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  • Uma amizade improvável – Parte final

    Uma amizade improvável – Parte final

    Lembrei porque eu não sou fã de Londres, porque os bares (pubs) fecham as portas até a meia noite e todos ficam igual siri na lata dentro do pub… Agora imagina isso para um vampiro como deve ser bacana, imaginou?! Então a merda é que eu estava sozinha seguindo o rastro da minha atual, ex, mais ou menos companheira, sei lá cara, nem sei que nome se da um relacionamento distorcido assim, será que é “Disturb Relationship”, “What Fuck Relationship”, “Go fuck yourself Relationship”! Muitos nomes, mas mesmo assim eu não conseguia chegar a conclusão de nenhum, para a minha alegria!!!! –”

    Enfim eu sabia onde Kate estava, ela era um ser de hábitos e achar a vampira fugitiva não seria um grande mistério. Porém antes de tudo, eu quis verificar algumas coisas, achei que o mais sábio seria achar um lugar para ficar e apenas no dia seguinte ir atrás de Kate.

    Como todos bem sabem, Daniel possuía alguns bons contatos na Inglaterra e me deu de um peculiar amigo dele para minha estádia, era um local de shows de um antigo amigo dele, um pouco afastado mas agradável, após sair do pub me dirigi até o local, era uma casa antiga e bem conservada.

    Ao entrar fui recebida pelo o que parecia o mordomo do local, ele me guiou até o dono da casa de show, Lord Sunigan -Daniel não descreveu você com clareza minha cara, não fez jus a ti!- Lord parecia um cara que saiu de um livro clichê de época escrito por uma autora que tem 80 gatos e mora em um porão. O cara era vampiro, fato! Cheio de trejeitos, trajado de smoking e com uma bengala na mão! A porra de uma bengala na mão! Que vampiro usa bengala? Me diz! Vampiro com problema na coluna? É cada coisa que me aparece, tio Lú ta tirando com a minha cara!

    Mas tudo bem, cada louco com a sua loucura! Afinal quem sou eu pra falar algo não? Pois bem seguindo o foco da história, depois de ser recepcionada por Lord, o mesmo me levou até o Bar e me deixou por la enquanto foi separar um quarto para mim.

    Fiquei ali observando o show, até que uma voz conhecida e antiga me chamou, roubando a minha atenção -Lilian King, cria de Trevor e capitã de uma das separações da Ordem! Que honra poder te ver por estes lados, finalmente saiu das medicações rednecks… – Ane Marie, uma bruxa muito conhecida minha e do Daniel, mais do Daniel… =x

    -Ane, quanto tempo! Mas devo dizer que não estou surpresa por te ver aqui! Afinal sei que ama a Europa e ainda mais os bares burlescos como este!- Ane além de bruxa era ninfomaníaca assumida e bom, tarada por natureza, apesar de se conter em lugares públicos, era uma louca assumida em quatro paredes. Seus longos cabelos castanhos claro e os olhos azuis sempre atraiam olhares maliciosos, alem do belo decote -Daniel me avisou que viria… Confesso que fiquei feliz, ainda mais ao saber que não está mais com Trevor… – Mais uma pérola dela que não me surpreendia, o fato de estar bem próxima de mim brincado com os botões da minha camisa jeans me agradavam, não vou mentir – Sim eu vim a procura de alguém…- Ane fica engraçadíssima com cara de brava, ainda mais quando não consegue o que quer – Ane pare com isso, sabe que não tenho problemas ao me dividir entre vocês! Não estou totalmente comprometida, lembra? E a minha atual é um tanto difícil e some com facilidade – Cara eu não presto, sou podre pronto, adoro uma novidade…. E vamos ser francos, Kate sumiu e eu posso fazer o que bem entendo!  =X

    Enquanto trocava algumas palavras com Ane recebi uma mensagem de Daniel onde ele apenas falou, “Surpresa!!!!!!! Espero que aproveite enquanto está solteira!!!!! Love U baby Sis!” Eu ja falei como amo meu irmão? – Daniel te mandou aqui? – perguntei provocando a bruxa – Não, ele avisou que viria e ele sabe que no fundo eu adoraria manter o papo entre amigas…- papo entre amigas? Uhum sei é sinceramente eu não me importo de manter o papo em dia, afinal eu mereço pelo menos um tempo de folga e alegria! Ainda iria atrás de Kate, mas por hora se fecha essa história e logo se iniciará uma no qual participei de uma  das maiores crises do meu clã desde que me tornei vampira!…

    Ps: Presente não se recusa não é mesmo?

