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  • Uma nova jornada – Parte XI: o treinamento de Lorenzo

    Uma nova jornada – Parte XI: o treinamento de Lorenzo

    -Eu estava sentindo muito a sua falta!

    Olhei-o com atenção. Estava enrolado sobre mim, cheirando meu cabelo.

    – Eu também senti a sua falta. – Falei olhando o nada. – Mas, acho que conseguimos matar um pouco a saudade…

    Levantamos. Arrumamos a bagunça que fizemos no quarto. Após um banho, estávamos prontos. Eu acompanharia o último treinamento de Lorenzo e estava ansiosa para verificar o que ele havia aprendido e o quanto havia evoluído. Ao sairmos, encontramos Sophie no caminho.

    – Eu estava indo buscar vocês. Então, hoje irá mostrar o que aprendeu à sua futura mestra?

    Lorenzo olhou-me esperançoso. Disfarçando tratei de dar uma de desentendida.

    – Vamos logo? Estou ansiosa, deixemos os assuntos burocráticos para outro momento Sophie.

    A noite seria longa e eu esperava poder aproveitar para ver o máximo que pudesse, esperando ser surpreendida.  Lorenzo mostrou habilidades em várias modalidades de luta corporal, certamente por isso estava mais forte do que a última vez que o vi. No entanto, em poucos dias o corpo de Lorenzo sofreu mudanças consideráveis, porém nada extremamente absurdo, pois ele já tinha uma boa massa corporal. Ao que tudo indica, mesmo que fosse apenas um Ghoul, permaneceria desenvolvendo e aperfeiçoando habilidades, tais como para correr, escalar, dar grandes saltos e outros.

    Com Sophie ele aprendeu o básico de inglês e alemão, o que com certeza lhe seria muito útil, mas que ele melhoraria comigo ao longo do tempo, e com certeza, aprenderia outros idiomas também. Aprendeu também alguns poucos feitiços, coisa básica que até alguns humanos conseguiriam fazer. Ainda era muito cedo para dizer quais dons e poderes Lorenzo desenvolveria além das habilidades normais, caso eu o transformasse em vampiro.  Cada treino havia sido breve e superficial devido ao tempo disponível, tanto por nós, quanto por alguns professores. Mas, quando o final da noite se aproximava, senti certo orgulho pelo esforço e empenho dele em me dar o seu melhor.

    Uma das últimas habilidades que mostrou ter aprendido eram com algumas armas de fogo. E nisso ele era realmente bom. Tinha uma percepção de distâncias e precisão incrível para acertar os alvos.

    -Becky, venha cá. Quer atirar? Quero que acerte naquele alvo. Está vendo aquele ponto minúsculo em vermelho? – Desafiou-me Lorenzo.

    – Humm vamos ver! – Respondi , indo em sua direção.- Por que não me ajuda?- Provoquei.

    Sophie observava divertindo-se, dei uma piscada para ela. Engatilhei a espingarda Calibre 12. Lorenzo encostou o corpo em minhas costas “ajudando” a me posicionar e a “segurar” a espingarda de maneira adequada, como se eu não soubesse… Senti seu cheiro e o calor de seu corpo. Pude ouvir sua respiração. Observei o alvo na mira. Lorenzo afastou o corpo. “Ahh, fica mais um pouco babe…”

    – Prontos? – Perguntei.

    O tiro preciso acertou o alvo em cheio. Respirei fundo distribuindo meu orgulho.

    – Tente novamente naquele lá. – Continuou.

    -Olha que vou acabar humilhando você… – Respondi.

    Lorenzo veio mais perto novamente. A espingarda não dava muito impulso, mas deixei o braço mais solto. Engatilhei, observei o alvo na mira e… Buum! Acertei novamente, claro.

    – Becky!!! Meu nariz. – Disse Lorenzo, com as mãos no rosto logo atrás de mim.

    Virei para trás já achando graça. Acertei uma cotovelada proposital em cheio em Lorenzo. Sophie caiu na gargalhada e Lorenzo meio rindo, meio reclamando resolveu acabar com os desafios.

