ” Então é aqui?”, ” Sim, vamos passar nossas próximas noites aqui…”.

    Depois que minha mãe morreu, não haviam herdeiros e também nenhum interessado na antiga casa do lago. Ela permaneceu ali, apodrecendo e sendo esquecida, alguns móveis continuavam cobertos, pertences esquecidos, quadros, algumas cortinas e nos quartos apenas existiam os antigos armários e os estrados de cama. Não era nada fácil estar ali, mas se fazia necessário. Andei e comecei a vasculhar todos os lugares, fiquei surpresa ao ver que ainda haviam coisas minhas no meu quarto, desde a minha penteadeira até algumas roupas antigas guardadas, e junto delas, escondidas em um canto escuro do meu armário,  guardadas em um lenço, achei algumas cartas… Quando me dei por conta, percebi que minha mãe havia escrito várias cartas, algumas eram anotações, outras poemas e uma especial feita para mim.

    Sentei-me na varanda do meu antigo quarto e li o que ela havia escrito…

    ” Querida Lili… 

    Como sinto falta de você, minha pequena Lili… Nunca imaginei que fosse lhe perder, todos os dias dos meus últimos anos eu pensei em você e nesta morte trágica que teve. Cheguei a sonhar com teus lindos olhos verdes, o teu sorriso toda vez que eu fazia teu doce preferido, lembra? E agora você partiu, se foi e me culpo todos os dias por ter lhe deixado ir. Eu vivi sozinha desde então, seu pai foi embora e também nunca mais voltou, mas não me fez falta, era um homem amargo e agressivo, ficar longe dele por um lado me fez bem… Enfim, escrevo isso pois sei que estou no fim de meus dias, sei que logo não estarei mais aqui neste mundo, mas quero de alguma forma deixar aqui algumas últimas palavras, pensamentos, saudades por assim dizer, expressar o que eu sinto nas palavras e não me permitir a loucura da solidão. Mas agradeço ao Pierre, por ter vindo aqui e me informado o que lhe havia acontecido, explicado que seu corpo teve que ser cremado devido a doença… Ele foi bom comigo por alguns meses após sua morte, me ajudando a superar sua perda de certa forma. Vinha me visitar algumas noites e partia quando eu estava cansada, foi um bom amigo, mas partiu também, deixando saudades, mas não a saudade que sinto de você filha… Não a saudade que eu sinto de você, minha pequena e doce Lili…”

    Pierre? Pierre veio até minha mãe? Depois da atrocidade que me fez? Como que eu nunca soube disso? Como que ninguém da Ordem soube disso? Esse canalha veio iludir minha mãe! Ele mentiu, falou que eu havia morrido de alguma doença contagiosa?! Cretino, filho de uma puta! Mas é claro que ele veio até minha mãe! Para ter certeza que eu estava morta! Que não havia sobrevivido a transformação! Que ninguém havia me salvado! Depois partiu quando teve certeza, já que fiquei por longas décadas na fortaleza da Ordem.

    “Lili?”, Daniel se aproximou e me encarou, apenas lhe entreguei a carta de minha mãe, ele leu em voz alta e quando chegou ao final, ficou tão surpreso quanto eu, ” Você não imaginava isso?”, ele olhou para mim em dúvida, balançou a cabeça em negação, ficou tão pasmo quanto eu, ” Dani, este cretino nunca saiu daqui! Ele apenas se fingiu de sombra por todos estes anos! Mas como?”, ” Lili eu não sabia, até onde sei Trevor tinha ficado encarregado de cuidar para que nada acontecesse com a sua mãe ou qualquer um que fosse relacionado com você!”, ” OH MY FUCKING GOD! Trevor! Ele sabia? Ele sabia!”, ” Vamos manter a calma Lili, Pierre pode ser muito sorrateiro e é inteligente, talvez tenha dado um jeito de distrair aqueles que cuidavam do local!”, ” Ele poderia até ser sorrateio, inteligente e um grande canalha! Mas passar por seres da Ordem é algo inédito, mesmo vindo de um vampiro antigo! Dani eu preciso falar com Trevor, ele sabe de algo, disso eu não tenho dúvidas!”

  • Matei uma criança?

    Matei uma criança?

    O problema da menor idade que amplia a impunidade no Brasil é gigante.  Os vampiros não costumam atacar crianças, mas quem já possui vida sexual ativa, que sabe roubar e até matar não é mais criança não é mesmo?

