Tag: bruxa

  • VampiroCast 17 – A história do Perth

    VampiroCast 17 – A história do Perth

    Prezados humanos e eventuais seres que frequantam este recinto.

    A pedidos continuo minha saga em meio a algumas histõrias contadas em forma de áudio. Desta vez com a triste criação do nosso conhecido frequentador do blog, Perth.

    Conforme eu digo no VampirosCast, os humanos podem ser transformados em vampiros atrás de alguns rituais que se diferenciam em algumas peculiaridades. Todavia, o principio é quase sempre o mesmo ser mordido e beber sangue de seu progenitor.

    Gosto muito de produzir VampiroCasts e pretendo criar muito outros além desse.

    Mais uma vez obrigado por compartilharem seus conhecimentos comigo, enviando histórias, poemas e até algumas fotos para ilustrar esse espaço, um espaço macabro para alguns, mas que apesar disso tenta trazer a luz para os que estão na escuridão!

  • A bruxa me ajudou na caçada

    A bruxa me ajudou na caçada

    Frequentemente quando digo à patroa que vou sair para me alimentar é algo chato e trabalhoso. Alguns de vocês irão concordar comigo que mulheres sempre são excessivamente preocupadas. A Beth, por exemplo, é daquelas a moda antiga que sempre querem ir a eventos sociais acompanhando seu homem e faz de tudo para isso. Teve até uma história engraçada de uma vez que ela se escondeu no porta-malas do carro e só fui descobrir quando abri para colocar um defunto dentro e dei de cara com ela e com seu sorrisinho sínico… De qualquer forma eu sempre fico receoso em leva-la junto.

    Coloquem-se na minha posição, eu sempre saiu para caçar meliantes, obviamente sempre dá merda pois cutuco onças com vara curta e ter alguém junto comigo é algo delicado. Talvez esse seja um dos motivos para os vampiros caçarem solitários? Não sei, mas dessa última vez não resisti aos encantos da bruxinha e a levei comigo. Depois dizem que os vampiros são irresistíveis… É por que você não viu uma mulher de minissaia, deixando um pedaço da cinta-liga a mostra, sentando no teu colo e sussurrando em teu ouvido…

    Pois bem, relutei de início, mas fui convencido a leva-la, inclusive a deixei escolher aonde iríamos. Como tinha de ser um local diferente aos que sempre frequentamos, ela deixou seus pudores de lado e fomos a uma casa noturna diferente apelidada de inferno por seu frequentadores. No lugar nada de muito diferente se não fosse pelo fato do local ser um ex-açougue, inclusive algumas das paredes brancas machadas e alguns ganchos haviam sido mantidos em suas posições originais.

    Para estacionar já foi aquele drama, detesto ir de carro, mas por sorte achamos uma vaga próxima ao bar. Ao entrar a influência sempre ajuda e como eu conhecia um dos seguranças ele nos conseguiu uma boa mesa próximo ao palco. Papo vai e papo vem surge obviamente por parte da Beth a conversa: “E ai, já sabe quem vai ser o lache?” Quando ela falou dessa forma fria eu me senti um pouco constrangido. É uma sensação parecida com aquela em que o cara é pego em flagra com outra ou quando uma criança é pega roubando doces… Comecei Então a ensaiar uma respiração, para parecer mais humano e lhe respondi: “Então amor, nem percebi ninguém ainda, alguma sugestão?”. Ela olhou em volta e apontou um cara no balcão que já estava meio alto. Obviamente ela não iria escolher nenhuma das “gatinhas” que lá estavam…

    De início fiquei meio assim, mas aquele cara realmente era uma boa presa: sozinho, alcoolizado. Bom, deixa ele lá, se não achar mais ninguém de interessante durante a noite lhe convenço a vir conosco na hora de ir embora e faço um lanche no banco de trás enquanto a Beth nos leva para casa.

    A banda começou a tocar, abriram um espaço entre as cadeiras e local foi tomado por adolescentes viçosos, com energia acumulada e que precisava ser liberada. Depois de alguns drinks a patroa disse que ia ao banheiro. Ela se se levantou, e ia em direção ao reservado quando foi parada por um cara cheio de dedos. Cara como detesto esse tipo de cara que já chega pegando… Ela com toda sua classe, deu um chega pra lá no cara, abriu sua pequena bolsa e pegou o que parecia ser de longe um pó ou base, não sei o nome. Quando o cara tentou se aproximar de novo ela assoprou um pouco do que tinha dentro na cara dele. Fiquei surpreso ao ver a reação dele ao ficar imóvel, dar meia volta, pegar uma cadeira e ficar sentado olhando para o nada. Nesse momento, percebi um uso público e sutil de magia bruxólica. É aquela situação em que você fica de queixo caído diante do poder que elas têm. Quando ela voltou para a mesa lhe perguntei o que era, ela disse: “Ah nada demais só uma coisinha que aprendi na Escandinávia, no último semestre”…