  • De volta a uma rotina nada normal – Parte VII

    De volta a uma rotina nada normal – Parte VII

    Eu estava concentrada no tilintar do gelo batendo no copo de Whisky. Olhando distraída o movimento do liquido, pensando em Lorenzo, quando Sophie voltou, após precisar atender uma ligação. Até então, a conversa não havia nos levado a nada, mas já conseguia perceber que aquela vampira, mais velha e experiente que eu, queria apenas uma aproximação.

    – Eu gostaria de pedir desculpas pela forma nada cordial, na qual nos conhecemos. – Disse ela, tirando-me de meus pensamentos.

    – Hum. Realmente, sua forma de apresentação foi totalmente estranha e desnecessária. – Falei sem interesse. – Além disso, achei que seguiria seu rumo depois daquilo…

    – Bom… – Alguns minutos depois ela continuou – Vamos começar novamente? Realmente quero conhecê-la. Sou Sophie, muito prazer. – E estendeu-me a mão longa e fria.

    Fitando-a por alguns instantes, concordei embora desconfiada. Tudo bem vamos começar novamente, pensei. Estendi também minha mão, miúda e fria e a cumprimentei:

    – Você já sabe meu nome. – Falei apenas.

    – É, sei muito sobre você para falar a verdade.

    – Quem sabe um dia você me conte, então. – Falei irônica, mas interessada no assunto.

    – Claro, minha querida. Mas vejo que algo está lhe deixando nervosa. É o humano?

    Olhei- a com mais atenção. Merda! Enfim, ela também poderia ler meus pensamentos, óbvio. Revirei os olhos. Mas, senti que poderia conversar com ela a respeito. Talvez ela entendesse, ou tivesse algo útil a dizer. Pois é, logo ela, me daria conselhos relevantes. E após aquela noite, que no fim tornou-se agradável, senti que nos tornávamos amigas e que talvez ela me ajudasse de alguma forma. Sophie era simpática, gentil e tinha uma graciosidade em cada movimento conforme falava e gesticulava.  Em nada me lembrou Sr. Erner em toda nossa longa conversa, mas ao mesmo tempo revelou-se com grande personalidade. Bebemos muitos drinques e ao final, nos despedimos com um abraço, que surtiu um efeito fraternal. Voltei para casa, após uma noite estranhamente tranquila refletindo sobre as últimas palavras de Sophie naquela conversa:

    “- Lembre-se, nós somos vampiros. Não precisamos nos arrepender de nossos atos. Mas se acha que deves ponderar sobre algo, tenha consciência, nem todos somos uma cópia de Sr. Erner. Podemos não ser completamente bons, mas não precisamos ser totalmente maus…”

    Quando cheguei, tudo estava quieto. Sentei por alguns instantes, observando a noite e a cidade. Lembrei dos últimos acontecimentos. Eu gostava de Lorenzo, de sua companhia. Infelizmente, havia me apegado ao humano que em um momento impulsivo resolvi ajudar. Livrar-me dele não era o que eu queria. Após pensar por horas e já não sentindo tanta raiva, ponderei que só havia uma única solução para não colocar Lorenzo e o que eu era em risco, sem ligá-lo definitivamente a mim.

    Torná-lo um Ghoul.

  • Fui traído! E agora? – pt1

    Fui traído! E agora? – pt1

    Tivemos muitas conversas, tive inclusive de refazer diversas das minhas contas, verifiquei muitos vídeos de segurança, até chegar a conclusão de que o inferno realmente estes cheio de indivíduos com boas intenções. Relutei muito. Larguei de lado os ensinamentos de meu mestre e até mesmo Carlos, meu amigo lobisomem,  consultou os espíritos sobre o que ocorreu: Débora, minha ex-assistente pessoal estava fazendo espionagem industrial conosco.

    Não posso entrar em detalhes sobre as cousas que ela nos roubou, mas precisei invocar uma legítima “caçada de sangue”, com o objetivo de por fim aos planos da infeliz e de quem mais estivesse envolvido com ela. Eu sabia que não seria algo fácil, porém havia alguém em minha cabeça que poderia dar a devida atenção ao ocorrido: Pepe!

