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  • Gone – Parte II

    Gone – Parte II

    Daniel POV

    Depois de um tempo afastado da Ordem eu achei que voltaria aqui por algum motivo bom, mas infelizmente não era isso que iria acontecer, a minha volta aqui talvez fosse uma das mais dolorosas da minha existência, hoje eu iria colocar minha pequena para hibernar e dessa vez o tempo era indefinido, só que alguma coisa me dizia ter algo muito errado acontecendo por aqui.

    Quando nós entramos na fortaleza fomos recebidos por alguns bons amigos, Trevor, Michael e para minha surpresa Jonathan havia acordado após 200 anos dormindo – Meus caros sejam bem-vindos mais uma vez! – Michael é sempre tão elegantemente chato e correto que meus olhos se reviram sozinhos com tamanha “elegância” – Obrigada Michael, é bom revê-los – disse em tom de poucos amigos até que senti uma mão em meu ombro – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Lilian sempre tão educada e direta ao ponto, só faltou os palavrões rotineiros, talvez xingar o Trevor um pouco para levantar o humor.

    Lilian POV

    A Ordem, a minha primeira casa vampírica, minha família de vampiros me esperava na entrada da grande casa e pude ver que a minha decisão não era considerada uma das melhores mas ninguém era louco de se opor – Meu caros desculpem a vinda repentina e a decisão de última hora, espero não estar atrapalhando nada – Trevor me olhava como se a qualquer momento ele fosse desabar, Michael tinha aquela cara de paisagem intocada de sempre e Jonathan acabou de voltar da tumba então eu não tinha nenhum tipo de contato com o vampiro – Você é novo! Quem é você¿  – Ele me chamou atenção pela aparência, longos cabelos loiros platinados até o meio das costas, olhos cinzas e frios, o rosto intocado e a presença poderosa me deixavam admirada, com medo, com vontade de lamber o rosto dele pra ver se era de verdade ou se era ilusão  – Vejo que Trevor sabe bem quem escolher como cria… Minha cara eu sou mais velho do que você pensa e suas maneiras não me agradam… – Você deve ser mais velho que a Lua colega e mesmo assim eu to pouco me fudendo pra você, apesar de te achar um gato e se não fosse sua arrogância eu teria até te convidado pra um role por ai, jogado umas calcinhas minhas pra você e tal – Minhas maneiras¿ Estamos em que século¿ Cara você parece a porra de um elfo! Você é vampiro cruzado com elfo¿ Até parece que eu te vi em um filme do Peter Jackson!  – Daniel tentava não morrer de rir por dentro enquanto o vampiro loiro me olhava perplexo e parecia estar em um dilema interno – Ué minha maneiras ainda não te agradam¿ Deixa eu melhora pra você! Meu senhor, que honra conhecer um ser tão antigo como a Lua e o tempo, eu estou aqui de passagem, venho apenas para hibernar sei lá quanto tempo, se assim o meu Senhor loiro galã tirado do livro do Tolkien permitir. – Agora sim ele iria explodir – Minha cara nem se você hibernasse duzentos séculos você iria melhorar! Se você, minha cara, acha que fugindo da dor as coisas vão melhorar, acredite não vão! – A voz dele era tão potente que me dava arrepios bons e ruins, o vampiro devia ter dois metros de altura, dava pra ver ele a quilômetros de distancia – Eu vou hibernar, você não precisa me tolerar Senhor…. – ele sorriu e foi ai que eu tive medo  – Não Lilian, é o seu nome, certo¿ Você não vai hibernar e é por isso que eu estou aqui… Eles não aprovam e tão pouco eu! A morte do seu amigo não vai te enfraquecer minha cara, vai te tornar forte, tenho dito isso você vai ficar na Ordem por tempo indefinido, sem acesso ao mundo externo, aos eletrônicos e qualquer meio de comunicação. Você perdeu o seu auto-controle e como eu estava preparado para voltar, porque não treinar você novamente e mostrar que o meu trabalho é muito mais convincente do que de alguns vampiros.. – OI¿ Ele deve ta de brincadeira comigo – Você deve ta muito louco achando que vai conseguir isso de mim! Eu quero ver você tentar! – O vampiro elfo não parecia nem um pouco incomodado – Eu já consegui Lilian, ou você acha que a idéia maravilhosa de vir por livre e espontânea vontade foi apenas sua¿ Eu te induzi, sem isso você não viria, talvez fosse se abnegar algum tempo, mas depois voltaria para sua rotina de criança vampírica o que eu acho normal para alguém tão jovem e inconsequente  – ele falava enquanto me rodeava e tocava meu cabelo delicadamente – E digamos que seria uma perda muito grande ter algo tão belo dentro de um caixão daqueles, não acha minha querida¿ Nós vamos nos dar muito bem, talvez você perceba que eu faço isso apenas pelo seu bem minha cara – Ele deixou claro que havia me controlado, talvez até o Daniel e agora vindo aqui eu percebi que Trevor e Michael estavam de acordo já que não falaram nada, eu seria mantida aqui com o vampiro loiro e não teria acesso a nada e pior, eu não tenho escapatória, desobedecer um ancião da Ordem é dado como pedido de prisão ou morte e eu não quero nem um e nem outro,  pela primeira vez em anos eu fiquei sem palavras e apenas aceitei – Sem palavras minha querida¿ Ótimo já vemos uma melhora… – Jonathan estava próximo que eu conseguia sentir o toque dos lábios dele tocarem a minha orelha enquanto falou comigo através da telepatia – Não se preocupe Lili eu não vou fazer mal algum a você, muito pelo contrário, quando nós terminarmos você não vai ser uma mera vampira rebelde, vai ser mais do que isso e para melhorar todo enredo desta história, você vai ser minha! Eis a resposta que precisava e o motivo pelo qual eu acordei, tenho observado você nos últimos cinquenta anos então digo que é melhor se acostumar a me ver todos os dias de agora em diante e deve me chamar de Meu Senhor ou em sua língua, My Lord, eu prefiro! – O cara quer me arrumar¿ Ou me quer pra outra coisa¿ Ou os dois¿ Puta que pariu o que está acontecendo aqui¿

    Daniel POV

    Só podia ser brincadeira, eles queriam consertar a Lilian¿ No que¿ Ela nunca falhou com a Ordem! Espera….. Jonathan acordou justo agora¿ Ele tem mais idade que todos nós e não acordava faziam séculos e o porque agora, porque o tiraram do sono¿ Por que a Lilian, a Ordem tinha muito mais do que ela…

    A morte de Steven e tudo isso junto, alguma coisa não está certa e pela primeira vez eu vi ela e eu sem saída, pior eu vi a Lilian sem palavras e com medo, talvez medo do vampiro que a rodeava como um predador rodeando a sua presa, ele não estava analisando a vampira a sua frente, eu sou homem e sei, ele estava secando ela! Isso não está certo e eu preciso descobrir o que está acontecendo aqui, preciso ir atrás de ajuda antes que seja tarde demais.