    Enquanto o tempo passava e nos divertíamos como se fossemos um casal normal meu relógio disparou e vibrou no meu pulso informando que faltavam apenas duas horas para o amanhecer. Merda, pensei comigo. Olhei para o balcão e não ví mais o bêbado, eu precisava agir rápido, tinha de me alimentar e ainda precisava de pelo menos uma hora para chegar em casa tranquilo.

    Fui ao banheiro, mas ele era muito pequeno e individual, então tentei usar a audição aguçada para perceber algum temperamento mais exaltado, mas a música atrapalhou. Então, chamei a Beth e saímos em busca de alguém pelas ruas.

    Sair pelas ruas nesse horário é ruim, pois elas estão muito vazias, foi então que a Beth sugeriu que eu a usasse como isca. Meio cabreiro com a ideia relutei de inicio, mas tendo em vista as circunstancias acabei deixando-a ajudar.

    Paramos o carro em uma rua um pouco maior. eu fiquei dentro e ela do lado de fora esperando. Não demorou muito para que alguém parasse, era um cara de caminhonete um pobre coitado indo para o trabalho. Ele perguntou o que ela precisava e ela disse que o carro tinha parado do nada. Ele então desceu e ela mais que rapidamente assoprou o “pozinho” nele que ficou estático olhando para o nada também.

    Ela o levou até o carro e me alimentei ali mesmo, pois a fome já era grande. Passado o tempo limite para mantê-lo vivo, parei lambi a ferida e lhe levamos até o caminhão onde o deixe encostado no banco do carona.

    Ainda estava com fome e íamos com o carro para casa quando vejo sentado em um ponto de ônibus o bêbado do bar. Até pensei em consumi-lo, mas hoje era o dia de sorte dele.
    Moral da história: Poções mágicas de bruxas podem ajudar muito, mas ainda prefiro caçar bandidos sozinho, à pessoas corretas acompanhado de minha bruxinha…

  • A verdade sobre os vampiros

    A verdade sobre os vampiros

    Hoje por aqui cai uma chuva torrencial e isso tem sido bom, pois os dias estão menos quentes. Por mais que eu já esteja acostumado com o clima tropical, por vezes sinto muita falta do ar gélido das montanhas alemãs. Esse ar de lá por vezes era esquentado pelo efeito Föhn, que surgia do nada, mas mesmo assim era mais tranquilo que esse calor daqui.

    Pois bem, deixando a questão anacrônica de lado hoje eu vou falar de algo que sempre gera muita controvérsia por aqui, a transformação vampírica. Por mais que eu já tenha me expressado e contado fatos desse ritual, ainda recebo muitos comentários ou até mesmo e-mails perguntando sobre isso.
    Já fiz outros posts sobre a transformação de um vampiro:

    Como (não) se transformar em vampiro?

    Perguntas e respostas #3

    Todavia, acho que não fui muito claro, pois as perguntas sempre se repetem e hoje decidi escrever algo que abranja maiores detalhes.

    Como começou a história dos vampiros?
    Não se sabe quem foi o primeiro, o porquê ou quem criou a transformação, apesar disso sabe-se que é algo que se confunde intimamente com a história humana. Os vampiros que têm acesso as mais antigas escrituras contam que nossa história remonta mais de 8 mil anos. Atualmente existem muitas ceitas e cada uma acredita em histórias diferentes: Punição divina, alienígenas, doença ou um pouco de cada uma das anteriores.

    Como é a transformação?
    Antes de tudo é preciso ficar claro que a transformação é baseada em um avançado ritual. Primeiro o ancião do clan deve conhecer o candidato e certificar-se de que ele é digno de fazer parte da família e isso pode levar um bom tempo. Depois o vampiro que for fazer a transformação deve estar a vários dias sem se alimentar para que na hora que for iniciar o processo esteja mais perto do seu demônio. Na verdade quem procede com o ritual é o próprio companheiro interno do vampiro sendo este apenas um portador. Além disso, é somente em uma época do ano determinada astrologicamente que tudo pode ser feito. Tendo tudo isso, o ritual em si é bem parecido com o que muitos já viram em filmes, livros e afins, sugasse o sangue do candidato, devolve-se um pouco do próprio e mais algumas firulas com velas e ervas são necessárias para que tudo seja concluído.