    😉

  • Como eu encontrei o Ferdinand

    Como eu encontrei o Ferdinand

    Era uma típica noite em que eu decidi sair pela cidade, queria ver algumas pessoas e ficar um pouco sozinha, afinal eu moro em um apartamento com mais dois vampiros homens e eu sendo a única “mulher”, ainda tenho minhas necessidades femininas que incluem,  ler um bom livro, ir ao shopping gastar um pouquinho, as vezes assistir algum novo filme, ir a alguma exposição ou relaxar vendo um bom stand up. E nesta noite em particular, eu decidi mudar um pouco a minha rotina “feminina” e fui até um pub bem conhecido em uma das travessas de uma famosa avenida. Eu sempre gostei muito da diversidade de pessoas, estilos, os vários tipos de culturas que se misturam a noite nessas típicas travessas da avenida, pelo menos lá eu não me sentia tão “A estranha no ninho”.

    Esse pub em particular, apesar de estar muito cheio, era um lugar agradável, lembrava-me alguns pubs de Londres, com os banquinhos de madeira, o bar era bem rústico, exibindo vários tipos de cervejas e outras várias bebidas. Sentei-me em um canto mais discreto no balcão, pedi uma taça de espumante para disfarçar e fiquei ali, sentada, apreciando o lugar e como os humanos interagem.

    Após creio que uns quarenta minutos, senti uma forte presença aproximando-se, realmente muito forte, um vampiro antigo, e para minha sorte naquela noite eu decidi que não era necessário nenhum tipo de proteção… Eu sentei de uma forma mais ereta e comecei a me preparar para sair dali e sumir o mais rápido possível, só que a minha tática foi em vão, pois o tal vampiro sentiu minha presença (creio que ele sentiu a minha presença bem antes que eu percebesse a dele) e entrou no local que eu estava, alto, imponente, forte (lindo), parecia até que ele tinha saído de algum filme da época medieval. Cabelos longos despenteados, barba por fazer e vestido de forma simples:  jeans, camiseta preta surrada, allstar velho e carregando uma jaqueta de couro e um capacete vintage.

    Confesso que dentro de mim eu não sabia o que fazer, eu não sabia se acenava a cabeça como quem diz “E ai somos do mesmo time”, se eu pegava e saia dali correndo, ou se eu dava um abraço.  Minha primeira opção foi dar no pé, mas como nem tudo sai do jeito que a gente deseja, quando eu me levantei um pouco na cadeira, ele em questão de segundos virou o rosto para mim e me penetrou com aqueles olhos azuis e pensando algo do tipo: “ Boa tentativa, mas não”. Em minha cabeça eu só conseguia pensar “ Fuck, fuck, fuck, fuck”, e sentei de volta e esperei ele vir até mim.

    – Boa noite senhorita.

    – Boa noite.

    – Minha cara, o que faz alguém como você, sozinha, sem nenhum tipo de proteção aparente e em um lugar como este?

    – Creio que hoje eu deixei a inteligência em casa e esqueci que o mundo ainda continua um lugar perigoso…

    – Ah gostei do teu sarcasmo, e não eu não vou lhe fazer mal.

    – Eu tenho o dom do sarcasmo e ironia quando estou em uma situação como essa, me desculpe.

    – Situação como esta?

    – Com medo e um pouco de receio.

    – Como te disse, fica tranquila, não sou nenhum sádico.

    – Que bom, porque desse tipo eu já tenho até doutorado. Enfim, onde está minha educação? Prazer Lilian.

    – Doutorado? Interessante… Mas ok as formalidades… Prazer em te conhecer Lilian.

    – Prazer em te conhecer também…….

    – Ferdinand.

    – Ferdinand, um nome antigo e creio que Europeu?

    – Sim… Conheces a Europa pelo visto?

    – Sim, mais do que gostaria.

    – A curiosidade é uma virtude e um defeito que tenho, conte-me mais. Estou até pensando em arrumar uma banqueta e sentar-me ao teu lado se não for incomodo, é claro.

    – Imagine, não quero desperdiçar teu tempo com minhas bobagens. Alguém como você deve ter muito mais com o que se preocupar…

    – Tempo? Querida, o que eu mais tenho é tempo! Adoraria ouvir tuas histórias.

    – Se não for problema, e se você não for me prejudicar, vai ser um prazer lhe contar.