    Ela não poderia sair daqui e também não deveria ter mais contato nenhum com o mundo lá fora, caso tivesse seria presa ou pior, por desobediência poderiam mata-la. Era a minha responsabilidade salvar ela dessa situação. Como, eu não sei, mas vou descobrir.

    In my city I’m a young god
    That pussy kill be so vicious
    My god white, he in my pocket
    He get me redder than the devil
    ‘Til I go nauseous
    She asked me if I do this every day
    I said often
    Ask how many times she rode the wave
    Not so often
    Bitches down to do it either way
    Often
    Baby I can make that pussy rain
    Often, often, often
    Girl I do this often
    Make that pussy poppin’
    Do it how I want it

  • Livro Ilha da Magia – As rotinas de um clã de vampiros

    Livro Ilha da Magia – As rotinas de um clã de vampiros

    Hoje inicia-se uma nova fase em meu livro, um momento no qual eu ainda vivia em Berlin e pela primeira vez fiquei a frente de meu clã. Uma responsabilidade imensa para um vampiro jovem e que com certeza influenciou para todo o sempre a minha existência.

    Sem mais delongas, segue abaixo os primeiros parágrafos, a primeira parte completa do capitulo pode ser lida no Wattpad.

    Muitas noites haviam se passado, o treinamento de Sebastian ia muito bem e inclusive ele já havia adquirido muitas habilidades, quando recebemos notícias de Georg e Franz. O navio que os havia levado até o Brasil retornara a Prússia trazendo algumas cartas para todos nós. Cada um de nós recebeu uma correspondência selada, inclusive Sebastian e ao que tudo indicava eram instruções e notícias para todos.

    A minha carta fora enviada por Franz que comentou em poucas palavras a viagem e a chegada ao Rio de Janeiro. Dizia que a viajem havia sido tranquila, porem as notícias vindas de Desterro não eram muito boas:

    “Acabamos de aportar no Rio de Janeiro e os Wampir daqui nos informaram que houve um aumento considerável na quantidade de rituais bruxólicos em Desterro. Ao que tudo indica tua família mortal está bem e não há necessidade de te preocupardes. Iremos para lá assim que possível somente para ter certeza que tudo está bem e para ver se conseguimos descobrir maiores detalhes de tais ritos nefastos.”

    Diante de tais palavras era impossível não ficar preocupado. No entanto o que me fez ficar preocupado de verdade foi o último parágrafo daquela carta:

    “Antes de sairmos às pressas de Berlin soubemos que existe um Wampir traidor em Berlin. Há alguém que simplesmente está sendo consumindo pelos poderes malignos e queríamos que tu fizesses uma investigação rápida. Não sabemos gênero, cor ou raça então isto será um trabalho difícil. Este é na verdade um pedido de Georg e tomes muito cuidado meu irmão. Vemos-vos em breve! Cuide de todos, pois tu podes! Lembra-te disto.”

    Ficamos por um bom tempo debatendo as notícias recebidas e o grande assunto da noite foi a questão do Wampir infiltrado. Eu de imediato pensei naquele velho rabugento do Achaïkos e foi quem desprendeu minha maior atenção nas noites em que se seguiram. Na verdade, podia ser até mesmo alguém do meu clã, ou pior ainda, Suellen….

  • Uma nova jornada – Parte IV: a viagem

    Uma nova jornada – Parte IV: a viagem

    Fomos recepcionados pessoalmente por Antoni, que foi nos buscar no aeroporto na qual aterrissamos com meu jato particular. Devido à diferença de horários, me arrependi de não ter saído mais cedo para poder chegar com tranquilidade depois da viagem. Ainda teríamos alguns quilômetros de viagem pela frente, e eu ainda estava receosa com a presença de um ser tão semelhante a Thomas… O clã ficava em uma cidade no interior dos Estados Unidos, uma região montanhosa e fria para Lorenzo. Logo que chegamos, observei que aquele não era o mesmo local que eu havia conhecido anteriormente, era uma fazenda em uma grande propriedade, e antes de exclamar qualquer coisa, Antoni foi logo explicando:

    – Aquela é uma de nossas sedes na cidade, digamos assim. Alguns vampiros-bruxos mais experientes ficam por lá. Aqui é um local onde temos mais contato com um meio natural, os iniciantes ficam instalados aqui, pois é onde conectamos melhor nossas energias, podendo contemplar a natureza em um todo.

    – Compreendo. Antoni me diga sinceramente, o que pretende me convidando para passar esses tempos por aqui?

    Ele olhou-me como se pensasse “Jura que você não entendeu ainda?”, mas eu havia entendido muito bem. Queria apenas ouvir diretamente. Sua expressão aliviou-se, então ele explicou:

    – Eu sei que você precisa dessa vivência. Quero ajudá-la de alguma forma. Você herdou alguns poderes de Thomas que ainda desconhece. És muito jovem ainda. Além disso, se adaptar-se tenho esperanças que faça parte de nosso clã.

    Naquele momento, meu pensamento foi direto a Ferdinand “… só espero que não resolva ficar por lá definitivamente.” Expressando dúvidas, resolvi mudar o foco:

    – Mas, se herdei os poderes de Thomas, eu não deveria fazer parte do outro clã? Sei que eles me consideram uma inimiga, mas eu me encaixaria aqui?

    – Nossos dons e poderes são muito semelhantes, pois, como lhe já contei, nossos clãs agiam em conjunto séculos atrás, a diferença é como e de que forma absorvemos essas energias e para quê as usamos atualmente. Mas, enfim, é cedo para abordamos tudo isso. Irei mostrar onde ficarão instalados. Vocês precisam descansar.

    Dormi durante quase todo aquele dia. Ao acordar, eu e Lorenzo organizamos nossas coisas. Até que alguém bateu na porta de nosso quarto.

    – Com licença – Disse uma pequena senhora de olhos cor de mel e cabelos curtos ondulados – Trouxe uma refeição para seu amigo. Senhora, Antoni precisa conversar com você em particular.

    – Obrigada e… Não precisa me chamar de senhora, por favor. – Olhei para ela e sem uma explicação aparente, senti certa afeição por aquela pequena senhorinha. Ela servia Lorenzo, enquanto saí.

