Tag: bruxa

  • Vampiros, sexta-feira 13 e pseudo bruxas

    Vampiros, sexta-feira 13 e pseudo bruxas

    Há tantos fatos sobre vampiros que não fazem sentido, que as vezes nem mesmo eu consigo usar palavras para explicar. Por que alguns vampiros suam de verdade e lacrimejamento e outros sangram? Por que certos vampiros tem poderes mentais, enquanto outros têm habilidades com o corpo, ou ainda alguns exercem influência sobre os elementos da natureza? E o que tem haver isso com sexta-feira 13…

    Cara, se estais aqui em busca de explicações sobre o porque disso tudo, desculpa, sorry… NÃO SEI.

    Sério, tenho minhas habilidades, domino-as até certo ponto e não sei de onde vem ou para onde vão. Por vezes me sinto abençoado, em alguns momentos me sinto um pequeno Deus. Só que também há momento mas em que me sinto um anticristo, amaldiçoado, demoníaco ou maldito.

    Ao meu ver, saber o porquê das coisas é importante, pois gera algo chamado “liberdade”. Sim, acredito que ao jogar certos dons aos deuses, ou pelo menos aquilo que é difícil de lidar ou entender. Nos permite a liberdade de agir, a liberdade para tentar ou praticar aquela tal tentativa e erro.

    Noites atrás eu estava naquele lugar que mencionei no post. Onde levei uma pseudo bruxa para o meu quarto de hotel. Fizemos aquilo que nossos corpos quiseram e depois troquei uma ideia com ela. Eu já tinha percebido que ela era apenas um “cosplay de bruxa”, mas resolvi levar o lance dela um pouco mais para frente por diversão.

    Foi quando entramos nesse papo de Deus(a), sobrenaturais e afins, aliás foi onde consebi essa ideia de “liberdade pelos Deuses”.

    A garota não conseguiu ir muito longe nas suas explicações acerca dos “seus poderes”. Juro, ela acredita piamente ser abençoada e detentora de poderes psíquicos.

    • Pensa em algo e deixa eu adivinhar.
    • Tô pensando…
    • Vocês tá pensando em nós!
    • Cara, tô pensando no que vou fazer amanhã…

    Na verdade eu estava pensando em como mandar ela embora mais rápido.

    E tu querido(a) leitor tens alguma explicação para a existência de vampiros, sexta-feira 13 e bruxas?

  • O mistério do lobisomem – pt4

    O mistério do lobisomem – pt4

    Já leu a parte anterior?

    Cheguei com a Lobisomem numa casa de chás, ervas, produtos naturais e demais materiais relacionados a flora e fauna. Estava na cara que o lugar pertencia a uma bruxa. “Pelo menos eles estão conseguindo se misturar com os humanos” – Pensei comigo.

    – Olá boa noite, infelizmente já estamos fechando – Informou uma garota, meio gótica na faixa dos 20.

    – Boa noite, precisamos falar com a Madame… – Falou Claire, indo direto ao ponto.

    – Ela não fica mais aqui, senhora.

    – Ok, entendo e onde podemos encontrá-la? – Falei eu me intrometendo.

    A garota cerrou os lábios, como se estivesse analisando a situação mentalmente e falou retraída:

    – Não sei se…

    – Recuperamos alguns itens que foram roubados dela, fica tranquila que ela vai querer nos receber – Falou Claire, interrompendo os pensamentos da aspirante.

    Os seus ombros relaxaram e seus lábios, até então tensos, se aliviaram. Exibindo um belo sorriso, apesar de sua origem inglesa.

    – Ah se for por isso, acho que ela vai querer mesmo falar com vocês. Tomem. Esse cartão tem o endereço e o celular dela.

    Claire de imediato se virou e voltou par ao carro, eu dei uma piscadinha e soltei um simples: “Thak’s milady!”. Claire estava tão empolgada que ela mesma assumiu o volante e já estava com o carro ligado quando fechei a porta.

    – Eu sei onde fica esse lugar, entra anda!

    – ok ok, pode ir. Vou ligar lá para ver se está em casa… Droga deu caixa postal!

    – Fuck!

    Prosseguimos sem muito papo até o local. Lugar afastado do centro, repleto de árvores e casas residenciais. Não senti nenhuma presença sobrenatural e todas as luzes estavam apagadas no endereço indicado pelo cartão. Olhamos ao redor, não havia nenhuma câmera e decidimos pular a pequena mureta. Alguns gatos rondavam o local e aproveitei para usar meus poderes com um deles:

    “Hey gato, você mesmo, pode se comunicar comigo?”

    “Comida… Estou com fome!”

    “Desculpe não tenho comida, você não tem nenhum rato para caçar?”

    “Minha amiga sempre me alimentava”

    “Sua amiga se chama Madame…”

    “Sim”

    “Sabe onde ela está?”

    “Dentro de casa morta”

    Deixei o gato falando sozinho e percebi que Claire tentava abrir a porta, quando cheguei dando um chute. Ela se assustou, mas ignorei e fui logo entrando. Alguns insetos e vermes pelo chão. E lá estava o corpo da bruxa em decomposição e próximo de uma escada.

    – Nossa que nojo, não consigo ficar aqui o cheiro é perturbador…

    Achei estranho uma lobisomem reclamar do cheiro de carne podre, mas cada um com seus defeitos. Tratei de dar uma rápida olhada no lugar. Nada mais aparentava estar fora do lugar e tudo o que me restava era olhar o corpo.

    Fiquei alguns instantes observando, quando fui abruptamente interrompido por Claire, que estava com um lenço no rosto e disse:

    – Corre, a polícia tá vindo… Foi uma armação!!!

    Tive de agir rápido, empurrei o corpo com o pé e a mão que estava abaixo do corpo ficou a mostra. Exibindo algo que brilhou aos meus olhos. Uma pequena abotoadura de camisa. Dessas que estão fora de moda, mas que alguns caras ainda insistem em usar. E para nossa sorte esta era especial, no formato de uma cabeça de lobo.

