Categoria: Histórias

Nesta seção você encontra historias, contos e relatos relacionados ao mundo real e sobrenatural. Verifique a indicação de faixa etária no início de cada texto.

  • Sonho com vampiros: significado!

    Sonho com vampiros: significado!

    De acordo com o João Bidu, popular astrólogo brasileiro, sonhar com vampiros pode significar o descobrimento de algum segredo importante. Não sei de onde ele tiras estas teorias ou significâncias… Nem mesmo em minhas noites mais pensativas consegui conceber uma, digamos, explicação mais significativa para tais manifestações do subconsciente humano.

    Como eu tentei explicar com algumas poucas palavras neste VampirCast, o significado com do sonho com um vampiro pode ter diversas explicações. Para ser sincero, acredito muito nas teorias de Freud, onde o psicanalista nos leva a crer que os sonhos são manifestações, quase reais, de nossos pensamentos mais intimistas.

    E tu minha leitora, o que acha disso? Será que os vampiros estão realmente invadindo teus pensamentos?

  • Estranhos e loucos – pt3

    Estranhos e loucos – pt3

    Cada vez que eu fechava os olhos surgiam mais e mais imagens daquela triste cena, triste realidade. Não conseguia dormir, não conseguia me concentrar. Conseguia apenas ficar acordada, tramando milhares de maneiras para entrar naquele local e destruir tudo e todos.

    O difícil é que não poderia fazer isso sozinha, precisava de ajuda e não sabia quem poderia chamar. O Trevor e o Ferdinand tinham muito a fazer, aparentemente os outros também. Mas eis que me lembrei, Dani estava de volta de uma longa viagem, quem sabe ele viria ao meu encontro.

    – Alô?

    – Eu gostaria de falar com o Dani.

    – Quem gostaria?

    – Lilian…

    – Ah ual, me desculpe senhorita Lilian eu não olhei o nome ao atender…

    – Tudo bem meu caro, desculpado, chame o Daniel pra mim.

    – Sim, claro.

    Alguns segundos se passaram e então ouvi a voz do meu querido irmão das trevas, o galã da Ordem. Acho que a moda ultimamente entre as mulheres é careca e barbudo…. Será? Enfim…

    – Olá minha adorada irmã, a que devo a honra?

    – Dani você recebeu meu e-mail?

    – Não abri ainda, porque?

    – Abre e lê… Preciso da sua ajuda…

    – Ok, calma Lili…

    Esperei por alguns longos minutos, período este em que observei o quarto barato de hotel à beira da estrada que estávamos. Camas caindo aos pedaços, banheiro fedendo a cloro e um “toc toc” dum cuco antigo. Carlos dormia em uma cama de cobertores improvisada no chão, enquanto eu vestia uma camiseta de banda, shorts, tênis e esperando o que pudesse vir do outro lado da linha.

    – Lilian, eu li e me nego acreditar nisto.

    – Não é meu caro. Depois nós sobrenaturais somos os monstros.

    – Irônico não?

    – Dani eu não te liguei apenas para perguntar tua opinião, preciso de ajuda.

    – Que tipo de ajuda Lili?

    – O local é cercado por vários homens bem armados, eu o Carlos não vamos conseguir dar conta sozinhos. Isso tirando as equipes médicas que lá trabalham, os clientes que frequentam o local e aparentemente escoltados com os seguranças particulares. Preciso de ajuda física aqui.

    – Vai ser um prazer minha querida. Levarei os melhores que tenho a disposição. Passe tua localização e em duas ou três noites estaremos ai.

    – Mal vejo a hora de chegarem aqui…

    – Nos vemos em breve!

    Passei todas às coordenadas para o Dani e senti uma faísca de esperança crescendo de novo. Corri acordar Carlos e contei lhe as novidades, ele ficou um preocupado com tantos vampiros próximos as suas terras, mas garanti que nada de ruim iria acontecer com ninguém, não da nossa parte.

    – Bom, só posso acreditar na tua palavra, cara pálida.

    – Carlos, só de saber que podemos vencer isso e salvar todos, não lhe deixa feliz?

    – Isso tudo só me deixa com mais vontade ainda de entrar lá e rasgar muita carne amaldiçoada.

    – Então meu amigo, temos os mesmos desejos…

    Mal podia esperar até a chegada do Dani, eu sabia do que ele era capaz e com ele a vitória estava praticamente a nosso favor. Bastaria apenas entrar lá e salvar todas aquelas crianças, para quem sabe devolvê-las as suas famílias.

    Confesso que esperar e ser paciente não é um dos meus dons, já eram dez da noite do segundo dia e eu estava sentada na cama a espera do Dani. Carlos meditava para a batalha e cantava alguma passagem indígena. Aliás, devo admitir que já acostumada com tais tradições do velho lobisomem, velho de idade, porque fisicamente está de parabéns. Hahaha

    Mais algum tempo e ouvi carros parando do lado de fora do hotel, senti uma presença bem conhecida e muito querida por mim. Abri a porta e lá estava ele sorrindo. Aquele sorriso encantador… Trajava a roupa negra de batalha da Ordem, estava careca e com uma longa barba loira, além dos olhos verdes iguais aos meus.

    – Não vai vir aqui me dar um abraço Lili? Ou devo chama-la de Barbie? Que rosa todo é esse?

    – Para, eu gosto assim! Vem cá seu ridículo!

    O abraço do Dani sempre me deu confiança e muita coragem para enfrentar qualquer desafio. Depois de apreciar a presença dele, olhei adiante e fiquei mais animada, vi quem eram os melhores que ele trouxe, Michael, Misiak, Tsuko , Matsuya, Gabriel e Ana Li, simplesmente a equipe A da Ordem.