  • Lilian à Reunião – Pt4

    Lilian à Reunião – Pt4

    Eu devo estar tendo algum tipo de alucinação muito doida, ou todo esse quebra cabeça não fazia o menor sentido…. Sabe aquela sensação em que parece que você viveu dentro de uma ilusão por muitos anos? Ou talvez por quase toda tua vida? Eu estava assim, me sentindo completamente sem chão, queria correr dali, mas não era a melhor opção, ainda tinha que resolver toda esta trama, dar fim nisto tudo.

    Eu precisava sentar, pensar, precisava de conselhos, mas de alguém de fora, que entendesse este sentimento de abandono, de tristeza e que mesmo assim continuou caminhando. Peguei meu celular e fui para longe da casa, perto do rio com boa recepção de sinal, procurei na agenda e lá estava ele, o único que poderia ter uma visão melhor de cada detalhe podre desta história, “Alô?”, ” Só escuta, sabe que sou eu Fê…”, “Lili? o que foi magrela, tudo bem? Diz ai…”, ” Cara, você já teve a sensação que sua vida foi virada do avesso, sem ao menos te avisarem?”, ” Claro ne, várias vezes. Tantas que nem me lembro de todas… Mas diz ai em que problemas te meteu?”, ” A minha vida acabou de tomar um rumo confuso e triste, que não sei o que fazer… resolvi te ligar pra ouvir a voz de alguém que não seja do meu clã, que não esteja nesta merda toda.”, ” Lili, cara, desenrola ai! O que aconteceu contigo?”, ” Eu estou bem, fisicamente, mas meu emocional está um lixo… Eu descobri que o cara que eu amei décadas, traiu minha confiança, me usou como uma arma de vingança e agora tô aqui, tentando pôr os pingos nos i’s e o máximo que eu consigo é perambular por estas noites sem muitas soluções…”, “Tá então o Trevor te fudeu em alguma missão?”, ” O que eu consigo dizer por hora é que eu me senti usada e nunca fui apta a perceber isso… Por que ele é tão bom em ser dissimulado, que me iludiu por décadas a fio…”, ” Magrela, eu não sei em que tipo de missão tais, mas o que eu posso te falar é pra tentar não agir com impulso! Sabes bem que na maior parte do tempo tu age impulsivamente, tipo eu, mas desta vez tenta ponderar!”, ” Eu sei, não vou fazer… Eu só preciso ficar sozinha um pouco, abstrair saca?”, ” Sei sim… Olha, tens meu apoio e sabe bem disso, se precisar me liga e desabafa ao invés de sair por ai tacando fogo em tudo que cruzar teu caminho. Vai por mim, aja com sabedoria!”, ” Pode deixar Fê, vou me lembrar disso, muito obrigada pelo conselho…”, ” Precisando me chama, sabes que meu clã pode te dar apoio total caso precise de algo, aliás, quando estiver por perto me liga que marcamos algum “rolê”. Força ai, beijão!”, “Obrigada, beijos!”.

    Apesar de eu ter me aproximado de Ferdinand a pouco tempo, eu sei que sempre posso contar com ele e vice versa, era bom ouvir o que ele tinha para falar, me dava de alguma forma, uma luz no fim do túnel.

    Voltei para a casa do lago e quando me aproximei, vi que haviam quatro motos e a presença de mais cinco vampiros no lugar, contando com o Daniel. Ao entrar pela porta minha reação não foi a das melhores, ali na minha antiga sala, sentavam-se Daniel, Michael, Ana Li, Matsuya e ele, Trevor… Dois dias haviam se passado desde que havia falado com ele, 48 malditas horas e aqui ele estava, minha vontade era de voar no pescoço dele e arrancar um pedaço e deixar uma lembrança, mas ao invés disso me lembrei do conselho do Ferdinand e apenas entrei com aquela famosa cara de poucos amigos, fui na direção de Trevor, ninguém moveu um músculo para impedir minha passagem. Fiquei frente a frente com ele, apenas o olhei por alguns segundos e então criei coragem e falei tudo que eu tinha engasgado no peito ” Sabe eu poderia até chegar a desconfiar do Daniel, mas nunca de você! O pior de tudo é que eu te amei, amei tanto a ponto de ficar cega… Mas parece que esse é um dom que eu tenho, afinal não é o primeiro vampiro a enganar todos meus sentimentos, não é mesmo?”, “Lili amor eu vim aqui…”, ” Eu realmente não quero saber o por que veio aqui! Pedir desculpas agora não vai lhe levar há lugar algum! Agora me transformar com o único intuito de destruir o Pierre para depois usufruir de todo dinheiro que seria seu por direito, afinal vocês eram sócios, enganaram a mim e quase toda a Ordem, não é mesmo Michael? Quando eu digo quase!?”, ” Você sabe que sempre te protegemos!”, ” De quem Trevor? Da sua ganância? Do teu orgulho? Do teu ego que vale mais que o sentimento de todos que estão a sua volta? De quem?” , “Mana, se acalma!”, ” Eu nunca estive tão calma Dani! Pode apostar nisso! Sabe o que vai acontecer Trevor? eu vou acabar o que eu vim fazer aqui! Vou matar teu sócio que você manteve escondido todo este tempo, você vai ter toda esta fortuna! Pode ficar tranquilo!”, “Não é apenas sobre a grana Lili, eu fiz isto por você!”, “Não fez, pode apostar que não, deixou minha mãe as margens de um assassino! Deixou que ele me levasse, para depois sair de herói! É aqui que esse filme acaba e você não vai ser nada além de uma nuvem que passou por mim!” , ” Lili volta aqui!”, ” Você não me dá mais ordens capitão!”

    Segui até minha moto e sai dali, segui em direção ao meu destino, como diz a canção:

    “Come join the murder
    Come fly with black
    We’ll give you freedom
    From the human trap
    Come join the murder
    Soar on my wings
    You’ll touch the hand of God”

    Come join the murder – The white buffalo

  • De volta à uma rotina nada normal – Parte I

    De volta à uma rotina nada normal – Parte I

    Foram várias noites de viagem, com paradas em hotéis durante o dia. Ao longo do caminho aproveitei para passar em alguns lugares e resolver problemas com os negócios de algumas das empresas que “herdei” de Sr. Erner. Lilian e eu revezamos a direção, não por cansaço, mas porque ambas adoramos dirigir. Literalmente colocamos o papo em dia. Paramos em alguns bares e zoamos os caras que pensavam que éramos garotas indefesas se aventurando na estrada. Tivemos que trocar dois pneus ao longo do caminho, e para isso sim, acabamos precisando de auxilio, o que um pouco de sorte resolveu. Estávamos chegando em “casa” finalmente. Tudo o que eu queria era voltar para minha rotina nada normal. E, além disso, também queria dar um pulo para matar a saudade da Pepe e do Ferdinand e contar ao meu amigo – irmão minhas últimas peripécias, o que rendeu boas gargalhadas.