    – Te prejudicar? Por um acaso você vai me bater ou algo do tipo?

    – Não tenho motivos aparentes…

    – Então não há nada que te impeça de começar a falar…

    – Você é bem insistente e persuasivo…

    – É um dos meus dons.

    Depois disso, comecei a contar tudo o que havia passado para Ferdinand e ele foi muito gentil ao me ouvir e entender o que havia passado. Foi um gentleman por todo o tempo que ficamos lá e confesso que me senti mais a vontade e também um pouco mais segura perto dele. Não por ser extremamente forte, mas por ter tido a paciência e por ter me aconselhado em muitas coisas, coisas pelo qual levo muito em conta hoje em dia.

     

  • Quero me transformar em vampiro – Pt2

    Quero me transformar em vampiro – Pt2

    Duas noites depois a minha conversa com Penélope fomos ao aeroporto da cidade buscar Sebastian e Claudia, professora de biologia e nova companheira de meu ex-braço direito. Um casal aparentemente normal, mas que exala intelectualidade por onde passa. Quem os vê certamente pensa: “Feitos um para o outro”.

    Não lembro a data certa no qual Sebastian trouxe Claudia para o nosso convívio. No entanto, há mais ou menos dois anos ela soube de nossa existência.  Nunca vou esquecer-me da noite no qual Sebastian veio até mim preocupado, pensativo e na defensiva. Tive de tirar leite de pedra, antes que ele me confessasse seu  amor e suas intenções. Sobretudo, o que vocês precisam saber dela é que atualmente está no processo que precede a sua transformação, aos moldes do que tenho feito com Penélope.

    De volta à fazenda, acomodei-os no quarto predileto de Sebastian e sai de moto com Pepe.  Naquela noite eu tinha planos para minha pupila e tudo começaria num dos meus ambientes prediletos, o pub.

    – Veja as pessoas ao nosso redor, todas elas são obviamente únicas. Algumas se gabam por serem independentes, originais ou que não precisam dos demais para viver. Porém, mesmo no caos há um padrão para ser observado. Enquanto eu pego uma bebida pra ti observe aquele casal da mesinha redonda. Concorda comigo que eles vieram para um encontro e ainda não estão juntos, correto?

    Fui para a ponta do balcão, aproveitei para sentir o local em busca de algo que pudesse atrapalhar minhas aulas e voltei a mesa tranquilo, junto de um bonito copo de Jack ao estilo cowboy.

    – Tome, hoje vamos testar tua resistência… Alguma novidade sobre o casal?

    – Uiii Jack Fê, não podia ser Vodka com Red Bull? Eles estão ali, apenas conversando. Acho que ela não gostou muito dele…

    – Se tu conseguir beber mais duas doses pode escolher o que quiser… Mas vamos manter a discrição e acompanhar o casal. Tu achas que ela não quer nada? Vamos lá, pensa comigo. Ela está bem arrumada, ela riu de todas as besteiras que ele cochichou até agora. Acredite, com minha audição aguçada eu tô ouvindo todas as bobagens que ele disse e acima disso, veja aquilo. Mãos no cabelo e pronto… Começou a se inclinar para frente. Putz que cara tolo que ainda tascou um beijão nela…

    – Aff ela pode ser ansiosa só isso.

    -Não minha querida, são os padrões que eu te falei antes. Se existe algo que precisas aprender é que nem tudo se resolve com sangue ou poderes. A “manha” ou a “lábia” já salvaram muitos de nós ao longo dos séculos. Putz que banana, só pode ser cego e ainda levantou para ir ao banheiro sem ter bebido praticamente nada. Isso sim é um sinal explícito de ansiedade.

    – Tá, acho que tô entendendo Fê… Agora ela deve estar indignada e mandando Whatsapp para alguma amiga sobre o babana?

    – Isso minha garota! Vamos ver o que o cara faz quando voltar. Acredito que ele tenha ido respirar fundo, deve ter lavado o rosto e vai atacar na volta.

    Seis minutos mais tarde o cara volta para a mesa e antes de se sentar, passa a mão nas costas da garota, que sente um intenso arrepio percorrer toda sua espinha. Pede desculpas pela demora, coloca sua mão direita sobre a dela e leva a outra para as suas costas. Novos arrepios, mais algumas palavras bobas, que nenhum dos dois presta atenção e enfim um primeiro beijo. Um beijo leve e com medo, mas que aos poucos esquenta e se intensifica com a fricção de suas línguas. Longos vinte e um minutos sacanas, pausados apenas pela respiração de seus pulmões joviais ou mordidas recheadas de segundas intenções.