    Não consegui evitar sorrir de ponta a ponta ao ver todos parados ali na minha frente. Carlos saiu de sua meditação e veio ao encontro de todos nós, este recebeu todos educadamente e se apresentou. Sei que todos ficaram admirados em conhecer um Lican antigo igual ao Carlos.

    Após todas as apresentações e um plano traçado, estávamos prontos, era hora de invadir o local, salvar e matar. Mal sabiam aqueles desgraçados que alguns Demônios encarnados iriam bater à porta naquela noite.

    Lembrei-me imediatamente dos sócios e dos donos do local. Sabia exatamente o que fazer com eles, ou melhor, para quem mandar.

    – Sim?

    – Hector?

    – Eu, quem deseja?

    – Não fomos apresentados formalmente, sou a Lilian, não sei se sabe quem eu sou…

    – Claro que sei sobre você querida.

    – Ótimo, então sabe a missão que estou…

    – Sei e confesso que queria ter ido junto.

    – Então, que tal se eu te levar um presente daqui alguns dias?

    – Lilian não sei que conversa maluca é essa, mas adoro presentes.

    – Garanto que vai adorar este, ou devo dizer ESTES presentes.

    – Ok, aguardarei.

    – Até Hector.

    – Até Lilian.

  • Ritual para transformação em vampiro, pela internet

    Ritual para transformação em vampiro, pela internet

    Olá minhas queridas e meus queridos leitores. Ontem a noite eu resolvi gravar algumas risadas, digo comentários sobre os rituais de transformação em vampiro, encontrados nesta grande e populosa internet.

    Se você procura esse tipo de ritual, garanto que não vai encontrar por aqui…

    Caso tenha encontrado algo do tipo e queira compartilhar comigo e com os demais leitores s do site, publique nos comentários abaixo e até o próximo VampiroCast!

  • Sangue frio – Pt4

    Sangue frio – Pt4

    Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagem, após o…

    Desisti de ligar para ele naquele momento após umas dez tentativas. Eu estava entediada, e de certo modo também já preocupada com aquela criatura. Naquelas noites, fiquei na casa de Hector em busca de alguns contatos e estudando relatórios. Tínhamos tanto trabalho pela frente que não tive tempo para mais nada. Ele havia decidido visitar alguns locais e já se passavam três noites de sua saída. “Raios, será que morreu ou foi capturado ou isso é próprio de seu feitio?” – Pensei.  Meu celular toca. Ferdinand liga e já vou logo dizendo.

    – Ferdinand, sabe algo sobre Hector?  Não vim para cá para virar uma nerd e só ficar estudando relatórios. Sabes que odeio esperar por algo ou alguém.

    -Hey, boa noite pra você também. Eu não sei de nada não. O que houve?

    – Humm, estou nos nervos com essa demora, não que esteja preocupada com ele, claro. Mas já fazem três noites que aquele vampirata saiu, e até agora nem sinal.

    -Ah!Não se preocupe. Logo ele aparece. Deve estar em alto mar relembrando os velhos tempos, ou encontrou alguma pista importante…

    – Pode ser. Enfim, precisa de algo?

    – Na verdade, só queria notícias sobre as coisas por ai. Mas, vejo que está tudo bem… (risos) Além disso, Lilian e Carlos progrediram em suas buscas, um resultado não muito agradável, devido ao que descobriram. Acho que logo, precisarão do auxílio de vocês. Mas, veremos isso depois.  Também estarei aguardando notícias sobre aquela tarefa que pedi.

    – Sim, espero que Hector esteja trabalhando nisso.

    Falamos sobre mais alguns assuntos e logo desligamos o telefone. Naquele momento pensei em fazer uma caminhada noturna. Mas, estava confortavelmente jogada em cima da cama, cheia de papéis ao redor, com o notebook ligado, aninhada em uma manta e vestindo apenas uma camisola de seda preta.

    Ouço o barulho da porta abrindo. Hector chegou, me procurando foi até o quarto.  Cheirava a rum, ou alguma bebida do tipo.

    -Pela demora acho que encontrou algo.

    – Boa noite para você também Becky. Sim, encontrei. Estava me esperando? – Falou analisando a maneira em que eu estava.

    Revirei os olhos e disse:

    – Na verdade não. Só estava à vontade aqui sozinha e você é a segunda criatura que me diz “boa noite pra você também”. Enfim, o que encontrou?

    Hector se aproximou me deu um beijo inesperado, “o que é isso” pensei, e então disse:

    – Você vai ver logo, vampirinha mal humorada. Se arrume que vamos buscar esse tesouro juntos…

    Eu realmente estava mal humorada. Pelo menos Hector não havia me deixado de fora daquela diversão. Estacionamos o carro a umas duas quadras e seguimos a pé até o endereço. Então, aconteceu algo engraçado. Para entramos no local, achei melhor saber o que poderíamos encontrar pela frente e fiz uma das minhas pequenas viagens astrais, questão de segundos. Quando voltei, Hector estava de frente para mim, com as mãos nos meus ombros, me encarando com aqueles olhos negros bem de perto, fazendo caretas. Pisquei os olhos rapidamente:

    – O que foi? – Perguntei.

    – O que houve com você? Seus olhos brilharam como se estivesse…

    – Podemos entrar por uma janela aberta nos fundos, é pequena, mas, nós dois passamos. O alvo está sozinho em seu quarto igual a um internauta doente.