    Claire colocou o colar e agiu muito rápido para pegar o carro. Percebendo que ela estava a salvo a segui em forma de névoa, até um cruzamento onde ela teve de parei e consegui alcança-la.

    – Ia me deixar lá, baby? – Falei ironizando e um pouco puto.

    – Ah para como se tu não soubesses onde eu vivo.

    Odeio ficar nas mãos de uma lobisomem mulher ¬¬

  • O mistério do lobisomem – pt3

    O mistério do lobisomem – pt3

    Fyllisk fjörvi feigra manna,
    rýðr ragna sjöt rauðum dreyra;
    svört verða sólskin um sumur eftir,
    veðr öll válynd. Vituð ér enn – eða hvat?

    Ele se alimenta da carne dos homens mortos,
    a casa dos deuses se torna vermelho do sangue escarlate;
    o brilho da Sól se torna negro para os verões que chegam,
    o tempo se torna pior. Quem saberia – ainda mais que isso?

    Lugar tranquilo e pacato, algumas árvores no quintal e por dentro diversos quadros nas paredes. Muitos deles relacionados a mitologia nórdica, inclusive alguns continham passagens da Völuspá, o primeiro e mais conhecido poema da famosa Edda.

    Tais escritos não tiveram muita importância ao menos no inicio de nossas investigações e o restante da casa do tal individuo eram bastante normais. Num dos cômodos achei um laptop bem usado e Claire, um cofre disfarçado de frigobar noutro. Saímos de lá com ambos e voltamos para a casa alugada.

    Pepe me indicou um amigo hacker para dar uma olhada no laptop e Claire se virou com o cofre. Mesmo com nossas forças sobrenaturais são “rolou” abrir e tivemos de apelar para algum chaveiro. Não desses que ficam em quiosque de supermercado, mas um especialista conhecido da peluda, que inclusive se prontificou em ir ao nosso encontro num local neutro e instantes depois de ser chamado.

    Ele levou alguns minutos, reclamou que já haviam tentado arrombar aquele cofre outras vezes, mas por fim deu um jeito. Claire pagou algumas Libras pelo serviço e tão logo ele se foi, nos concentramos com o que havia dentro da caixa forte.

    Algumas gavetas com Euros e libras, uma caixa com esmeraldas e uma caixa de madeira, que continha um par de brincos e um colar aparentemente de ouro com pedras negras, aparentemente Ônix.

    – Bom ao menos levantamos uma grana boa…

    – Como se tu precisasses… Deixa eu ver esse colar!

    Não que todas as lobisomens sejam grosseiras, mas Claire é meio bruta mesmo e tão logo falou, foi arrancando o colar das minhas mãos e colocando.

    – Fuck, hey não coloque isso assim – Disse preocupado.

    Mesmo assim ela me ignorou, colocou tanto o colar como os brincos. Aparentemente não havia acontecido, até o momento em que ela me olhou fixamente por alguns segundos.

    – Puta que pariu, acorda!!!

    Dei-lhe uns dois tapas de leve no rosto…

    – Depois eu é que sou a grossa, eu estava brincando contigo idiota! Mas espera, acho que senti algo…

    Ela simplesmente sumiu a minha frente e em seguida senti uma forte brisa circulando ao meu redor, como se do nada o vento atingisse minha pele fria. Olhei para todos os lados, fiquei preocupado e quando menos esperava ela reapareceu a minha frente.

    – Uouu…

    – O que foi isso Claire?

    – Isso aqui simplesmente me deixou muito rápida. Tu me viu correndo? Acho que dei umas 5 voltas em ti e no carro – Falou ela impressionadíssima.

    – Bom, ao menos temos mais uma confirmação que esse povo está mexendo com magia bem pesada. Vem cá deixa eu tirar umas fotos das joias.

    Enviei de imediato as fotos para Sebastian. “Já que vocês pesquisaram sobre joias outro dia eu preciso que aproveitem o embalo e deem uma olhada nestas também. Valeu Seba”.

    Como estava para amanhecer voltamos para a casa alugada e enfim consegui arrastar a lupina para a cama. Sexo casual, sem comprometimento e despretensioso. Apenas para acalmar os ânimos antes de dormir como diz o Franz.

    No meio do dia acordei com uma chamada de voz pelo Whatsapp, era Sebastian empolgado com suas descobertas. Tais joias haviam sido roubadas de sua dona, uma bruxa de Londres, popular entre os colecionadores de artefatos mágicos.

    Acordei Claire, que aliás estava uma delicia nua entre os lençóis. Ela acordou um pouco assustada, se cobriu envergonhada e queria sair naquele instante mesmo para falar com a tal bruxa. Sério, tive que segurá-la… Essa lupina ainda vai me deixar louco! Pensei comigo.

  • Uma amizade improvável – Parte final

    Uma amizade improvável – Parte final

    Lembrei porque eu não sou fã de Londres, porque os bares (pubs) fecham as portas até a meia noite e todos ficam igual siri na lata dentro do pub… Agora imagina isso para um vampiro como deve ser bacana, imaginou?! Então a merda é que eu estava sozinha seguindo o rastro da minha atual, ex, mais ou menos companheira, sei lá cara, nem sei que nome se da um relacionamento distorcido assim, será que é “Disturb Relationship”, “What Fuck Relationship”, “Go fuck yourself Relationship”! Muitos nomes, mas mesmo assim eu não conseguia chegar a conclusão de nenhum, para a minha alegria!!!! –”

    Enfim eu sabia onde Kate estava, ela era um ser de hábitos e achar a vampira fugitiva não seria um grande mistério. Porém antes de tudo, eu quis verificar algumas coisas, achei que o mais sábio seria achar um lugar para ficar e apenas no dia seguinte ir atrás de Kate.

    Como todos bem sabem, Daniel possuía alguns bons contatos na Inglaterra e me deu de um peculiar amigo dele para minha estádia, era um local de shows de um antigo amigo dele, um pouco afastado mas agradável, após sair do pub me dirigi até o local, era uma casa antiga e bem conservada.

