Tag: bandidos

  • Malandro é malandro, mané é mané…

    Malandro é malandro, mané é mané…

    Quão bestial é aquele que suga a vida de outrem? Não caro mancebo, não falo aqui de nos pobres dependentes que sujam sangue para sobreviver. Falo sim daqueles que não precisam dele, mas que o fazem por serem pessoas ruins.
    Ontem ajudei um amigo em seu restaurante, fiz o que gosto de fazer as vezes que é agir como alguém normal e trabalhei em uma cozinha. Meu amigo é dono de um dos bares que costumo ir para relaxar quando preciso do famoso papo de boteco com os amigos, então ontem não pude recusar seu pedido de ajuda haja vista que um dos chef’s estava doente. Mesmo por que é um local que eu costumo ir apenas uma vez quando visito minha terra natal.
    Alguns de vocês já me viram comentar por aqui que gosto de cozinhar para passar o tempo e ontem pela primeira vez pude fazer isso em larga escala. Confesso que cansei e achei em certos momentos muito chato o trabalho de cozinhar para muitas pessoas, todavia e como sempre gosto de sentir em momentos oportunos essa sensação de novos desafios.
    O papo ia muito bem e eu já estava na cozinha ao menos por umas 4 horas, quando o movimento baixou e eu pude aproveitar um pouco do tempo que ainda me restava com os amigos que lá estavam. O problema é que o bar fica próximo a uma região de favelas, um lugar muito bonito e cult, porém quando algo está perto de uma favela é inevitável que em determinados situações surjam alguns meliantes ou malandros. Malandros na verdade nem são tão problemáticos, pois apenas falam de mais, o problema são os bandidos disfarçados de “playboy”.
    Para resumir um pouco este inicio de história, digamos que eu estava no balcão admirando as pessoas em um momento meio filosófico olhando para o nada, quando entram dois caras que me chamaram a atenção, haja vista seu olhar perdido para todos os lados, indicando que provavelmente iriam fazer merda. Um deles sentou em cima do freezer e em poucos segundos eles levantaram a tampa e roubaram uma cerveja.
    Se existe uma coisa que não suporto é malandro metido a bandido e fiquei encarando o tal vagabundinho. Ele veio pra cima de mim deu uma risadinha e teve a coragem de dizer – Você não viu nada guerreiro! – Neste momento eu estava prestes a agarrar o pescoço do meliante, quando surge ao meu lado um amigo que preferiu conversar com os dois para não brigarmos na frente dos outros clientes.
    Neste momento eu continuei encostado n balcão vendo a frente a conversa e ouvindo tudo que eles cochicham. Por várias vezes o metido a marginal me xingou, falou que eles davam muito dinheiro para o bar e que uma cerveja não iria fazer falta. Então por fim meu amigo liberou os dois com a tal cerveja e veio até mim para dizer que não era para se incomodar com tal “coisa pouca”. Mesmo com os caras dizendo que eu estava marcado e que iriam me pegar mais tarde.
    Tudo bem, afinal eu estava cansado do trabalho e acabei aproveitando mais alguns minutos antes de pegar a moto e ir embora. O clímax desta história aconteceu quando eu estava na rua preparando a moto para ir para casa. Era um lugar bem escuro, com aquelas famosas ruas de paralelepípedo com vários lugares ocultos e as poucas lâmpadas nos postes deixavam um ar meio dark, quando me surgiram 3 caras armados de porretes e facas.
    Como já estou acostumando com pivetes, nem me estressei ao vê-los caminhando em minha direção, porém fiquei muito puto quando um deles chegou e logo de cara quebrou uma lanterna da minha moto com uma paulada……….
    Povo eu posso até frequentar lugares ruins, posso até ser um pouco esquentadinho, mas se chegou em mim com pé vai levar dois de volta!
    Depois daquela breve apresentação eu pulei rapidamente para trás. Eles ficaram impressionados com minha agilidade e ao retomar o impulso para frente cai em cima de um deles que errou em ficar me admirando. Pensei em quebrar seu frágil pescoço como se o fosse se uma ave, mas não queria matar ninguém próximo ao bar do meu amigo, então apenas soquei várias vezes seu estomago para ferir alguns órgãos internos.
    Nesse momento um deles bateu com o pedaço de madeira em minhas costas, confesso que até doeu um pouco, porém isto só aumentou minha fúria. O problemas deste é que ele era muito lento e depois de tomar o porrete de suas mãos o devolvi quebrando um de seus joelhos.
    Quando olhei procurando o outro ele estava assustado e estava prestes a sair correndo, quando dei mais um salto a sua frente, olhei em seus olhos e lhe disse: “Buh”…
    Adoro brincar com esses sociopatas juvenis, então enquanto ele se urinava eu ri e falei para todos em alto e bom tom:
    – Vocês foram marcados, se voltarem e eu estiver por aqui vocês não irão a nenhum outro lugar depois!
    Após o incidente, os meliantes estavam indo embora mancando e gemendo quando chega meu amigo dono do bar, empunhando um revolver com uma das mãos e acompanhado de mais 3 senhores que estavam no bar. Eles riram muito ao chegar e antes de ir embora meu amigo me disse:
    – Não sei que é o perigo que te atrai ou se é tu que o procuras em todos os lugares! Obrigado!

