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  • Lilian à Reunião – Final 1 de 2

    Lilian à Reunião – Final 1 de 2

    “Não adianta ficarmos aqui pensando no que fazer Dani!”, minha frustação era nítida, tentava achar mil e uma formas de matar Pierre, mas tinha um porém, os Regrados, sim eles, vocês já devem  ter ouvido falar neles. E como eu não quero a atenção deles voltada para a ordem, prefiro pensar em algo que não me venha dar problemas.

    “Eu não sei como podemos dar um jeito nisso…Preciso de uma luz!”, enquanto estávamos parados em um bar Country ali pelas redondezas, senti  meu celular vibrar, vi que era um número desconhecido mas atendi mesmo assim, “Alô?”, “Lilian San…”, por Odin não poderia ser ela “Senhora Mun Na?”, ” Lilian San, ouça com atenção. Ele não pode ser morto por ti…Mas tu sabes que a sombra do passado o persegue, uma sombra tão antiga que até o mais valente dos vampiros teria medo de enfrentar. Ache a sombra, peça que te conceda o poder de fazer a justiça e então criança cumpra o teu destino e acabe com o sofrimento da espera. Adeus Lilian San.”

    Desliguei o telefone surpresa pela ligação da velha Senhora Mun Na, mas não fiquei surpresa por ela ter me jogado mais uma charada. PQP a essa altura do campeonato vir me jogar mais uma  das filosofias dela? Sério?  “Então a velha amiga da Ordem decidiu lhe dar o ar da graça maninha?”, “Sim, com mais alguma charada… Mas essa eu creio que vai ser bem fácil de descobrir…”

    Deixamos o local e seguimos em  direção até a casa de um velho amigo nosso. Rodamos por alguns minutos pela via expressa, depois seguindo direção por uma estrada de terra. Quanto mais próximos da casa do nosso querido amigo redneck, mais próximos os sons de tiros ficavam, digamos que os redneck’s adoram apreciar e usar armas, caçar e nunca desperdiçam a chance de uma boa cerveja.

    E lá estava ele, sentado ao pé da fogueira, rodeado de outros da mesma comunidade que a dele, tomando uma boa cerveja e segurando seu rifle de longo alcance como se fosse um amuleto da sorte. A simples casa de campo, o cheiro de pólvora e terra molhada sempre foram característicos aqui dessa região onde Steven mora, algo bem interiorano.

    Aos nos ver chegar o mesmo veio em minha direção com os braços abertos e me envolveu em um abraço bem forte, “Quem é meio vivo sempre aparece! Lili, Lili, Lili! Cara sempre gata e  tatuada não é?! Que saudades de ti mortinha viva mais linda!”, aqueles olhos azuis eram realmente encantadores e o sotaque caipira também, os cabelos loiros bem cortados e a barba por fazer davam um charme ao adorável lobisomem, “Steve! Aqui estou! Você sabe que é um dos únicos lobisomens de quem eu sinto falta!”, sorrisos por sorrisos ele piscou em confirmação, depois viu que eu não era a única visita, “Holly fucking shit! Daniel motherfucker! No way!”, agora sim ele se animou de vez, Daniel e Steven são amigos há um bom tempo, muito antes mesmo que eu entrasse para esta vida, eles já tinham uma amizade de longa data, “Steve! Man! You Fucker!”, aperto de mãos e abraços e quando percebi já estávamos sentados a fogueira junto de alguns amigos do Steven que nem desconfiávamos o que na verdade erámos.