    Os mais atentos as nossas histórias perguntarão: Ferdinand, Sendo ela uma Ghoul ela não deveria fazer tudo o que tu mandar? Sim e não mancebo. Há uma forte ligação entre o vampiro e aquele que recebe o seu sangue, no entanto, este laço é diferente daquele entre dois vampiros. É um laço muito fácil de romper, ainda mais tendo em vista os envolvidos nesta operação, um grupo de desavisados, que “compraram” Deb e certamente não sabem que eu sou o que sou.

    Tão logo Pepe controlou sua sede, tratei de colocá-la a par das cousas que Sebastian estava fazendo e uma delas era monitorar os “negócios da família”. Em especial uma das fábricas em que ainda temos controle direto, pois as demais já possuem capital aberto e demandam pouco acompanhamento diário. No meu livro eu falo um pouco mais desse meu lado empreendedor e empresário, mas por hora vamos à ação, afinal esse papo de negócios não tem a ver com o que vocês gostam de ler por aqui.

    Durante a minha investigação tivemos a chegada da senhorita Becky e Franz decidiu voltar ao ambiente urbano. Portanto, vocês já sabem vai atrás da loira traíra e seus comparsas? Optei por oferecer o comando da missão a Franz e julguei que a participação de Becky seria uma boa forma de comprovar sua lealdade. Além disso, vocês sabem muito bem que meus assistentes fazem muito mais que monitorar ações em sites, então Pepe teria uma oportunidade boa para por seus dons físicos em ação.

    Essa seria uma missão interessante para os “escolhidos”, mas Hector e Eliot estão envolvidos em uma determinada investigação e eu ainda não me recuperei por completo depois da transformação de Pepe. Portanto, me restou ficar como apoio e na torcida para que me trouxessem a loira ainda viva. Afinal, qual a graça de apenas aniquilar uma traidora, sem ao menos olhar em seus olhos e ver sua maldita vida se esvaindo? Posso estar andando muito com o Hector ou tendo muitas influências do Doutor em meus pensamentos, mas que fique claro. Ninguém sacaneia os negócios da minha família e sai ileso!

  • E a escolhida foi…

    E a escolhida foi…

    O tempo passou e eu tive de decidir quem seria minha nova cria. Quando um vampiro toma este tipo de atitude ela deve se basear em diversos fatores. Não que isso seja uma regra, ou obrigação dita pelas leis antigas. Na verdade há certo controle, que nos indica a não fazer tal cousa em demasia, haja vista, que a cada cria o vampiro compartilha parte de seu poder.

    Após a morte de Willian, repensei boa parte da estratégia e foquei no objetivo principal da escolha, alguém para assumir boa parte dos afazeres de Sebastian. Portanto para alguns vai ser uma surpresa, mas Penélope será transformada em breve. Fiz isso pensando no futuro e devido às circunstâncias tecnológicas do mundo, será importante ter outra nerd como cria.

    Deb ficou estática ao saber de minha decisão. Na sua cabeça e devido ao seu jeito intenso, ela deve ter imaginado milhões de cousas. Todavia, como ainda terá espaço sendo minha Ghoul e assistente pessoal, acredito que ela tenha feito a melhor escolha aceitando os fatos. Mesmo por que era isso ou a morte.

    E agora o que será feito Ferdinand? Bom, o processo é um pouco lento mancebo. Pepe será desligada do mundo humano. Passará por um treinamento ministrado por mim e meus irmãos e em seguida, quiçá até o final deste ano será transformada na melhor conjunção astral disponível.

  • Minha nova Ghoul

    Minha nova Ghoul

    Eu tinha apenas o @user do Twitter, algo como @][akeeeer, mas quando se quer algo eu sou a prova de que um pouco de teimosia e curiosidade ajudam muito em determinadas situações…

    “Fê, invadiram aquele site novamente e o fulaninho teve a cara de pau de postar no lugar um botão de follow do Twitter, vê se pode uma cara de pau destas”. Essa foi a frase de uma amiga, letra após  letra. Sabe, eu até entendo invadir um site que possa servir de base para algum grande ataque a corporações e afins, mas por que invadir pelo simples fato de invadir? Esse foi meu primeiro pensamento diante o que ela me contou.

