Trabalho para o vampiro: suposições

Em meio a descoberta de uma pista. Liguei para Pepe e comentei sobre o que havia encontrado. Ali ficou evidente ao menos um rumo inicial que devíamos dar a investigação. Indo atrás de outros que também possuam crachá ou alguma relação com o galpão e sua possível utilização como “Espaço de autoconhecimento”.

“Pesquisei sobre os vampiros que vem aqui eventualmente e nenhum deles parece comprometer nossa estadia” Disse Pepe por áudio.

Ainda faltava um vínculo maior entre os desaparecidos ou uma simples motivação, que fosse além do Santo Daime. O chá da um belo estrago no intestino e faz alguns perderem o juízo por minutos ou poucas horas. No entanto, não existem muitos casos de morte ou assassinatos relacionados ao chá. Havia algo pontual e maior, bem maior que ocorre todos os anos, mas o que?

Liguei para Carlos, meu irmão lobisomem. Perguntei sobre a região se oferecia algum diferencial, onde algum propósito pudesse ser utilizado para algum fim. Sim, divaguei por ele por algum tempo. Isso no caminho de volta para o hotelzinho que pegamos.

– Preciso fazer umas contas, usar umas tabelas… Vou falar com a Vera se ela me da algumas ideias também. A gente se fala em breve, irmão!

No hotel revi algumas fotos e anotações que fizemos. Perto das 9 o sol já batia nas cortinas e por sorte longe das camas. Foi o momento de dar uma relaxada e descasar para a próxima noite. Pepe preferiu relaxa na banheira por algum tempo, ficou tanto lá que adormeci e a revi apenas na noite seguinte.

Ao acordar revi as mensagens e havia algumas mensagens de Carlos, me contando as suas suposições. Sobre o local, em algum momento da história ele foi rota para os nativos sul-americanos, possivelmente A’uwē. Mais em específico talvez pelos Xavante e seus aliados. Esse povo e todos os outros dessa região foram muito reprimidos ao longo dos anos desde a chegadas dos Espanhóis e Portugueses.

Apesar disso, ainda temos relatos de suas lendas mais populares, quase todas transmitidas entre as gerações oralmente. “Sabe se tem alguma tribo aí perto? – Perguntou ele.” Um fato curioso também trazido por Carlos é que a região fica em oposição exata no globo terrestre a região das Filipinas. Um local também riquíssimo em termos de lendas, costumes e tradições.

Bacana e curiosas as suposições de Carlos, mas aquilo ali, sei lá parecia algo mais mundano. Eu devia estar divagando nos pensamentos. Entretanto, o segundo dia trouxe uma pressão maior: “Aparentemente teve outro sumiço ai na região. A polícia local registrou que um cara na faixa dos 30 saiu para trabalhar numa lanchonete e sua mãe reportou que ele não voltou depois de 24h”.

Ferdinand
Ferdinand

Nascido em 1827, foi transformado em vampiro com 25 anos em 1852, enquanto ainda vivia na pequena cidade de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, Santa Catarina – Brasil.

Criou este site em 2008 com o objetivo de divulgar as ideias do seu clã, instituição fraternal em que ele, seu mestre e alguns amigos mais chegados pertencem. Está quase sempre bem humorado e nos últimos anos possui um projeto chamado “Os escolhidos” em parceria com sua cria mais recente, Pepe. No qual eles “ajudam” a polícia e a sociedade na resolução de crimes hediondos.

Ferdinand também ocupa suas noites com a escrita e tem trabalhado no livro Ilha da Magia.

Um comentário

  1. Cara, que intrigante, o que será que essa mulher tem a ver com esses sumiços, muito curioso, e vamos para mais uma parte rsrs

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