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  • A primeira vez de Sophia

    A primeira vez de Sophia

    Dando continuidade a história de Sophia enviada pelo Christian…

    A primeira vez de Sophia

    Christian entrou silenciosamente na suíte onde estava Sophia. Sentou na lateral da cama e ficou por um tempo olhando-a dormir pacificamente. Ela respirou profundamente e abriu os olhos, inclinando a cabeça em sua direção. Mesmo sem falar nada, estava claro que haviam muitas perguntas a serem feitas e Christian estava aguardando pacientemente para dar as respostas.
    Sophia ergueu o corpo apoiando-se nos cotovelos e depois ajeitou os grandes travesseiros de pluma e recostou-se. Seu rosto estava sereno, mas interiormente lutava para manter-se calma.
    – Se eu não estava tendo um pesadelo, você realmente me disse que me transformou em uma vampira? – Disse isso como se perguntasse como estava o tempo lá fora, mas evitou olhar para ele.
    – É isso… – Christian tentava ser natural, mas a tensão presente era densa. – Eu sou um vampiro e escolhi você por motivos pessoais, que vou explicar. Mas antes preciso saber como você está se sentindo, Sophia.
    Ela pensou por um momento antes de responder. Uma parte dela estava atemorizada, não encontrava explicação para tudo aquilo. Outra parte encarava aquela situação insólita com naturalidade.
    – Então é verdade? Quero dizer, nunca imaginei que vampiros existissem mesmo…
    – Existimos, sim, mas fazemos o possível para manter a discrição. Não seria bom que soubessem de nossa presença entre as pessoas comuns.
    – Em nenhum momento você pensou que eu poderia não querer ser uma vampira?
    – Claro que sim! Mas isso não é uma coisa que se proponha a alguém. – com um sorriso divertido ele voltou para perto dela e tocou-lhe o braço. – Você me acharia louco ou pior… Chamaria a polícia, talvez. – O toque dele a fazia estremecer levemente, mas se afastou um passo.
    – Pode ser… Mas e se eu não quiser, o que acontece?
    – Bem, o que está feito, está feito. – seu rosto ficou sério – Não é possível voltar atrás, Sophia. Eu não posso matá-la, não seria capaz disso agora.
    – Pelo que sei, você já me matou! – Sophia começou a chorar, as lágrimas escorriam lentamente de seus olhos, mas manteve o olhar firme em Christian. “Eu estou te dando uma chance de alcançar tudo o que sempre sonhou.”, foi a resposta dele, com o olhar preocupado. Tentou pegá-la pelos braços mas ela se esquivou.
    Christian sabia dessa possibilidade, claro. Mas contava que Sophia ficasse fascinada pela vida que ele lhe ofereceria, a casa, a riqueza, o fim dos problemas dela e da prostituição, que era apenas um caminho do ponto de vista dela. Ele sabia que no fundo ela desejava estabilidade, uma vida sem sustos ou privações. Ela economizava boa parte do dinheiro obtido nas ruas para comprar um apartamento e estudar. Queria sair daquela vida.
    Tudo isso ele lhe oferecia, em troca de companhia, apenas. Não esperava que ela o amasse logo de início, mas tinha uma eternidade para compartilhar com ela e o tempo não era nada para ele, enfim. Bastava apenas esperar, então…
    Sophia deixou o choro consumi-la até se esgotarem as lágrimas. “Isto só pode ser um pesadelo!…”, pensava. Quando se acalmou um pouco, sentou-se nas almofadas e abraçou as pernas, como se um monstro estivesse prestes a devorá-la e a cabeceira da cama fosse o único canto seguro, que ele não alcançasse. Sua vida estava de ponta cabeça… Vida? Uma parte dela sabia, lá no fundo, que tudo aquilo era real. Então ela estava tecnicamente morta…
    Sophia perguntou:
    – Você realmente não se importa com o que está acontecendo comigo, não é mesmo?
    – Me importo mais do que imagina… Mas agora é irreversível a situação, e olhe bem para você… Está maravilhosa!…
    – Mas não quero ser uma vampira! Como faço para acabar com isso?
    Christian olhou para ela com uma expressão triste. Falou devagar e serenamente:
    – Eu realmente não queria, não imaginei que fosse ser assim. – passou a mão pelos cabelos dela, que dessa vez não recuou – Sophia, eu também passei por isso, esse conflito. Eu também fui transformado no que sou contra minha vontade mortal, mas acabei aceitando isso como um desígnio do destino. Se quer mesmo saber como acabar com isso vou lhe dizer, mas um mundo de novas possibilidades está na sua frente agora, e só você poderá tomar essa decisão…
    – Possibilidades!… Viver matando pessoas? Não era isso que eu…
    – Não precisam ser inocentes, Sophia!… Há muitos humanos que merecem esse destino. E por mais absurdo que pareça agora para você, acabamos fazendo o bem quando eliminamos essa escória!
    Sophia olhou dentro dos olhos de Christian e percebeu sua angústia. Sentia-se atraída por ele, mas não queria compartilhar sua tragédia. – Você fez isso comigo, Christian!… Faça acabar! – quase sussurrou as últimas palavras, seu rosto praticamente encostando no dele.
    – Eu já disse que não conseguiria fazer isso! Se você quer, vá para o sol amanhã cedo, pule numa fogueira… É só assim que um vampiro pode se suicidar. – Os olhos de Christian estavam marejados, ele tremia. Sophia ficou horrorizada com aquilo, também não seria capaz de se matar! – Não me peça para te matar, Sophia. Garanto que não conseguiria. Me perdoe por ter te trazido para este mundo e dê uma chance ao seu novo destino…
    A fome tornava-se insuportável para ela, deixando-a enfraquecida. Apoiou-se no tampo da penteadeira e afastou-se de Christian.
    – Saia agora, por favor. Quero ficar só. – Não conseguia olhar para ele.
    – Você precisa se alimentar. Vou… – Christian não pode terminar a frase. Sophia, num novo acesso de raiva, atirou-lhe um dos vidros de perfume.
    – NÃO VOU MATAR NINGUÉM!!! VAI EMBORA!!! – num movimento rápido ela se jogou na cama.
    Christian saiu do quarto e trancou-se no escritório, tentando coordenar as idéias. De lá pôde ouvir a fúria de Sophia, que deve ter quebrado tudo o que havia sobre a penteadeira.
    Quando tudo silenciou ele voltou à suíte de Sophia. Lá, ao abrir a porta, deparou-se com um cenário de guerra. A penteadeira estava virada, o espelho estilhaçado e a moldura inutilizada. As gavetas caíram no chão espalhando todo o conteúdo, onde já estavam as jóias e os cacos de alguns dos vidros de perfume. Perto do canto do quarto a cabeça do bibelô que enfeitava a penteadeira jazia lascada. O ar recendia à mistura das fragrâncias que ensopavam o tapete. Sophia estava deitada em meio aquilo tudo, uma mancha escura de sangue coagulado sob os braços estendidos à frente do corpo, uma das mãos agarrando ainda o outro braço. – “Louca! Ela cortou os pulsos!” – pensou Christian. Abaixou-se e verificou que ela respirava, ainda que irregularmente. Devagar, ela virou o rosto em sua direção. – N-não… não é o que você está pensando…
    – Fique calma, vou te ajudar. – facilmente ele a pegou e colocou sobre a cama. Realmente ela não tentara se matar. Quando derrubou a penteadeira um dos estilhaços do espelho cravou-se em seu braço, por azar rompendo uma artéria. A perda de sangue não foi tão grande assim, mas para uma vampira faminta era demais. Sophia parecia doente. Christian sabia que ela precisava se alimentar, e falou categórico:
    – Vou conseguir alguém para você se alimentar já. – Ela apenas meneou a cabeça e sussurrou um “não” quase inaudível.
    – Você não entende, não é! – Christian exasperava-se com a teimosia dela. – A falta de sangue não vai te matar, Sophia! Você vai definhar lentamente, perder o viço e sofrer, mas não morrerá! – ela continuava se recusando.
    Durante várias noites Christian tentou dissuadi-la inutilmente. Era um milagre que continuasse viva, pois a abstinência já durava muito tempo e seus sinais eram nítidos. O rosto antes belo ficara encovado, a pele enrugada e os membros secaram a olhos vistos. Parecia que envelhecera décadas, e apenas sua convicção parecia inquebrantável. Christian suplicou, argumentou, vociferou e por fim desistiu.

