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  • As desilusões de um vampiro – Parte 3

    As desilusões de um vampiro – Parte 3

    Depois de ler meu diário traduzido, percebi que deveria repassar os acontecimentos finais para todos vocês. Como devem saber, tenho por nome Trevor, sou mestre de Lilian e aqui vou deixar a continuação do que leram e com as minhas próprias palavras.

    Nevou naquela manhã. Lembro-me de estar deitado, enquanto ouvia os corvos baterem nas janelas.

    Lilian lavava-se em uma banheira de mármore, localizada próxima à cama, dando pancadinhas suaves nas bordas, enquanto mergulhava as mãos claras e finas, dando leves piparotes com os dedos, fazendo com que minúsculas ondulações roçassem a superfície da água, logo depois elevando a voz para que uma das Ghouls fosse chamada.

    Atendendo ao chamado, Clarie foi ao encontro de Lilian, ela a chamou carinhosamente “Venha aqui querida”.  A Ghoul ajudou Lilian trocar-se, e eu assobiava chamando o nosso querido “Thor”. Debaixo de uma das cômodas saiu o pequeno cachorrinho latindo.  Ele claro foi abanando o rabo para sua bela dona, antes de tentar pular para dentro da banheira e tomar a água, “ No Thor!”, Lilian o pegava no colo deixando a mostra os belos seios e o longo cabelo molhado descendo  pelas costas, “ Se ainda fosse humana diria para colocar uma blusa”, “Medo que eu fique resfriada? Acho impossível isso acontecer meu caro vampiro”, aquelas palavras vinham através de um belo sorriso e  gesto para que Claire nos deixasse a sós.

    Logo ela se aproximou e tateou minha testa me dando em seguida um beijo, “Deveria ser menos preocupado!”,”Creio que ainda tenho medo que ele volte e lhe machuque”, “ Acho muito difícil, afinal não tens me treinado por esses anos para a nossa vingança?”, “ Claro Lily, claro!”.

    Sinceramente, toda vez que ficava ao lado dela sentia que de alguma forma a presença de Genevive me rondava, mas creio que era apenas fruto da minha imaginação ou da excitação de estar com alguém querido novamente, “T precisamos ir, lembra que hoje finalmente iria me mostrar o teu poder?”, “Está muito curiosa minha cara?“ Claro que estou, dez anos aqui dentro e todos falam a respeito e eu nunca tiver o prazer de presenciar”, “O prazer? Creio que não pensará assim, depois que acontecer”.

    Caminhamos então até um lugar peculiar nos fundos da fortaleza, lugar este em que guardamos alguns bons inimigos como “ bonecos de treino”, e não se desesperem meus queridos, nenhum humano é guardado por lá. Sendo assim, pedi que trouxessem um vampiro, um jovem ignorante vampiro que em sua “sabedoria” tentou enganar um dos mestres, “ Galian, traga o  Zac, preciso dele”, ao fundo conseguíamos ouvir os gritos do pobre vampiro, eram gritos de desespero, pois, no fundo ele sabia que o fim estava próximo.

    Trouxeram o atormentado e agora fraco vampiro, ele com a cabeça baixa, sussurrou algo “ Vou morrer?”, “Você merece viver?”, “ Não caro senhor, mas mereço a chance de tentar”, “ Claro, claro meu caro. Vais tentar hoje!”, “ Contra quem meu senhor?”, “ Eu!”. O desespero tomou conta daquele vampiro, ele tentou sair das amarras, mas em vão, “ Tragam ele até o pátio”, dadas as ordens segui junto de Lilian até o local da “batalha”, “Vais lutar T?”, “ É o que parece”, “ Contra um vampiro jovem e aparentemente com os pés amarrados a morte?”,” Sim…”, Por que?”, “ Por que? A vida já não é justa meu amor, que dirá a ‘não vida’!”.

    Lá estava Zac, trajado com sua roupa de batalha uma última vez. Mal sabia ele que eu não precisaria usar a minha espada, apenas o poder da mente e das mãos me trariam a vitória. E então podendo assim mostrar meu real poder, a minha então pupila e atual companheira.

