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Uma entrevista descabida – Final

  • FerdinandFerdinand
  • 30/10/2014
  • Fan Art
  • 11 comentários

O som do tiro ecoa pelas paredes do set. Thomas E.Lloyd afasta a sua atenção da Jornalista, passa-a para o sociólogo, caído no chão, os batimentos cardíacos mal se fazendo ouvir. Andressa pula com o som, Daniel agarrando-se mais ainda a suas pernas.

-Mas que droga! – Grita o vampiro, irado. – Quem o imbecil pensa que é? Não bastasse o trabalho imenso que eu tive para conseguir participar dessa maldita entrevista, dar cabo do vampiro designado a defesa da sanção, além de tomar-lhe o nome, tudo para te envergonhar em rede nacional, acabar de vez com sua vida! – Desabafa “Thomas”, enquanto se levanta da poltrona, dirigindo-se ao homem caído no chão.

Andressa se afasta de Daniel, após chutar-lhe a cara com o salto, dá alguns passos para trás, em direção a própria bolsa. Não há sinal algum do cameraman, é como se o set tivesse sido abandonado. (Deus, podes te esquecer da maldita Romaria, não vou fazê-la, mas nem que eu sobreviva!) Aproveitando a desatenção do vampiro, abre a bolsa e de lá tira uma estaca, vendida a dúzias desde que a nova sanção foi aprovada, como objeto de prevenção. A jornalista sabe muito bem que uma estaca não vai matar vampiro nenhum, mas se ao menos servir para tirar os três vivos dali, em segurança…

-Nem tente, senhora, ou eu lhe arranco as entranhas. -Ameaçou Thomas, de costas para a moça, os longos dedos no pescoço de Arruda, checando-lhe a pulsação. -Ainda vivo, pelo menos. Andressa se afasta, pensa no plano B, vai até o extintor de incêndio, usa da estaca para quebrar o vidro.

-O que você quer? -Finalmente, Daniel se manifesta, ainda que agarrado à poltrona, o pânico a lhe esmagar o peito, o corpo inteiro banhado em suor frio. -Se ainda não percebeu, o senhor acabou com a sanção de igualdade. Quantos vão perder com isso?

-Pouco me importo com essa maldita sanção, já não o disse antes? Estou apenas a serviço… acredite se quiser, meu mestre é o mesmo vampiro que acabou com a família deste infeliz que está no chão. Quer vê-lo morto, em pedaços, sem possibilidade sequer de ser enterrado ao lado da esposa e da filha…

Marcos Arruda sorri mentalmente, está quase descobrindo toda a informação de que precisa. Vampiro jovem, esse “Thomas Lloyd”, não consegue sequer notar que o sociólogo atirara no próprio ombro. Com a mão esquerda, tateia discretamente o chão, a caça da arma.

-Então você só está aqui de pau mandado?-Daniel se levanta, o rosto cheio de raiva pela entrevista perdida, a grande oportunidade desfeita. – Seu grande filho da puta, será que não percebe a oportunidade que eu e Andressa perdemos? Pouco me importa se o seu alvo era o sociólogo Arruda, tomasse suas providências fora daqui! Sem contar os envolvidos na sanção! Finalmente, a promessa de um mundo mais igualitário, sem guerras ou disputas entre nós humanos e vocês, seres sobrenaturais!

Andressa respira fundo, amaldiçoa Daniel do fundo da alma. Se o colega dissesse mais alguma besteira, só Deus sabe o que pode acontecer. Afasta os pedaços de vidro do extintor, puxa-o para fora, enquanto procura pelo lacre. Se eu sair daqui, pensa consigo mesma, nunca mais me envolvo com qualquer assunto ligado a tal sanção. Puxa o ar, solta-o devagar. Caminha para mais perto de “Thomas”.

-Fui solicitado a te levar comigo com vida, Arruda. Quanto aos outros, porém… Acredito que posso me divertir um pouco, você não concorda?-O vampiro sorri de forma maldosa para Marcos, ainda no chão, respirando com dificuldade, mais pela adrenalina do que pelo tiro.

Antes mesmo de conseguir se virar, Andressa usa de toda a força que tem e bate com o extintor de incêndio na cabeça do vampiro, que cai, atordoado. Sem pensar duas vezes, bate uma outra vez, então outra. Bate até não sentir os braços a se movimentar, só largando o extintor quando ouve algo rachar. Senta-se ao lado do extintor, cansada. Olha para Arruda, estirado no chão, um tiro no ombro.

-Você tem muito a explicar para os nossos telespectadores, senhor Marcos Arruda… -comunica-lhe Andressa, os olhos cansados.

O sociólogo se levanta do chão, a mão no ombro. Olha para o vampiro (morto, quem sabe?), o crânio rachado, o rosto uma bagunça. Daniel olha para ambos, Andressa e o doutor, recomeça a chorar.

-O que você falou a respeito de acusação de homicídio, Senhora Andressa Meyers? – Comentou Arruda, com um sorriso irônico estampado no rosto.

-Cale a boca, Marcos. Me ajude a arrumar essa bagunça. E trate de colocar as digitais desse infeliz na sua arma, não pretendo ser acusada de Homicídio algum, o senhor me ouviu? E pode apostar, ou o senhor se posiciona a favor da sanção, ou eu presto queixa contra o senhor na polícia, acuso-o de louco e assassino!