    Christian saiu para caçar e trouxe consigo um homem muito musculoso e alto, de péssima aparência. Seria o jantar daquela noite. Christian levou o “pacote” até a suíte de Sophia e espantou-se. Evitava vê-la há dias, e sua aparência estava deplorável. Nada sobrara das formas voluptuosas da jovem e o que via parecia uma múmia! A expressão cadavérica de seu rosto fitando-o deixou-o chocado, o que não passou despercebido por Sophia. Ela mantinha-se apoiada no parapeito da janela com dificuldade, e ao vê-lo deu um sorriso de escárnio.
    – Não te agrada o resultado de sua obra? A mim também não…
    – N-Não é isso, Sophia!… É que… – Ela não deixou que terminasse.
    – Eu não demoro a morrer, agora. Sinto isso.
    – Desculpe. Não queria que você sofresse… – lágrimas de sangue começaram a brotar nos olhos de Christian. – E não quero que morra!
    – Sei que está sendo sincero… Mas não tem outro jeito, Christian.
    Christian mantinha seus olhos pregados nela, com medo de que subisse no parapeito da janela e se atirasse no pátio, mesmo não tendo certeza de que isso a mataria. A cena, insólita, carregava de tensão aos dois. Os olhos de Sophia, afundados nas órbitas, também começaram a verter um filete de sangue que riscava seu rosto pálido. Seu corpo tremia com o esforço que fazia para manter-se de pé. Repentinamente, seus olhos se arregalaram e ela esboçou um grito, abafado pelo som de tiros.
    Foi rápido. Num instante aquele brutamontes abateu Christian pelas costas, que não teve tempo de reagir. O homem olhou horrorizado para ela por alguns segundos. Foi o suficiente para que Sophia tomasse uma atitude guiada pelo instinto. Saltou do outro lado do quarto como uma gata, num movimento impensável para qualquer ser humano. Fora de si, cravou os dentes no pescoço do homem que cambaleou com o impacto e desequilibrou-se, caindo com um estrondo no corredor. Fragilizado de medo por aquela visão, ele inutilmente tentou desvencilhar-se de Sophia, mas já era tarde. Enlaçada com os braços e as pernas em seu tronco, ela sugou vorazmente o sangue do infeliz, cada gole fortalecendo seu corpo combalido e aquecendo-a. Ah, o sangue! Sophia nunca pensara que aquela fome dolorosa que sentia por dentro e que crescia a cada dia pudesse ser saciada tão rapidamente, tão deliciosamente… Agora o sangue parecia incendiar cada célula do seu corpo, com uma volúpia incomparável. O homem já ficara inconsciente e não se debatia mais. Mesmo assim Sophia cravava suas unhas como punhais em suas costas, os dentes mergulhados em seu pescoço robusto e compacto, onde a carótida parecia saltar sobre a musculatura. Ela era um animal devorando a presa, desfrutando sua conquista. Naquele momento ela sucumbiu finalmente à sedução do sangue, entendendo que seu caminho não tinha mais volta. Os últimos resquícios da jovem Mariana deixaram de existir ali. Aquele momento foi único. Mariana morria para dar lugar a Sophia, a vampira.

