Tag: licantropo

  • Lobisomens por aqui?

    Lobisomens por aqui?

    Oi me chamo Carlos, ao menos nos dias de hoje… Anos atrás usei o nome Alejandro, Diego e inclusive Juan me pareceu adequado em certos dias. Tudo isso, pois já vivi muitos anos, desde a época em que me chamavam de Adolf. Sou irmão do Ferdinand, mas diferente dele tive a oportunidade de ter meus dons Wairwulff ou Licantropos aflorados.

    Essa história teve início no século XIX, lá pelos meados da década de 1860, sim sou velho pacas meus caros. O vigor dos genes Wairwulff em meu sangue me mante firme e forte. Apesar de minha aparência já ser mais próxima dos caras e meia idade humanos.

    Os fios de cabelos brancos já despontam em várias áreas do meu corpo, incluso quando estou transformado em lobo ou naquela forma maior que chamamos de “besta”.

    Tal forma me é pouco utilizada ultimamente, apenas quando algo de ruim a faz necessária ou quando participo de rituais junto de minha alcateia. Sim, a história de termos um alfa, que nos lidera, moramos próximos numa “tribo” e tudo mais é muito próximo dos filmes e livros sobre lobisomens.

    Sobre a questão de ser um Wairwulff ela é hereditária e passa de pais ou mães para filhos e filhas. No meu caso veio pela família da minha mãe e pelo que soube, muitas gerações antes de min existiram sem que o gene se manifestasse. Apesar disso, todos sempre tiveram uma saúde acima da média e mesmo por aquelas épocas alguns antepassados nossos viveram como humanos e morreram perto dos 100 anos. Algo mega diferente para época!

    Sei que o Ferdinand, meu irmão, já contou um pouco sobre mim aqui, mas decidi aparecer um pouco mais, como neste artigo. Assim como ele, acho interessante o fato de termos um lugar para contar nossas histórias.

    Um breve tchau e até breve a todos que passarem por aqui. #UseMascara #VemVacina

  • Lycan, Licantropo, Lobisomem…

    Lycan, Licantropo, Lobisomem…

    Muito se fala sobre os Lycan, Licantropo ou vulgarmente Lobisomem. Ferdinand, às vezes me chama de peludo, mas tendo em vista nossa relação, isso deve ser algo carinhoso?! Dias atrás ele me procurou para conversarmos sobre meu legado e aqui seguem algumas palavras sobre como tudo começou para mim. Provavelmente o vampiro vai deixar isso mais legível/amistoso para vocês. 

    Por hora, podem me chamar de Carlos e eu já aparecei aqui no blog em diversos momentos, como na história do Totem desaparecido.

    Era uma manhã qualquer do sec. XIX quando eu estava cuidando do gado na fazenda. Aquele não era meu trabalho principal e o fazia porque meus pais haviam me obrigado.

    A função até que era simples. Eu precisava conduzir aquelas duas dúzias de cabeças da pastagem para o confinamento, lugar onde eles ganham peso para o abate. O problema é que eu sempre fui um cara de poucas palavras, independente de serem humanos ou animais me é sempre um esforço demasiado ter de proferir palavras, comandos ou lidar com seres vivos.

    Do fundo do meu coração: Eu tava puto! Todo o trabalho desde os últimos acontecimentos haviam recaído sobre mim e durante um xingamento mental e outro eu ouvi alguém reclamando… Olhei para os lados na procura de alguém e não havia nenhuma alma viva… Depois de alguns segundos eu me distrair e ouvi uma outra voz diferente da anterior, que também reclamava e deixava claro que odiava estar ali.

    Um calafrio percorreu minha espinha ao mesmo tempo em que eu olhava para os lados e não via ninguém. Mais vozes, mais reclamações… Alguns pareciam gritos ou gemidos e todos me tocavam a alma numa forma completamente nova de interação social. Parte telepática, parte espiritual… parte sobrenatural.

    Num ato de desespero e desconforto saltei do cavalo. Desengonçado e tropeçando nas canelas eu corri até à casinha onde a mãe tirava leite de algumas vacas.

    – O que foi seu loco? – Disse ela mostrando surpresa ao me ver.

    – Não sei, acho que tô loco mesmo mãe!

    – Para de me estrovar e vai cuidar das tua vida!

    Logo pela manhã a mãe não era muito amistosa e com cara de bunda, voltei para o pasto. Não ouvi mais nenhuma voz naquele dia e tudo foi normal até a noite.

    Jantei e fui para o celeiro onde passei parte da madrugada enfiado em alguns livros. Dormi sem querer e acordei perto das 3h com meu próprio ronco. Levantei e quando me alonguei senti novamente aquele maldito calafrio que subiu instantaneamente dos pés a cabeça.