  • Vampiro mata assaltantes de banco

    Vampiro mata assaltantes de banco

    Quem nunca tentou encontrar o seu limite? Eu faço isso freqüentemente. Correndo o máximo que posso e quase ultrapassando carros em avenidas, pulo de um prédio ao outro ignorando o meu medo de altura e utilizando técnicas de Le Pacur, vôo em forma de névoa o mais alto que posso até o limite da atmosfera e claro, evito tomar sangue humano fresco o máximo que posso.

    Todavia, essa questão de não beber sangue tem seus problemas. Lembre-se, um vampiro não bebe sangue apenas por necessidade alimentar, é através de sua energia espiritual que a besta interior se acalma, ou seja, quando um vampiro se alimenta ele também alimenta seu outro eu, um eu por vezes maligno e que sempre precisa de um calmante.

    Feita a introdução é hora de contar como foi a minha última peripécia:
    Hoje mais calmo eu penso comigo: “Puta merda, eu podia ter encontrado o meu fim”…

    Depois de quase 10 dias sem beber sangue eu resolvi me afastar de casa, avisei Beth que iria tentar ficar uns dias a mais sem me alimentar e fui para uma pequena cidade, próxima a fronteira entre Santa Catarina e Paraná. Uma cidade pacata, na serra e livre de perigos. Por que fui para lá? Primeiro por que tenho onde ficar e segundo por que eu sabia que por lá não teria, bandidos, polícia ou alguém que pudesse interferir no meu jejum.

    As noites a estavam frias, para essa época do ano, algo que eu aprecio e que me motivou a dar uma volta. Lá estava eu vagueando próximo a um Pub, um local agradável que me fez lembrar da vida no começo do século, haja vista que é decorado com muitos objetos antigos, o que produziu um ambiente clássico de começo de século. Como eu já estava ali por uma semana e sem sangue o que é pior, meus sentidos estavam super aguçados, qualquer movimentação, cheiro ou barulho mais alto instigava e pedia minha atenção. Por isso sai de casa precavido e como sempre levava minhas armas e o colete. Outro dia eu falo mais sobre esse poder que as armas oferecem, mas é algo que só quem usa sabe, é uma espécie de muleta e mesmo quem tem super poderes sabe das suas vantagens. Não que eu tivesse saído para matar alguém ou quisesse arrumar “rolo”, é que no estado que estava com certeza ia dar merda. Ok ok ok a Beth já me repreendeu por causa disso…

    Papo vai papo vem, acabo ouvindo alguém comentar sobre um assalto, sim, para o meu azar alguém comentava que iria assaltar uma das agências do banco do Brasil da cidade. Foi difícil encontrar quem era em meio a tanta gente, até achei interessante eles terem marcado a reunião da quadrilha em um local movimentado, o que eles não podiam prever é que alguém com ouvidos aguçados estaria por ali. Nessas horas minha garganta se fecha, meus olhos brilham ,meu coração parece que vai começar a bater e quem me vê fala que minhas bochechas claras ficam rosadas. Não sei ao certo o que ocorre, mas acredito que seja meu diabinho querendo aparecer e botar pra quebrar.
    De qualquer forma agir ali não seria de bom grado, muitas pessoas, lugar apertado e por mais que eu quisesse me alimentar era preciso esperar um bom momento (até ai eu tinha controle do demônio). Aguardei até que a quadrilha formada por 4 homens saísse , os segui até a saída e em um local onde ninguém pudesse me ver assumi a forma de nevoa. Foi fácil seguir a caminhonete preta com placas de Curitiba-PR até a oficina onde eles estavam passando a noite.

    O galpão era a uns 15 minutos do centro em uma região de poucas casa e com pouca luz. Perfeito não acha? Também achei, e foi ali que comecei minha festinha privada. Entrei dentro do galpão e aguardei até que todos dormissem. Materializei-me dentro de um banheiro que lá havia e ataquei minha primeira vítima, como um felino com movimentos calculados e silenciosos.

