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    A morte do meu irmão Zé

    Certa vez me disseram que a única certeza que todos têm é de que um dia a morte chegará, no entanto isso com certeza não é perseguido por ninguém.

    Hoje é uma noite parecida com muitas pelo qual já passei. Não nego que cada vez que ocorre o que acabo de ver sinto-me mais fraco diante de tudo, pois é uma situação que poderia ocorrer a qualquer um independente de ser alguém com poderes ou não.

    Antes que eu comece a me perder em tantos assuntos como faço sempre, eu quero deixar registrado aqui um momento foda. Sei que isso é uma palavra digamos feia, mas é necessária para exemplificar a situação.

    Zé era um apelido carinhoso para o meu destemido irmão, um ser iluminado que possuía amigos em todos os lugares e sempre estava disposto a te dar uma mão no que fosse preciso. Não importava se tu ligavas para ele de dia ou à noite, pois ele sempre estava pronto a te ouvir.

    Quando nos falamos pela última vez foi algo rápido, uns 15 min no celular, mas o suficiente para ganhar força para continuar no meu caminho. Afinal minha casa havia sido invadida e eu precisava de algo que me motivasse a continuar mais uma vez.

    A dor que senti nas últimas noites é complicada de explicar. Perder alguém que conhecemos tão proximamente, mais de 200 anos como é o caso do Zé, é difícil. Dizem que os amigos são nossa segunda família. Eu discordo, acho que fazem parte da primeira junto com os parentes de sangue.

    Eu não iria revelar os próximos trechos, mas eles irão ser mostrados como um paciente que libera o seu inconsciente ao psicólogo.

    Duas noites depois a que eu fui fazer uma visita ao meu amigo e deixar a sua encomenda eu recebo um telefonema de um amigo em comum trazendo o pesadelo:

    – Galego, o nosso amigo Zé não está mais entre nós.

    Sabe quando se tropeça, leva um choque ou se queima? A minha sensação foi similar e fiquei estático e atordoado. No começo não acreditei e até acho que senti algumas lágrimas psicológicas inflamarem o meu rosto. Se eu não tivesse alimentado é bem provável que deixaria o meu demônio aflorar.

    Apesar disso, recolhi o ódio em alguma parte do que ainda resta da minha humanidade e fui até a casa do pobre vampiro.

    Lá chegando, minha visão foi poluída com muitas coisas quebradas, alguns filhotes estavam mortos jogados em um canto e uma grande poça de sangue guardava o que pareciam ser as cinzas de algo que foi queimado. Ao tocar o sangue, senti um aperto na cabeça e uma breve tontura indicava que aquilo eram os restos de quem eu não queriam que fossem.

    Hoje depois de algum tempo eu retomo uma situação vivida há vários anos chamada vingança!

    Não sei o que vou encontrar ou por onde estarei apenas sei que preciso descobrir o que levou meu irmão. Talvez eu não aguente mais uma dessas, mas minha mente só irá sossegar quando tudo for resolvido.