    Não sei se alguns de vocês ficaram se perguntando como que eu me alimentei nas duas últimas vezes? Bom, como teve uma pessoa que lembrou disso eu vou contar nas próximas linhas como foram as minhas duas últimas caçadas. A primeira ocorreu no dia 13 e a outra ontem dia 27/04.

    No dia 13 eu ainda estava meu conturbado em função daquele maldito mago que tentou me enganar passando-se por um peludo. Mesmo assim precisei manter o vício e fui atrás de mais alguns pescoços.

    Com o meu cunhado puto comigo e sem nenhum alvo aparente o negócio foi sair noite a fora em busca de algum desavisado. A noite estava boa e decidi ir de moto mesmo. Fiz meu tradicional ritual, calibrei as pistolas, verifiquei o colete, coloquei algumas musicas novas no player e abasteci a moto na minha garagem mesmo. Além disso, dei um breve ”até logo” para a Beth, beijando a sua testa. “Querida volto logo…“

    Toda vez que saiu assim sem rumo eu fico com dó da carinha que a Beth faz, pois sei que deve ser bem difícil para ela. No entanto, meu companheiro demônio precisa ser alimentado e preciso dar atenção para ele.

    Atualmente estamos em uma das propriedades da minha família, um local distante do centro da cidade mais próxima, em função disso não me demorei muito nos preparativos e sai próximo das 21h. Até o centro da cidade levei algo em torno de uma hora e agora perto das 22h as ruas começavam a ser evacuadas. Muitos estudantes rumavam para suas casa e várias pessoas trocavam de turno em seus trabalhos.

    Já que teria de esperar o movimento acalmar mais, resolvi ir então para um bar de um amigo. Estacionei a moto perto da porta de entrada, cumprimentei o segurança, que era novo por sinal e fui para o escritório. Lá estava aquele filho da puta cheirando de novo. “Cara já te disse que essa merda vai te arromba ainda”.

    Ao me ver o mala se assusta, espirra e tosse um pouco de pó… “Ta vendo eu não te disse! hahahaha“. Depois que a merda já estava feita ele cata um lenço do bolso, enxuga o que dá e me fala: “Porra Galego que bosta, não podia esperar um pouco antes de entrar seu viado!”.  “Tu sabe que eu não gosto de ver usando essa merda“.

    Vou em direção a ele para dar um abraço e de imediato sinto cheiro de sangue. Ao espirrar uma artériasinha do nariz do infeliz deve ter estourado e la estava o precioso liquido colorindo o lenço. De imediato as minhas presas aumentaram, tive um certo desconforto para disfarçar, mas contive por hora o demônio.

    “ahahah e você ainda com essa porra de sede sangue“ Espera ai que tenho um presente pra você.  Então ele saiu da sala, ouço duas portas se abrirem e um breve assovio. Na sequencia ele me aparece com o segurança novo. Alfredo, fale aqui pro meu irmão daqueles pivetes que fizeram rolo aqui outro dia.

    O segurança me contou que dois garotos menores de idade vieram no bar e depois de muita bebedeira quebraram algumas coisas e saíram por ai de carro. Inclusive se envolveram em um acidente e uma mulher que recolhia latinhas veio a falecer.

    Ok, agora eu já tinha um alvo e pelo menos dois pescoços. Fui para a casa de um deles, em forma de morcego dei umas circuladas e parado no escuro em cima de um muro eu aguardei até que alguém surgisse em alguma janela. Não demorou muito para  que alguns gritos de mulher fossem ouvidos “Garoto, você sabe o trabalho que tivemos na semana passada para te livrar da cadeia, vê se hoje não apronta nada, meu filho“. Nessas horas da vontade de bater numa mãe e num pai desses, mas me contive e esperei até que o garoto saísse. Ele era bonito, tinhas belos músculos torneados e usava uma camiseta colada e de mangas curtas para realçar os seus dotes e sua tatuagem com alguns kanji no braço esquerdo.

    Ele montou na sua moto, uma Srad  750 azul com branco, colocou o capacete no cotovelo e acelerando alto foi até um posto que fica a umas 4 quadras do sua casa num bairro de luxo. Neste momento eu já estava novamente em forma humana e com a moto parei próximo a ele no posto.