    A neve continuava a cair do lado de fora e os corvos continuavam a rondar a muralha, indicando que a morte estava presente e levaria a alma de alguém para o inferno ou aonde quer que a escuridão prospere. Zac estava pronto, sabia que eu não usaria nenhuma arma, daria chance ao rapaz, uma chance ridícula, mas mesmo assim continuava sendo uma chance.

    Deixei que ele fizesse o primeiro movimento, errou, segundo movimento, quase acertou, terceiro movimento, errou, errou, errou. Quase não precisei  sair do lugar, esperei que ele tentasse mais algumas vezes, até perceber que ele agora estava com o espírito abalado e aterrorizado, dando oportunidade para lhe capturar e um único movimento, deixei que ele tentasse escapar, mas não, ele não conseguia, estava paralisado, o medo o possuiu, “ Zac, tens algo a dizer?”, “ Eu não queria ter me transformado nisto! Nunca pedi por isto!”, “ Então caro vampiro, todos nós temos o mesmo anseio. Vou lhe proporcionar a alegria de deixar esta casca!”.

    O ergui pelos braços, olhei uma última vez nos olhos daquele ser e comecei a me alimentar de toda energia que ele emanava. Senti meu corpo tomar para si a então energia daquele vampiro. Senti que meus olhos queimavam, minha cabeça rodava em loucura, revi cenas da vida humana dele, senti pena, senti as alegrias dele, a raiva dele, a decepção, finalmente o medo e logo o fim. Senti a explosão de energia espalhar por meu corpo,saté sair do meu delírio e voltar ao normal. Assim que terminei, joguei então o corpo vazio e desfigurado de Zac no chão, eu o havia livrado da prisão eterna.

    “ Você tomou para si toda a energia daquele ser?”, “ Agora sabes meu real poder Lili. Eu posso além de tomar o sangue, possuir a energia  de outro ser, e não precisa necessariamente ser apenas humano”, “Apenas você consegue essa peripécia?”, “ Não! Dani, Michael, Cage, entre outros poucos aqui conseguem”.

    Consegui ver que Lilian possuía mil e uma dúvidas e teria que responder todas, afinal uma das qualidades que ela possui é a vontade de aprender e eu obviamente responderia tudo que ela quisesse saber com todo prazer, adorava ver aqueles olhos curiosos me rondando cheios de perguntas. Mal sabe ela que, a curiosidade que possui é um dos mais deliciosos afrodisíacos para mim. Mas creio que isto fique para outro dia. Afinal na noite seguinte estaríamos indo para o lugar em que seria posta a prova de muitas peculiaridades.

  • A Revelação: a história de Rebecca – Parte II

    A Revelação: a história de Rebecca – Parte II

    Senti um choque terrível. Dores de cabeça. Era como se eu tivesse voltado no tempo, então eu pude ver, como em um filme acelerado, cada passo e acontecimento ao longo da minha vida, a revelação de uma história que eu tentava esquecer… Pulei da cama, assustada. Era um pesadelo horrível lembrar tudo aquilo.

    Sai do quarto, estava com fome. Mas, eu sabia que já não me alimentava de comida comum. Mais do que um pesadelo horrível, agora sentia uma fome horrível. A situação só piorava. Será que eu realmente estava sozinha naquela casa?

    Andei pela sala, cozinha, onde não havia nada em que eu pudesse satisfazer minha fome, por outras salas, pela biblioteca. Observei quadros, revirei livros, abri portas, gavetas. Subi e desci escadas, era um tédio sem fim… Então, fui para o sótão. Havia um corredor daqueles escuros e apavorantes. Ao longo do corredor, portas de ferro, como uma prisão antiga. Mas, não havia nada, nem ninguém ali. Lembrei do que aquele homem ainda desconhecido havia falado:

    -“Cuidado com o que mexer e com aonde vai, posso estar fora por uns dias, mas saberei exatamente sobre todos os seus passos.”

