Fyllisk fjörvi feigra manna,
rýðr ragna sjöt rauðum dreyra;
svört verða sólskin um sumur eftir,
veðr öll válynd. Vituð ér enn – eða hvat?
Ele se alimenta da carne dos homens mortos,
a casa dos deuses se torna vermelho do sangue escarlate;
o brilho da Sól se torna negro para os verões que chegam,
o tempo se torna pior. Quem saberia – ainda mais que isso?
Lugar tranquilo e pacato, algumas árvores no quintal e por dentro diversos quadros nas paredes. Muitos deles relacionados a mitologia nórdica, inclusive alguns continham passagens da Völuspá, o primeiro e mais conhecido poema da famosa Edda.
Tais escritos não tiveram muita importância ao menos no inicio de nossas investigações e o restante da casa do tal individuo eram bastante normais. Num dos cômodos achei um laptop bem usado e Claire, um cofre disfarçado de frigobar noutro. Saímos de lá com ambos e voltamos para a casa alugada.
Pepe me indicou um amigo hacker para dar uma olhada no laptop e Claire se virou com o cofre. Mesmo com nossas forças sobrenaturais são “rolou” abrir e tivemos de apelar para algum chaveiro. Não desses que ficam em quiosque de supermercado, mas um especialista conhecido da peluda, que inclusive se prontificou em ir ao nosso encontro num local neutro e instantes depois de ser chamado.
Ele levou alguns minutos, reclamou que já haviam tentado arrombar aquele cofre outras vezes, mas por fim deu um jeito. Claire pagou algumas Libras pelo serviço e tão logo ele se foi, nos concentramos com o que havia dentro da caixa forte.
Algumas gavetas com Euros e libras, uma caixa com esmeraldas e uma caixa de madeira, que continha um par de brincos e um colar aparentemente de ouro com pedras negras, aparentemente Ônix.
– Bom ao menos levantamos uma grana boa…
– Como se tu precisasses… Deixa eu ver esse colar!
Não que todas as lobisomens sejam grosseiras, mas Claire é meio bruta mesmo e tão logo falou, foi arrancando o colar das minhas mãos e colocando.
– Fuck, hey não coloque isso assim – Disse preocupado.
Mesmo assim ela me ignorou, colocou tanto o colar como os brincos. Aparentemente não havia acontecido, até o momento em que ela me olhou fixamente por alguns segundos.
– Puta que pariu, acorda!!!
Dei-lhe uns dois tapas de leve no rosto…
– Depois eu é que sou a grossa, eu estava brincando contigo idiota! Mas espera, acho que senti algo…
Ela simplesmente sumiu a minha frente e em seguida senti uma forte brisa circulando ao meu redor, como se do nada o vento atingisse minha pele fria. Olhei para todos os lados, fiquei preocupado e quando menos esperava ela reapareceu a minha frente.
– Uouu…
– O que foi isso Claire?
– Isso aqui simplesmente me deixou muito rápida. Tu me viu correndo? Acho que dei umas 5 voltas em ti e no carro – Falou ela impressionadíssima.
– Bom, ao menos temos mais uma confirmação que esse povo está mexendo com magia bem pesada. Vem cá deixa eu tirar umas fotos das joias.
Enviei de imediato as fotos para Sebastian. “Já que vocês pesquisaram sobre joias outro dia eu preciso que aproveitem o embalo e deem uma olhada nestas também. Valeu Seba”.
Como estava para amanhecer voltamos para a casa alugada e enfim consegui arrastar a lupina para a cama. Sexo casual, sem comprometimento e despretensioso. Apenas para acalmar os ânimos antes de dormir como diz o Franz.
No meio do dia acordei com uma chamada de voz pelo Whatsapp, era Sebastian empolgado com suas descobertas. Tais joias haviam sido roubadas de sua dona, uma bruxa de Londres, popular entre os colecionadores de artefatos mágicos.
Acordei Claire, que aliás estava uma delicia nua entre os lençóis. Ela acordou um pouco assustada, se cobriu envergonhada e queria sair naquele instante mesmo para falar com a tal bruxa. Sério, tive que segurá-la… Essa lupina ainda vai me deixar louco! Pensei comigo.