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  • Uma nova jornada – Parte II: conversa entre amigos

    Uma nova jornada – Parte II: conversa entre amigos

    Aquele som de telefone em espera e eu, cada vez mais ansiosa. Então, finalmente ouço sua voz grave e divertida:

    – Hey Becky, qual é o ar da graça?

    – Oi Fê! Muito ocupado? Está a fim de sair para bater um papo? Ter uma conversa num lugar bacana…

    – Humm como sabes que estou sem planos para hoje à noite? Tá sabes que não nego um “rolê”, ainda mais com essa lua gigante no céu. Te encontro ai antes da meia noite!!

    – Ok, cinderela, até daqui a pouco, então… – Brinquei.

    – Hey! Cinderela não!! Sabes bem que no meu conto de fadas eu tô mais pra “lobo mal”. – Falou fingindo repreensão.

    – Em pele de cordeiro, claro… – Completei.

    E naquele momento, imaginei que meu amigo deveria ter revirado os olhos e caído na gargalhada enquanto desligava o telefone. Avisei Lorenzo que iria sair por algumas horas, troquei de roupa e ao sentir a presença de Ferdinand por perto, peguei minha Gucci e desci calmamente o elevador, até me deparar com aquele loiro de olhos azuis.

    – Pra quem precisava de um lugar tranquilo… Acho que essa aqui é uma das ruas mais calmas da cidade!

    – Já ouviu que é mais fácil se camuflar em uma multidão? Mas, aqui é um lugar tranquilo, sim. Os bares e restaurantes são boêmios, há cafés, pubs e os frequentadores são na maioria pessoas maduras, não vejo arruaças por aqui. Vamos caminhando? Tem um lugar bacana por perto!

    – Vamos, vamos. Tu com essa empolgação de sempre… – Exclamou, esticando o braço e fazendo a frente para irmos.

    Enquanto caminhávamos, jogávamos conversa fora em meio a risadas devido ao Fê e suas piadas sem graça. Chegando a um restaurante típico italiano, sentamos em uma mesa discreta.

    – Em que posso servi-los?- Disse o garçom, se aproximando.

    – Nos traga uma garrafa do seu melhor vinho, querido. – Pedi tentando afastá-lo rapidamente.

    Não bebemos o vinho, claro, mas desse modo nos deixaram ter nossa conversa.

    – Então, brincadeiras a parte, o que tu me contas? – Questionou Ferdinand.

    – Na verdade Fê, eu gostaria da sua opinião. Recebi um convite.

    – Um convite, sei!?

    – De Antoni.

    – Do gêmeo do babaca lá do Erner???

    – Do gêmeo do babaca do Erner… Ele pediu desculpas, falou em redenção e nos convidou para passar ao menos uns tempos com o clã dele.

    – Nos convidou?

    – Eu e Lorenzo.

    – Humm…

    – O que acha disso? Ele não tem obrigação de concertar o passado, e coisas que não fez. Mas…

    – Bom, tu que sabes. Se vai te fazer bem, não vejo mal algum em buscar mais conhecimento. Mas, me diz uma coisa. Essa cabecinha linda tem algum motivo em especial para ir?

    – É… Não. Só curiosidade, vontade de aprimorar meus poderes, eu nunca tive um treinamento eficaz. Aprendi tudo sozinha, vamos ver como me saio por lá…

    – Tá, já sei. Está se sentindo carente e desamparada sem um mestre….

    – Eu carente? Sabes que não. – Falei mostrando a língua e rindo – Não é isso. Na verdade, nem sei o que é ter um mestre, de fato. Mas, a Eleonor me ajudou muito e tenho você agora. Mas, com eles é diferente.

    – Tudo bem, vai. Vai tranquila, só espero que não resolva ficar por lá definitivamente. Sabes que nosso clã precisa de ti. Só tenta me passar, tipo uns boletins informativos de vez em quando, principalmente se encontrar algo de muito estranho. No mais é de boas, te dou essas “férias”… – Falou dando uma piscadela. – Aliás tu ficaste sabendo da última peripécia do Franz?

    Confesso que me senti mais tranquila depois daquela conversa. Mas, percebi que era melhor mudar mesmo de assunto.

    – Do Franz? Não. O que ele fez dessa vez?…. Não!….Sério?…Ele é louco…. – Exclamei enquanto ouvia o Fê falar, já animado e divertindo-se.