  • Em busca da vampira assassina. Parte 1 de 2

    Em busca da vampira assassina. Parte 1 de 2

    Reunimos o grupo pegamos um jatinho e depois de um voo tranquilo sobre a Amazônia brasileira chegamos a um cais onde um carniçal do Hector nos aguardava com um barco. Não sei dizer com precisão se já era Suriname ou se ainda estávamos no Amapá, o importante é que o barco nos deixou em uma trilha de onde ainda teríamos uma boa caminhada de duas horas e pouco até o acampamento em uma caverna.

    Passamos o restante da noite e o dia de sábado descansando e preparando o ataque. Além de nós, cerca de 10 outros mercenários foram contratados, transformados em carniçais e receberam armamento e instruções sobre a missão.

    Nesses dias as horas passam muito rápido e logo depois que o sol se põe estamos praticamente a postos loucos para que tudo aconteça de uma vez. Mesmo eu que já passei por tantas situações parecidas fico ansioso, afim de que eu possa retornar logo ao meu refugio tranquilo e seco.

    O que falar do local? Muitas árvores, humidade extremamente alta, sensação de abafamento e os malditos mosquitos que surgem em nuvens quando menos se espera. Nesse tipo de local, meio pantanoso a única vestimenta compatível são as que cobrem boa parte do corpo. Eu sempre estou de jeans e colete a prova de balas, com essa roupa não me incomodei muito. O resto do povo também se cobriu com exceção do Carlos que vestia apenas uma calça solta tipo moletom, tênis velho e uma camiseta com duas vezes o seu tamanho.

    A estratégia foi simples, invadir, capturar fazendo fazer valer a ordem e a justiça.

    Dividimos o grupo em dois. O Franz, H2, alguns carniçais e eu fomos por trás como grupo de invasão e o restante do pessoal foi pela frente como grupo de ataque. Nem preciso dizer do por que que o Lobisomem foi pela frente junto do pirata sanguinário.

    Uma hora depois chegamos a uma velha mina de rubis abandonada, povoada apenas por algumas casas iluminadas por fracas velas. Duas caminhonetes e um caminhão preenchiam o que um dia já foi uma boa estrada. Além disso, uma fogueira grande era rodeada por alguns sujeitos diversos que emanavam uma grande força diabólica.