    Mas, sim. Eu era teimosa, e curiosa. E já tinha enfrentando todo tipo de dor e tortura possivel. O que mais tinha a perder? Continuei caminhando até o fim do corredor. Parecia o cenário de um filme de terror desses criados atualmente, e, se já existissem certos filmes na época, com certeza imaginaria uma menina possuída aparecendo na minha frente. Porém, o único ser metido a demônio naquele lugar era eu mesmo. No fim do corredor, havia uma porta e, incrivelmente ela parecia ter sido esquecida aberta. Estranho, pensei. Então, entrei.

    Inicialmente parecia uma sala normal, na verdade um escritório “secreto”. Muito bem arrumado e organizado. Imaginei que ali era o local que pertencia ao meu “criador”. Talvez eu não devesse estar ali, mas estava. Observei o lugar. Frio, porém aconchegante. Estantes com livros. Mesas. Uma poltrona. Garrafas com sangue! Bebi três inteiras. Mapas e quadros muito antigos e estranhos. Imaginei então que talvez, houvesse algo naquele lugar que me ajudasse. E sim, havia. Livros. Diários. Manuscritos e muitas anotações.  Um desses “manuscritos” continha instruções para rituais que eu nem sabia para quê serviam. Mas, um dos diários em minhas mãos realmente me surpreendeu. Tontura. Pude vê-lo cair lentamente no chão…

  • Uma noite de lembranças

    Uma noite de lembranças

    Mais um relato do diário de J.H.
    Uma noite de lembranças
    Aqui nesta noite olhando para o céu estrelado que me trazem cheiros, cores e sentimentos inexplicáveis.
    O cheiro. Como existem cheiros diversos e cada um assim como os sons me trazem memorias e lembranças.
     Cheiros que tenho como únicos e que deixam gosto na boca.
    Cheiros que me marcam como cheiros de alguns espíritos e cheiro de morte.
    Engraçado como minha mente vai longe quando me lembro deste cheiro.
     Durante a madrugada uma morte violenta se espalha muito mais rápido do que durante o dia.
     A noite carrega, avisa e tras com ela uma sensação estranha e um gosto cremoso na boca.
     Naquela noite me lembrava baunilha.
    Porque resolvi sair em uma madrugada no segundo dia de febre? parecia que algo me chamava aquele dia.
    Tinha de sair, mas não havia perguntas nem respostas em minha mente. Somente o silêncio mórbido e perfeito para o momento.
     Depois de cinco quarteirões me deparei com um cadáver que parecia ter sido morto a paulada.
    Voltando para meu quarto observo as estrelas.
    Como a noite hoje esta perfeitamente silenciosa. Somente com as estrelas a me observar.
     Fico aqui vendo a beleza deste céu e os pontinhos coloridos nos pontos mais escuros do meu quarto.
     O indigo do céu que se mescla com umas partes mais claras e outras avermelhadas.
    Quantas cores estou deixando de ver agora? quantos cheiros já deixei de provar?
    Será que um dia saberei?
    Hoje senti um cheiro doce que me parecia de melado de morango.
    Veio tão rápido.
    Uma visita?
    Somente uma pergunta escutei….
    Quem é você?
  • Vampiros tem prazer?

    Vampiros tem prazer?

    “Hoje quero falar um pouco de um sentimento que julgo muito importante para a evolução da sociedade no geral além da vampiresca. Através desse sentimento as coisas acontecem e com certeza muitos ciclos são quebrados e tantos outros são iniciados. Falo do prazer. Pense comigo o que provocou a migração dos humanos entre os continentes? O Prazer de conhecer lugares novos. Por que os grandes castelos e monumentos foram construídos? Pelo prazer de conquistar e dominar. Qual o principal motivo que destrói ou aproxima os indivíduos? O prazer em suas mais diversas sensações fisiológicas sexuais ou afetivas de companheirismo.

    Eu poderia citar aqui outros milhares de exemplos sobre a importância do prazer para a sociedade, mas isso foi apenas para ilustrar que tal sentimento também faz parte da não-vida de um vampiro. Não só pelo fato de termos de viver em meio à sociedade, mas por que os vampiros sentem prazer de diversas formas tais quais os humanos.