    E assim as horas passaram voando, como sempre acontece quando dois amigos geminianos se encontram.

  • Uma nova jornada – Parte I: o convite

    Uma nova jornada – Parte I: o convite

    Após aquele “conflito” com o clã de bruxos inimigos, a quase volta do espírito de Erner e o sequestro de Lorenzo, senti-me grata por todo o esforço e ajuda que Antoni, Sophie e seu clã dedicaram a mim. Porém, decidi ao menos por um tempo, não manter contato com eles e durante o período que fosse necessário, eu e Lorenzo nos manteríamos em segurança, reservados e longe de qualquer agito. Mas, ao contrário do que imaginam, não tiramos férias…

    Quando voltamos da França, meu apartamento no Brasil havia sido invadido. Por sorte, meus documentos e materiais mais importantes estavam muito bem escondidos e não foram roubados. Com isso, precisei correr contra o tempo para encontrar uma nova moradia e um local seguro para nos instalarmos, a fim de despistar também, alguns regrados que me localizaram, diante toda aquela confusão.

    Após grande parte dos dilemas resolvidos, reforcei uma série de questões sobre segurança e privacidade, algo que foi extremamente necessário. Mas, após algumas noites, sentido a calmaria novamente. Lorenzo e eu aproveitávamos nosso tempo juntos…

    – Becky, você sempre me salvando… – Dizia enquanto rolava para mais perto de mim, na cama.

    – Digamos que, não fui eu quem lhe salvou… Mas, fiz o possivel, meu querido. – Disse já levantando.

    – Aonde vai, baby?

    – Preciso checar uns e-mails, é rapidinho. – Falei dando-lhe um beijo rápido.

    Caminhando a passos curtos, pensava em Lorenzo, e em seu futuro. Mas, já em meu novo escritório, concentrada em meus negócios, logo vi que havia em minha caixa de mensagens um e-mail um tanto inesperado. Abri rapidamente e comecei a correr os olhos pelas palavras nele escrito:

    “Boa Noite, Sra. Rebecca,

    Venho por meio deste, pedir-lhes novamente desculpas por meu mau comportamento, enquanto esteve conosco. Sei que não deveria ter agido de tal maneira. Espero que a senhora e seu humano, estejam bem e em segurança. Gostaria de aproveitar e fazer-lhes também um humilde convite. Nosso clã estará sempre receptivo em recebê-los para que conheçam nossos métodos e nossa irmandade. Peço que pondere sobre a possibilidade de ao menos passarem uma temporada conosco. Ficarei muito grato se aceitar, pois desejo redimir todo o mal feito por meu desconhecido irmão. Aguardo ansiosamente, Antoni.”

    Receei por alguns instantes, ainda surpresa. Durante as noites que se seguiram, me encontrava pensando sobre a hipótese. De fato, aprenderia muitas coisas e esclareceria dúvidas que carregava comigo, poderia aprimorar meus dons e poderes, talvez fosse relevante passar um tempo daqueles que eram os mais próximos de minha origem, mas antes, eu deveria conversar com alguém importante…

  • Lembranças de ano novo – Lilian

    Lembranças de ano novo – Lilian

    Esta semana meu querido Ferdinand requisitou que eu contasse alguma história minha de fim de ano e eu claro, adorei o pedido. Bom, vamos lá, teve um ano novo que decidimos fazer um inimigo secreto, mas o meu acabou tornando-se amigo secreto ou melhor amigo “colorido”secreto. Nas trocas de presentes, eu tirei o Tkusumi e brinquei com ele dando um kit para fazer sushis, e logo depois descobri que Trevor me tirou e acabou me dando um mapa da fortaleza da Ordem, com um X marcando onde era o quarto dele. Eu tonta, tapada não tinha percebido a cantada evidente, esperei um tempo e fui. Quando cheguei lá o quarto parecia um altar de tanta vela espalhada, a primeira coisa que me veio a cabeça foi “ tem algum culto que eu tenho que participar?”. Enfim, chamei por ele, e segui onde estava à voz, ele estava sentado em uma cadeira de couro, com aquele jeitão másculo de camisa preta e suspensório, lendo um livro. Eu perguntei das velas e a única resposta foi, “ É pra te enxergar melhor na escuridão”.