    Passando-se algumas noites, mesmo com muitas coisas para resolver depois de ter voltado, e mesmo todos muito ocupados, marcamos uma reunião informal e ao final, eu, Pepe e Claudia deixamos os rapazes e resolvemos passar em um barzinho para curtimos uma noite mais tranquila entre amigas. No caminho, buscamos a Lilian e então, as meninas começaram com um assunto que, de certo modo, para mim era engraçado:

    – Becky, você não vai mesmo conversar direito com Hector?- Perguntou Claudia.

    – Conversar sobre o que? – Respondi distraída enquanto dirigia.

    – Mas, você não gostou do tempo que passou por lá? – Disse Pepe, curiosa.

    – Gostei sim. Mas tenho outros compromissos, outros interesses. Não poderia ficar lá o resto da eternidade.

    – Mas, você veio embora sem se despedir dele. – Soltou Lilian.

    – Não tinha porque me despedir, Lilian. – Falei rindo – Hector e eu somos bem resolvidos e desencanados. Cada um foi para um lado e ponto. Se tivermos a oportunidade de trabalharmos juntos novamente, ótimo. Senão, já valeu as experiências que tivemos.

    – E que experiências eim… – Falou Lilian se abanando.

    -Hahaha Chega de papo! Chegamos! Vamos curtir a noite?!

    Confesso que só não viramos a noite, porque Claudia estava preocupada com Sebastian. Mas, nos divertimos, bebemos e rimos muito. Porém, por incrível que pareça, foi uma noite tranquila e sem aventuras, até certo ponto…

    Estávamos voltando. Deixei Claudia e Lilian perto de suas residências. Pepe ainda iria um bom caminho comigo. Quando chegamos, ela perguntou se eu gostaria de dormir por lá, já estava quase amanhecendo. Agradeci, pois sabia que daria tempo de chegar a meu apartamento tranquilamente. Desci do carro, para acompanhá-la. Despedimos-nos e ela entrou.  Ainda rindo ao lembrar as bobagens que as meninas falaram sobre Hector, estava entrando no carro quando parei para observar um rapaz que vinha caminhando apressado enquanto um grupo de mais ou menos quatro ou cinco, vinham atrás, rindo, xingando-o e ameaçando – o.

    – Hey viadinho. Nós vamos acabar com você!

    Logo o alcançaram, fizeram uma distribuição de socos e ponta pés. Um deles quebrou uma garrafa de cerveja em sua cabeça. Fiquei ali, pensando se deveria ajudá-lo, estava um pouco cansada de agir como justiceira. Suspirei. Olhei o relógio. Um pouco mais de diversão não faria mal. Dei de ombros. Fui em direção ao grupo, que não percebeu minha presença. Usando um pouco da minha velocidade e força, joguei dois deles a certa distância com um único golpe, deixando os outros assustados e procurando quem havia feito aquilo. Foi quando apareci caminhando calma e graciosamente sobre meu salto agulha de 15 cm, em meio à escuridão das árvores, o que os deixou surpresos.

    – Vocês não têm vergonha, bando de frouxos? Cinco contra um?- Falei apontando para o pobre rapaz.

    – E você não se enxerga mocinha, há essa hora dando sopa pela rua? – Disse um deles me desafiando.

    – Hum, olha o vestidinho dela, deve ser só mais uma puta. – Disse outro.

    -Hahahah de mocinha a puta… Decidam-se! Ou melhor, deixem que eu lhes mostre o que sou!

    Minhas presas estavam afloradas. A expressão demoníaca. Divertindo-me, rapidamente coloquei-me atrás de um deles e o mordi fazendo- o gritar. Os outros assustados saíram correndo mais surpresos ainda por minha força.  Assim que aquele verme desmaiou, deixei-o desacordado na calçada, certamente, acordaria pela metade da manhã, imaginando estar bêbado com um hematoma no pescoço. Empurrei – o com o pé e cuspi seu sangue no chão.

    -Nossa, que super corajosos…

    Fui até o pobre rapaz que havia apanhado daqueles delinquentes. Estava muito ferido e os cortes que havia levado o fizeram perder uma grande quantidade de sangue. Em meio aos ferimentos não deixei de observar que ele tinha lindos olhos verdes, que no momento reviravam-se e piscavam rapidamente. Foi quando me lembrei sobressaltada, da hora e do maldito sol.

    -Droga, já está amanhecendo. – Falei comigo mesmo.

    Não havia tempo para ajudá-lo. Seria mais fácil simplesmente deixá-lo ali, estava quase morto. Mas, no impulso fiz outra escolha, que até então eu não sabia ter sido ou não a mais correta…

  • Minha família de Vampiros

    Minha família de Vampiros

    Naquele clima de família reunida no final de ano, com uma criança correndo pelos quatro cantos do lugar e todos jogados no sofá, depois de uma bela noitada. Percebi que Eleonor me olhava de uma forma diferente. Lembrei-me de imediato das épocas em que namorávamos de uma forma séria e de certa forma senti aquela saudade que às vezes aperta o coração. Inclusive, pensei em me levantar e lhe abraçar de uma forma fraternal, mas ela possuía outros planos.

    Não sei se eu estava tão relaxado a ponto de deixar de lado minhas proteções mentais, mas ela foi incisiva por telepatia:

    “Depois que a pequena dormir, eu queria ficar um pouco contigo, estou com saudades. Convenhamos Fê, mal nos vimos neste ano que passou”.

    Eu sorri e lhe mostrei a língua, depois fiz sinal com a cabeça para subirmos aos quartos. Ela apenas sorriu e disse a todos:

    – Gente a noite foi ótima, fazia muito tempo que eu não ficava tão feliz com vocês por perto, mas está na hora dessa mocinha ir dormir.

    A pequena fez um pouco de manhã, não queria sair do colo do tio Franz, mas Eleonor a pegou no colo e subiu. Franz, como sempre, teve de uma piadinha:

    – Nessa horas meu lado paterno aflora… ops passou, vejam só (risos)

    – Eu até me animo também, mas a Pepe e o Sebastian suprem essas minhas necessidades. Por falar nisso H2 por onde anda?

    – Não sei maninho, o liberei no final do ano para fazer o que quisesse. Sabes que gosto desse tipo de reunião, mas ele preferiu fazer alguma espécie de retiro. Acho que ainda não se esqueceu de seu passado como padre. Enfim e vocês dois como anda o casamento?