    Sentei no sofá e senti as mãos tremendo. Um suor inesperado tomou conta do meu pescoço e quando dei por mim estava todo encharcado. Tentei correr para casa mas os movimentos estavam presos. Consegui chegar até a porta onde me deitei nos degraus. Durante alguns segundos eu percebi o céu mais iluminado, as estrelas machucavam minhas retinas, mas a sensação ao mesmo tempo era singular.

    Mas o conforto passou rápido e lá estava eu estremecendo até os ossos feito bambu no poral…vendaval. Por diversos momentos senti meu coração querendo sair pela boca. O calor tomava conta do meu corpo e as glândulas cupiam suor como cachoeiras em dia de temporal. Os mais inconvenientes sons ecoavam em meus ouvidos e eu estava no ponto de suplicar pela morte quando percebi algo vindo em minha direção.

    Não era humano, nem bicho. Tão pouco possua uma forma definida, estava mais para um vento e me envolveu. Penetrou por todos os meus poros se tornando parte de mim… Depois em meio a diversas contrações e estalos senti várias partes do corpo se modificarem. Meus músculos cresceram, os ossos pareciam pesados como pedra. Veio a sensação de que eu precisava muito cuspir no mundo todas as coisas que havia guardado para mim em todos os meus anos de existência…

    Tossi várias vezes, cuspi muita saliva e sangue…

    – Auuuuuuuuuuuuuuuuuuu

    Tal uivo limpou minha garganta e minha alma. Senti que jogava para fora todas as coisas ruins que eu havia acumulado até aquele momento de minha existência. Estalos me indicaram movimentação e ao primeiro sinal de luzes disparei para a mata fechada. Onde me escondi e dormi até que os primeiros raios de sol me acordassem, deixando na noite a forma forma lycan.

  • Carnaval, amor e surpresas

    Carnaval, amor e surpresas

    Ao contrário de meus irmãos, que preferiram os festejos brasileiros deste carnaval, eu por outro lado resolvi descansar em algum lugar junto de minha doce Julie. Como vocês já estão cansados de ouvir de mim, esta cousa de que vampiros vivem sempre sugando sangue, torturando, investigando ou afins, está longe de ser nossa realidade. Porém, às vezes um simples passeio pode trazer boas surpresas.

    Sexta-feira, pouco mais de 21 horas, o carro já estava carregado e eu estava fechando a porta da garagem, quando o telefone tocou. Número privado e depois de alguns instantes sem ninguém falar nada, eu ia desligar, quando ouço uma respiração forte do outro lado… Mais alguns instantes da respiração funda e seca em meio aos meus “alôs”, até que finalmente a linha cai. Aquilo me pareceu muito estranho, não do tipo que assusta, mas sim do tipo que nos faz imaginar um milhão de cousas. Todavia, como ninguém retornou depois de 10 minutos, arrumei o restante da bagagem e fui ao encontro de Julie.

    Durante o caminho pedi a Julie que enviasse algumas mensagens ao restante do clã e por hora todos estavam bem. A viagem durou mais ou menos 3 horas, foi tranquila e pouco depois da meia noite chegamos ao nosso destino: uma casinha no alto de um morro, em meio a uma bela e escura floresta virgem e vizinha de alguns cânions e rios.

    Adoro fazer este tipo de viagem, principalmente pelo fato de que ali seriamos apenas nós dois e o casal de caseiros. Estes que graças a um tipo de feitiço, aquele que eu aprendi com a Beth, ficariam dormindo ao menos uns dois dias e noites seguidos

    Então logo na primeira noite, depois de fazer o feitiço nos casal de caseiros, eu aproveitei para esticar um pouco as pernas na forma de lobo. O que também serviria no sentido de analise e verificação das proximidades e seus possíveis habitantes. Este passeio durou pouco mais de uma hora e a exceção de alguns gatos ou cachorros do mato, estávamos enfim sós.

    Ao voltar para casa: suado e nu. Deparei-me com Julie sentada à varanda, trajando apenas uma pequenina lingerie e fazendo aquela cena que todo macho adora apreciar: uma bela fêmea passando cremes por todo o copo. Não sei se foi a aproximação com meu demônio, enquanto passeava na forma animal, ou se foi algum feromônio liberado pelos cremes de Julie, mas eu a ataquei…

    Calma leitora, ela “curtiu” meu ataque… Sorrateiro, como um bom caçador noturno eu surgi do nada, levantei-a e apertei contra a parede. Ela sentiu minha pegada, roçou seus lábios carnudos e macios em minha barba rala e me escalou. Suas fortes coxas seguraram com força minha cintura e aquele imensurável tesão aumentava a cada pegada mais forte. Intenso, profano, um só copo, uma única alma…

    Nosso carnaval iniciava da melhor forma, porém meu sono matinal fora interrompido por alguns passos do lado de fora da casa. Abri os olhos e enquanto entendia o que se passava percebi um andar arrastado e pesado. Sim, havia também a sensação de que algum Licantropo estava por perto, mas ao mesmo tempo havia algo familiar em tal indivíduo. Obviamente eu não poderia sair, pois o sol estava forte, mas por sorte aqueles passos duraram apenas alguns segundos, fazendo-me inclusive pensar na hipótese de sonhos ou pesadelos.