    Resumindo, eu já era atraída por ele e pelo visto ele por mim, e nunca tinha rolado nada além de abraços, amizade e respeito, até aquele momento… Eu não consegui nem argumentar o quanto aquilo era errado, que eu era uma mera aprendiz, ele era um mestre, só pude sentir o momento esquentando, até que nada mais importava além daquele momento. Porém a noite seguinte vem, ai você acorda e se depara com o teu mestre nú e você também e a maldita consciência volta e você solta um “Pqp”. Depois percebe que vocês cederam a tentação e chutaram o pau da barraca.

    Enfim, não posso reclamar, foi uma ótima virada de ano, e nós por muitas vezes cedemos a tentação, até que estabelecemos um limite e depois de pular algumas vezes os limites mestre/aprendiz, nós estabelecemos regras, que hoje são extremamente fáceis de se lidar, até por que o carinho é mais paternal do que romântico. Ambos tiveram e tem outros tipos de relacionamentos e isso não afeta em nada o que um sente pelo outro e também não rola ciúmes, vai rola sim, mas é raro.

    PS: Eu escrevi esse final de ano, exclusivamente por que recebi alguns e-mails perguntando se eu e o Trevor já tivemos algo mais intimo, bom ai está a resposta. Kisses and Happy New Year To You Guys!!!!

  • Perdida

    Perdida

    As noites não costumam mais serem as mesmas, você não está em lugar algum. Não sinto mais o seu perfume, não sinto mais as suas mãos me tocando, já não me lembro do som da sua voz e parece que estou começando a esquecer do seu rosto.

    As tardes são vazias, e às vezes me pego esperando você me ligar, pra dizer que fez tudo errado e que eu deveria perdoá-lo e esquecer este tempo vazio. Lembro-me das nossas longas conversas, às vezes, não conversamos nada, mas na troca de olhares falávamos tudo.

    Você simplesmente desapareceu me deixando perdida, você se foi sem nem olhar para trás e eu fiquei nesse imenso vazio, escuro e frio. Sofri, chorei e até morri, mas sei que bem lá no fundo eu ainda existo em você e isso tudo, nossas lembranças, brincadeiras e conversas nem o tempo vai apagar.

    Um dia, bem lá no futuro, você vai passar do meu lado na rua, nossos olhares irão se encontrar, o tempo vai parar e aquela chama vai acender por um instante em nossos corações e nesse momento todas as lembranças vão voltar, vamos rir sozinhos para nós mesmos e vamos dizer baixinho, ainda sinto saudade das nossas conversas…

    Enviado pela Gabi

  • Uma noite de lembranças

    Uma noite de lembranças

    Mais um relato do diário de J.H.
    Uma noite de lembranças
    Aqui nesta noite olhando para o céu estrelado que me trazem cheiros, cores e sentimentos inexplicáveis.
    O cheiro. Como existem cheiros diversos e cada um assim como os sons me trazem memorias e lembranças.
     Cheiros que tenho como únicos e que deixam gosto na boca.
    Cheiros que me marcam como cheiros de alguns espíritos e cheiro de morte.
    Engraçado como minha mente vai longe quando me lembro deste cheiro.
     Durante a madrugada uma morte violenta se espalha muito mais rápido do que durante o dia.
     A noite carrega, avisa e tras com ela uma sensação estranha e um gosto cremoso na boca.
     Naquela noite me lembrava baunilha.
    Porque resolvi sair em uma madrugada no segundo dia de febre? parecia que algo me chamava aquele dia.
    Tinha de sair, mas não havia perguntas nem respostas em minha mente. Somente o silêncio mórbido e perfeito para o momento.
     Depois de cinco quarteirões me deparei com um cadáver que parecia ter sido morto a paulada.
    Voltando para meu quarto observo as estrelas.
    Como a noite hoje esta perfeitamente silenciosa. Somente com as estrelas a me observar.
     Fico aqui vendo a beleza deste céu e os pontinhos coloridos nos pontos mais escuros do meu quarto.
     O indigo do céu que se mescla com umas partes mais claras e outras avermelhadas.
    Quantas cores estou deixando de ver agora? quantos cheiros já deixei de provar?
    Será que um dia saberei?
    Hoje senti um cheiro doce que me parecia de melado de morango.
    Veio tão rápido.
    Uma visita?
    Somente uma pergunta escutei….
    Quem é você?