    Sebastian olhou para Claudia, deu uma risadinha boba e quase nos afogou com tanto amor:

    – Por alguns anos eu cheguei a pensar em dedicar minha eternidade aos livros ou estudos, mas quando encontrei a Claudia. Descobri que o mais importante é ter alguém especial, no qual possamos compartilhar todos os acontecimentos. O casamento foi apenas uma celebração social para vocês, o que importa é que nossas almas foram feitas uma para a outra…

    Ao terminar a frase eles se beijaram e obviamente os mandamos para o quarto, debaixo de muitas piadas e risos. Pepe nos acompanhou nas risadas e piadas. Tive um momento pai, percebendo sua evolução como vampira e antes que ela decidisse ir dormir fiz uma piadinha:

    – A noite inteira tu não comentou nada sobre internet ou teus jogos e afins. Fico feliz que estejas um pouco longe disso.

    – Ah FÊ tenho evitado esse meu vicio, mas já que você tocou no assunto . Está todo mundo indo dormir, acho que vou dar uma olhada nos e-mails tudo bem?

    – Claro minha filha vai la…

    – Então mano, acho que vou subir também…

    – Ah vá maninho, sei muito bem em quarto vai dormir este dia. Só não te esqueças dos nossos negócios na América Latina, se elas forem para lá vamos ter problemas de novo…

    – Ok ok ok…

    Por vezes “Irmãos mais velhos” são um porre, ainda mais se ele for um vampiro igual ao Franz, que tem olhos e ouvido na nuca.  Até pensei no caso dele estar com um pouco de ciúmes, tendo em vista o seu passado com ela, mas em nossas últimas conversas ele não havia mencionado nada. Apenas discutimos alguns assuntos do clã e no que cada um tem feito para a continuidade dos negócios.

    Sem mais delongas subi par ao quarto de Eleonor e lá estava a pequena numa caminha improvisada ao chão, e sobre a cama estava Eleonor impecavelmente deliciosa, trajando apenas uma calcinha minúscula preta. Contrastando com sua pele branquinha e seus cabelos longos negros e sedosos.

    O que falar deste dia? Mordidas, unhadas, sangue, prazer, tesão, apertões, parede, chão, cama, teto… Tudo o que tu possas imaginar que um casal de vampiros possa fazer entre 4 paredes e claro, mais um pouco.

    Acordei apenas na noite seguinte e percebi de imediato que estava sozinho. A respiração e o coração da pequena não ecoavam pelo quarto e Eleonor também não estava do meu lado. Arrumei-me enquanto tentava se lembrar do que havia rolado com Eleonor e apesar de tudo de bom que tivemos foi consumido por uma tremenda sensação de culpa. Jogada na cara de Eleonor assim que a encontrei na sala.

    – Nossa fazia tempo que eu não dormia tanto tempo, acho que desmaiei na verdade.

    – Fê por que tu não ficas conosco um tempo, quem sabe curte a pequena como se fosse tua filha e eu tua mulherzinha…

    Sem um “oi” ou qualquer introdução, ela me jogou aquilo e fui obrigado a lhe responder a altura:

    – Sabes dos meus comprometimentos com o clã, sabes de todo o peso que carrego nas costas e te odeio por levar tanto tempo pensando nisso. Por que não ficasse conosco quando eu te pedi? Tu simplesmente pegou a pequena veio para cá e te isolou. Somos uma família, lembra? Não Eleonor, eu não devia ter ido para tua cama ontem e não posso, pelo menos agora, me dedicar a esse joguinho de “Papai e mamãe”.

    Nesse momento era possível ver algumas lágrimas em seu rosto, lagrimas estas de sangue e que me comoveram de certa forma, mas não o suficiente para conter o que estava “entalado na minha garganta”.

    – Sabes que isso é uma palhaçada e assim como tu me recomendou uma vez eu te peço agora. Não gostarias de hibernar por uns tempos? Por a alma e os pensamentos em ordem? Pensa nisso e me liga que venho correndo ao teu encontro. Só por favor não cai nesse joguinho humano sentimentalista e hipócrita. Somos superiores a tudo isso.

    Ela chorou ainda mais depois de minhas duras palavras e de certa forma parecia ter captado o recado. Não soltou nenhum “piu” e apenas me abraçou forte antes que de eu partisse. Beijei sua testa , dei um beijo na bochecha da pequena e fui ao encontro de Franz no aeroporto.

     

  • Fui traído! E agora? – pt5

    Fui traído! E agora? – pt5

    Era mais ou menos duas da manhã quando ouvi barulho de carro. Na sequencia um dos funcionários da fazenda veio ao meu encontro dizendo que o “doutor Franz” havia retornado junto de muitas mulheres.

    – Uai, hoje a festa vai ser boa patrão!

    – Nem me fala Alcides, hoje a noite vai ser longa! Aliás, avise o pessoal para preparar os cavalos que hoje vamos para a casa do mato.

    – Sim sinhô!

    Franz estava ao volante, Pepe ao seu lado na frente da caminhonete e no banco de trás estavam Becky e a maldita loira safada. Ela estava visivelmente abalada, seu rosto trazia alguns hematomas e cicatrizes, o que indicava que ela resistiu o quanto pôde. Eu estava tão ansioso, que nem quis saber de como eles haviam a capturado. Porém, fiz questão de fazer uma social e dei boas vindas a todos antes de dar inicio aos trabalhos daquela noite.

    – Becky e Pepe levem essa puta lá para a sala e nos aguardem. Preciso trocar algumas ideias com meu irmão.

    Franz havia me pedido um minuto de conversa longe das outras por telepatia. Apesar de seu jeito chucro e às vezes irresponsável, ele é mais velho e sua opinião é muito importante nos negócios do clã.

    – Maninho, ela estava junto de outros cinco caras. Estavam bem armados e aparentemente eram mercenários contratados para protegê-la. Foi bacana ver as cabeças rolando e alguns tentando fugir pelas janelas da casinha de subúrbio.

    – Não deixaram provas ne?

    – Obvio, que não. Não sobrevivi quase 500 anos fazendo besteira. Bom, o que eu quero dizer é que vasculhei a cabeça dela e descobri quem foram os mandantes. Como, já havíamos descoberto eram aqueles dois da tal […].

    – Relaxa que o Hector e o Eliot vão dar um fim adequado para eles.

    – Sim sim sim, só que eu queria te falar da loira. Eu percebi lendo a cabeças dela que se arrependeu de uma forma bem sincera.

    – Tais de brincadeira ne?

    – Não, pior que não. Ela é muito gostosa para ser sacrificada…

    Interrompi-o abruptamente com uma gargalhada alta e que provavelmente foi ouvida de dentro de casa.

