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Trabalho para o vampiro: investigação

Com os papeis definidos e os principais locais mapeados, fomos cada um para um canto. Naqueles que me propus a verificar, comecei pela pedreira. Local que um dia já foi utilizado para retirada de sedimentos e atualmente é palco de shows. Nos dias normais é muito utilizado para aqueles que gostam de privacidade e natureza, se é que me entendem.

Com o frio daquela noite havia poucos carros e dentre os frequentadores nenhum utilizou o espaço ao ar livre. Minha audição aguçada indicou apenas alguns gemidos ou safadezas ditas ao pé do ouvido. Fora isso, pelo local também não havia nada de suspeito, apenas lixo ou restos de alimento.

Fui então para o segundo local. Um loteamento novo, que já possuía infraestrutura de vias e apenas duas casas prontas. Dizem que ali também é utilizado para os mesmos fins do local anterior e da mesma forma nada de suspeito.

O terceiro local era na verdade dois: em parte havia um parque e nos fundos dele jazia o que algum dia foi uma olaria. A imensa torre da chaminé era o que havia de mais inteiro e o barracão ofertava poucas opções para investigação. Apesar disso, foi onde encontrei algo suspeito. No chão em algum momento foi desenhado algo circular, mas que fora muito bem apagado com alguma enxada ou rastelo.

Além dos rastros de algum símbolo, também encontrei vestígios de cera de vela e meu olfato surrado indicou mais ferro que o normal naquela terra. Isso podia ser relacionado a algum depósito de materiais metálicos ou sim, pelo derramamento de sangue. O problema é que só havia isso. A antiga chaminé que seria o local mais óbvio para se queimar qualquer vestígio era muito inacessível para humanos.

Já que estava ali, olhei dentro do forno na base da chaminé só havia ninhos de animais e o que um dia foi madeira ou carvão mineral queimados. Com essa pulga atrás da orelha quanto ao que havia sido feito ali eu parti para o último lugar. Um galpão já na área rural e coisa de uns 25km dali.

No carro Pepe me ligou e contou que descobriu algo sobre um grupo de vampiros que frequenta a região eventualmente. Eles inclusive mantem um Ghul como gerente num bar bem localizado e frequentado. No entanto, ainda precisava de mais tempo para saber se seriam aliados. Nesse tempo cheguei ao galpão.

Investigação pra que te quero

Além do galpão o local possuía uma meia dúzia de outros prédios. Provavelmente, nos últimos 50 anos o local fora utilizado como espaço para alguma empresa e suas salas, agora saqueadas ainda resguardavam papeis, calendários, armários. Todos em sua maioria revirados em busca de algo de valor ou vandalizados. O que me chamou atenção ali é que havia uma cerca tímida protegendo algumas partes e alguns cadeados novos reluziam as luzes de pequenos postes modernizados com lâmpadas de LED.

Algumas câmeras também foram instaladas e por pouco não fui pego numa. Prestei muita atenção daquele ponto em diante, tanto que resolvi fazer uma investigação diferente, em forma de névoa. Transformei-me e vasculhei tudo o que me foi possível. Inclusive, nesse estado percebemos com maior facilidade passagens secretas, o que não foi o caso. Pois o que precisa ser encontrado estava guardado em armários novos dentro de uma sala arrumada e limpa

Cálices, mantos e outros elementos rituais. Alguns poster, quadros e diversos livros falando da popular Ayahuasca. Um famoso cipó, também chamado de Santo Daime, que nos últimos anos tem sido utilizado em cerimônias. A maioria delas com o objetivo de proporcionar um encontro com si mesmo, na aspiração por maior autoconhecimento.

Ao menos é o que a maioria dos Gurus no assunto indicam. Sinceramente, não estava encontrando motivos para aquilo ser suspeito, até que em um dos crachás vi o nome da influencer.

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