    Não precisei mais explicar, Hector conhecia essa habilidade, sorriu com seu jeito sarcástico e logo em seguida demonstrou ter compreendido. Entramos pela tal janela. Abordamos um cara magro, esguio e com olhos fundos. Estava sentando em frente ao computador com uma caneca de cerveja, vestia uma calça jeans podre e estava sem camisa. O maldito fedia. Em seu quarto, inúmeras fotos e materiais pornográficos, em seu computador imagens de meninas e contatos da internet. Confiscamos tudo.

    – Boa noite queridinho, está a fim de dar um passeio?

    – Para ele você dá boa noite?

    Disse Hector, soltando uma gargalhada demoníaca de fazer qualquer um arrepiar. Levamos o maldito que ainda no caminho, já entrou em desespero. Coitado nem imaginava o que faríamos com ele…

  • Site, vampiras e livro

    Site, vampiras e livro

    Boa noite minhas queridas, como fazia tempo que eu não gravava nenhum VampiroCast, resolvi fazer este teste agora a pouco e acho que ficou interessante. Por favor me respondas o que perguntei, sobre livro digital ou impresso. Obrigado 😉

    PS: Eu falei “sem querer querendo” um “a gente” e peço desculpas ao prof. Pasquale…

  • Estranhos e loucos – pt2

    Estranhos e loucos – pt2

    Confesso que sempre gostei de “meter a mão na massa” em minhas empreitadas, mas com a chegada da Lilian e da Becky estou conseguindo aliviar um pouco essas incursões práticas. Podendo me dedicar as outras funções mais organizacionais junto das necessidades de meu clã e dos aliados. Apesar disso, sempre que posso utilizo todos os meios disponíveis para ajudar meus irmãos em suas empreitadas.

    “Fê, encontrei a tribo do Carlos, ou melhor, fui encontrada por eles com certa facilidade. Claro que é um mundo completamente diferente daquele que estou acostumada na cidade, mas estou me virando, ao modo Lilian de ser. Nossas investigações foram comprometidas, por causa da última enchente do rio próximo a tribo e faz mais de uma semana que os sumiços pararam. Então vim para a cidade, pois o faro do Carlos nos diz que poderemos encontrar algo por aqui. Se puder responda este e-mail ainda hoje, ou liga nesse número a seguir…”

    Carlos atendeu ao telefone e foi contando, tão logo percebeu que era eu do outro lado da linha:

    – A garota tem experiência em investigação, mas achei que você me mandaria alguém um pouco mais “velho”.

    – Ah meu irmão, ela é esforçada, sabe manusear uma espada como ninguém. Então dê uma chance que ela vai te surpreender. Reclamou muito da falta de conforto e das cousas da cidade?

    – Ela não quis usar as roupas tradicionais da tribo e fiquei desapontado por ela não se entrosar conosco dessa forma. Além disso, ela passa longos minutos escovando os cabelos coloridos, mas no geral fez amizade com facilidade por lá. Quanto a isso fica tranquilo, já estou acostumado com vocês caras pálidas noturnos. Fora isso, preciso que me ajude com alguns contrabandistas. Vou te passar alguns nomes e tu vê se consegues alguns endereços para nós?

    Para encurtar um pouco a história, Carlos me mandou os nomes, que repassei de imediato para Pepe. Ela fez suas “magias” na internet e Deep web e encontrou alguns endereços, no qual retornei em seguida e por telefone mesmo ao Carlos. O velho lobisomem anotou com cuidado e disse que naquela mesma noite eles iriam verificar pelo menos dois.

    Continuação baseada nos relatos do Carlos e da Lilian:

    Depois de conversar com Ferdinand, esperei a noite cair e fui acordar Lilian, podendo prosseguir até o local para que fizéssemos uma ronda e descobríssemos do que se tratavam os sumiços.

    Seguimos por algumas horas até chegarmos a uma espécie de galpão que parecia estar em atividade. Ficamos escondidos na floresta que cercava o local e conseguíamos sentir o forte odor de sangue que vinha de dentro. Eu sugeri que ela fosse até o local escondida, enquanto eu daria uma geral  onde haviam alguns ônibus estacionados, numa espécie de ferro-velho. Onde imediatamente vi vários homens armados protegendo a entrada.

    Após alguns minutos de observações percebi que a Lilian havia entrando sorrateiramente no galpão, onde ficou por lá alguns minutos e decidi voltar e aguardá-la na floresta. Mais um tempo se passou e ela finalmente voltou. Estava com a feição muito triste, na verdade estava completamente desolada, tanto que lhe perguntei imediatamente o que havia encontrado ou o que lhe deixou daquele jeito.

    – Carlos, o forte odor de sangue tem um motivo…

    – Qual Lili? Me fala!

    – Eu vi corpos, pequeninos, mutilados em mesas cirúrgicas.

    – O que? Me diz que isso é brincadeira.

    – Não.  Eles retiram os braços das pequenas crianças, colocam outro no lugar, algo de silicone.

    – Lilian…

    – Maioria deve ter apenas onze ou doze anos… Todas dopadas por algo anestésico.

    – Quantos estavam lá dentro?

    – Haviam cirurgiões, equipes médicas fazendo o procedimento de mutilação. A pior parte é que haviam pessoas comprando as crianças mutiladas… Algo para uso pessoal… As pobres crianças imóveis, sem saber o que estava acontecendo…

    – Lilian, precisamos sair daqui, voltar à tribo e traçar um plano.

    – Eu quero entrar lá e arrancar a cabeça de todos aqueles filhos da putas!