    Depois de algumas horas entramos para a casa de Steven e seguimos até o porão que ele muito atencioso mantinha, caso alguns de seus amigos da noite viessem para passar uma temporada, no nosso caso seria apenas um dia. Quando finalmente terminei de me arrumar em meu quarto, duas batidas na porta ecoaram e Steven entrou, sentando-se em minha cama e  parecia me analisar , “Eu sempre esqueço como você é deliciosa Lili!”, “E eu sempre esqueço como você é direto e sem filtros lobinho!”,” Então me confirma uma coisa, está solteira mesmo?”, “Porque a pergunta? Está interessado?”, “Quem não estaria?”, “Digo o mesmo de ti, sempre mostrando esses braços musculosos com essas regatas de lenhador!”, “Fala de mim? Não sou eu que fico atiçando os colegas com esse par de Big Babes que você tem!”, “Ah valeu o elogio!”, ” Mas e ai, a que devo a honra?”, “Daniel não te contou?”, “Não, se tivesse contado eu não estaria aqui!”, “Estaria sim!”, “Quem eu quero enganar? Estaria sim, afinal adoro ficar  bem perto de você!”, Steven sempre invadindo meu espaço e bancando o galã, “Você não muda nada!”, “Nem quero!”, “Enfim, digamos que eu esteja em uma empreitada para matar o Pierre…”, ” Fácil, eu sei que ele matou um vampiro e os regrados estão atrás dele… Achei que soubesse…”, “Ultimamente estou descobrindo muitas coisas…”, “Entendi… Bom se a tua dúvida é se tenho contato com algum regrado, a resposta é sim!”, “Então pode me ajudar?”, “Posso e vou! Adoraria assistir a morte daquele puto!”, “Ótimo! Muito obrigada Steven!”, “Ao teu dispor Lili!”, ” Eu posso dormir agora?”, “Pode, não quero que o calor queime seus olhinhos!”, “Larga a mão de ser besta Steven!”, ” É um dos meus dons! Boa  noite dia para você morceguinha!”.

    Agora as coisas estavam começando a seguir um rumo bacana. Mais um pouco e talvez eu conseguisse terminar essa novela.

  • A magia e os vampiros – pt10

    A magia e os vampiros – pt10

    Chegamos a Berlin na noite do dia seguinte e fomos diretamente a um dos hotéis que temos “conta”. Infelizmente, Claire não nos acompanhou, mas sinceramente acho até que foi bom, pois certamente eu me perderia em suas curvas ou ao menos passaria muito tempo tentando fazer isso…

    Berlin e suas noites agitadas e cheias de atores, escritor, cantores, pintores… A diversidade cultural anda tão em alta na cidade, que chego a me imaginar voltando a morar por lá. Porém é realmente uma pena que algumas ruas, cujo passar dos anos não as altera, ainda me tragam tantas lembranças de um tempo que não volta mais.

    Memórias a parte Franz já chegou no espírito de festa (só para variar) e queria ir para algum lugar onde houvessem “garotas fáceis”, mas o convenci que seria interessante irmos primeiro ao refúgio do vampiro líder da cidade, aliás, amigo meu e que vou chamar por aqui de DW.

    Certas cousas nunca saem de moda para os vampiros e ainda é costume levar um presente quando se visita o refúgio de algum “conhecido”. Como havíamos chegado a pouco, obviamente não tive tempo de comprar nada. Porém Hadrian deum boa ideia e me convenceu a presenteá-lo com uma de minhas pistolas. Como eu sempre viajo com minhas pistolas nas maletas, havia ali um belo presente. Ainda mais por que elas são modelos especiais feitas sob medida em uma das fábricas em que sou sócio.

    – Ferdinand seu filho da… Por que não me avisou que vinham? Certamente teria preparado a casa…

    – Imagina cara e olha aqui… Acho que vai gostar do “brinquedinho” que te trouxe desta vez.

    – hahaha Não tivesse tempo de me comprar nada e vai me dar uma de tuas pistolas é safadão? Mas fica tranquilo fiquei “secando” da outra vez que visse aqui.

    – .50 adaptada para .40, o chassi é feito com uma liga experimental mais leve, tem um sistema antitravamento e mais alguns detalhes que eu vou deixar tu experimentar na prática…

    – Como eu te disse fiquei “secando” e muito elas… Mas vamos lá, que bons ventos o trazem aqui, ainda mais com esse safadão do teu irmão. Vem cá seu puto me da um abraço. Tô com saudades das festinhas ali na Kurfurstenstrasse… E tu não sei quem és, mas se é amigos desses dois está em casa, cara!

    Certamente, vocês já devem ter ouvido falar que os alemães são um pouco frios, mas DW já havia viajado tanto e feito tantas festas conosco que “viramos da família”. Berlin, aliás, é uma cidade onde sempre fomos bem-vindos, ainda mais depois que os muros caíram e a liberdade voltou à cidade. Turismo e recepção a parte eu não sabia o que meu amigo faria naquela noite, portanto resolvi ir direto ao assunto principal.

    – Não sei o que tens para fazer hoje à noite, mas passamos aqui para dar um oi rápido e perguntar sobre algo que estamos procurando pelo país. Já ouviu falar do projeto “Amadeos”?

    Nesse instante a expressão dele mudou um pouco, ele inclusive olhou para os lados e se aproximou de mim.