    Galego o que diabos, uma vampira que gosta de leilões e de coisas chic faz no meio do mato? Simples, existem alguns lugares na terra chamados de Nodo. Nestes lugares a energia é melhor e dizem os especialistas, tal qual o Carlos, que nestes locais as portas para viagens astrais ficam abertas por mais tempo.

    Então se elas ficam mais poderosas é um local pior para atacar, não? Muito pelo contrário mancebo, pois ninguém espera ser atacado num Nodo!

    Enfim, o primeiro grupo chega chutando com os dois pés. Algumas granadas iluminam a escura noite, muito tiros e muito sangue voam pelos ares. Não é sempre que um vampiro pirata se junta a um lobisomem sedento de carne humana em prol de algo, então imaginem a carnificina…

    Depois de alguns breves minutos é a nossa vez. Circulamos o local na sorrateira, fomos em direção ao que aparentava devia ser o covil da vampira. Antes de entrar jogamos uma granada de fumaça por uma das janelas e instantes depois a companheira da maldita sai correndo junto de dois caras. H2 os intercepta com alguns golpes da sua espada abençoada, mas é surpreendido por um lobo que surgiu do nada e lhe atacou pelas costas.

    Na sequencia outros dois peludos chegam e começa alí uma luta que resultou em muito sangue perdido a toa. Todos os caniçais de nosso grupo foram dizimados e sem o H2 era apenas mais uma vez Franz e eu contra tudo. Nesse momento um rápido flashback passa na minha cabeça e me lembro de nossa luta nos EUA.

    ***

    Depois de alguns anos de prática minha transformação já ocorre mais rapidamente e entre vários socos e garradas eu consigo liberar a minha fúria para cima do peludo. Nesse momento é como se eu ligasse o automático, muitos dos meus atos são pensados muito mais rápido e fica de certa forma simples deferir golpes fatais como os que dei no metamorfo.

    Esta fúria que nos toma é tão forte que é difícil reduzir ânsia que fecha a garganta, se meu corpo respirasse certamente estaria bufando. Olho então para o lado em busca de mais inimigos e vejo o outro lupino já ao chão e o Franz frente  a frente com a Companheira da vampira.

    Por cerca de uns dois minutos em quanto volto ao normal, Franz lê a mente da bruxa e na sequencia ele lhe dá um tapa no rosto com a parte de fora da mão, com ela já ao chão ele chuta sua barriga, se aproxima de seu pescoço e lhe suga o sangue até a morte.

    Nessa hora a briga havia chegado ao seu ponto alto, éramos momentaneamente vitoriosos, no entanto todos foram acometidos por um grito que nos atordoou gravemente. Lembro-me de ver Carlos de joelhos, franz deitando em cima do corpo da vampira e ao procurar por Hector não o vejo, mas consigo me manter em pé encostando numa árvore apoiando com a cabeça enquanto levo as mão ao ouvido.

    Era a maldita bruxa vampira que surgiu de dentro da entrada da mina com mais dois peludos em forma de lobo.

    Mesmo depois do grito estridente parar ainda é difícil voltar a realidade. Não ví a hora que Hector partiu para cima da vampira, mas foi ele que a fez parar de gritar com um golpe de espada que lhe perfurou o peito. Com este golpe ela se encolheu mas teve força para desequilibrar o pirata e sair fugida mata a dentro.

    Um dos peludos a seguiu e para o azar de Hector o outro lhe desferiu vários golpes enquanto tentava se levantar.  Mesmo atordoado Carlos em forma de humanoide consegue se aproximar dos dois, e arranca o lobo de cima de Hector. Eles lutam por alguns instantes e depois de alguns granhidos Carlos finaliza a luta com uma pedrada na cabeça do lobo. Depois disso Hector levanta-se e com sua espada de prata corta a cabeça do infeliz.

    ***

    Depois de alguns instantes de atordoamento eu consigo me aproximar de Hector e Carlos e separa o que iniciaria uma briga. Procuro por Franz e não o vejo de imediato, mas algum tempo depois o vejo perto de H2. Começava ali um ritual improvisado que traria o velho caçador para o lado de quem ele perseguiu por tantos anos.

    Hoje mais calmo eu vejo que realmente seria um grande desperdício deixar para morrer um cara com tantas habilidades como ele. No entanto Franz vai ter muito trabalho barra domesticar a sua nova cria.

    Algum tempo depois do ritual, nos alimentamos com o resto de sangue que encontramos nos restos mortais dos que lá estavam. Obviamente tudo isso foi muito rápido, pois ainda tínhamos dois alvos escondidos em meio a selva.