    – Sabes que eu sempre sigo aquela teoria do general Sun Tzu, no sentido de que vale a pena eliminar um soldado em prol da obediência dos demais. Tem muita gente nova no clã e que precisa sentir uma liderança forte vinda de mim.

    – Eu sei, eu sei, eu sei… Foi só uma opinião. As vezes eu acho que tu és o próprio filho do barão e não apenas um parente distante… Enfim, faça o que achar melhor.

    – Tá vamos para dentro que já são duas e poucos e até chegarmos a casa do mato…

    Nesse momento foi Franz que me interrompeu.

    – Casa do mato e hoje? Ah para irmão, vamos amanhã então. As garotas e eu estamos cansados.

    – Franz, ela vai ficar mais uma noite conosco. Não quero ver as garotas ou tu se apegando mais com aquela puta! Vai ser rápido, prometo!

    – Ok, mas tu vais ficar me devendo uma boa depois dessa maninho.

    Apesar de nossa breve discussão Franz acolheu minha ideia e entramos na casa grande. As garotas estava sentadas no sofá, mudas e com olhar fixo para saber o que iriamos fazer. Deb estava cabisbaixa, seu olhar não subia além de meus joelhos e provavelmente não conseguiria me olhar nos olhos, mesmo que eu lhe obrigasse. Diante disso, comuniquei o que iriamos fazer.

    – Vocês querem trocar de roupa ou colocar algo mais confortável? Vamos pegar os cavalos e fazer uma trilha de uns 30 minutos mata adentro. Franz, provavelmente irá na forma de lobo e eu vou levar essa desgraçada noutro cavalo.

    – Tem que ser hoje? – Perguntou Becky.

    – Sim e se não tiveres nenhum motivo relevante, gostaria que fossemos hoje mesmo para lá.

    – Ok ok, sem problemas Fê.

    Pepe decidiu que trocaria de roupas e Becky decidiu fazer o mesmo. Franz foi preparar uma mochila para que eu levasse suas roupas e eu fiquei na sala com a infeliz. Evitei ao máximo qualquer contato direto com ela, mas fui surpreendido por um choroso, delicado e sincero:

    – Desculpa Fê!

    Assim como um pai que vê sua filha fazendo cara de choro e arrependida por algo de errado que tenha feito, eu fiquei calado por alguns segundos.  Decidi que não lhe proferiria nenhum pio, mas ela começou a chorar baixinho, até o ponto que começou a soluçar e se ajoelhou aos meus pés pedindo piedade de sua alma. Naquele momento eu ainda tinha muita vontade de lhe dizer algo do tipo “além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”, mas ponderei. Relembrei de quantas “merdas” eu já havia feito mundo afora e do quanto Georg foi Benevolente.

    Mas ela, o que ela havia feito era diferente, ela havia jogado informações confidenciais, inclusive de meu clã, para espiões industriais. Ela era uma Ghoul e não deveria ter feito isso, eu pensava comigo. Foi quando Franz voltou a sala, viu a cena patética e disse com ar de desdém:

    – Ah então agora tu se arrepende?  Fomos baleados, tivemos de matar inocentes para conseguir informações tuas e agora isso. Tenha o favor… Ferdinand se quiser arranco a cabeça dela aqui mesmo e agora…

    – Calma Franz, estou pensando no que tu me disse antes, a opinião de Deb não conta em nada agora. Será que poderias fazer mais uma “leitura” para mim?

    Falei para ele por telepatia: “Descubra quem pediu as informações, veja como que o meu laço de sangue com ela foi rompido e veja se ela realmente pode ter uma segunda chance conosco”.

    Franz foi até a loira, que ainda soluçava e chorava feito uma criança e olhou fixamente para seus olhos. Fitou-os por algum tempo e até que ela parou de chorar. A esta altura da noite Pepe e Becky já haviam retornado para a sala e impacientemente aguardamos o relatório de Franz. Quando finalmente depois de alguns instantes ele se virou para nós e disse:

    – Nem todos merecem uma segunda chance…

  • Fui traído! E agora? – pt3

    Fui traído! E agora? – pt3

    “Eu desço dessa solidão
    Espalho coisas sobre
    Um Chão de Giz
    Há meros devaneios tolos
    A me torturar
    Fotografias recortadas
    Em jornais de folhas…”

    Eu estava com muitas ideias na droga da cabeça. A vontade era de sair de moto, sem juízo ou capacete. Achá-la e meter a mão na cara daquela puta. Como pôde depois de tudo o que tivemos? Depois de tudo o que lhe dei ou ainda poderia lhe proporcionar deste mundo ou dos outros?

    – Vadia! – Gritei sozinho e desolado no quarto do hotelzinho de beira de estrada.

    – Alô, alguma notícia do wi-fi ou ele tá vindo a cavalo? – Falei para a recepcionista

    – Disseram que “resetaram” o modem senhor – respondeu a garota cheia de resceio e aparentemente medo.

    – Ok. Por favor, me retorna quando voltar! – Falei grosseiramente.

    Se há algo que me irrita é o fato de não poder fazer o que quero. Sim sou teimoso, sim odeio ficar parado e sim vou parar de reclamar e lhes contar o que ocorreu depois que o maldito acesso a internet voltou…

    – Hey pessoal, finalmente consegui me conectar no Skype para falar com vocês. E ai Franz alguma notícia daquela puta?

    – Então irmãozinho. Fomos aos lugares que indicou e nem sinal dela…

    – Puta que pariu – Interrompi-o e louco para lhe dizer que eu iria cuidar daquilo eu mesmo.

    – Calma, deixa eu falar… Não a encontramos, mas a Pepe e a Becky fizeram um refém enquanto eu investigava outro lugar. Espera que vou te mostrar a cara do infeliz…

    Naquele instante Franz levou o notebook para o outro quarto, onde havia um senhor oriental de cabelos brancos e que vestia roupa social. Além disso, ele estava visivelmente abatido, machucado e sem saber o que estava lhe acontecendo.

    – Pelo que descobrimos ele é um “laranja”. Partiram dele os contatos feitos com a aquela vagaba e vamos tentar que ele marque uma nova reunião para emboscá-la. O que tu achas?

    – Acho que ouvi falar desse puto ai é o tal (…), mas acho que é uma boa opção. Conseguiram mais alguma cousa?

    – Por hora isso e o fato de que ela ainda não terminou a espionagem. Parece que ficou devendo alguns arquivos e projetos para eles. Quando ela soube que estava sendo investigada, simplesmente picou a mula, como dizem irmãozinho.

    – Menos mal, me mantenham informado. Não quanto mais ficar me escondendo do mundo. Não achei que a droga da transformação da Pepe fosse sugar tanta energia.