    – Você terá sua chance. Mas não hoje! Vamos voltar aqui preparados e com mais “gente”. Entrar ali agora seria suicídio e ninguém seria ajudado, nem elas ou nós.

    – Eu acho que vi os mandachuvas do lugar lá dentro. Eles são meus!

    – Feito! Agora vamos, temos que informar a todos, inclusive o Ferdinand e teu mestre, quem sabe eles mandem mais alguém ou possa dar mais informações sobre esses malditos.

    Seguimos imediatamente de volta à cidade, onde fizemos diversos contatos. Não consigo descrever a sensação de raiva ou ódio que tomou conta de mim e enquanto estávamos próximos do local, eu também tive vontade de entrar lá e quebrar tudo. Meu animal estava furioso e de certa forma excitado pela vontade comer carne humana, mas pelos deuses eu consegui me conter. Realmente, o que eu havia lhe dito era sensato e temos de voltar com mais alguns para lá.

    Quem diria, comecei a gostar da cara pálida metida a Samurai da cidade…

  • Sangue frio – Pt3

    Sangue frio – Pt3

    Sempre me perguntam por que os vampiros não controlam o mundo, ou por que eu, que sou meio justiceiro, não vou atrás de políticos e afins. Bom, primeiro que as cousas não são tão simples assim e segundo, que apesar de tudo o que falo, eu preciso me proteger ao máximo. Acho até que já comentei por aqui, que não vou atrás de famosos, onde certamente eu seria “pego”, em função de paparazzos, câmeras de segurança ou dos novos Drones.

    Pensando nisso, eu Ferdinand, resolvi fazer o “dever de casa” e lembrei-me que já tivemos problemas com pedófilos aqui no site e fui atrás dos atuais membros. Sempre é bom monitorar o que vocês andam falando de nós pelas costas, e me deparei com algumas conversas de um pseudo-sósia do Drácula. Sujeito até então criativo e que provavelmente deve ter achado que isso aqui é brincadeira de gente fingindo-se passar por vampiro e se não bastasse, quis agir conosco como se fosse qualquer merda da cabeça dele. Acontece que eu só pareço legal e odeio os metidos a espertinho.

    Então, com a ajuda da Pepe nós cruzamos alguns “IP’s”( endereço virtual dos computadores), que ele usava para acessar o site. Além dos telefones, sites e perfis que ele insistia em mandar para alguns de vocês por aqui e chegamos há alguns endereços reais. Por mais que eu queira propagar o caos, não vou publicar tais locais, mas garanto que deixei meus queridos Hector e Becky muito felizes.

    Inclusive ouvi de Hector por telefone:

    – Manda esse cara pra cá. Quero testar as habilidades da tua amiga, se for igual umas brincadeirinhas que fizemos outra noite, vai render. Na verdade assim, ela é amiga da Eleonor e não tens nada com ela, certo? Tô pensando seriamente numas paradas ai… mas deixa quieto, manda o que a Pepe acho, que vou pensar em algo para breve…

  • Sangue frio – Pt2

    Sangue frio – Pt2

    Atenção: Conteúdo inadequado a menores de 16 anos.

    Cheguei ao encontro daquele “vampirata moderninho” seguindo o endereço indicado pelo Fê, que em algumas de nossas conversas fraternas em companhia de bons vinhos deixou-me a par dos assuntos sobre o projeto “Escolhidos” e sobre os métodos utilizados por Hector. Segundo Ferdinand, a metodologia daquele vampiro sodomita era um pouco diferente do seu, acreditando que eu certamente me identificaria com seu estilo e que, de certa forma, seria deveras interessante cumprirmos algumas missões juntos, compartilhando nossos conhecimentos sobre a arte de causar sofrimento a alguns dos porcos e infelizes seres que praticam a perversidade contra inocentes. Eu sabia claramente em qual terreno estaria pisando, e estava ansiosa, como de costume, e ao mesmo tempo excitada com tais expectativas, pois sempre gostei de bons desafios.

    Eram por volta das onze, de uma noite qualquer, quando fui recebida em sua moradia para nosso primeiro encontro. Uma festa gótica.  Fui pega de surpresa em ter que ir a tal festinha a caráter, porém, eu possuía algumas peças no carro que quebravam um galho.  Confesso que inicialmente a conversa soava estranha, como se quiséssemos intimidar um ao outro. No entanto, logo constatei que tínhamos algumas afinidades em determinados aspectos. Hector estava sentado e com meu lápis de olho na mão mostrou precisar de auxílio. E foi então, que pude observá-lo com mais detalhes. Bem de pertinho. Tinha o corpo magro, mas definido. E uma altura mediana. Seu cheiro era instigante para mim, seus olhos miúdos e negros e suas mãos com dedos longos movimentavam-se junto ao cabelo razoavelmente comprido e escuro, com enorme destreza, conforme falava. Porém, naquele momento, nos mantivemos em silêncio. Concentrada no que estava fazendo, pude sentir sua perna roçar sobre a minha. Distraído, Hector pareceu não notar que eu imaginava sobre o que eram seus pensamentos. Ficamos ali por alguns minutos imaginando-nos em cenas sórdidas e quentes.

    Deixei meu carro em sua garagem para irmos juntos e, na tal festa, conheci alguns amigos de Hector.  Mas, no final cada um foi para um lado observar o ambiente, e claro, ambos sabíamos que estávamos atentos as ações um do outro. Mordemos alguns pescoços por lá e madrugada adentro constatamos que era hora de ir embora.  Chegando, desci e escorei-me no carro.

    – Você vai ficar hospedada aqui. Podemos levar sua mala lá para cima, pequena?