    Carlos começou a fazer o que sabe de melhor e nos levou mata a dentro atrás dos dois…

     

  • Continuo perseguindo a vampira assassina

    Continuo perseguindo a vampira assassina

    Em meio as mudanças feitas no site no últimos dias, eu também estive passando o meu tempo me dedicando a resolução de alguns outros problemas. A não vida de um vampiro sempre é rodeada de problemas, então essa primeira frase não foi um desabafo e sim um relato.

    Nesse sentido, eu começo a ver que um problema pode gerar outro problemas. Confesso que depois de algumas idas e vindas  dos últimos dias eu acredito que quem disse isso estava completamente certo.  Então o negócio é começar a resolve-los, não é senhor Galego?

    Semana retrasada, a Beth foi cuidar da sua vida e nos distanciamos. Sinto muito a sua falta, ainda mais por que ela foi meu primeiro porto seguro depois que acordei a alguns anos atrás. Porém o tempo passa e não adianta ficar reclamando. Não é por que tenho a vida eterna que posso me dar ao luxo de me entregar a uma dorzinha de cotovelo.

    Na semana passada mesmo eu fui atrás de algo que incomoda muito, a resolução da morte do meu amigo e irmão Zé.  Algum tempo atrás o Franz e eu descobrimos algumas pistas do paradeiro da maldita vampira que consumiu a alma do meu irmão, uma nômade sem endereço fixo. Faz o papel da típica vampira que fica em uma região por um tempo e depois foge com o rabo entre as pernas quando começa a ter problemas. Isso obviamente tem dificultado as buscas, mesmo com vários na sua cola, afinal ela já é tida como uma ameaça a ordem.

    Então, apesar de eu estar revendo algumas coisas para o novo formato do site eu também estive em contato com alguns seres afim de continuar a busca pela assassina. Confesso que as vezes ainda me impressiono como certas coisas que nunca mudam, como o fator dinheiro. Tendo ele é sempre mais fácil conseguir o que se precisa: uma arma, um documento ou até mesmo uma vida ou uma morte.

    A ação será em breve: já tenho um nome verdadeiro, os pontos fracos, os fortes e quem vai apoiar…

    Aguardem a continuação desta novela nos próximos dias, quem tem simpatia pelos lupinos vai adorar a história!

  • Por que os problemas sempre aumentam?

    Por que os problemas sempre aumentam?

    Faz muito tempo que o homem deixou de dedicar as coisas interessantes da vida como a experiência de fazer novos amigos. O prazer de dormir em camas diferentes e acordar em lugares desconhecidos. Da sensação de provar novos sabores ou perfumes. Da pura alegria em viver aproveitando os bons momentos, como se cada dia ou noite fosse o último.

    Ok posso estar enganado, mas vale a pena sofrer tanto por causa de alguns trocado? Por que acumular tantas coisas inúteis que empoeiram-se com o passar dos anos dentro de gavetas ou de espaços que mais parecem museus? Descrevo assim alguns dos pensamentos que me surgiram ao descobrir o verdadeiro motivo da morte do meu querido irmão Zé. Um motivo na verdade tolo, mas que por ter gerado uma morte tornou-se mais ridículo ainda.

    Passei alguns dias em uma angústia interminável, esperando Oliver se recuperar para poder me contar o que realmente havia ocorrido naquele maldito apartamento. E eis que última Quinta-feira dia 18, depois de alguns dias de espera o gatuno acordou e desabafou comigo durante algumas horas.

    “Galego o que fizemos foi estupido. Eu devia ter amarrado o mestre em casa, dito a ele que as malditas bruxas haviam desistido ou sei la… Tudo começou na verdade quando fomos a um leilão em praga no ano passado, como tu lembras o mestre era um grande colecionador de joias antigas e seu acervo hoje deve ter algo em torno de alguns milhões. Sei que para o senhor isso não é nada novo, mas o importante é que esse vício foi o resultado de sua ruína.

    Neste dia o mestre estava com a aparência de um idoso, uma forma humana que ele adorava usar para se passar de interessante e amigável. Ele estava sentado em uma cadeira comigo em seu colo, quando as duas surgiram. Belas mulheres de de meia idade na faixa do 40 ou um pouco menos, eram bonitas e trajavam roupas elegantes mas nada espalhafatoso. Deram a perceber que seriam ricas madames.
    Apresentaram-se e depois de um tempo a conversa ficou interessante, o mestre comentou sobre sua coleção e isso mudou um pouco o ar do papo. Começou a virar uma espécie de negociação quando as duas decidiram propor a troca de algumas peças por peças que o mestre havia dito que possuía. Combinaram então de se falar em outro momento para marcar onde poderia ser a negociação. Foi tudo muito rápido, se despediram, trocaram cartões de visita e voltamos para nosso refúgio.