    – Não pude deixar de fazer um “draminha”. Cara, não sei de praticamente nada disso hahahaha… Mas é bem provável que vocês encontrem algo no Wash’s. É um “strip bar” novo na cidade, onde inclusive preciso ir qualquer dia desses para demarcar território. Parece que estão fechando alguns negócios importantes por lá ultimamente.

    DW é aquele tipo de sujeito cheio de histórias, que as conta de uma forma agradável e sempre te deixa com vontade de conversar mais. Porém, como adoro novidades e o Franz estava ansioso por uma noitada com os irmãos, dei uma “breve cortada” no papo e fui junto dos outros para a tal “Wash’s”. Onde antes mesmo de entrar senti a presença de outros dois vampiros desconhecidos.

  • A magia e os vampiros – pt1

    A magia e os vampiros – pt1

    Quase sempre eu escrevo por aqui para confidenciar meus pensamentos e angustias, relacionados ao fato de eu ser um vampiro. Para alguns, isso não é um fato aceitável e exige muito mais do que conhecimentos ou crenças, pois vai além do que lhes é ensinado em escolas ou por suas famílias tradicionais. A cultura de muitos lugares, principalmente no Brasil da atualidade, salvo alguns lugares específico, é favorável a uma educação mais lógica, desprendida de mitos, lendas e histórias.

    Sinceramente quando entrei nesse mundo on-line em meados de 2006, eu vislumbrei muitas cousas, principalmente o fato de que a internet permitiria o aumento do conhecimento geral das pessoas e uma possível aceitação do que nós somos. Todavia, o que eu vejo por ai nesses 7 anos de acessos é que houve sim o aumento do conhecimento geral, mas a questão lendas está cada vez mais apagada.

    Que papo de sociólogo é esse Ferdinand? Calma mancebo, essa introdução é para contextualizar minha última aventura junto de Hadrian e Sebastian em meio aos seres tidos como “despertos”.  “Despertos”, aliás, é um termo novo aqui no site, muito utilizado por Hadrian e de significado simples. Abrange todos nós que conhecemos a verdade por trás da penumbra da sociedade humana: Vampiros, bruxas, metamorfos …

    Enfim, essa história teve início meses atrás e logo que voltamos do enterro de meu estimado Kieram.  Lembram-se da caixa de Suellen? Pois então, cerca de duas noites depois eu recebi um telefonema de um cara até então desconhecido e que se dizia discípulo do falecido mago. No telefonema ele foi breve e disse apenas que gostaria de marcar um encontro para nos conhecermos.

    Naquela mesma noite liguei para meu pupilo (Sebastian) e ele tomou a liberdade de resolver tudo, definindo inclusive um local público e seguro. Tendo em vista, o fato de que não é sempre que nos contatam em números exclusivos aos membros do clã, tal preocupação se fez importantíssima. Naquele mesma noite ele foi ao meu encontro e combinamos algumas ações e reações para evitar imprevistos.

    22:10 estávamos no local marcado e fazia 10 minutos que o cidadão estava atrasado. Como não sou muito paciente com horários eu resolvi ir para o terraço e praticar aquela famosa “esticadinha nas pernas”. No meio das escadas eu esbarrei num sujeito  com quase meu tamanho, um pouco mais forte, feições europeias e que descia correndo. Apesar dele não emitir qualquer tipo de energia sobrenatural, os seus grandes olhos verdes e olhar penetrante me chamaram a atenção, a ponto de não reparar em sua voz grave e no rápido pedido de desculpas.

    Eu mal havia posto os pés no terraço e estava a ponto de queimar um pouco de essência de menta em meu cigarro eletrônico, quando sinto o smartphone vibrando no bolso. – Herr, nosso convidado chegou – Disse-me o afoito Sebastian. No mesmo instante voltei para o salão e lá estava o sujeito da escada…

    Durante alguns minutos ele confirmou sua ligação com Kieran, revelou momentos e situações muito íntimas do velho mago e aquilo me pareceu suficiente para que nos retirássemos para um lugar sem eventuais “ouvidos nas paredes”. Chamei Sebastian para um canto e ele também compartilhou de minha opinião, confesso que inicialmente o sentimento que vinha a minha mente era de que tínhamos diante de nós uma espécie de órfão. Alguém, que independente dos poderes, estava precisando mesmo de um ombro amigo.

    Instantes depois a conversa foi retomada num dos meus refúgios e lá veio a revelação: Estávamos diante um trunfo de Gaia, alguém que havia fugido a todas as regras e se revelou como sendo um “mago-vampiro”.