    Nossa Galego tudo isso?
    Então caro mancebo, se fosse simples teríamos mais vampiros que humanos e a vida na terra já teria terminado. Não sei se tu já ouviste falar na teoria dos ciclos ou das cadeias tróficas? Bom, caso não tenha ouvido falar é melhor aprender sobre isso e muitas outras coisas antes de vir com pedidos sem sentido para transformação.

    De que um vampiro se alimenta?
    Os vampiros de verdade alimentam-se apenas de sangue, o humano é o que nos nutre mais, no entanto o festim também pode ser feito com animais se for preciso. Criaturas que se alimentam de carne ou energia não são vampiros.

    Onde vivem os vampiros?
    Em qualquer lugar comum aos humanos, muitos de nós vivemos em meio à sociedade de forma disfarçada. Todavia, ainda existem muitos que moram isolados em pequenas sociedades ou nos subterrâneos das grandes cidades.

    Como é o corpo do sanguessuga?
    Nosso corpo é um pouco mais pálido, que a maioria dos humanos, caso contrário seria impossível o disfarce. Nossos órgãos internos são atrofiados, inclusive as partes sexuais. No entanto com o tempo e a prática aprende-se a trabalhar o sangue que fica armazenado no sistema circulatório e é possível desloca-lo conforme for preciso. Tanto para o sexo, como para a respiração ou até ingerir certos tipos de comida para posterior regurgitação.

    Quanto tempo vive um vampiro?
    Muitos anos a mais que os humanos, no entanto com o tempo o sangue fica mais fraco e a necessidade de alimentação aumenta. Cada vampiro vai ter um momento diferente, pois isso é influencia da genética humana. Outro fator que limita a vida de um vampiro é a sanidade que com o passar dos anos vai deixando o ser louco e mais próximo do seu demônio. Geralmente quando isso ocorre o vampiro resolve hibernar por alguns anos ou décadas, caso acorde e ainda se sinta forte peso em sua consciência quase sempre ele se deixa morrer.

    Coisas que machucam um vampiro:
    Água benta e cruzes machucam se forem ateadas por pessoas com muita fé, algo que por sorte está cada vez mais difícil de encontrar. Além disso, o sol é nosso eterno inimigo e seus raios direta ou indiretamente nos queimam. Outras coisas como água corrente, espelhos e prata nãos nos afetam.

    Quem são os inimigos dos vampiros?
    As bruxas ou seres humanos que possuam conhecimentos em magia. Também não nos damos bem com os malditos peludos (lobisomens) e alguns tipos de seres chamados de Sáwel ou simplesmente “perdidos” e são o que muitos acreditam serem as almas que não se desligaram de seu corpo na terra e tantos outros acham que são anjos ou demônios.

    Este post é atualizado frequentemente…

  • Por que os problemas sempre aumentam?

    Por que os problemas sempre aumentam?

    Faz muito tempo que o homem deixou de dedicar as coisas interessantes da vida como a experiência de fazer novos amigos. O prazer de dormir em camas diferentes e acordar em lugares desconhecidos. Da sensação de provar novos sabores ou perfumes. Da pura alegria em viver aproveitando os bons momentos, como se cada dia ou noite fosse o último.

    Ok posso estar enganado, mas vale a pena sofrer tanto por causa de alguns trocado? Por que acumular tantas coisas inúteis que empoeiram-se com o passar dos anos dentro de gavetas ou de espaços que mais parecem museus? Descrevo assim alguns dos pensamentos que me surgiram ao descobrir o verdadeiro motivo da morte do meu querido irmão Zé. Um motivo na verdade tolo, mas que por ter gerado uma morte tornou-se mais ridículo ainda.

    Passei alguns dias em uma angústia interminável, esperando Oliver se recuperar para poder me contar o que realmente havia ocorrido naquele maldito apartamento. E eis que última Quinta-feira dia 18, depois de alguns dias de espera o gatuno acordou e desabafou comigo durante algumas horas.

    “Galego o que fizemos foi estupido. Eu devia ter amarrado o mestre em casa, dito a ele que as malditas bruxas haviam desistido ou sei la… Tudo começou na verdade quando fomos a um leilão em praga no ano passado, como tu lembras o mestre era um grande colecionador de joias antigas e seu acervo hoje deve ter algo em torno de alguns milhões. Sei que para o senhor isso não é nada novo, mas o importante é que esse vício foi o resultado de sua ruína.