    Ao entrar fui recebida pelo o que parecia o mordomo do local, ele me guiou até o dono da casa de show, Lord Sunigan -Daniel não descreveu você com clareza minha cara, não fez jus a ti!- Lord parecia um cara que saiu de um livro clichê de época escrito por uma autora que tem 80 gatos e mora em um porão. O cara era vampiro, fato! Cheio de trejeitos, trajado de smoking e com uma bengala na mão! A porra de uma bengala na mão! Que vampiro usa bengala? Me diz! Vampiro com problema na coluna? É cada coisa que me aparece, tio Lú ta tirando com a minha cara!

    Mas tudo bem, cada louco com a sua loucura! Afinal quem sou eu pra falar algo não? Pois bem seguindo o foco da história, depois de ser recepcionada por Lord, o mesmo me levou até o Bar e me deixou por la enquanto foi separar um quarto para mim.

    Fiquei ali observando o show, até que uma voz conhecida e antiga me chamou, roubando a minha atenção -Lilian King, cria de Trevor e capitã de uma das separações da Ordem! Que honra poder te ver por estes lados, finalmente saiu das medicações rednecks… – Ane Marie, uma bruxa muito conhecida minha e do Daniel, mais do Daniel… =x

    -Ane, quanto tempo! Mas devo dizer que não estou surpresa por te ver aqui! Afinal sei que ama a Europa e ainda mais os bares burlescos como este!- Ane além de bruxa era ninfomaníaca assumida e bom, tarada por natureza, apesar de se conter em lugares públicos, era uma louca assumida em quatro paredes. Seus longos cabelos castanhos claro e os olhos azuis sempre atraiam olhares maliciosos, alem do belo decote -Daniel me avisou que viria… Confesso que fiquei feliz, ainda mais ao saber que não está mais com Trevor… – Mais uma pérola dela que não me surpreendia, o fato de estar bem próxima de mim brincado com os botões da minha camisa jeans me agradavam, não vou mentir – Sim eu vim a procura de alguém…- Ane fica engraçadíssima com cara de brava, ainda mais quando não consegue o que quer – Ane pare com isso, sabe que não tenho problemas ao me dividir entre vocês! Não estou totalmente comprometida, lembra? E a minha atual é um tanto difícil e some com facilidade – Cara eu não presto, sou podre pronto, adoro uma novidade…. E vamos ser francos, Kate sumiu e eu posso fazer o que bem entendo!  =X

    Enquanto trocava algumas palavras com Ane recebi uma mensagem de Daniel onde ele apenas falou, “Surpresa!!!!!!! Espero que aproveite enquanto está solteira!!!!! Love U baby Sis!” Eu ja falei como amo meu irmão? – Daniel te mandou aqui? – perguntei provocando a bruxa – Não, ele avisou que viria e ele sabe que no fundo eu adoraria manter o papo entre amigas…- papo entre amigas? Uhum sei é sinceramente eu não me importo de manter o papo em dia, afinal eu mereço pelo menos um tempo de folga e alegria! Ainda iria atrás de Kate, mas por hora se fecha essa história e logo se iniciará uma no qual participei de uma  das maiores crises do meu clã desde que me tornei vampira!…

    Ps: Presente não se recusa não é mesmo?

    😉

  • A princesa bruxa Morgana

    A princesa bruxa Morgana

    Há muitos anos atrás havia um rei chamado Uther Pendragon, um humano cheio de força de vontade, moderadamente esperto e um pouco mais limpo que a maioria. Inclusive seu lema era: “Corpo limpo, alma limpa.” e baseado neste contexto ele criou, junto de sua esposa Vivienne, seis filhos e filhas. No qual um deles se chamava Arthur, um carinha que se tornou muito famoso na história

    A família real possuía muita rivalidade com uma comunidade hippie, que morava perto cujo lider se chamava Merlim, outro cara que ficou bem conhecido na história. Então conta a lenda que todos os filhos e filhas do rei eram as pessoas mais bonitas do reino, o que eu acho discutível, mas convenhamos isso não é muito relvante a história. O problema é que o Rei queria muito ter um último filho. Um varão, um homem que pudesse herdar tudo o que ele construiu, um macho, uma garanhão, que fosse mais propenso ao sucesso. Haja vista que todos os seus outros filho não apresentavam vontade para o negócio da família. Na verdade ele queria jogar para cima do filho todos os seus anseios e vontade reprimidas, mas isso também não é muito relevante para a história.

    Acontece que por algumas vezes ele e sua esposa tentaram, tentaram e mais algumas vezes tentaram (eles gostavam de tentar) e sua esposa parecia não vingar o bebe. Até que numa bela manhã, no início do verão ela comentou no desjejum: “Acho que desta vez vai render mo”. E lá estava o rei feliz da vida, mandou matar alguns carneiros, uns bois, uns marrecos e deu uma mega festa. Tanto que o povo dizia: “Se a festa já foi boa agora, imagina quando nascer”. Há ainda quem diga ainda que aquela época foi a mais harmoniosa e feliz que aquele reino já teve.

    Ao longo da gravidez a rainha passou por muitas dificuldades. Foram vários sangramentos, febre, diversos momentos onde as dores foram quase insuportáveis e inclusive me parece que alguns vampiros rondavam aquela região, mas ok novamente isso não é muito relevante para a história. Todavia algumas curandeiras foram chamadas, e ao invés de receitarem um paracetamol, que não obviamente não existia naquela época, lhe prestaram algumas compressas e pequenos rituais.

    Inclusive Merlim, que até então apenas um hippie maconheiro, foi chamado. Dizem que ele apareceu vestido com um chapéu muito loko, suas roupas pareciam um vestido de freira sujo e se não bastasse tudo isso, ele só conseguia parar em pé por causa de seu cajado. Vendo aquele infeliz de olhos vermelhos, o rei foi direto ao assunto:

    – Escuta aqui meu velho, dizem que tu manja dos paranauê e minha senhora tá comprometida, saca? Rola de fazer algum barato pra ela se restabelecer?