    – Quanto mais velhos, mais poder desprendemos nas transformações. Tanto que a Pepe está bem forte. Fica de molho ai por mais um tempo, melhor isso do que eu ter de te salvar em algum lugar (risos).

    – Ah falou o todo poderoso… Enfim deixa-me dar um tchau para as garotas…

    Depois disso, falei por mais alguns instantes com Pepe e Becky, mas nada além dos “oi, tudo bem?” e desliguei em seguida.

    Desliguei o notebook como quem fecha um livro depois de mais um capítulo lido. Avisei na recepção que iria sair e que era para preparar meu carro. Sai sem rumo, mas com o objetivo de esticar as peras e espairecer. Naquele momento eu estava um pouco mais aliviado por ter falado com meu irmão, mas seria muito interessante se surgisse algum bêbado ou perdido querendo doar sangue.

    “Boite (…) 2 Km”

  • Fui traído! E agora? – pt1

    Fui traído! E agora? – pt1

    Tivemos muitas conversas, tive inclusive de refazer diversas das minhas contas, verifiquei muitos vídeos de segurança, até chegar a conclusão de que o inferno realmente estes cheio de indivíduos com boas intenções. Relutei muito. Larguei de lado os ensinamentos de meu mestre e até mesmo Carlos, meu amigo lobisomem,  consultou os espíritos sobre o que ocorreu: Débora, minha ex-assistente pessoal estava fazendo espionagem industrial conosco.

    Não posso entrar em detalhes sobre as cousas que ela nos roubou, mas precisei invocar uma legítima “caçada de sangue”, com o objetivo de por fim aos planos da infeliz e de quem mais estivesse envolvido com ela. Eu sabia que não seria algo fácil, porém havia alguém em minha cabeça que poderia dar a devida atenção ao ocorrido: Pepe!

    Os mais atentos as nossas histórias perguntarão: Ferdinand, Sendo ela uma Ghoul ela não deveria fazer tudo o que tu mandar? Sim e não mancebo. Há uma forte ligação entre o vampiro e aquele que recebe o seu sangue, no entanto, este laço é diferente daquele entre dois vampiros. É um laço muito fácil de romper, ainda mais tendo em vista os envolvidos nesta operação, um grupo de desavisados, que “compraram” Deb e certamente não sabem que eu sou o que sou.

    Tão logo Pepe controlou sua sede, tratei de colocá-la a par das cousas que Sebastian estava fazendo e uma delas era monitorar os “negócios da família”. Em especial uma das fábricas em que ainda temos controle direto, pois as demais já possuem capital aberto e demandam pouco acompanhamento diário. No meu livro eu falo um pouco mais desse meu lado empreendedor e empresário, mas por hora vamos à ação, afinal esse papo de negócios não tem a ver com o que vocês gostam de ler por aqui.

    Durante a minha investigação tivemos a chegada da senhorita Becky e Franz decidiu voltar ao ambiente urbano. Portanto, vocês já sabem vai atrás da loira traíra e seus comparsas? Optei por oferecer o comando da missão a Franz e julguei que a participação de Becky seria uma boa forma de comprovar sua lealdade. Além disso, vocês sabem muito bem que meus assistentes fazem muito mais que monitorar ações em sites, então Pepe teria uma oportunidade boa para por seus dons físicos em ação.

    Essa seria uma missão interessante para os “escolhidos”, mas Hector e Eliot estão envolvidos em uma determinada investigação e eu ainda não me recuperei por completo depois da transformação de Pepe. Portanto, me restou ficar como apoio e na torcida para que me trouxessem a loira ainda viva. Afinal, qual a graça de apenas aniquilar uma traidora, sem ao menos olhar em seus olhos e ver sua maldita vida se esvaindo? Posso estar andando muito com o Hector ou tendo muitas influências do Doutor em meus pensamentos, mas que fique claro. Ninguém sacaneia os negócios da minha família e sai ileso!

  • Reunião na fazenda

    Reunião na fazenda

    Mais uma noite na fazenda e hoje Willian virá nos visitar. Na verdade, pedi que Hector o trouxesse junto, pois passaria muito próximo de sua cidade a caminho daqui. É uma pena que Eleonor e Sebastian estejam longe pois seria praticamente uma reunião de clã.

    Na noite de hoje eu quero ver a interação de meus pupilos juntos dos demais vampiros da família. É provável que eu apresente à Deb os detalhes do projeto “Escolhidos”, atualmente mantido pelo Hector. Eles já foram informados que serão avaliados e provavelmente cada um terá uma reação diferente.

    Eu poderia fazer isso na forma de uma surpresa, mas Hector e Franz sabem ler pensamentos e eu sei me comunicar com eles por telepatia. Eu já havia falado deste meu dom por aqui? Não sei ler mentes como meus irmãos, mas ao menos conseguimos nos falar sem que os outros percebam.

    Até o momento todos os meus Ghouls estão progredindo bem. Penélope passou dois dias admirando seus presentes e depois disso conseguiu hakear um site importante. Deb me surpreendeu não caindo na lábia de Franz e até me confidenciou que detesta homens folgados como ele (eu ri). Willian também fez progressos interessantes, mas como eu já disse para ele, espero muito mais de sua cabeça agitada e inovadora.

    Como este processo ainda vai levar um bom tempo eu decidi voltar minha atenção ao livro e ao projeto “Escolhidos”. Sei que os novos daqui ficarão um pouco confusos e preciso explicar que a decisão de ter uma nova cria, não tem nada a ver como projeto “Escolhidos”. Aliás, vivo recebendo pedidos de afiliação no grupo “Escolhidos” do site, mesmo tendo colocado um aviso bem grande por lá: “No momento, não aceitamos pedidos para novos membros.” Vai entender…

    O projeto “Escolhidos” é algo conjunto com Hector, onde “matamos o tempo” ajudando a polícia em casos de difícil resolução. Não é nada oficial ou que tenha base politicas ou governamentais e prefiro chamar de filantropia vampiresca. Por favor não me perguntem mais sobre isso, é o máxim oque posso falar do assunto. Ainda nesta semana falarei do último caso resolvido por Hector.

    Sobre o livro estou pensando em lançá-lo somente on-line, o que acham disso?

  • A magia e os vampiros – pt1

    A magia e os vampiros – pt1

    Quase sempre eu escrevo por aqui para confidenciar meus pensamentos e angustias, relacionados ao fato de eu ser um vampiro. Para alguns, isso não é um fato aceitável e exige muito mais do que conhecimentos ou crenças, pois vai além do que lhes é ensinado em escolas ou por suas famílias tradicionais. A cultura de muitos lugares, principalmente no Brasil da atualidade, salvo alguns lugares específico, é favorável a uma educação mais lógica, desprendida de mitos, lendas e histórias.