    Uma mão na boca e a outra no peito segurando os braços… Relaxante, extasiante, saboroso e tranqüilizante era o sabor aquele sangue fresco…

    Um tinha ido faltavam três, agora mais calmo foi fácil, entrar no quarto onde estavam os outros três e acorda-los falando: -E ai quem vai ser o primeiro? Meio sonolentos eles foram acordando assustados, um deles que estava no chão me olhou de baixo para cima e disse: Quem é tu seu louco? Eu dei chute em seu braço e disse: Cala boca babaca eu sei o que vocês iriam fazer amanhã e vim imped…Nesse momento eu fui interrompido por um travesseiro jogado pelo cara de cima do beliche. Ouço o engatilhar de uma arma e quando menos esperava fui atingido por dois tiros no peito, que me fizeram cair sobre o cara da frente…

    Assim começava mais uma chacina e sempre da mesma forma sem que eu começasse… Juro que eu não ia fazer nada, apenas uma boa surra e nem me alimentaria deles, mas…

    As presas cresceram mais que o normal, vieram os pelos, os músculos inflamaram e novamente a besta toma conta. Lembro de vários flashes, carne sendo rasgada, muitos tiros e muito sangue. Alguns minutos depois fui “acordado” pelo toque do meu celular: Oi amor, logo estarei em casa…

    Hora de limpeza geral e nesse momento sempre tento agir como o melhor dos detetives, pensando no que poderia me incriminar. Carreguei a caminhonete e fui para terras amigas, lá ocultamos os cadáveres e veículo.

  • Dias de trabalho… Instinto – Parte 2

    Salve povo,

    Então, ainda estou cheio de trabalhos, e segue a continuação da história do doutor:

    Instinto – Parte 2

    Mas que merda cara, olha o estado desse cara! – Disse Carlos Eduardo Guimarães, investigador da Polícia Civil de Florianópolis ao seu parceiro, Ricardo Augusto dos Santos. Investigador Carlos entrara para a polícia há cinco anos atrás, e nesse meio tempo viu a cidade em que nasceu mudar radicalmente. Ele já fora baleado duas vezes, uma em uma operação conjunta com a Polícia Militar, quando eles desbarataram uma quadrilha de assaltantes, outra quando estourou um cativeiro durante um seqüestro. Da mesma forma, Carlos fora responsável por mandar pelo menos quatro marginais para a cova, coisa que o policial, bem quisto e admirado por seus colegas, se orgulhava em dizer.

    Seu parceiro, Investigador Ricardo tinha quatro anos a mais na polícia, e era igualmente respeitado. Mas mesmo assim os dois policiais tiveram de conter o vômito, que subiu até boa parte da garganta, quando desciam pela ribanceira, após cruzar o cordão de isolamento da polícia, e se depararam com um corpo.

    Era o de um homem de meia idade, talvez quarenta anos, em forma apesar do inchaço. Ele estava com metade do corpo para dentro da água de um córrego sujo e fedorento, e a outra metade estava sobre a margem. Carlos conteve o asco quando, ao se aproximar notou que três grandes ratazanas se fartavam na carne em decomposição do pobre coitado. _Puta que pariu cara, olha o tamanho desses bichos! Parece um Rotweiller! – Comentou Ricardo com o parceiro, mas Carlos não conseguia falar, em todos esses anos de Polícia ele nunca vira uma coisa dessas, talvez se servisse em São Paulo ou no Rio de Janeiro ele fosse ver, mas em Floripa? Era decididamente algo que iria tirar o sono de Carlos por muitas noites. Logo de cara, Carlos viu a garganta aberta do sujeito, um corte fundo e feio, de um lado ao outro, mais um pouco e teriam decepado a cabeça do coitado. O mais chocante não era a garganta cortada, Carlos já tinha visto dezenas de gargantas cortadas, muitas delas com o sujeito ainda vivo, o que mais perturbou o policial foi a língua pendendo pelo corte, arroxeada e rija, dando um aspecto grotesco ao corpo, pois a língua projetava-se como um apêndice canceroso ou algo parecido. “O filho da puta se deu ao trabalho de fazer uma gravata colombiana…” – Pensou Carlos já desejando colocar as mãos no assassino e dar-lhe uma surra de fazer com que ele implorasse para morrer. Era errado, claro, mas Carlos não era politicamente correto, não aceitava propina nem suborno porque acreditava na missão sagrada da Polícia, e fazia questão de deixar seu lugar bem claro na sociedade, ele era o mocinho, nunca o bandido. Mas Carlos era famoso na corporação por adorar bater em vagabundo, as vezes ele se excedia, mas suas surras eram tão eficazes que os marginais se quer tinham coragem de denunciá-lo, por medo de apanharem novamente. Estupradores eram seu tipo preferido, Carlos odiava estupradores e dois dos quatro bandidos que ele “mandou para a cova” foram estupradores. Carlos batia com satisfação nesses caras, sempre pensando em sua amada esposa Elizabete e em seus três filhos pequenos.

    Mas nesse caso Carlos pensou não em sua esposa, mas sim nele mesmo. Ele pensou que quando chegasse a sua hora, ele queria que fosse em uma cama quente, com seus entes queridos velando por sua passagem, depois um funeral digno de um policial, com salva de tiros e com o delegado Fonseca falando coisas legais sobre ele, todos estariam tristes é claro, mas Carlos iria dessa para uma melhor com a sensação de dever cumprido. Essa era a forma correta de um homem morrer, e não com a garganta cortada por um vagabundo cruel e sádico que abandona seu corpo para ser devorado por ratazanas do tamanho de rotweillers.

    _O legista já está vindo? – Perguntou Carlos, subindo o barranco enlameado que dava acesso à margem do rio.