    O velho hippie deu uma balançada, parecia que ia cair, piscou algumas vezes e respondeu com toda sua sabedoria:

    – Podecre!

    Então depois de uns dias Merlin deu jeito nas dores da dona Vivienne. Ninguém sabe qual foi o procedimento, mas dizem que os olhos da rainha perderam o branco, dando lugar a um avermelhado singular e sua fome era igual a dos homens. Inclusive anos mais tarde ela engordou feito uma porca e Uther a deixou de lado por causa de algumas lideres de torcida, que frequentemente ia a seu reino para prestigiar os jogos dos cavaleiros.  Na boa desculpa ai, isso não é nada muito relevante para a história da Morgana.

    Por falar no bebê, era uma tarde de inverno, a neve cobria todos os cantos de todos lugares abertos e não havia televisão para se distrair naquele lugar, muitos menos um edredom ou pipoca. Então a ansiedade era geral. Em função disso o parto da rainha era comentado por todos os lugares e se não fosse uma repentina tempestade, haveria uma multidão passando frio, fome e morrendo na expectativa do nascimento.

    – Cara como anda a minha senhora, to aflito, só ouço grito, gemidos e inclusive umas tolhas com sangue passaram por nós aqui agora a pouco… Anda fala ela e meu filho estão bem, ne?

    Apesar da pressão, da muitas perguntas e de todo aquele drama pré natal, Merlim fitou os olhos por alguns segundos. respirou e disse, colocando a mão sobre o ombro do rei:

    – Podecre, suave!

    Obviamente o rei ficou puto, pensou até em mandar cortar a cabeça do velho hippie e se não fosse um leve e surpreendente choro de bebê ao longe, ele teria dançado naquele instante.

    Uther correu e tão rápido quanto sua reação foi o seu entristecimento. Afinal lá estava uma linda menininha, de olhos grandes e cabelos preto fartos. “Tô fudido” disse ele em claro e bom tom. “O que vai ser de nós agora nas mãos daqueles moleques?”. Seu descontentamento com a pequena foi tanto, que ninguém percebeu um pequeno detalhe. Morgana era a sétima filha e como tal estaria fadada a bruxaria. Este sim é um fato muito relevante para a história.

    Dizem que no mesmo instante do nascimento o céu ficou negro. Milhares de raios foram visto por todo o reino e por 7 horas choveu. Caiu água o suficiente para levar embora a neve, transformando alguns lugares em pântanos inóspitos e outros foram devastados por completo. Inclusive foi nesse período que Morgause, filha mais velha de Uther, acolheu sua recém nascida irmã Morgana.

    O resto da história é bem conhecida. Arthur deixou de lado a putaria e se tornou um rei bem-visto e popular. Merlim, também deixou de lado o seu grupo de hippies sujos e passou a aconselhar espiritualmente Arthur. Morgause se tornou uma mãe para a pequena Morgana, que cresceu linda e gostosa, mas foi treinada pelo lado negro da força, vindo a se tornar uma das bruxas mais conhecidas da história.

  • Novo filme A Bruxa – O mal assume muitas formas

    Novo filme A Bruxa – O mal assume muitas formas

    Hey boys and girls, dia 29 de Outubro de 2015 estréia no Brasil mais um daqueles filmes de bruxas malvadonas (feias). Daqueles onde provavelmente todas as cultuadoras reais da grande mãe vão a loucura, gritando aos quatro elementos, que Hollywood é uma merda e não faz filmes legais sobre as Bruxas de verdade… Bla bla bla

    Mas se você é como eu, que consegue ir além da capa do livro e curte aquele famoso arrepio no cangote ou nos pelinhos do braço, assista esse trailer e tire as suas próprias conclusões.  Ao meu ver ele vai dar bons sustos, pois bruxa é um ser phoda e cheio de mistérios.

    A trilha sonora me pareceu bem impactante, não vi nenhum ator conhecido no trailer, apesar da voz do narrador me ser familiar e o que é essa criança imitando bode???

    Sugestão: Está afim daquele gatinho ou gatinha? Leva ele ou ela nesse filme, garanto que no mínimo rolam uns abraços amassos. E já que estamos falando de escurinho do cinema, tudo pode acontecer!

    Bye Brian ^^

  • Os mortos não voltam – Parte II

    Os mortos não voltam – Parte II

    Sophie ficou apavorada com o olhar que dirigi a ela, mencionou até minha semelhança com Sr. Erner. De fato, eu tinha muito em comum com ele, e, acabei aprendendo com aquele sádico mestre as piores coisas, infelizmente. Mas, diferente de suas atitudes totalmente impulsivas e doentias, eu havia também aprendido com os longos anos, a ser paciente e a ponderar algumas questões antes de sair “chutando o pau da barraca” , como costuma dizer um velho amigo meu, apesar de muitas vezes o meu lado geminiano ser mais forte. Ouvi minha nova e estranha amiga com atenção, e ao final, pude perceber que, apesar de eu estar com certa raiva, suas intenções eram as melhores possíveis, mas, para nossa infelicidade, ela vinha carregada de problemas e questões obscuras que acabaram afetando e envolvendo a mim, e com certeza também a Lorenzo.

    – Então, está me dizendo que depois que Erner a abandonou você se refugiou e tornou-se membro de um clã de bruxos-vampiros que se fixaram nos Estados Unidos? Mas, o que isso tem a ver com o que está acontecendo, pode explicar?

    – Nem todos os clãs são como o nosso. Alguns existem apenas para propagar o caos e a maldade no mundo. Nosso superior, nos ensina a praticar magia por meio de energias naturais. Porém, há bruxos humanos, bruxos vampiros, entre outros, e há bruxos na qual dizemos que se originam diretamente do inferno. São uma espécie de seres que estão constantemente atrás de almas na qual possam possuir e retirar a energia e tornarem suas magias cada vez mais fortes e terríveis. São representandos por esse maldito simbolo ali na parede… – Falou apontando para o simbolo.