    Depois de alguns meses ouvi o mestre combinar pelo telefone um encontro e ao que indicava eram as mulheres de Praga no outro lado. Depois disso ele veio até mim e disse:
    – Oliver, amanhã vamos nos encontrar com aquelas belas mulheres, colecionadoras que conhecemos em Praga, quero tu limpe e separe em uma bolsa discreta aquelas joias da coroa Ucraniana que tenho naquele cofre…

    De início fiquei um pouco receoso, aquelas peças deviam valer algo em torno de uns 4 ou 4,5 milhões de euros e minhas pequenas patas de gato com certeza não eram as melhores ferramentas para manuseá-las. De qualquer forma aceitei o desafio e as separei com todo o cuidado possível.

    No dia do encontro fomos para aquele apartamento onde tudo ocorreu. No caminho ele comentou que iriamos para um apartamento de um de seus “servos de sangue”. Lá chegando ele o mandou o pobre coitado ir passear e ficamos aguardando as mulheres. Isso foi perto das 2 da manhã e elas chegaram na sequência. Apresentaram-se normalmente e zé as mostrou as joias que estavam no quarto em cima da cama e elas então mostraram um cajado, aparentemente de ouro encrostado de pedras vermelhas e azuis e muito bonito. Zé ficou maravilhado com aquilo e começou a pronunciar algumas palavras em alguma língua estranha que eu não consegui entender.

    Quando ele estava lá empolgado, não percebeu que uma das mulheres lhe golpeou pelas costas e a outra o segurou. Eu tentei pular nelas e fazer algo, mas o máxim oque consegui é afastar uma delas para trás, mas ela me jogou ao chão e me chutou várias vezes. Achei que fosse morrer, mas consegui me esconder pulando para fora da janela da cozinha e me segurando na marquise. Em quanto isso eu houvi muito barulhos, golpes coisas sendo quebradas e o que mais me deixou com medo foi o ritual.

    Algumas palavras em outra linguagem desconhecida foram ditas, senti um cheiro horrível que parecia enxofre misturado com um perfume azedo e doce de alguma flor que não conheço seguido de um flash e um assombroso silêncio. Alguns segundos se passaram e vi saindo pela janela uma fumaça cinza rosada. O silêncio continuava e decidi olhar para dentro. Não vi ninguém e decidi ir até o quarto. Lá eu vi algo horrível, era o mestre definhando ao chão e transformando-se em cinzas. Uma das mulheres estava caída ao seu lado e a outra havia sumido. Fiquei alí meio tonto e sem saber o que fazer, até que a mulher se levantou veio atrás de mim e me bateu tanto que acabei desmaiando.

    Algumas horas depois eu acordei com barulho de alguém se aproximando, levantei-me meio cambaleando e procurei um lugar para se esconder e achei o banheiro onde o senhor me achou.”
    Ao ouvir as palavras de Oliver senti-me zonzo. Deixe-o no quarto e fui dar uma volta de moto. No meio do passeio, achei uma boa árvore e sentei-me aos seus pés. Sempre faço isso quando tenho algum pepino para resolver, parece que elas me dão energia para pensar melhor. Lembrei-me então de um velho ritual vampírico, que a um tempo atrás foi encontrado por pesquisadores de cultura indígena e chamado de “yuxin chakabu”. Traduzindo seria como alma do mal ou algo do gênero. Trata-se de um ritual onde um vampiro consome os poderes de outro sanguessuga.

    Ok sem mais detalhes, falei demais e vou ser obrigado a ir me consultar com os regrados…

  • Menaje atroa na década de 20

    Menaje atroa na década de 20

    Sempre me perguntam sobre o lado sexual dos vampiros, sobre como mantemos nossas relações sexuais, ou como funcionam nossos órgãos sexuais. Tal qual sempre digo, somos humanos normais nesse sentido com a exceção de que não podemos nos reproduzir, ou seja, explicando de uma forma clara: um vampiro não pode fecundar mulheres e uma vampira não pode gerar um bebe. A menos que ocorra algo através de magia ou com alterações genéticas, como se ouve falar muito atualmente.

    Esses dias lembrei-me de uma noite de festa no qual sai com Eleonor (minha irmã) para uma festinha (orgia). Para que fique claro Eleonor é filha do Barão, que é tio “tataravoavô” de minha falecida mãe, ou seja, parente distante mas na mesma linhagem de sangue. Deixando mais claro ainda, chamo Eleonor de irmã, por convivência da mesma forma que homens chama outros amigos de irmãos, ok?