    -É… Na verdade eu havia me preparado para ficar em um hotel aqui perto.

    -Não. Agora que eu a conheci, realmente quero que fique aqui por esses dias. Devo agradecer a Ferdinand pela companhia que me enviou.

    – Quer é? Hector… Eu sei no que estava pensando quando eu estava fazendo essa maquiagem sexy de corvo em você. Não precisa se preocupar com nada.

    Ele compreendeu minhas intenções e olhou para mim, sem parecer surpreso. Deu um sorriso frio e sínico de lado.

    Nem o diabo pôde prever o que houve ali. Não havia nem uma alma na rua àquela hora, e se houvesse eu não me importaria. Hector veio para mim, agarrou meus cabelos já desalinhados com força e entre uma mordiscada e outra senti meu corpo arrepiar como há muitos anos não acontecia. Sim, ele rasgou ainda mais minha meia calça, colocou minha calcinha minúscula de lado, abriu sua calça jeans preta cheia de correntes somente o suficiente para transarmos ali mesmo, prensados sobre o carro.  A cada movimento, mordíamos e bebíamos o sangue frio um do outro na qual sentíamos uma junção do orgasmo humano com o vampiresco. Arrancávamos pedaços de nossa própria carne com as unhas e quando nos acalmamos, daquela sede doentia, continuamos ali, em movimentos lentos e fortes penetrando um corpo gélido no outro o máximo que fosse possivel…

    Naquela noite, após aquela loucura toda. Ele carregou minha mala até o quarto. Tomamos um belo banho. E ainda ficamos até amanhecer bebendo e conversando. Hector me mostrou sua coleção de utensílios e bisturis, onde planejamos nossos passos para resolver um dos casos entre os diversos que havia em toda aquela papelada de processos criminais encaminhados por um aliado e amigo policial. Eu estava determinada. Por enquanto, também estava satisfeita, mas eu queria e sabia que ainda haveria de acontecer muita coisa dali pra frente.

  • Estranhos e loucos – pt1

    Estranhos e loucos – pt1

    Em outra noite, enquanto navegava pela internet e respondia alguns e-mails, recebi uma ligação do meu big boss, como sempre, tive que fazer uma piada ao atender.

    – Ual, recebendo ligações tuas?

    – Lili te ligo quase sempre, tonta!

    – Diga Fê, a que devo a honra?

    – Piadas a parte querida, preciso da tua ajuda.

    -Minha ajuda? Então devo esperar alguns confrontos.

    – Claro! Quem melhor para chamar?

    – Ok boss. Time and place!

    Após receber todas as coordenadas do Ferdinand, arrumei uma mochila com roupas e tudo que fosse precisar, claro, minha preciosa katana e esperei a noite seguinte. Logo que escureceu, segui até a cidadezinha onde seria o local do nosso encontro.

    Estacionei o carro que havia alugado e esperei pela chegada de Ferdinand, minutos depois  ao longe conseguia ouvir o forte barulho de uma moto se aproximando, logo presumi que fosse ele. Sai do carro e fiquei encostada, pude apreciar a chegada dele e ser recepcionada com um sorriso.

    – Olhe para você magrela, com todo este cabelo rosa!

    – Se isso for um elogio Fê, eu aceito!

    – É um elogio! Combinou com você.

    – Muito obrigada! Adorei a jaqueta by the way.

    – Vintage minha querida. Venha cá, deixe lhe dar um abraço.

    Terminado os cumprimentos e com a conversa em dia, ele finalmente me explicou o motivo do encontro. Ferdinand precisava ajudar um antigo amigo por nome Carlos. Um cacique que pelo que entendi era também um Lican. O mesmo estava preocupado com alguns sumiços estranhos, pessoas de sua aldeia ou da região, que simplesmente desapareciam sem deixar rastros. Se nem mesmo um Lican índio encontrou rastros, tire suas próprias conclusões.

    – Infelizmente não poderei ir. Inclusive já estou atrasado para uma reunião com o pessoal da Mão vermelha. Por isso deixo isso em suas mãos. Ficará como um favor pessoal ente você e eu.

    – Não vai se decepcionar, fique tranquilo.

    – Ah mais uma coisinha… Leve este amuleto contigo, é uma Ônix especial, vai te trazer proteção e talvez um pouco de sorte.

    – Muito obrigada Fê.

    – Sempre que precisar. E por favor, mantenha-se intacta, eu não gostaria de dar más noticias ao Trevor.

    Dizendo isso, Ferdinand voltou a sua moto e seguiu seu destino. Enquanto eu permaneci ali com um mapa cheio de coordenadas, um amuleto, uma mochila e um carro alugado, que aparentemente não me ajudaria em nada no meio da mata. Sim, no meio da mata. Afinal eu teria que chegar à tribo do Carlos.

    A caminhada até a aldeia me tomou três horas e ao me aproximar do local, senti uma presença sorrateira e que me analisou minuciosamente. Entre as folhagens e a escuridão da mata, consegui ver dois grandes pontos iluminados chegando cada vez mais perto de mim. Por precaução deixei uma das minhas mãos preparada em cima da katana e a outra livre para me proteger. Dei um passo a frente, vi que os pontos pararem e ficaram ali, como se esperasse um movimento meu. Mais um passo e retirei a minha espada da bainha, outro passo e eles sumiram. Na verdade os pontos sumiram e a sensação não.