    Olhei para aquelas manchas e marcações feitas pelo fogo. Mas, como sempre, estava muito curiosa e intrigada com toda aquela história para me perder em meus pensamentos naquele momento, sabia que havia algo por trás de tudo aquilo. Compreendi que Sophie não tinha culpa, não totalmente, mas ela não estava me contando tudo. Tentei ler seus pensamentos, mas ela se protegia muito bem quanto a isso. Estava ficando sem paciência, odiava ser enrolada.

    – Sei de tudo isso. Pode ir direto ao ponto? – Questionei.

    – Está certo… Um desses grupos é nosso clã inimigo. Quando vim atrás de você, não pedi autorização ao meu superior e por tanto estou sem proteção, de modo que esses inimigos conseguem se aproximar e nos prejudicar de alguma forma, pois, somos seus alvos contantes. Acabei dando-lhes a chance de me pegarem, só que…

    -Só que o quê, ora, diga-me logo!

    – Acho que pegaram Lorenzo para nos atingir, atrair, melhor dizendo.

    – Eu imaginei… Mas não entendo o que ele tinha a ver com isso.

    – Na verdade, nada. – Falou Sophie com desdém – É como agem, sabiam que você procuraria por ele. Querem nos atrair, como falei. Peço desculpas, sei que fui inconsequente, mas não imaginei que te atingiriam. Se soubesse, teria tomado mais cuidado, mas cheguei a acreditar que o próprio Erner teria voltado, eles são tão manipuladores quanto ele…- Falou divagando – Além disso, não pedi autorização ao meu superior porque… ele não queria que eu viesse atrás de você.

    – Olha, nem eu, nem Lorenzo tínhamos algo a ver com suas bruxarias, mas….Calma, espera um pouco. Por que seu mestre, superior, ou o diabo que seja, não queria que você me encontrasse? Como assim manipuladores? – Eu estava zonza naquele momento, mas peguei os fatos no ar.

    Sophie me olhou arregalada, como sempre, ela e suas expressões apavoradas, percebeu que havia falado demais, pensou por alguns instantes mas, finalmente resolveu falar:

    – Porque meu superior e Sr. Erner eram irmãos.

  • Boas festas para quem?

    Boas festas para quem?

    No final de 2014, precisamente no dia 23 de dezembro, Saturno saiu do signo de Escorpião e ingressou no signo de sagitário às 14h32m (horário de Brasília). O ciclo que durou cerca de dois anos trouxe diversos obstáculos à vida de muitos, porém o que torna este ciclo relevante ao mundo vampiresco é o fato de que um vampiro antigo pode ter voltado de sua hibernação.

    Por causa deste boato, passei o final de ano preocupado, aliás, essa preocupação foi a conversa principal com todos aqueles que souberam da possibilidade de tal acontecimento. Claro que não seria uma questão de Cristo ou do seu maior antagonista estarem voltado ao plano terreno, mas sempre que um dos antigos acorda todos os olhares se voltam para o Matusalém.

    O vampiro antigo em si não é maior problema. A causa maior das nossas dores de cabeça são sempre  os possíveis caçadores ou megalomaníacos, que se estapearão para obter os segredos, o sangue ou qualquer migalha, que seja deixada pelo caminho do ancião vampiresco.

    Longe de mim querer alarmar minhas queridas leitoras, mesmo por que há 99% de chance que nenhum humano fique sabendo da realidade deste assunto. Além disso, tudo foi esclarecido ainda antes do réveillon, quando recebi de uma fonte e absolutamente confiável, o que realmente aconteceu naquelas noites anteriores ao Natal cristão.

    Um famoso Coven de bruxas italianas se reuniu para comemorar o final de ano e as mudanças astrológicas da época. Comemorar é a palavra mais adequada que achei para representar a orgia e feitiçaria destas reuniões. Não é atoa que remetem a elas as primeiras menções ao termo Bacanal, ou simplesmente festas de Baco, o Deus romano das festas e do vinho.

    Diz a história que alguns vampiros foram convidados por engano para tal confraternização e ao serem barrados na entrada do lugar rolou o maior barraco. Acontece que barraco envolvendo seres sobrenaturais, é literalmente cousa de outro mundo. Obviamente, os vampiros banidos da festa quiseram se vingar e proporcionaram uma pequena vingança as bruxinhas sapecas.

    A dupla composta por um vampiro detentor de poderes mentais e  outro com talento para as ilusões, pensou rápido. Bolaram um plano em menos de 10 minutos e voltaram ao local. Passando-se por bruxas eles entrar facilmente no lugar e começaram a praticar suas maldades e traquinagens.

    – Soube que a festa não vai durar muito tempo, o local foi descoberto. – Fofocou um deles.

    – Uma bruxinha loirinha bonitinha me contou que por causa desta conjunção astral um vampiro antigo vai sair de sua hibernação aqui pertinho. – Sussurrou o outro vampiro.

    E diante estes e outros boatos a festa foi arruinada. Skype para cá, SMS para lá e tantos foram os contatos e whatsapps que a história espalhou-se rapidamente pelo mundo da noite. Medidas foram tomadas por parte dos vampiros, que controlam as regras de nossa sociedade. Lobisomens se reuniram, magos e bruxas temeram e alguns até profetizaram o final dos tempos em nossas redes de informações.

    Influências desse mundo moderno e conectado? Pode ser, mas que o que tiro disso é aquela velha história de que se três ou mais pessoas acreditam em algo, até a maior das mentiras pode virar realidade. Ainda bem que no fim foi tudo uma grande brincadeira de mal gosto e que venha 2015 com ótimas histórias para todos nós!!!