    Pois bem vamos aos fatos daquela noite…

    Todo vampiro tido como normal depende de sangue humano para sobreviver, esse sangue nos proporciona toda a energia que nos mantém mortos-vivos e precisa ser reposto de tempos em tempos. Não vem ao caso o porquê da necessidade desse líquido precioso, mas é fato que se desprovidos dele entramos primariamente em um estado de fúria, que pode proporcionar um sono quase eterno. Por que essa explicação? Sei lá, volta e meia me pergunto algo e vou respondendo como posso.

    Em uma bela noite de primavera acordei com fome, a década era a de 20, o ano não lembro e a cidade era a bela rio de janeiro, no entanto, o que importa mesmo é que Eleonor havia acordado da mesma forma. É fato que vampiros quando estão com fome transpiram brutalidade e sexualidade, então imagine o ambiente naquele dia. Tomei um banho, aparei a barba e quando menos espero a sinto passando suas mãos e unhas em minhas costas. Como é bom acordar assim não é mesmo?

    Entre alguns amassos e beijos, de inclusive fazer sair sangue, a convenci de ir à caça na av. Atlântica. E lá fomos-nos, eu na forma de lobo e ela como uma bela pantera negra em meio à selva fechada e com poucas trilhas que na época existiam no parque da Tijuca.

    Enquanto corria em meio às árvores eu sentia meu demônio aflorando implorando para se libertar e tomar o controle, mas agüentei o quanto pude até que chegamos próximos a Praça Bernadelli, um local que não existe mais e que era ótimo para ver ao longe o majestoso Copacabana Palace.

    Era perto das 22 quando andávamos de mãos dadas nas calçadas “petit pavet”, já em forma humana e em direção ao hotel. Nesta noite acontecia uma festa no lugar, pelo que lembro era um casamento mas isso não vem ao caso.

    Naquela época todos andavam bem vestidos e não tivemos dificuldades em dar uma de “furão” haja vista o alto poder de persuasão de Eleonor. Ok, a beleza sobrenatural da linda moça de seios fartos e lábios carnudos, bem vermelhos, ajudaram um pouco.

    É preciso informar que nesse momento o meu demônio já estava prestes a assumir e não demorou a acharmos algumas vítimas, além do que em casamentos sempre tem gente “fácinha”. Por sorte as senhoritas estavam hospedadas e nos convidaram para os seus aposentos, local onde a nossa festa começou.

    Cabe aqui recordar o fino traço das senhoritas que nos acompanhavam, uma bela descendente de irlandeses, de cabelos alaranjados como o fogo. Lindos olhos azuis, vestido verde oliva de fina seda francesa com detalhes em renda e pedrarias. Sua amiga escolhida por Eleonor, era loira, tão jovem quanto à outra e dona de um sorriso rejuvenescedor que contrastava com o azul claro e radiante de suas jóias decoradas com belas turquesas.

    Subimos pelo elevador e dentro dele iniciei meu festim. Entre toques suaves e pegadas firmes não demorou muito para que a pele clara da ruiva se estremecesse toda. Alguns beijos gélidos no pescoço dela e minhas presas afloraram… O corredor foi um caminho longo até o quarto, que foi aberto no desespero, fazendo a porta ser fechada com um grande estampido seco.

    Antes que pudesse manifestar qualquer reação humana, meu demônio sugou a pobre ruiva até que pode, terminando antes que seu sopro de vida se fosse a fazendo desmaiar em pleno tapete branco que cobria o assoalho de fina madeira. Excitado pelo jovem sangue consumido, não precisei pestanejar muito para compreender que seria aquele dia que eu aprofundaria meu relacionamento com Eleonor.

    As moças semi-nuas na cama e o forte perfume exalado pelos hormônios femininos foram o combustível motivador dos meus seguintes atos. E lá ficamos nós três envolvidos pela ardente excitação sobrenatural no mais fabuloso ménage atroa, onde três almas se tornam apenas uma. É certo que depois de alguns instantes éramos apenas dois, mas quem disse que queríamos parar?

    Quarto arrumado com as donzelas deixadas sob os lençóis e voltamos corados para casa. Esta noite havia selado algo que nos unia há muito tempo, sentimentos recolhidos que se expandiram na forma de uma grande amizade fraternal que dura até os dias de hoje.