    Sinceramente quando entrei nesse mundo on-line em meados de 2006, eu vislumbrei muitas cousas, principalmente o fato de que a internet permitiria o aumento do conhecimento geral das pessoas e uma possível aceitação do que nós somos. Todavia, o que eu vejo por ai nesses 7 anos de acessos é que houve sim o aumento do conhecimento geral, mas a questão lendas está cada vez mais apagada.

    Que papo de sociólogo é esse Ferdinand? Calma mancebo, essa introdução é para contextualizar minha última aventura junto de Hadrian e Sebastian em meio aos seres tidos como “despertos”.  “Despertos”, aliás, é um termo novo aqui no site, muito utilizado por Hadrian e de significado simples. Abrange todos nós que conhecemos a verdade por trás da penumbra da sociedade humana: Vampiros, bruxas, metamorfos …

    Enfim, essa história teve início meses atrás e logo que voltamos do enterro de meu estimado Kieram.  Lembram-se da caixa de Suellen? Pois então, cerca de duas noites depois eu recebi um telefonema de um cara até então desconhecido e que se dizia discípulo do falecido mago. No telefonema ele foi breve e disse apenas que gostaria de marcar um encontro para nos conhecermos.

    Naquela mesma noite liguei para meu pupilo (Sebastian) e ele tomou a liberdade de resolver tudo, definindo inclusive um local público e seguro. Tendo em vista, o fato de que não é sempre que nos contatam em números exclusivos aos membros do clã, tal preocupação se fez importantíssima. Naquele mesma noite ele foi ao meu encontro e combinamos algumas ações e reações para evitar imprevistos.

    22:10 estávamos no local marcado e fazia 10 minutos que o cidadão estava atrasado. Como não sou muito paciente com horários eu resolvi ir para o terraço e praticar aquela famosa “esticadinha nas pernas”. No meio das escadas eu esbarrei num sujeito  com quase meu tamanho, um pouco mais forte, feições europeias e que descia correndo. Apesar dele não emitir qualquer tipo de energia sobrenatural, os seus grandes olhos verdes e olhar penetrante me chamaram a atenção, a ponto de não reparar em sua voz grave e no rápido pedido de desculpas.

    Eu mal havia posto os pés no terraço e estava a ponto de queimar um pouco de essência de menta em meu cigarro eletrônico, quando sinto o smartphone vibrando no bolso. – Herr, nosso convidado chegou – Disse-me o afoito Sebastian. No mesmo instante voltei para o salão e lá estava o sujeito da escada…

    Durante alguns minutos ele confirmou sua ligação com Kieran, revelou momentos e situações muito íntimas do velho mago e aquilo me pareceu suficiente para que nos retirássemos para um lugar sem eventuais “ouvidos nas paredes”. Chamei Sebastian para um canto e ele também compartilhou de minha opinião, confesso que inicialmente o sentimento que vinha a minha mente era de que tínhamos diante de nós uma espécie de órfão. Alguém, que independente dos poderes, estava precisando mesmo de um ombro amigo.

    Instantes depois a conversa foi retomada num dos meus refúgios e lá veio a revelação: Estávamos diante um trunfo de Gaia, alguém que havia fugido a todas as regras e se revelou como sendo um “mago-vampiro”.

  • Hector Santiago – Origens do clã

    Hector Santiago – Origens do clã

    A partir de hoje começo uma nova saga aqui no Wampir, onde falarei um pouco mais de um dos meus melhores amigos, Hector Santiago. Nestas linhas abaixo farei um breve contexto histórico sobre a história do seu clã e

    A saga do clã Santiago em Santa catariana.

    1832, Vila de São Francisco do sul, muitos acontecimentos desastrosos provocados pelo desaparecido Capitão Mor de Domingos Francisco intercalados com a ascensão inesperada deste pequeno vilarejo e junto com a vontade de dominar o novo mundo, foram as principais motivos que trouxeram Rafael Santiago para o Brasil.

    A sua ascensão teve início logo após a sua chegada, quando Rafael utilizou um de seus ghouls, o desembargador João Pires Pardinho, para melhorar a pequena vila. Em função dos altos investimentos ela prosperou muito e em meados de 1920 possuía um dos melhores portos do sul da América, fazendo com que muitas riquezas passassem por ali.

    Depois de 2 anos, com muitos de seus projetos tendo sucesso, com suas crias já possuindo o conhecimento necessário para se manterem sozinhas e em função das recentes mudanças ocorridas no dia a dia humano , Rafael decidiu entrar em torpor para descansar a mente.

    Além disso, e devido a uma reunião entre as crias de Rafael em 1926 foi decidido por unanimidade que elas também queriam descansar e que ficariam se revezando no trabalho. Sendo a sua cria mais nova, Juan Carlos Montez incumbida de guarda-los, por este período.

    Apesar de ser o mais novo é um vampiro muito poderoso, já foi transformado a mais de 500 anos, portanto tem muitas experiências. Ele se tornou cria de Rafael quando lhe prestava serviços de pirataria, por muitos anos Juan foi capitão dos barcos de Rafael, inclusive foi Juan que o trouxe para o Brasil em uma de suas embarcações.

    Juan possui duas crias, a mais nova é uma bela senhorita chamada Marie Toulouse que está desaparecida e o mais velho é Hector Fernandez Herreira, que atualmente  mudou seu nome para Hector Santiago em homenagem ao velho ancião de seu clã.

    A prosperidade de São Francisco do Sul, continua até hoje e por causa disso e de seu descontentamento com a modernidade acelerada, Juan decidiu entrar em torpor em 1983. De acordo com as regras impostas pelo conselho das crias de Rafael, faltariam menos de 10 anos para Juan descansar fazendo a troca de vigília com um de seus irmãos, mas ele decidiu dar um voto de confiança a Hector, pois este tem se mostrado muito valoroso e digno de confiança.

    Essa ideia de descansar mais cedo vinha tumultuando desde 1975  a mente de Juan, que desde então resolveu preparar Hector para assumir sua posição no clã. No início Hector achou estranha a intensidade de ensinamentos que lhe eram ministrados, mas com o tempo se acostumou e até tomou gosto sobre a cultura dos regrados (vampiros corregedores) e suas tradições de clã.

    Neste contexto, desde 83 Hector tem em mente uma série de objetivos e regras impostas por seu senhor. Dentre eles os principais são: Aumentar o número de vampiros aliados aos propósitos de Rafael, bem como manter a proteção às criptas de descanso e a todo o império que já está estabelecido por seus antecessores no sul da América Latina…