  • Girls night out – Final

    Girls night out – Final

    “Sete botas pisaram no telhado
    Sete léguas comeram-se assim
    Sete quedas de lava e de marfim
    Sete copos de sangue derramado
    Sete facas de fio amolado
    Sete olhos atentos encerrei
    Sete vezes eu me ajoelhei
    Na presença de um ser iluminado
    Como um cego fiquei tão ofuscado
    Ante o brilho dos olhos que olhei”

    Encontrei-me com Hadrian e Trevor, mestre de Lilian, em uma cidade estratégica e próxima de onde nossas vampiras estavam. Sujeito diferente, de traquejo eloquente e de certa forma disciplinado. Pelo que soube é um pouco mais velho que eu e suas habilidades vampirescas são muito peculiares. Seguindo a linha de possessão da alma e de todas as energias disponíveis no mundo, no qual ele e a maioria dos orientais chamam simplesmente de “Ki”.

    – Então és tu que anda arrastando as asas para cima da minha pequena menina.

    – Hahaha relaxa, minha relação com tua filha é puramente fraternal.  Afinal ela é praticamente uma das amiguinhas da minha pequena menina também.

    – Aham sei… E tu ai com essa cara de mau, tá com fome ou vai me morder?

    Hadrian não falou nada ou sequer se moveu para cumprimentar o mestre de Lilian. Visto o ocorrido, resolvi quebrar o gelo e comentei.

    – Ele tá puto com uma humana ai. Relaxa que isso passa durante a nossa missão. Por falar nisso elas mandaram mais algum sinal? Honestamente achei que elas dariam conta do tal “maguinho”.

    – Relaxa meu amigo que mulher é igual biscoito, tu come uma, mas ainda tens mais umas 20 no pacote… Pois agora, eu confio nas habilidades da Lilian, eu a treinei pessoalmente, mas acho que elas fuderam com algum detalhe crucial do plano. É bem provável que nem tenham feito um plano direito e pensando bem, cabe a nós dar um fim adequado para isso.

    – Mulheres são complicadas, mas tuas palavras me fazem muito sentido caro samurai. Respondeu então Hadrian.

    – Eu sei…  Já tive uma cota de complicações, mas eu adoro uma bela complicação. Hahaha

    Diante tal apresentação informal e um tanto incomum, revisamos os planos e partimos para os lugares onde elas poderiam estar. Não foi difícil achar o primeiro lugar em que elas foram aprisionadas e ao tocar nos corpos dos seguranças Trevor descobriu para onde elas haviam sido levadas. Não me perguntem como ele descobriu isso…

    Partimos então para o segundo lugar e lá estavam Becky e Pepe presas dentro daquela armadilha das trevas. Imediatamente Hadrian falou que conteria a magia e Trevor correu para tirá-las do raio de ação do feitiço. Eu por outro lado fiz o que comecei a tomar gosto nos últimos tempos: entreguei-me ao meu demônio.

    A transformação tem me ocorrido cada vez mais rápido e a media que eu corria eu percebia os músculos crescendo, junto dos pelos e demais feições animalescas. Mirei a porta e entrei com tudo, quebrando moveis e rasgando a carne de quem aparecesse a minha frente. Espalhando sangue e vísceras por todos os lados. Parei apenas quando o tal mago criou uma luz mágica e que me cegou instantaneamente.

    Momento no qual meus aliados também chegavam ao palco da carnificina. Lilian ainda estava amarrada a uma cadeira e aparentemente xingava todos que estavam ali antes que eu entrasse.  Porém  assim que entrei ela caiu e teve de esperar alguém que lhe libertasse. Hadrian foi o primeiro a agir e foi rápido. Utilizou seu poder de levitação e estourou a cabeça da maldita bruxa contra o teto do lugar.

    Eu ainda estava na forma bestial e recuperando a visão para atacar aquele filho de uma puta,  quando Trevor rapidamente assumiu minha frente falando e batendo palmas doentiamente:

    – Parabéns seu babaca. Finalmente nos encontramos, então quer dizer que tu queria fuder com a minha filha? Você pensou realmente que sairia bem dessa? Vem cá meu querido filho de uma vaca que hoje é você que vai levar uma bela enrabada, seu maguinho de merda. Ninguém mexe com a minha pequena! Seu puto!

    Confesso que naquela situação eu queria apenas ver uma última cabeça rolando, mas comecei a rir doentiamente ao mesmo tempo em que minha transformação era  desfeita e Trevor cuidava do “big boss”. O tal mago tentou resistir, mas o vampiro parecia imune aos seus feitiços, inclusive os mentais. Tanto que ele se aproximou rapidamente do infeliz, segurou com força os seus braços e o encarou em silêncio por alguns instantes.

    – Sabe, hoje eu acordei com muita fome… E acho que acabei de achar minha refeição…

    Em seguida o corpo do mago começou a tremer e alguns poucos como eu, Hadrian e talvez Becky conseguimos ver a energia dele se esvaindo em direção a boca de Trevor. Pouco tempo depois o corpo do infeliz parceria uma múmia antiga e havíamos presenciado uma nova forma de alimentação.

    Em seguida e Becky soltou Lilian, que estava completamente transtornada. Tanto que ela não disse nada e imediatamente se dirigiu ao corpo mumificado do infeliz. Sem piedade alguma ela arrancou a cabeça dos restos mortais e veio a minha direção com aqueles lindos olhos verdes gigantes. Entregou-me dizendo:

    – Aqui está o prometido boss. Espero que ajude como um peso de mesa.

    Com um belo sorriso e o que me pareceu um piscar de olhos, ela se afastou e foi em direção de Trevor, que a recebeu com um longo abraço.

    Apagamos nossos vestígios em ambos os lugares. Pepe anexou os bens e ações do maldito ao nosso inventário e nosso clã está mais próximo do clã de Lilian. Trevor é um sujeito que lida com as cousas de um modo muito peculiar, mas confesso que estou feliz por ter seus dons ao nosso lado.

    – Ferdinand meu caro, que tal irmos até o nossa casa, lá vocês podem descansar e se recuperar. Acredito que nossa atual aliança permita a discussão de alguns negócios bastante lucrativos!

    – Claro, ótima ideia! Mesmo por que vai amanhecer em breve e eu adoro negócios lucrativos.