    Neste dia o mestre estava com a aparência de um idoso, uma forma humana que ele adorava usar para se passar de interessante e amigável. Ele estava sentado em uma cadeira comigo em seu colo, quando as duas surgiram. Belas mulheres de de meia idade na faixa do 40 ou um pouco menos, eram bonitas e trajavam roupas elegantes mas nada espalhafatoso. Deram a perceber que seriam ricas madames.
    Apresentaram-se e depois de um tempo a conversa ficou interessante, o mestre comentou sobre sua coleção e isso mudou um pouco o ar do papo. Começou a virar uma espécie de negociação quando as duas decidiram propor a troca de algumas peças por peças que o mestre havia dito que possuía. Combinaram então de se falar em outro momento para marcar onde poderia ser a negociação. Foi tudo muito rápido, se despediram, trocaram cartões de visita e voltamos para nosso refúgio.

    Depois de alguns meses ouvi o mestre combinar pelo telefone um encontro e ao que indicava eram as mulheres de Praga no outro lado. Depois disso ele veio até mim e disse:
    – Oliver, amanhã vamos nos encontrar com aquelas belas mulheres, colecionadoras que conhecemos em Praga, quero tu limpe e separe em uma bolsa discreta aquelas joias da coroa Ucraniana que tenho naquele cofre…

    De início fiquei um pouco receoso, aquelas peças deviam valer algo em torno de uns 4 ou 4,5 milhões de euros e minhas pequenas patas de gato com certeza não eram as melhores ferramentas para manuseá-las. De qualquer forma aceitei o desafio e as separei com todo o cuidado possível.

    No dia do encontro fomos para aquele apartamento onde tudo ocorreu. No caminho ele comentou que iriamos para um apartamento de um de seus “servos de sangue”. Lá chegando ele o mandou o pobre coitado ir passear e ficamos aguardando as mulheres. Isso foi perto das 2 da manhã e elas chegaram na sequência. Apresentaram-se normalmente e zé as mostrou as joias que estavam no quarto em cima da cama e elas então mostraram um cajado, aparentemente de ouro encrostado de pedras vermelhas e azuis e muito bonito. Zé ficou maravilhado com aquilo e começou a pronunciar algumas palavras em alguma língua estranha que eu não consegui entender.

    Quando ele estava lá empolgado, não percebeu que uma das mulheres lhe golpeou pelas costas e a outra o segurou. Eu tentei pular nelas e fazer algo, mas o máxim oque consegui é afastar uma delas para trás, mas ela me jogou ao chão e me chutou várias vezes. Achei que fosse morrer, mas consegui me esconder pulando para fora da janela da cozinha e me segurando na marquise. Em quanto isso eu houvi muito barulhos, golpes coisas sendo quebradas e o que mais me deixou com medo foi o ritual.

    Algumas palavras em outra linguagem desconhecida foram ditas, senti um cheiro horrível que parecia enxofre misturado com um perfume azedo e doce de alguma flor que não conheço seguido de um flash e um assombroso silêncio. Alguns segundos se passaram e vi saindo pela janela uma fumaça cinza rosada. O silêncio continuava e decidi olhar para dentro. Não vi ninguém e decidi ir até o quarto. Lá eu vi algo horrível, era o mestre definhando ao chão e transformando-se em cinzas. Uma das mulheres estava caída ao seu lado e a outra havia sumido. Fiquei alí meio tonto e sem saber o que fazer, até que a mulher se levantou veio atrás de mim e me bateu tanto que acabei desmaiando.

    Algumas horas depois eu acordei com barulho de alguém se aproximando, levantei-me meio cambaleando e procurei um lugar para se esconder e achei o banheiro onde o senhor me achou.”
    Ao ouvir as palavras de Oliver senti-me zonzo. Deixe-o no quarto e fui dar uma volta de moto. No meio do passeio, achei uma boa árvore e sentei-me aos seus pés. Sempre faço isso quando tenho algum pepino para resolver, parece que elas me dão energia para pensar melhor. Lembrei-me então de um velho ritual vampírico, que a um tempo atrás foi encontrado por pesquisadores de cultura indígena e chamado de “yuxin chakabu”. Traduzindo seria como alma do mal ou algo do gênero. Trata-se de um ritual onde um vampiro consome os poderes de outro sanguessuga.