    Alguns minutos depois a curiosidade tomou conta de mim, ainda estávamos no bar e com o smartphone em mãos acessei o site invadido. Usuário do twitter, @follow, e algumas #dm’s depois persuadi o fulano com minha lábia de sempre. Uma semana havia se passado e eu falava com ele todos os dias, havíamos virado “amigos on-line”, quando ele me sinalizou um novo ataque a outro site qualquer.

    Sabendo dos procedimentos, haja vista que esse tipo de gente adora se gabar, contatei Elliot (cria de Hector) que começou a monitorar a ação de imediato e desde o início. Como alguns de vocês sabem cada aparelho que acessa a internet possui um número, tal qual um endereço. Esse número é chamado de IP (internet protocol) e possuem em si mesmos informações importantes como, por exemplo, o endereço local de onde o aparelho está acessando a internet. Claro que não é tão fácil ver a localização de alguém que acessa a internet, mas para terem ideia todo esse papo de privacidade é importante e está em alta no Brasil.

    “Bingo!” Elliot me manda uma mensagem com a possível localização do fulano. Mando algumas dm’s para disfarçar, parabenizando pelo ataque e sigo em direção ao seu esconderijo. Claro que eu não desprendi tanta atenção em alguém que estava longe e só me dei ao luxo de ir atrás do fulano, pois ele estava próximo de nós…

    Moto na estrada e minutos mais tarde eu estava no endereço que Elliot me passou… “Mini Mercado Aliança”. Dou umas voltas pelo lugar e sem dúvidas eu estava no lugar errado. Porém por via das dúvidas, estacionei a moto, fui para algum canto escuro e virei névoa. Vasculhei o lugar inteiro, inclusive o depósito e nada. Elliot é tão bom n oque faz, ele não me deixaria na mão, pensei comigo.

    Voltei para o lugar aonde virei névoa, desfiz a transformação e voltei para a moto. Rua residencial, poucas casas e um predinho de quatro andares logo a frente que me chamou a atenção. 2h 30h e só uma luz ligada, no que parecia ser um quarto. Como não posso refazer a transformação em névoa sem antes descansar um pouco e como eu estava curioso sobre o lugar, tive de improvisar um pouco. Analisei minunciosamente o lugar, percebi que só haviam câmeras no mercado e entre um salto e outro fui até a varanda do quarto de luz acesa.

    Mais silencioso que um predador felino, me curvei até a janela e percebi pelo cheiro e pela forma, que era uma garota num computador. Deixei então a ansiedade de lado e aguardei até que pudesse virar névoa novamente e invadi o lugar. Neste estado eu já vos falei que minha visão fica muito turva e meu movimento lento, mesmo assim consegui adentrar o lugar e me concentrar para entender a situação. Na verdade eu circulei o apartamento dela inteiro e para minha sorte ela estava sozinha naquela noite de quinta de quinta-feira.

    Sinceramente, eu não tinha motivos para atacar a garota até me deparar com um quadro desse tipo “mural de avisos”, onde identifiquei várias fotos e alguns desenhos com símbolos anárquicos… Quando percebi isso fui para um lugar onde pudesse ouvi-la e voltei à forma humana. Lembrei que o hacker utilizava Tweetdeck e enviei mais uma dm… Plimm, fez o programinha… Era o sinal que eu precisava!

    “Venha até a sala”, foi minha próxima mensagem. Eu sabia que ela também era muito curiosa e fez o que falei… A surpreendi, segurei sua boca para não gritar e apliquei um belo “mata leão”, que a imobilizou, por alguns minutos. Enquanto ela ainda estava dormindo mordi um de meus dedos e pinguei algumas gostas de meu sangue dentro de sua boca. Pronto a transformei em uma Ghul.

    Quando acordou ela me olhava diferente, estava extasiada pelo poder de meu sangue, porém isso não evitou as perguntas de sempre: Quem sou, o que sou, por que estava ali, o que tinha acontecido…

    “Tudo há seu tempo minha doce senhorita!”