    – Ótimo, ótimo. Vou adorar a companhia de vocês e creio que as meninas queiram ficar juntas mais um tempo. Lili meu amorzinho, tome sua espada. Becky e Pepe. É um enorme prazer conhecer tão belos seres como vocês.

    Lilian revirou os olhos e deu uma leve risada, obviamente ela havia ficado envergonhada diante as palavras de seu mestre. Porém, apesar de alguns atos doentios eles pareciam ser “bons vampiros”. Ofereci uma carona para Pepe na garupa da moto, mas ela preferiu o conforto da Mercedes de Trevor. Aliás, todos foram com ele de carro e eu atrás comendo poeira. Estava apenas de calças rasgadas e torci para que nenhum “policial mala de interior” surgisse para acabar com o meu estase pós-batalha.

    PS: Trevor passou o dia inteiro dando em cima de Becky.

  • Bruxaria (magia moderna)

    Bruxaria (magia moderna)

    Neste tempo que “fiquei de molho” em função da transformação de minha doce Pepe, Aproveitei para por em dia minhas leituras e escrevi mais algumas páginas de meu livro, que vai sair no primeiro semestre do ano que vem.  Sim, depois de muito tempo enfim essa trilogia vai deixar de ser apenas um projeto e isso é tudo o que posso falar, ao menos por agora.

    Pois bem, dediquei boa parte do meu tempo livre para me aprofundar na bruxaria contemporânea, ou como eu prefiro chamar: magia moderna.  Seus ritos, procedimentos e  adaptações as práticas tradicionais. Confesso que eu esperava mais criatividade ou pelo menos que este assunto estivesse mais na ótica dos povos de hoje, mas no geral foram poucas as adaptações ritualísticas desde aquelas retratadas nos primórdios do sec. XIX.

    Sou um mero entusiasta deste assunto e não é do meu interesse que isto se pareça com compendium, mas nesta onda atual de compartilhamentos, julgo importante quaisquer menções, mesmo que mínimas, sobre um assunto tão fantástico. Noites atrás, por exemplo, nós publicamos um breve rito sobre amor na página do Facebook e foi uma das publicações mais acessadas.

    Delongas a parte, pedi para Hadrian produzir um texto em parceria comigo e segue abaixo boa parte do que conversamos nas últimas noites…

    Meu primeiro contato com magia ocorreu há longos anos e desde então minha visão sobre o mundo teve diversas alterações. Passei a acreditar na energia, experimentei-a em suas mais diversas formas e inclusive fiquei de joelhos ao perceber, que apenas uma centelha dela pode arruinar diversos caminhos. Portanto, para que compreendas parte do que digo é necessário, antes de tudo, que entendas um simples conceito: não existe bem ou mal, existe energia e as consequências de sua aplicação, estas aliás, que podem ressoar eternamente.

    Quando o magista faz a consagração, abre o círculo e pratica algumas evocações ou invocações em seu altar. Ele deve ter em mente que isso lhe gerará alguma espécie de reação. Sabe a lei de ação e reação? Este é um conceito muito simples e que deveria ser à base do aprendizado dos estudantes.  Este é o ponto no qual eu queria chegar nesta dissertação, pois foi o que mais me surpreendeu na magia moderna.

    Vejo atualmente muitos aprendizes praticando a velha arte da forma errada, pensando apenas no momento e esquecendo-se do futuro de seus atos. A magia não é uma brincadeira de crianças, tanto que antigamente muitos adeptos somente podiam estudá-las mediantes diversas provas de proficiência. Hoje em dia a internet rompeu esta barreira, permitindo o acesso a rituais, feitiços e práticas até então guardados a sete chaves. Algo fabuloso, mas extremamente perigoso.

    Portanto, esta foi minha dica para os iniciantes. Estou trabalhando outros textos com o Hadrian e a nossa ideia é trazer mais destes assuntos aqui para o site. Inclusive falarei numa próxima parte sobre a preparação do altar, do ritual de consagração e de como tais procedimentos podem ajudar na concentração para as invocações e evocações.

  • A bruxa sumiu – pt12

    A bruxa sumiu – pt12

    Uma delas me imobilizou, outra desfez minha transformação e a última me nocauteou. Acordei no porão, sobre aquela mesma cama no qual Helen havia satisfeito minhas necessidades sexualmente profanas.

    Uma forte dor de cabeça, misturada com a sensação de vertigem confundiam minha cabeça, a ponto de eu perder completamente a noção do tempo. Além disso, a maldita sensação de fome tomava conta dos meus pensamentos. Indicando que para eu melhorar seria necessárias pelo menos umas duas bolsas de sangue ou dois humanos saudáveis.

    Sentei-me e em seguida levantei. Percebi barulhos no andar térreo e alguns raios de luz vindos por de baixo da porta no alto da escadaria. Subi as escadas e com o ranger da madeira, os barulhos cessaram… Fui surpreendido pela rápida abertura da porta e por um maldito vento que me jogou escadas a baixo.

    Desnorteado, tentei de recompor e assim que voltei à realidade percebi a presença do mesmo lobisomem da outra noite no alto das escadas. Também havia mais alguém no porão, mas provavelmente estava invisível ou ainda pior, podia ser algum demônio sedento de ódio ou sabe-se lá o que mais. Aguardei.

    – Fica quietinho ai se não meus amigos vão purificar tua alma. – Disse a tal peluda no alto.

    Pela voz tive a impressão de ser Helen, mas meus olhos mostravam apenas um vulto negro, disforme e intrigante. Eu sabia que se caso não me alimentasse eu liberaria o diabo dentro de mim, mas mesmo assim aguardei afinal Hector e H2 deveriam estar planejamento meu resgate.

    Depois que o vulto falou comigo ele(a) fechou a porta e a presença lupina foi-se junto. Fiquei por alguns segundos pensando no que fazer, até que a presença do porão se revelou:

    – Como é que tu vai atrás dos diabinhos e não me chama babe…

    Julie apareceu sentada no colchão. Trajava um belo sobretudo, calça legging, botas até o joelho e um espartilho de causar inveja as putas da rua Augusta. Estava para matar, literalmente!