  • Eleonor, a caça bruxas. Parte I

    Eleonor, a caça bruxas. Parte I

    Eleonor sempre foi uma irmã dedicada, uma vampira competente, forte e muito feminina. Ela foi a segunda vampira que tive contato depois da transformação, sempre muito paciente com minhas tolices, exageros e impulsos… Uma mãe, uma irmã, uma amante platônica? Quem sabe, tudo junto em uma grande amiga.
    Filha do barão(meu tio), Eleonor esteve presente na grande batalha em que perdi Suelen, já teve um caso com Franz, adora as piadinhas preconceituosas do Zé e vive uma obsessão cega em busca do fim das vadias (bruxas do mau). Por que estou falando isso? Primeiramente é por que tenho muito afeto por ela, mas também por que me lembrei de uma história que ela sempre conta . A história de quando ela quase terminou com uma família de vadias.

    Algumas leitoras aqui do blog podem confirmar o fato de que existem muitas correntes de bruxaria. São famílias ou clãs ou grupos em todo o mundo, separados por tradições, maneiras de se portar e aspectos regionais. Alguns cultuam a grande mãe, outros seres míticos e alguns o próprio demônio. Cabe aqui um adendo, bruxas não são apenas mulheres, muitos homens fazem parte dos covens. Além disso, lembro que cultura magista é bem ampla e além das bruxas podem-se incluir também os magos, os feiticeiros, os ciganos, os ilusionistas e alguns outros chamados escolhidos ou iluminados.

    Na verdade o que eu quis dizer no parágrafo anterior é que existem muitos grupos que estudam magia e quando digo: “vadia” eu utilizo o termo de uma forma genérica aplicando a gíria em qualquer humano que possua poderes e o utilize a favor de forças satânicas. Sim inclusive utilizo o termo para designar algum humano com poderes que cace vampiros…

    E assim começa a velha história que todos lá em casa já sabem com detalhes, só que dessa vez contada de Eleonor para Elizabeth, com os meus comentários no meio…

    …Acordei com uma vontade imensa de me alimentar, Tanto que meus caninos estavam para fora machucando meus finos lábios rosa. Nessas horas eu sempre me lembro do barão dizendo que isso é como uma ereção para o vampiro, parecido com os homens e seus brinquedinhos.

    Tomei um big (ela adora falar big) banho, era dia de lavar os cabelos então fiquei quase uma hora entre banheira e ducha. Sabe essas coisas básicas de quem tem cabelos cacheados, xampu duas vezes, condicionador, recolher os fios do ralo e passar creme pós-banho. Alguns minutos depois no closet, escolhi um vestidinho bem apertadinho, um scarpin com salto 10 e carreguei no batom vermelho com uma maquiagem mais amena.

    Bati na porta do quarto do Galego: Galego (ela me chamou pelo apelido) não quer sair comigo hoje? Estou com tanta fome… Como não tive resposta e em meio a tanto silêncio resolvi entrar, quando me deparei com a figurinha dormindo e babando feito um bebê. Então, Fui sozinha mesmo.

    Na época eu tinha um alfa Romeu conversível vermelho, era muito lindinho… Tirei-o da garagem e fui para um bar que ficava no centro, um bar que eu ia sempre, chamado Toxi, era de um alemão amigo do Franz, ou seja estava em casa. Geralmente eu saia sozinha para caçar mas naquele dia, meu 6º sentido dizia que alguma coisa iria acontecer.

    Estacionei, na entrada dei um beijo no rosto do segurança, era o Vitor, um big gato e entrei. Naquela noite tocava uma bandinha chamada Black Sabbath , que depois acabou virando conhecida, mas que na época só fazia barulho. (ok Eleonor não tem um gosto musical confiável, ela gosta de pagode, só ela e a Beth ¬¬) Nessa noite o bar estava cheio e foi fácil escolher alguém para se alimentar, afinal muitos estavam bêbados ou drogados. Bastou eu ir para perto do banheiro e quando menos esperava alguém me puxou para dentro de um Box. Antes que o garoto tentasse me beijar eu o joguei contra a parede, segurei suas duas mãos no alto e lambi seu pescoço. Ficou até arrepiadinho e não resistiu a minha mordida.

    Já nutrida, era hora de circular mais tranqüila e ver o que a noite me reservava. Mais barulho, mais gente, até que vi ao longe um casal que me chamou atenção. A presença deles era tão forte que faria qualquer vampiro ficar atento, mesmo passando a umas duas quadras do lugar. Os fitei por alguns minutos, eles ficaram trocando caricias, e de repente se separaram, foi cada um para um canto. E quando menos percebi cada o homem estava com uma menina em um canto e a mulher com um garoto em outro. Ambos flertando. Na hora eu pensei putz, isso vai dar um big rolo. Que nada, os dois casais se aproximaram e resolveram sair juntos do Toxi.

    Como vi que ali tinha um big rolo eu os segui…