    Ok sem mais detalhes, falei demais e vou ser obrigado a ir me consultar com os regrados…

  • Eleonor, a caça bruxas. Parte I

    Eleonor, a caça bruxas. Parte I

    Eleonor sempre foi uma irmã dedicada, uma vampira competente, forte e muito feminina. Ela foi a segunda vampira que tive contato depois da transformação, sempre muito paciente com minhas tolices, exageros e impulsos… Uma mãe, uma irmã, uma amante platônica? Quem sabe, tudo junto em uma grande amiga.
    Filha do barão(meu tio), Eleonor esteve presente na grande batalha em que perdi Suelen, já teve um caso com Franz, adora as piadinhas preconceituosas do Zé e vive uma obsessão cega em busca do fim das vadias (bruxas do mau). Por que estou falando isso? Primeiramente é por que tenho muito afeto por ela, mas também por que me lembrei de uma história que ela sempre conta . A história de quando ela quase terminou com uma família de vadias.

    Algumas leitoras aqui do blog podem confirmar o fato de que existem muitas correntes de bruxaria. São famílias ou clãs ou grupos em todo o mundo, separados por tradições, maneiras de se portar e aspectos regionais. Alguns cultuam a grande mãe, outros seres míticos e alguns o próprio demônio. Cabe aqui um adendo, bruxas não são apenas mulheres, muitos homens fazem parte dos covens. Além disso, lembro que cultura magista é bem ampla e além das bruxas podem-se incluir também os magos, os feiticeiros, os ciganos, os ilusionistas e alguns outros chamados escolhidos ou iluminados.

    Na verdade o que eu quis dizer no parágrafo anterior é que existem muitos grupos que estudam magia e quando digo: “vadia” eu utilizo o termo de uma forma genérica aplicando a gíria em qualquer humano que possua poderes e o utilize a favor de forças satânicas. Sim inclusive utilizo o termo para designar algum humano com poderes que cace vampiros…

    E assim começa a velha história que todos lá em casa já sabem com detalhes, só que dessa vez contada de Eleonor para Elizabeth, com os meus comentários no meio…

    …Acordei com uma vontade imensa de me alimentar, Tanto que meus caninos estavam para fora machucando meus finos lábios rosa. Nessas horas eu sempre me lembro do barão dizendo que isso é como uma ereção para o vampiro, parecido com os homens e seus brinquedinhos.

    Tomei um big (ela adora falar big) banho, era dia de lavar os cabelos então fiquei quase uma hora entre banheira e ducha. Sabe essas coisas básicas de quem tem cabelos cacheados, xampu duas vezes, condicionador, recolher os fios do ralo e passar creme pós-banho. Alguns minutos depois no closet, escolhi um vestidinho bem apertadinho, um scarpin com salto 10 e carreguei no batom vermelho com uma maquiagem mais amena.

    Bati na porta do quarto do Galego: Galego (ela me chamou pelo apelido) não quer sair comigo hoje? Estou com tanta fome… Como não tive resposta e em meio a tanto silêncio resolvi entrar, quando me deparei com a figurinha dormindo e babando feito um bebê. Então, Fui sozinha mesmo.

    Na época eu tinha um alfa Romeu conversível vermelho, era muito lindinho… Tirei-o da garagem e fui para um bar que ficava no centro, um bar que eu ia sempre, chamado Toxi, era de um alemão amigo do Franz, ou seja estava em casa. Geralmente eu saia sozinha para caçar mas naquele dia, meu 6º sentido dizia que alguma coisa iria acontecer.

    Estacionei, na entrada dei um beijo no rosto do segurança, era o Vitor, um big gato e entrei. Naquela noite tocava uma bandinha chamada Black Sabbath , que depois acabou virando conhecida, mas que na época só fazia barulho. (ok Eleonor não tem um gosto musical confiável, ela gosta de pagode, só ela e a Beth ¬¬) Nessa noite o bar estava cheio e foi fácil escolher alguém para se alimentar, afinal muitos estavam bêbados ou drogados. Bastou eu ir para perto do banheiro e quando menos esperava alguém me puxou para dentro de um Box. Antes que o garoto tentasse me beijar eu o joguei contra a parede, segurei suas duas mãos no alto e lambi seu pescoço. Ficou até arrepiadinho e não resistiu a minha mordida.

    Já nutrida, era hora de circular mais tranqüila e ver o que a noite me reservava. Mais barulho, mais gente, até que vi ao longe um casal que me chamou atenção. A presença deles era tão forte que faria qualquer vampiro ficar atento, mesmo passando a umas duas quadras do lugar. Os fitei por alguns minutos, eles ficaram trocando caricias, e de repente se separaram, foi cada um para um canto. E quando menos percebi cada o homem estava com uma menina em um canto e a mulher com um garoto em outro. Ambos flertando. Na hora eu pensei putz, isso vai dar um big rolo. Que nada, os dois casais se aproximaram e resolveram sair juntos do Toxi.

    Como vi que ali tinha um big rolo eu os segui…