    – Hector me chamou, disse que tu não me querias aqui, mas desconsiderei teu último “bolo” e vim dar uma focinha. Pelo visto cheguei em boa hora? Venha Fê, beba um pouco do meu sangue.

    Mesmo sabendo que teria alguns problemas eu não resisti à oferta e me atraquei naquele belo pescoço gelado, de carne dura e cheio de sangue. Alimentei-me apenas do suficiente para recompor minhas energias, limpei a boca e comentei.

    – Ah sabes como minha “vida” é corrida babe, veja onde estou agora. Suponho que tenhas montado algum plano junto de Hector e H2?

    – Claro que sim, mas primeiro precisamos sair daqui de baixo. Faz três noites que está aqui, tens noção disso? Suponho que não… Vá até aquele canto que eu preciso fazer uma coisinha.

    Fiquei puto ao saber que estava há tanto tempo naquele maldito porão e tudo o que eu queria naquela noite era o sangue daquelas vadias na minha boca. Já não me importava mais com os motivos de tudo e até repensei se deveria continuar o projeto com Hector. Apesar de minha indignação aguardei o ritual de Julie e depois de algumas palavras, gestos e algumas folhas que ela mastigou, o lugar começou a se estremecer. A escuridão completa tomou conta de nós até que a porta do alto da escadaria finalmente se abriu.

    Senti Julie puxar meu braço esquerdo, senti as escadas sob meus pés e depois de alguns lances estávamos novamente na superfície. Tudo ainda estava muito escuro, no entanto já era possível ver as linhas entorno dos objetos. Julie ao meu lado e mais dois outros seres ao nosso redor. Um deles era o tal lobisomem, que parecia estar perdido e o outro alguém que estava simplesmente parado, talvez conjurando algo.

    Confesso que estava ficando aflito quando abruptamente as sombras se desfizeram e pude ver o que realmente estava acontecendo. A minha frente estava Marie-Arthur, ao seu lado Helen na forma intermediária entre Lobisomem e humano e ao invés de Julie, a tal bruxa que sumiu agora apertava meu braço com toda a força que podia.

    Marie-Arthur realmente conjurava algo e assim quem as sombras se desfizeram jogou aquilo sobre mim. Novamente fui paralisado, a bruxa que sumiu me sentou no sofá e mais uma vez tive aguardar (puto da vida), a continuidade do que parecia ser o pior jogo no qual alguém  havia me submetido…

  • A bruxa sumiu – pt11

    A bruxa sumiu – pt11

    Quando você lida com seitas, grupos, clubes, associações, ou como queira chamar determinados indivíduos, que se reúnem de uma forma mais organizada. Certamente, terá uma preocupação a menos: eles próprios vão fazer de tudo para ocultar os cadáveres de seus membros e quaisquer que forem os vestígios deixados durante o evento. Ainda mais por que quem deve, teme!

    Mesmo assim saímos do lugar tentando produzir o mínimo de rastros que nos fosse possível. Fechei a conta no hotel e saímos com o único objetivo de achar um refúgio seguro, lugar no qual encontramos em um cemitério afastado do centro da cidade. Não é de hoje que vampiros escolhem este ambiente para se esconder e todos sabem da ligação intima que temos com covas, caixões ou criptas. Isso não é lenda, basta pensar na tranquilidade e proteção contra o sol, que estes lugares podem proporcionar e longe dos medrosos olhos humanos.

    Montamos um modesto escritório em uma cripta de dois andares e ao final daquela noite revisei meus passos. Pensei em tudo que possivelmente deixei passar despercebido e relacionado à Helen ou sua mãe. Diante dos fatos, escrevi algumas palavras soltas em meu Tablet e resolvi trocar algumas mensagens com Pepe. Disse ela que Eliot não havia encontrado nenhum DNA compatível com aquele dos pelos, que coletamos nas mãos de Helen. No entanto, houve uma revelação interessante o DNA era de uma fêmea. Fato que me fez chamar Hector e H2 para uma reunião do tipo “brainstorming”. Tivemos muitas ideias, mas apenas uma foi definida como plano de ação diante os fatos apresentados.

    Na noite do dia seguinte nos dividimos e cada um teve uma missão. Hector ficou na cripta vigiando nossas cousas enquanto ha2 foi atrás de um terceiro suspeito da seita e eu fui novamente a casa de Helen. Chagando próximo do local estacionei o carro um pouco longe e fui novamente em forma de névoa investigar o lugar, que para minha surpresa estava com as luzes acesas e com aparentemente algumas pessoas dentro.

    Aproximei-me da janela e lá estavam Helen, uma mulher estranha e sua tia, a tal Marie-Arthur. “Vacas!” pensei comigo e apesar da indignação continuei a observação da janela. O lugar estava muito bem arrumado, elas riam e conversavam com a melhor disposição de todas, como se fosse alguma data especial ou comemoração. Neste instante liguei alguns fatos e ao que tudo indicava inclusive pela aparência da terceira mulher, ela provavelmente era a bruxa que sumiu e mãe da infeliz que me enganou.

    Entre tanto, minhas constatações foram interrompidas abruptamente por algo que nunca me ocorreu antes e é até difícil de explicar. Algum feitiço, magia ou efeito começou a sugar minha névoa para dentro da casa. Tentei de todas as formas possíveis desfazer minha magia para voltar a qualquer forma física, mas quando dei por mim estava dentro da casa numa espécie de forma espectral entre fantasma e lobo.

    Naquele momento eu estava paralisado pela magia das bruxas e apesar do constrangimento  e indignação de não poder fazer nada, observei tudo ao redor. A Sala estava com as luzes apagadas, os móveis estavam revirados e praticamente tudo estava igual à noite em que pensei ter encontrado o corpo de Helen no porão.

    Confiei de mais em minhas teorias, não prestei a atenção em todos os fatos e possibilidades, deixei-me levar por um belo par de pernas… Fui capturado pelas bruxas!