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  • Será ela minha escrava de sangue?

    Será ela minha escrava de sangue?

    E la estava eu mais vez indo de encontro a aquela pobre alma. Já perdi a conta das vezes em que ela me doou seu sangue. Talvez ela ache que um dia a transformarei, mas será que ela não pensa em mais nada de útil para sua monótona vida?

    Alguns trocados por sangue e nos últimos tempos ela parece estar mais passiva diante de minhas investidas. Está certo que seu pescoço já está calejado em função das várias mordidas, mas será que o tempo pode mesmo deixa-la neste estado quando me vê? A que falta me faz meu mestre. Às vezes penso em romper seu sono, sinto falta de alguém mais experiente para resolver estas dúvidas simples que circundam minha cabeça.

    Parece que foi ontem que ele me disse: Ferdinand agora é por tua própria conta, hibernarei e anseio que te cuides. Aproveite esta liberdade e siga com os planejados até o meu retorno!

    É meus amigos os pensamentos vão longe no momento em que me alimento. Antigamente era uma estase inimaginável, hoje em dia eu apenas resolvo minha questão alimentar. Talvez seja por isso que eu procuro por sangue em locais de alta adrenalina, combatendo o crime ou lhe buscando nas veias dos pilantras e salafrários…

    Ontem foi assim, quem sabe nas próximas semanas eu esteja mais tranquilo para pensar nas minhas filosofias, livros e site.

  • A procura de vampiros antigos

    A procura de vampiros antigos

    Nas últimas vezes que vocês me ouviram falar sobre o mundo dos vampiros eu sempre falei de muitas circunstâncias ruins que ocorrem conosco. Quero deixar claro que não sou do tipo de criatura que é sempre negativa com relação ao modo que o mundo é visto. Quem me conhece um pouco sabe que sempre tento ver o lado positivo das coisas. Em fim, no geral os vampiros não gostam de ser atormentados por pedidos de transformação, então nossa primeira reação é falar mal para não levantar intenções ou vontades.

    Sobretudo hoje quero falar de outros assuntos e do que ando fazendo no momento. Quem acompanha o blog sabe que tenho um crime para ser resolvido: a morte do meu querido irmão Zé. Passou-se algum tempo desde que encontrei Oliver o ajudante do Zé que me esclareceu parte dos fatos, no qual concluí que o meu irmão na verdade foi morto em uma emboscada e que seus poderes foram absorvidos ao que parece em um ritual vampiresco, feito por uma vampira e uma bruxa até então desconhecidas por mim.

    Acontece que desde então eu não fiquei parado e mexi meus pauzinhos afim de achar mais informações sobre as malditas. Acontece que caçar um vampiro, não é algo simples, além da burocracia que envolve a situação é um ser com os mesmos poderes, que pensa parecido e que pode possuir muito aliados.

    Quando algo desse tipo ocorre é imprescindível recorrer aos “regrados”, os criadores das normas ou simplesmente os chatos que dizem como os vampiros devem se civilizar com os outros e entre si. Apesar do meu clã não ser digamos “seguidor” das leis tradicionais, é de extrema importância falar com o máximo de aliados possível antes de tomar qualquer atitude com relação a um ser da mesma raça. Perceberam uma diferença importante entre nossa sociedade e a humana? Enquanto os humanos se matam as vezes sem o menor sentido, nós nos preocupamos sempre com os semelhantes…
    Começo a entrar aqui em uma parte extremamente delicada de nossa sociedade e me perdoem pelos poucos detalhes que darei a seguir, afinal querendo ou não é por causa disso e de outras burocracias que estamos não-vivos até hoje.

    O primeiro passo que dei então foi entrar em contato com o “superior” mais próximo a mim. Esse procedimento é necessário pois somente alguns poucos vampiros tem acesso aos regrados. Como meu tio está dormindo o mais próximo a mim é o chefe do supremo conselho do país no qual estou no momento, que dentre outras peculiaridades é extremamente ligado a tradição e só fala castelhano ou francês.

    Pois bem lá fui eu atrás do cara no local que me foi indicado, uma casa de pães em pleno centro da cidade.
    – Por gentileza eu gostaria de falar com o gerente, é um assunto de família…

    A atendente me leva até uma sala e quando menos espero surge uma bela moça, usando um terninho preto que me pergunta com ar meio arrogante em castelhano:
    – Senhor o movimento está grande hoje pode ser breve por gentileza!
    Mantenho o bom senso, percebo que ela tem algo especial, talvez seja uma carniçal e lhe digo:
    -Então minha querida, meu nome é Antônio, sou do Brasil e preciso falar com o …
    O rosto dela permanece sem expressões e me responde:
    – O senhor marcou hora? O … pediu para não ser incomodado com assuntos da família esse mês!
    – Vejo que você não me conhece então por favor chame o seu chefe, antes que! (mudando o tom de voz)
    E ela me responde de novo:
    – Antes que o que garoto…
    Nessas horas não é fácil ter a aparência de 25 anos. Levanto-me da cadeira, sinto meu sangue esquentar, minhas veias se realçam e minhas presas começam a aflorar.
    – Escuta aqui sua ghouleh de merda, chama logo a porra do teu chefe que eu tenho assuntos importantes para resolver!
    Antes que eu perca a cabeça ouço passos e a maçaneta de uma das portas do escritório se abrir. Surge então um ruivo de 2 metros de altura, trajando um terno preto e óculos escuros que me fala:
    – Deixe ela ai e venha comigo!

    Ele me leva por um corredor que dá em um elevador. Antes de entrarmos ele me da uma venda e diz para colocar. Apesar de estar enfurecido e nervoso, coloco a venda sem pestanejar e aguardo, pensando que provavelmente iriam me levar para os superiores.

    Sinto a temperatura cair muito ao sairmos do elevador, andamos uns 20 passos até uma sala com o cara segurando meu braço com força e ao pararmos ele abre uma porta me empurra de leve para dentro e me diz para aguardar. Fico ali em pé aparentemente no escuro por uns 2 ou 3 minutos até que sinto um forte perfume de incenso de canela e uma voz feminina me fala sussurrando ao ouvido.
    – Estressadinho senhor Antônio?

    Sinto um leve arrepio e tiro a venda, ao abrir os olhos vejo uma vampira de cabelos loiros, muito bem maquiada usando um vestido longo, preto com rendas e um decote em v que denunciava o seu belo colo. A Beth que me perdoe, mas é difícil não reparar em algumas beldades que se encontra por ai.

    A senhorita, que foi até bem simpática, se apresenta me fala que a chefe no momento é ela e que espera que eu tenha bons motivos para estar lhe incomodando. Contei-lhe então os ocorridos, expliquei que minha família é exclusa, mas que devido a situação eu precisava falar com os “poderosos”. Ela hesitou a princípio, mas meus olhos azuis sempre me ajudam com alguns detalhes.

    Depois de 40 min sai da padaria com pelo menos um telefone e um nome, mas frustrado por que teria de ir a outra cidade para continuar as investigações. Pelo menos a cidade é aqui no Brasil.