    Na noite do dia seguinte comentei o ocorrido com Julie ambos fizemos buscas na região, porém nenhum vestígio de pegada ou da presença de “outros”. Nesta noite depois do passeio tomamos um belo banho juntos e tratei de por em dia algumas leituras que estavam atrasadas. Julie também leu um pouco, mas acabou  trocando os livros pela prática e fez um ou dois rituais que a há tempos queria praticar longe da civilização.

    Nestes locais a magia fica mais forte, conseguimos uma ligação maior com os espíritos antigos e tudo que for relacionado à ritualística é favorecido. Nesta noite e na próxima fizemos praticamente as mesmas cousas, até que novamente na manhã de segunda eu acordo no mesmo horário com os mesmos barulhos. Desta vez os passos e a sensação pareciam mais nítidos, porém novamente duram poucos segundos.

    Passei aquela manhã me enrolando na cama e a tarde desisti do sono e escrevi um pouco. À noite logo depois que o sol se pôs e antes que Julie acordasse, eu resolvi sair sozinho pela região. Deixei um bilhete na mesa da cozinha e sai. Ao abrir a porta sou surpreendido por um objeto interessante e próximo da cadeira de balanço na varanda. Era uma caixa quadrada provavelmente de madeira e revestida em couro preto, com detalhes em metal.

    Não senti nenhum tipo de perigo vindo daquele objeto, mas ao abri-lo desabei sobre meus joelhos… Muitos pensamentos vieram a minha cabeça, porém havia naquele simples objeto uma lembrança inesquecível… Minha família mortal…

  • Em busca da vampira assassina. Parte 2 de 2

    Em busca da vampira assassina. Parte 2 de 2

    Carlos começou a fazer o que sabe de melhor e nos levou mata a dentro atrás dos dois. Mesmo para nós que não somos rastreadores ficava evidente o cheiro do sangue perdido pela vadia. Os diabolistas tem um cheiro muito particular, fétido, que lembra carne podre e ácido. Tem como cheiro ser ácido? Ok…

    A cada passo que dávamos ficava mais evidente na cara de todos a vontade em terminar tudo logo para cada um poder voltar as suas rotinas. Apesar de termos nos recuperado parcialmente era agora o melhor momento para acabar de vez com a maldita sanguessuga diabolista. De nós cinco apenas Hector, Carlos e eu podíamos realmente cair no pau. H2 ainda estava sofrendo os problemas da transformação e Franz havia gasto muita energia, ou seja, na hora eu pensava somente em encontrar rápido a maldita e antes que ela viesse com outra surpresa.

    Carlos, manda todos se moverem em silêncio, mas nenhum de nos conseguiu fazer isso, afinal estávamos em meio a mata na escuridão total. Mesmo com a visão aguçada que possuímos os galho, folhas secas e arbustos formavam a sintonia perfeita para nos denunciar.

    Shiiiii insistiu ele… Mas antes que consiga terminar de falar uma granada de fumaça explode ao seu lado e o impacto o derruba. O forte barulho atordoou nossos sentidos e o susto nos dispersou. Olhei perdido para os lados e segui o que parecia ser o brilho da espada de Hector. No entanto antes que pudesse me aproximar do pirata sou atacado pelo maldito peludo, que em forma de humanoide agarra minha perna e me joga contra uma árvore.

    Sinto o estalar de algumas costelas e ao tentar me segurar em algo para pegar equilíbrio levo um chute na altura do ombro. Nos engalfinhamos então pelo chão, enquanto tentava começar minha transformação, mas não consegui haja vista que é algo que precisa de certa concentração. Nessas horas em meio a socos e agarrões é difícil concentrar e somente a sobrevivência fala mais alto.

    Consigo me levantar e enquanto tento aplicar um aperto em seu pescoço no infeliz ele me surpreende com um golpe de capoeira e me joga novamente contra outra árvore. Desta vez senti alguns ossos do braço esquerdo se quebrarem. Enquanto ele vinha para cima de mim, o que provavelmente resultaria em um belo estrago, vejo Carlos segura-lo e Hector aplicar um golpe certeiro com a espada de prata em seu coração. A besta peluda engoliu um uivo seco, seus olhos ficaram imóveis e ao levar as patas a espada ele se contorceu e ficou de joelhos. O velho pirata o empurrou para trás com o pé e usando sua rapidez deferiu um golpe que separou a cabeça do corpo. A rapidez do golpe foi tanta que certamente olhos humanos veriam apenas o pirata parado na frente da besta e sua cabeça caindo ao lado.