    Esperei com a guarda alta. Imagine, iria me encontrar com um Lican desconhecido e aparentemente o líder da tribo, seria loucura achar que deveria ficar tranquila com esse fato. Mais alguns minutos e vejo a folhagem mexer, ainda empunhando a espada esperei cautelosamente, como felino analisando sua presa.  Desta vez eu escutava passos, passos humanos, conseguia sentir o cheiro, um cheiro nada agradável, diga-se de passagem. Vi uma forma humana, e que forma humana.

    Finalmente fiquei frente a frente com ele, o famoso Carlos. Alto, forte, de abdômen definido, bronzeado, longos cabelos negros que desciam até as costas, olhos escuros como se fossem duas pérolas negras. Trajado de o que me pareceu alguma folhagem para esconder sua partes intimas, as orelhas furadas com um adorno que, ao meu ver, pareciam alargadores indígenas. Estampando um grande sorriso ele veio  ao meu encontro e me deu um grande abraço, senti os músculos do corpo dele e  devo confessar, me senti até que bem, tirando aquele cheiro de tapete molhado. Ele me colocou no chão e ficou quieto, me olhando por alguns segundos, até que finalmente falou algo.

    – Olá! Você deve ser a Lilian!

    – Oi! Prazer Carlos.

    – Bem que o Ferdinand me falou que era linda.

    – Ah obrigada…

    – Ele apenas não me falou sobre o cabelo colorido e dessa “altura toda”.

    – Ah detalhes. Pois bem, aqui estou.

    – Aqui está! Desculpe ter te analisado antes, precisava ter certeza que não era ninguém com más intenções.

    – Tudo bem Carlos, eu te entendo.

    – Bom senhorita Lilian, vamos até a minha tenda. Lá poderá ficar mais a vontade e quem sabe retirar esses panos estranhos, que vocês da cidade usam.

    – Eu estou bem assim…  Não me incomodo de ficar vestida.

    – Não! Tem que usar algo menos ridículo, se não o povo da aldeia vai estranhar muito.

    – Valeu pelo ridículo!

    – De nada! Venha querida, venha.

    Apesar dos pesares e das minhas roupas “ridículas”, que, aliás, eu não tirei. Carlos foi receptivo e me guiou até sua tenda, a mesma estendia-se até uma larga e profunda caverna, lugar no qual eu passaria meu dias longe do Sol. O mesmo disse que iríamos começar as buscas na noite seguinte após um ritual de proteção indígena. Consenti  com a cabeça, seguindo em direção aos meus novos aposentos.

    Não sei o que nos espera, fico em dúvida se vou conseguir ajudar Carlos e deixar o Trevor e Ferdinand orgulhosos. Apenas sei que no fundo desejo ajudar todos e salvar as vidas em perigo.

  • Sangue frio – Pt1

    Sangue frio – Pt1

    Atenção: Conteúdo inadequado a menores de 16 anos.

    Ela surgiu numa noite qualquer, disse que estava disposta a ajudar em meus projetos e que de certa forma sentia simpatia por meus métodos. Não é sempre que a amiga de um amigo surge a tua porta e com tais intenções. Baixa estatura, esguia e se não fosse isso ainda estava  com a cabeça cheia de dúvidas e anseios, seria ela minha nova aprendiz?

    – O Fê me contou diversas histórias sobre os Escolhidos e o jeito com que vocês vão atrás dos bandidos. Ele de certa forma é bom ou bonzinho demais comparado a você, pelo que entendi…

    – Ele é justo. Todos temos um lado bom ou ruim.

    – Sim, ele já me disse isso, mas mesmo você tem um lado bom?

    – Talvez, pequena…

    Já em nossa primeira noite juntos, decidi levar Becky a uma festa diferente, onde eu testaria até onde vão os seus escrúpulos. Como era uma espécie de comemoração gótica, precisamos fazer algumas mudanças em nossa aparência. Nada demais na verdade, apenas algumas roupas, maquiagem e acessórios. Acontece que rolou um clima interessante, no momento em que ela resolveu me maquiar, estilo Corvo. Sim igual aquele do filme.

    Estava sentado e ela apareceu a minha frente de saia de couro curta, meia calça cheia de texturas e rasgos. A parte de cima do espartilho aumentou e realçou seus seios e para finalizar, ela ainda havia amarrado os cabelos lisos pretos estilo Lolita. Para ser bem sincero, ela estava bastante atraente, mas o que me chamou a atenção foi na verdade os seus procedimentos frios e calculistas.

    Olho no olho, coxa com coxa e ela começou a passar o lápis preto em meu rosto. Estava nítida sua concentração sem piscadas e como um experiente médico, que opera com muita precisão um bisturi afiadíssimo, ela desenhou todo meu rosto. Confesso que a cada traço a vontade de ser rasgado por aqueles dedos finos aumentava voluptuosamente.  Tanto que em determinados momentos eu cheguei a sentir o sangue escorrendo, o seu cheiro, o seu gosto, o seu corpo…

    “Se não fosse ela, a amiga do meu amigo, alguém de importância para o seu clã. Eu teria lhe agarrado, rasgaria ainda mais sua meia calça, colocaria sua calcinha minúscula para o lado e mandaria ver ali mesmo, com ela sentada em meu colo. Quem sabe com o mesmo bisturi, eu cortaria as amarras de seu espartilho e na sequencia morderia com força os seus seios juvenis. Depois, aproveitando todo tesão liberado por meus atos brutos e impensados. Entre uma metida ou outra, beberia com gosto vários goles de seu sangue frio e amaldiçoado. Num momento único, onde seriam combinados os dois tipos de orgasmo, que certamente só os vampiros tem o privilégio de sentir.”