    Puxei uma conversa: “Duvido que essa Sradsinha ande mais que a minha Harley 77“.  O garoto olhou minha moto e disse: “Quem sabe?” e ficou me encarando. Como adoro demonstrações públicas de testosterona lhe disse: “Te espero ali na esquina“. Então subi na moto, fui até a esquina e o aguardei. Depois de uns 5 min. Ouvi o ronco alto da moto de escapamento aberto se aproximando e logo em seguida o sinto passar muito rápido por mim. Arranquei o mais depressa que pude e até os 150Km/h lhe acompanhei bem, depois tive de ficar na minha por que convenhamos a moto dele andava bem mais.

    Logo em frente ele me esperou em um semáforo e quando consigo chegar ele me fala “Cara cê realmente achava que ia me acompanhar com essa lata velha?“ “Hei garoto mais respeito com as relíquias“ . Ele deu uma risadinha e apesar do tamanho e dos músculos  sua idade ficou evidente.  Eu podia acabar com ele ali, Um golpe seria suficiente para derrubá-lo da moto, mas eu queria saber do amigo que estava com ele no carro que atropelou aquela pobre coitada.

    Por sorte o garoto toma a iniciativa e me fala “Ai, se tiver afim de conhecer moto de verdade aparece  nesse bar as 2h eu to promovendo a parada“ e me deu um flyer que mostrava o endereço e o nome do tal lugar. Na seqüência o sinal esverdeou e ele saiu empinando a maldita moto sem placa.

    Dei mais umas voltas pelo centro e as 2:30 cheguei no lugar. Era um pouco fora do centro quase em um bairro e lá estava o garoto junto de alguns amigos todos mais velhos com suas motos de corrida ilegal e ao que tudo indicava já no fim da festa.

    “Chega ai cara“ e me deu uma latinha de cerveja. “Hei garoto eu não bebo“ “kkkk que frutinha meu“. Fico um pouco nervoso nesse tipo de situação,  não posso me alimentar e isso poderia acabar com o disfarce, mas retruquei “Ontem a birita foi grande e hoje to de boa“. Sentamos numa mesa, papo vai e vem e alguém fala “E ai Caca, como que foi a parada da semana passada?“. O garoto procura quem disse e já meio tonto da cerveja fala: ”Ah nada demais só uns arranhões no carro, a policia queria me levar, mas dai meu coroa veio, libero uma grana pro guarda e me tiro de lá… Dá nada né Paulo hehehe”. Nisso ele olha para um cara do lado dele e os dois caem na maior gargalhada.

    Senti meu corpo estremecer os caninos afloraram e fui até o banheiro aliviar a tensão. Na volta passei pela mesa e disse: “Galerinha prazer em conhecer vocês, outro dia conversamos melhor, preciso levar pão pro café da manhã da patroa”. Alguns nem deram bola, outros riram e o garoto fala ”Falo cara volta la pra saia da mulé volta”. A vontade de bater nele ali mesmo era tanta que precisei arranjar forças do além para me conter.

    Parei minha moto em uma rua próxima e os aguardei. Umas 3 e meia o bar fechou e eles começaram a ir embora. Não tardou e o playboysinho passou com sua moto. O segui até uma rua apropriada, emparelhei do seu lado e o derrubei, empurrando com a perna direita. A moto o derrubou e na queda ele desmaiou, Foi uma pena ele não ter ouvido algumas verdades antes de partir dessa para uma pior. A fome falou mais forte e me alimentei por um corte que havia sido aberto em seu peito.

    Noutro dia ouvi alguns comentários na imprensa local, e todos repetiram a mesma história, Garoto de 16 anos cai de moto e morre. Vestígios de bebida alcoólica são encontrados em sem sangue e a causa da morte foi parada múltipla dos órgão devido a perda de sangue. A família está comovida, mas visinhos confessam que já esperavam que isso pudesse ocorrer.

    Duas semanas e como sempre minha fome havia voltado, no entanto, desta vez eu já tinha uma porta para bater e o escolhido foi o tal de Paulo.  Este recebeu uma boa lição, ouviu algumas coisas, ficou inconsciente ao me doar muito sangue, mas ainda está vivo por ai. Resolvi testar e ver se ele vira boa gente depois dessa segunda chance que lhe dei. Nos próximos meses ele será minha cobaia e a qualquer novo deslize terei prazer em promover um encontro entre ele e o meu demônio.