    Sugar sangue, sem sombra de dúvidas, é o que mais proporciona prazer para um vampiro. Não só pela questão fisiológica de nutrição, mas também pela mística que envolve a situação. Com exceção às vezes em que recebemos o sangue de doadores espontâneos ou de formas não convencionais, quase sempre precisamos lutar para obstá-lo. Sendo assim, essa busca pelo sangue nem sempre é fácil, afinal estamos caçando seres inteligentes, que na maioria das vezes são capazes de se defender e até brigar de igual para igual conosco dependendo da situação. Desta forma, o prazer vem da vitória após imobilizarmos nossas vítimas, tal qual um esperto predador quando ataca a pobre vítima vegetariana e inofensiva.

    Além disso, os vampiros também sentem prazer com sexo, pois a nossa pele continua com as terminações nervosas em funcionamento, bem como as veias irrigadas por plasma. Claro que não produzimos mais hormônios como testosterona ou progesterona que estimulam a libido, mas o prazer sexual poder ser obtido de muitas formas além da cópula comum, não é mesmo?…”

    Não meus queridos, não fui eu quem escreveu esses parágrafos acima, foi meu tio o grande barão, em um dos seus diários que acabo de achar em meio a umas caixas com seus pertences. Como ele está dormindo e deve ficar assim por mais alguns anos eu resolvi dar uma ajeitada nas suas coisas, enquanto matava a saudade de antigamente revendo alguns itens como jóias, livros e outras quinquilharias de época.

    Vou tentar traduzir mais pensamentos que ele escreveu se eu julgar importante, mas é um germânico meio arcaico e sua letra não é das melhores, então não esperem muito.

  • Crítica as séries de vampiros

    Estava hoje um tanto quanto sem nada para fazer e resolvi assistir um pouco de TV. Como eu sempre digo não é por que se tem um vida eterna, que é preciso estar sempre em movimento, além disso, não são todos os dias que acontecem crimes que precisam de soluções imediatas. Enfim, ver televisão é algo cômodo, normal e as vezes até bom, então não me venham com exclamações do tipo “ai Galego por que tu não lê um livro”, sei lá gente tem dias que até um vampiro precisa relaxar sentar em frente a TV e beber um bom sanguinho fresco de canudinho.

    De qualquer forma, arrumei o que escrever, pois andei vendo umas coisas muito ruins como Vampire Diaries. A produção da série até que segue um padrão bom como a maioria da atualidade, as músicas também merecem o meu apreço, mas poxa no fundo aquilo tudo me lembra a mais engraçada das novelas. Tal qual aquela da menina de cadeira de rodas da globo.

    Impressionante como conseguiram destruir uma história que tinha tudo para dar certo. No começo eu confesso que fiquei até com um pouco de inveja deles, se vocês repararem esse blog e a série tem muito em comum, no entanto, aos poucos vi que eu me mantinha original enquanto eles viravam novelinha. Falando assim até parece que tudo isso aqui é planejado, quando na verdade é a maior zona, vocês nem sabem, mas tudo bem não vem ao caso agora…

    Com essa questão dos vampiros virando novela ou livro ou ainda superstars eu me pergunto: o que será real e o que será falso no meio de tanta mídia? Não pensei que sei tudo ou que sou o senhor da verdade, muito pelo contrário já disse e volto a repetir que sou um grande pesquisador como muitos de vocês por aqui! Será que tem algum vampiro de verdade escrevendo aquelas séries? Será que o vampirismo vai aos poucos se tornar algo mais palpável? Gente não sei, só espero que meu pescoço não role conforme alguns estão querendo.

    Pessoas que gostam das séries não briguem comigo eu apenas dei minha opinião, se você gosta de um vampiro que estuda na high school pela enésima vez ou de outro que briga com irmão por uma adolescente sem graça é problema seu, pois cada um tem os seus valores e emoções 😉