    Ainda bem, que certas ações ficam apenas nos pensamentos e ao final da seção de maquiagem fomos diretamente para a tal festinha. Por lá encontramos alguns dos meus amigos e infelizmente, a pequena se entrosou com um deles. O que foi até bom na verdade, pois pude perceber seus métodos, principalmente os relacionados ao flerte e a dominação.

    O que vai acontecer depois disso? Só o diabo sabe, mas estou ansioso para ver ela usando algum bisturi da minha coleção.

    Posfácio do Ferdinand: Esse texto foi enviado por Whatsapp pelo Hector e dei uma “amenizada” antes de publicar por aqui. Diz ele que já conversou com a Becky sobre tais pensamentos e quem sabe ela mesma nos conte sua versão desse primeiro encontro entre ambos. Aguardem!

  • Minha família de Vampiros – Continuação

    Minha família de Vampiros – Continuação

    Sai da casa de Eleonor com a consciência tranquila. Pois assim como ela havia me ajudado nas épocas em que meu demônio estava a flor da pele, eu fiz a minha parte lhe devolvendo um pouco de sanidade. Pode não ter sido da forma mais fraterna, mas se há algo que aprendi depois de tanto tempo lidando com os mais diversos tipos de almas. É que tudo o que é importante, deve ser tido sem delongas, na cara mesmo.

    Pista de terra, solavancos, pancadas de um lado e de outros na poltrona. Apesar de imortal e de ter tantas horas de voo nas lembranças, é um dos lugares onde me sinto menos confortável. Provavelmente pelo fato de ser uma situação onde não tenho o controle em minhas mãos por completo. Apesar disso, pousamos pouco depois das duas da manhã numa fazenda e assim que as portas se abriram, vi que já estavam nos esperando.

    Habitualmente, sempre ativo minha respiração ao chegar a locais novos e naquele momento senti um perfume persistente e adocicado. Provavelmente, floral e que misturado ao cheiro da grama com terra molhada, trouxe diversas lembranças instantaneamente.

    Claire vestia o mesmo sobretudo bege da última vez que lhe vi, estava bem maquiada e segurava um guarda-chuva grande. Sua feição era amistosa e ao que tudo indicava estava feliz em nos ver. Hadrian e Becky estavam ao seu lado e logo a frente, encostado a um furgão estava um cara grande. Provavelmente algum peludo aliado a mão vermelha – Pensei comigo.

    -Hi guys! Did you have a nice trip?

    Perguntou Claire e lhe respondi em inglês algo do tipo:

    – Não, mas ao te ver tudo melhorou…

    Ela apenas sorriu e com seu jeito sempre peculiar me estendeu o guarda-chuva e ofereceu abrigo até o carro. Hadrian estava utilizando uma espécie de magia sobre si, que o mantinha seco e ao perceber que Franz ficaria ao relento, gesticulo dois movimentos e estendeu-lhe o mesmo feitiço.

    No carro ele se sentou ao meu lado e sussurrou:

    – Eu podia ter feito uma redoma de proteção contra chuva sobre todos, mas resolvi te dar uma mãozinha. Será que ela percebeu?

    Soltei uma risada leve e pensei em comentar algo, mas Franz foi mais rápido soltou um comentário desnecessário:

    – Esse sobretudo me faz pensar se ela veste algo por baixo…

    O silêncio surgiu, todos olharam para ele. Como que se falássemos: “Cala boca seu mané”, mas ele insistiu na piada:

    – Ah qual é gente, vocês nunca viram aqueles filmes, onde a garota usa um desses para esconder um belo espartilho, cinta liga e tal?

    As palavras dele pareciam ecoar numa sala vazia, mas a fim de quebrar o gelo. Claire se manifestou de uma forma mais informal que o normal:

    – Calcinha preta, sem sutiã, meia calça nude e um vestidinho marrom escuro, decotado e com cinco dedos acima dos joelhos.

    Não sei se foi Franz ou eu, que teve a imaginação mais atiçada diante tal descrição minuciosa, mas o importante é que o restante da viagem foi bastante descontraído. Foram mais 50 minutos até o local que nos hospedaria e lá encontramos novamente o Pai de Claire. O velho parecia mais tenso do que quando o conhecemos naquele casebre “fake”. Além disso, parecia que estava de alguma forma puto com nossa presença. Tanto que ele apenas deu um beijo no rosto de Claire e sem nos cumprimentar, foi logo chamando o até então mudo, que estava conosco na Van:

    – Vamos Peter, precisamos dar andamento aos testes…

    -Sim, senhor!

  • As desilusões de um vampiro – Parte 3

    As desilusões de um vampiro – Parte 3

    Depois de ler meu diário traduzido, percebi que deveria repassar os acontecimentos finais para todos vocês. Como devem saber, tenho por nome Trevor, sou mestre de Lilian e aqui vou deixar a continuação do que leram e com as minhas próprias palavras.

    Nevou naquela manhã. Lembro-me de estar deitado, enquanto ouvia os corvos baterem nas janelas.

    Lilian lavava-se em uma banheira de mármore, localizada próxima à cama, dando pancadinhas suaves nas bordas, enquanto mergulhava as mãos claras e finas, dando leves piparotes com os dedos, fazendo com que minúsculas ondulações roçassem a superfície da água, logo depois elevando a voz para que uma das Ghouls fosse chamada.