    – Está vendo, como ela estava afim e ele só precisava de um empurrão?

    – Sim sim, vou começar a reparar mais nisso… Posso pedir agora uma dose de Grey Goose com Red Bull?

    – Não minha querida, achei que tu fosse um pouco mais resistente e estamos de moto. Não quero que tu caia no caminho e tenhamos de apressar tua morte…

    – Credo, se eu tivesse um pai acho que ele agiria como você agora…

    – Que bom que pensas assim, está pegando o espirito… (risos)

  • Livro de bruxarias da Madame Borgia – Pt 4

    Livro de bruxarias da Madame Borgia – Pt 4

    Muitos dos mistérios, lendas e até mesmo profanações das civilizações antigas se baseavam na observação do céu e de seus astros e estrelas. Imaginem por exemplo o medo de alguém que vivia há 10000 anos quando ocorria um simples eclipse. Apesar disso, nem sempre esse tipo de situação foi temerosa e por vezes deve ter sido também um grande passatempo para muitos, afinal de contas, não havia celular, tv ou ainda menos a internet das noites atuais.

    Pensando nisso, eu sai do conforto de casa, transformei-me em lobo e fui para o mata próxima da fazenda. Onde durante uma longa corrida, pausada algumas vezes para descansar, cheguei ao alto de um dos montes. Lá de cima e novamente na forma humana e nu, pois eu queria estar mais próximo da terra, eu me deitei sobre uma grande pedra e fiquei por algumas horas apenas meditando.

    O processo de meditação foi incorporado as minhas rotinas de entendimento do mundo, nas idas e vindas pela casa de Kieran em meados de 1900. É poça em que a frase que ele mais dizia era: – Toda prática precisa de concentração, disciplina e esquecimento, tal qual a respiração, lembras?

    Inicialmente a meditação foi fácil, concentrei os pensamentos, deixei o corpo em estado de tranquilidade e imóvel. Porém, toda vez em que eu ia mais fundo nos pensamentos a imagem daquela garota loira, de capuz e sem face vinha aos pensamentos. Por que diabos isso? Seria ela a autora de tal obra nefasta? Seria algum aviso, seria Suellen querendo me chamando de alguma forma?

    Voltei para casa depois de mais alguns minutos em meio aquela confusão mental. – Por que eu tenho de ser assim teimoso, no sentido de por algo na cabeça e tentar resolver? – Era o meu pensamento constante em todo o trajeto de volta.

    Já em casa liguei para Joseph e quando ele retornou de sua “alimentação”, batemos mais um papo sobre os ocorridos. Ser assombrado, ou ter visões não é algo incomum para um Wampir, porém as que estavam ocorrendo comigo já haviam passado dos limites. Fato que nos fez ir atrás de mais pitas sobre o autor e as tais Stregas italianas.

    Sendo a fazenda um local tão isolado eu fiz as malas, juntei as cousas mais importantes e chamei Joseph para umas voltas por São Paulo e Rio de Janeiro. Reservei hoteis e na noite seguinte depois de avisar a todos, partimos em busca de mais informações. Obviamente a internet e até mesmo a deep web já haviam sido consultadas, bem como nossos informantes…

    Tendo como principal informação alguns entusiastas e estudiosos a respeito das bruxas, nós descobrimos facilmente um coven e onde seria sua próxima reunião. Duas noites se passaram desde que chegamos a São Paulo e com um carro alugado fomos ao tal pub na zona sul da cidade.

    Lugar bonito, escuro como todo pub e lá estavam mais ou menos 10 pessoas em uma mesa. Todos de preto, pentagramas no pescoço e alguns de moletom com capuz. Logo de inicio “apenas crianças brincando de bruxa”, foi o que me cochichou Joseph.

    Mesmo assim nos apresentamos: “Oi nos falamos pela internet…bla bla bla” E depois de alguns minutos eles realmente eram apenas crianças brincando de magia. Apesar de um deles ter potencial para bruxaria, inventamos uma desculpa qualquer e saímos à francesa. Ainda nesta noite aproveitamos para dar uma passada num dos negócios do Franz, uma casa de stripers, afinal nem tudo são negócios…

  • Ménage no pub

    Ménage no pub

    Acordo, tomo um belo banho quente, que inclusive me lembra por alguns instantes como era ter calor em minha pele e atrevo-me a ir em um pub. Noite fria de domingo com poucas pessoas na rua, porém nesta onde fica um dos pubs que tenho em sociedade com o Franz sempre há movimento. Estaciono a “BM” próximo do lugar e antes de chegar já sinto a presença de ao menos dois de nós, sendo um deles Franz.