Arruda sorri. Agora que conseguira por as mãos em um dos ”filhos” de seu inimigo, não se importava mais em ser contra ou a favor da sanção. Agacha-se perto do corpo, vasculha os bolsos, encontra um telefone celular. Andressa lhe observa as ações, compreende o porque de toda aquela bagunça. Suspira:

-Tu não passas de um homem de 49 anos, sozinho. Porque caçar um assassino, que além de sádico, é imortal? Ainda mais com a sanção as portas de se tornar permanente…

-Não se preocupe Andressa. Aliás, eu me pergunto, estarei mesmo sozinho? – Marcos lhe estende a mão, ajuda a jornalista se levantar.

Dois meses mais tarde, o sociólogo Arruda apareceu de novo na televisão, desta vez a explicar o ocorrido, de forma que sanção alguma fosse cancelada, aceitando, inclusive, participar de nova entrevista, desta vez com um verdadeiro representante. Também não descansou até que a sanção fosse permanentemente aprovada, ao mesmo tempo em que tentava descobrir alguma pista valiosa no celular de “Thomas”.

Andressa não conseguindo mais associar o set onde trabalhava com um lugar pacífico e profissional mudou-se de emissora. Não mais como âncora, passou a escrever matérias a respeito das novas medidas de integração, de forma a diminuir a desigualdade entre seres humanos e vampiros. Apesar disso, quem mais sofreu com o ocorrido, foi o âncora Daniel Alves da Silva, que foi internado,  em função dos traumas da entrevista , que lhe afetaram os nervos permanentemente…

Ferdinand
Ferdinand

Nascido em 1827, foi transformado em vampiro com 25 anos em 1852, enquanto ainda vivia na pequena cidade de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, Santa Catarina – Brasil.

Criou este site em 2008 com o objetivo de divulgar as ideias do seu clã, instituição fraternal em que ele, seu mestre e alguns amigos mais chegados pertencem. Está quase sempre bem humorado e nos últimos anos possui um projeto chamado “Os escolhidos” em parceria com sua cria mais recente, Pepe. No qual eles “ajudam” a polícia e a sociedade na resolução de crimes hediondos.

Ferdinand também ocupa suas noites com a escrita e tem trabalhado no livro Ilha da Magia.

11 comentários

  1. Ana

    Ana

    30/10/2014 / 14:26

    Coitado do Daniel… XD

  2. JaneEyre

    TheMarchHare

    30/10/2014 / 17:44

    Fico feliz que a 3 parte já está no blog. Finalmente, esse conto já acabou. (Na minha opinião, foi longo demais…)

    • Ferdinand

      Ferdinand W. di Vittore

      30/10/2014 / 17:55

      Ah o tamanho do texto é relativo, aliás, frequentemente reclamam para mim que querem ler mais 😉

  3. JaneEyre

    TheMarchHare

    30/10/2014 / 18:53

    Ah, Ferdinand, tenho uma pergunta…É possível matar um vampiro a pancadas com um extintor de incêndio, ou é só parte da minha imaginação mesmo?

    • Ferdinand

      Ferdinand W. di Vittore

      30/10/2014 / 19:52

      Então se tu conseguir bater a ponto de derrubar o cérebro da cabeça é provável que ele encontre a morte final. Fora isso ele vai ter uma tremenda dor de cabeca enquanto regenera. No caso ali de só umas pauladas em um dia ou dois esle deve estar novinho em folha. Sujestão, se tiver paciência continue a trama com ele acordando e querendo vingança. Adoraria publicar a continuação aqui 😉

      • van

        va.minsami

        03/11/2014 / 20:54

        concordo!!! kkkkkk…. ri demais da Andressa com o Daniel! kkk.. muito bomm….. continueeeeeeeeee…. pleaseeeeeee 🙂

  4. JaneEyre

    TheMarchHare

    30/10/2014 / 22:14

    Poxa…Assim complica para o meu lado. Mas eu bem que estava pensando em uma continuação, tipo mini-série com o sociólogo Arruda atrás do assassino de sua família… :s

  5. JaneEyre

    TheMarchHare

    31/10/2014 / 00:59

    Quando eu comecei a escrever o conto, não pensei muito em por a senhorita Andressa como personagem de relevância na trama. Em minha mente ,quem iria realizar tudo o que ela fez era o próprio Daniel. . Além disso ,o sociólogo não sobreviveria sem ir parar num sanatório novamente , os jornalistas responsáveis por lhe tomar as dores.
    Mais tarde eu percebi que ,não importa o quanto eu anote, quem dá o rumo dos personagens são os próprios personagens…
    Minha mente é apenas o meio. Eles são o fim. >.<
    Acredito também que o Sociólogo tenha caído nas minhas boas graças…Bem como Andressa,nome escolhido por mim em memória a
    uma amiga…

  6. JaneEyre

    TheMarchHare

    31/10/2014 / 01:05

    Enfim,são pequenos detalhes assim que fazem com que seja difícil (quase impossível) que eu pare de escrever…

    • Ana

      Ana

      31/10/2014 / 14:32

      Uma coisa não pare de escrever, tal como o Ferdinand faça mais publique mais coisas. Eu gosto de ler e por vezes dá-me imaginação para composições para inglês e português (disciplinas).

  7. (w) Rebecca W. Erner

    (w) Rebecca W. Erner

    01/11/2014 / 13:45

    Seus textos são muito bons! Realmente, esperamos que continue a escrever 😉
    Beijinhos, Becky.

Os comentários estão encerrados.

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Comentários Recentes

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