    Enquanto Carlos e Hector me ajudavam a se levantar somos surpreendidos por uma espécie de névoa escura. A névoa retardou nossos movimentos e reduziu a praticamente zero nossa visão. Mesmo utilizando a nossa velocidade e força superiores era difícil dar passos simples e por fim percebemos que estávamos presos no maldito poder de Tenébras.

    Depois de alguns poucos minutos sinto minha energia e força diminuírem, mas antes que eu vá ao chão alguma coisa forte me puxa para cima. Confesso que senti meu corpo flutuar como se a gravidade não existisse mais como em algo surreal. Na sequencia minha visão começa a melhorar e vejo ao meu lado Carlos me carregando junto de Hector para cima de uma árvore. Impressionado com a agilidade e força de um lobisomem? Tu nem imagina do que eles são capazes…

    Ele nos soltou em cima de um grande galho, onde ao longe era possível ver a fonte da névoa: a vampira bruxa com uma tênue aura alaranjada recobrindo o seu corpo.

    Antes que pudéssemos tentar falar algo Carlos foi em direção da luz e entre saltos chegou perto de um galho que ficava logo acima da feiticeira. Ele a fitou por alguns instantes, pois percebeu que abaixo de si vinha correndo Franz e H2 em direção da bruxa.

    Os dois vampiros deferiram vários golpes, mas não conseguiram desfazer o círculo mágico, que repentinamente se expandiu e os arremessou para muito longe em meio a mata.

    Enquanto achávamos que tudo ia dar errado, consigo descer da árvore com a ajuda de Hector e rumamos em direção a bruxa que já não conseguia mais manter a escura e espessa névoa.

    Ao chegar perto da vadia ví algo que nunca havia visto em todos os meus muitos anos como vampiro. Não vou conseguir transmitir em palavras tudo que ví, mas vou tentar… Carlos saltou da árvore de onde estava em forma de lobo humanoide, isso quer dizer que ele parecia uma besta de quase três metros de altura ou seja o máximo de poder que um lobisomem poderia ter, achava eu…

    Na verdade acho que a própria encarnação do lado mais nefasto de Gaia estava a nossa frente. Certamente o simples fato de olhar para Carlos faria um humano normal entrar em colapso e o que parecia grandioso aumentaria ainda mais com os atos posteriores da fera.

    Carlos precisou de poucas passadas para ficar frente a frente com a mulher e por algum tempo se encararam. A primeira a se manifestar foi a vadia que mudou cor da aura de energia que a envolvia para uma cor vermelho carmim e se preparou para receber algum tipo de golpe. O peludo em sua vez já estava a conjurar algo até que quando sua longa calda peluda que balançava muito ficou repentinamente parada. Ele abriu então os braços, dobrou um pouco os joelhos e como um relâmpago deferiu uma centena de garradas que perfuraram várias partes da  bruxa.

    Em poucos segundos  o corpo da mulher amaldiçoada foi ao chão e entre contrações e espasmos foi possível sentir o que lhe restava de não vida se esvaindo junto do seu sangue podre, até que restassem apenas um corpo seco.

    Carlos ainda de costas para nós e muito ofegante se ajoelhou em frente aos restos da diabolista agarrando sua cabeça com as duas patas. Ele resmungou mais alguma palavras em uma língua completamente desconhecida para mim e assoprou a face desfigurada do corpo. Com o ato o que ainda restara se desmanchou em cinzas até que não existisse mais nada em frente ao lobo.

    Nos aproximamos, ele estava mais calmo e já era possível ver seu rosto humano novamente. Antes que ele se levantasse diante de mim vejo algumas lágrimas esvaíram-se de seus olhos profundos. Solto então meu braço esquerdo que já estava um pouco melhor e apoio minha mão direita em seu ombro o encarando de frente.

    O peludo limpa o rosto e me fala pausadamente algumas frases que me deram mais confiança para continuar minha jornada:

    – Sonho todos os dias com o fim dessa guerra inútil… Gaia deu hoje mais um voto de confiança para o seu plano contra as trevas… Aproveite pois acabamos de pagar a minha dívida contigo e a alma do seu amigo está livre novamente!

    Voltamos todos para casa e já estamos recuperados, mas ainda fico no meu canto pensando nas palavras de Carlos. Voltei a pesquisar nossas origens e confesso que os últimos acontecimentos deixaram-me na dúvida quanto ao meu lado bestial. Será que meu lado agressivo é realmente demoníaco como insisto em idealizar sempre?