    Atendendo ao chamado, Clarie foi ao encontro de Lilian, ela a chamou carinhosamente “Venha aqui querida”.  A Ghoul ajudou Lilian trocar-se, e eu assobiava chamando o nosso querido “Thor”. Debaixo de uma das cômodas saiu o pequeno cachorrinho latindo.  Ele claro foi abanando o rabo para sua bela dona, antes de tentar pular para dentro da banheira e tomar a água, “ No Thor!”, Lilian o pegava no colo deixando a mostra os belos seios e o longo cabelo molhado descendo  pelas costas, “ Se ainda fosse humana diria para colocar uma blusa”, “Medo que eu fique resfriada? Acho impossível isso acontecer meu caro vampiro”, aquelas palavras vinham através de um belo sorriso e  gesto para que Claire nos deixasse a sós.

    Logo ela se aproximou e tateou minha testa me dando em seguida um beijo, “Deveria ser menos preocupado!”,”Creio que ainda tenho medo que ele volte e lhe machuque”, “ Acho muito difícil, afinal não tens me treinado por esses anos para a nossa vingança?”, “ Claro Lily, claro!”.

    Sinceramente, toda vez que ficava ao lado dela sentia que de alguma forma a presença de Genevive me rondava, mas creio que era apenas fruto da minha imaginação ou da excitação de estar com alguém querido novamente, “T precisamos ir, lembra que hoje finalmente iria me mostrar o teu poder?”, “Está muito curiosa minha cara?“ Claro que estou, dez anos aqui dentro e todos falam a respeito e eu nunca tiver o prazer de presenciar”, “O prazer? Creio que não pensará assim, depois que acontecer”.

    Caminhamos então até um lugar peculiar nos fundos da fortaleza, lugar este em que guardamos alguns bons inimigos como “ bonecos de treino”, e não se desesperem meus queridos, nenhum humano é guardado por lá. Sendo assim, pedi que trouxessem um vampiro, um jovem ignorante vampiro que em sua “sabedoria” tentou enganar um dos mestres, “ Galian, traga o  Zac, preciso dele”, ao fundo conseguíamos ouvir os gritos do pobre vampiro, eram gritos de desespero, pois, no fundo ele sabia que o fim estava próximo.

    Trouxeram o atormentado e agora fraco vampiro, ele com a cabeça baixa, sussurrou algo “ Vou morrer?”, “Você merece viver?”, “ Não caro senhor, mas mereço a chance de tentar”, “ Claro, claro meu caro. Vais tentar hoje!”, “ Contra quem meu senhor?”, “ Eu!”. O desespero tomou conta daquele vampiro, ele tentou sair das amarras, mas em vão, “ Tragam ele até o pátio”, dadas as ordens segui junto de Lilian até o local da “batalha”, “Vais lutar T?”, “ É o que parece”, “ Contra um vampiro jovem e aparentemente com os pés amarrados a morte?”,” Sim…”, Por que?”, “ Por que? A vida já não é justa meu amor, que dirá a ‘não vida’!”.

    Lá estava Zac, trajado com sua roupa de batalha uma última vez. Mal sabia ele que eu não precisaria usar a minha espada, apenas o poder da mente e das mãos me trariam a vitória. E então podendo assim mostrar meu real poder, a minha então pupila e atual companheira.

    A neve continuava a cair do lado de fora e os corvos continuavam a rondar a muralha, indicando que a morte estava presente e levaria a alma de alguém para o inferno ou aonde quer que a escuridão prospere. Zac estava pronto, sabia que eu não usaria nenhuma arma, daria chance ao rapaz, uma chance ridícula, mas mesmo assim continuava sendo uma chance.

    Deixei que ele fizesse o primeiro movimento, errou, segundo movimento, quase acertou, terceiro movimento, errou, errou, errou. Quase não precisei  sair do lugar, esperei que ele tentasse mais algumas vezes, até perceber que ele agora estava com o espírito abalado e aterrorizado, dando oportunidade para lhe capturar e um único movimento, deixei que ele tentasse escapar, mas não, ele não conseguia, estava paralisado, o medo o possuiu, “ Zac, tens algo a dizer?”, “ Eu não queria ter me transformado nisto! Nunca pedi por isto!”, “ Então caro vampiro, todos nós temos o mesmo anseio. Vou lhe proporcionar a alegria de deixar esta casca!”.

    O ergui pelos braços, olhei uma última vez nos olhos daquele ser e comecei a me alimentar de toda energia que ele emanava. Senti meu corpo tomar para si a então energia daquele vampiro. Senti que meus olhos queimavam, minha cabeça rodava em loucura, revi cenas da vida humana dele, senti pena, senti as alegrias dele, a raiva dele, a decepção, finalmente o medo e logo o fim. Senti a explosão de energia espalhar por meu corpo,saté sair do meu delírio e voltar ao normal. Assim que terminei, joguei então o corpo vazio e desfigurado de Zac no chão, eu o havia livrado da prisão eterna.

    “ Você tomou para si toda a energia daquele ser?”, “ Agora sabes meu real poder Lili. Eu posso além de tomar o sangue, possuir a energia  de outro ser, e não precisa necessariamente ser apenas humano”, “Apenas você consegue essa peripécia?”, “ Não! Dani, Michael, Cage, entre outros poucos aqui conseguem”.

    Consegui ver que Lilian possuía mil e uma dúvidas e teria que responder todas, afinal uma das qualidades que ela possui é a vontade de aprender e eu obviamente responderia tudo que ela quisesse saber com todo prazer, adorava ver aqueles olhos curiosos me rondando cheios de perguntas. Mal sabe ela que, a curiosidade que possui é um dos mais deliciosos afrodisíacos para mim. Mas creio que isto fique para outro dia. Afinal na noite seguinte estaríamos indo para o lugar em que seria posta a prova de muitas peculiaridades.