    E para minha alegria lá estavam Franz e H2. O ex-mercenário, havia voltado a dois dias de um treinamento que meu irmão, seu mestre, havia lhe proposto. Então nada melhor que um pub para “brindar” a volta do “grandão”. Na verdade o pub era uma desculpa para uma bela jogatina de poker, que temos em algumas mesas nos fundos do lugar.

    Cinco ou seis mesas depois eu não estava me dando bem então resolvi sair um pouco para o salão/balcão. Quem frequenta pub sabe vai concordar comigo que um dos melhores lugares é no balcão, principalmente se tu fores igual a mim que é “amigo” do barman/gerente. O Sr. K. como o chamamos é um dos nossos Ghouls e apesar disso é uma bela companhia para um bom bate-papo.

    Entre gargalhadas, vaga uma banqueta ao meu lado e para minha sorte nela senta-se uma moreninha. Cabelos longos soltos, óculos de grau destes grandes Ray-Ban que estão na moda, batom vermelho, saia e um casaquinho que escondia por baixo uma bela blusa decotada. Um pint de Londom Pride, por favor – Disse ela depois de se acomodar na banqueta e de visivelmente me dar uma “secada”, antes de se concentrar em seu iPhone com capa de k7…

    Como naquela noite eu não estava para o jogo, tentei então o velho trocadilho do amor. Usei minha visão aguçada e disfarçando entre um comentário e outro com o Sr. K., percebi que ela falava sobre três na cama com algum tipo de amigo ou afair. Foi então que me aproveitando do tempo em que ela esperava resposta no Whatsapp, que eu comentei com minha voz rouca de sacana próximo do ouvido dela: Esse balcão é um belo lugar para um ménage!

    Então em poucos segundos em uma bela sequência de acontecimentos, ela se inclinou um pouco para o lado à medida que me olhava um pouco surpresa e com um sorrisinho sacana estampado na face. Porém no mesmo instante que ia me responder qualquer cousa o celular bipa em suas mãos e ela me ignora, concentrando-se no que havia recebido. Obviamente eu tinha planejado aquilo e lancei na sequencia: “Ainda mais se for com anões fantasiados estilo branca de neve…”.

    Novamente numa sequência rápida ela solta uma gargalhada, larga o celular na mesa e me fala: “Cara acho que tais vendo muito o Pânico na Band, todo programa eles sacaneiam aqueles anões coitadinhos…” E por mais que tenha sido sincero dizendo que não assistia a tal programa, ela não acreditou, mas começamos ali uma bela conversa. Como sempre fala o Franz: ”Fazer a garota/mulher rir no inicio de uma paquera abre muitas portas”.

    Tendo em vista minha recente solteirice (sim a Julie resolveu sumir novamente) começar a flertar é uma boa pedida, ainda mais que eu estava com fome. Noite adentro, rimos bastante, afinal fazer uma garota de vinte e poucos rir é muito fácil. Todavia, em certo momento Franz e H2 apareceram e cortaram um pouco do meu “barato”. Por vezes o Franz consegue ser bem inconveniente com suas brincadeiras de irmão mais velho, mas nada que eu não consiga contornar.

    Bom, resumindo um pouco a história, contei para a garota que o pub era nosso e isso fez ela ficar até que o Sr. K. fechasse as portas e nos deixasse mais a vontade perto das 2:30 da madrugada. Por sorte era apenas eu que estava com fome e depois de alguns pints não foi difícil realizar a vontade da garota. Casacos para um lado, sapatos para outro, calcinha, balcão… Brincamos um pouco, mas principalmente fiz o que eu queria naquela noite, desenferrujei meus galanteios e me alimentei. Franz também brincou com nossa refeição e na sequencia fez aquela tradicional limpeza de memória, no qual ele domina muito.

    H2 teve mais um belo aprendizado, Franz saciou suas vontades animais, a garota realizou seus desejos profanos e eu acalmei meu demônio. Sabem aquela história que eu sempre conto, que prefiro o sangue de bandidos? Isso nem sempre é verdade…