Tag: Lilian

  • Uma amizade Improvável pt 5

    Uma amizade Improvável pt 5

    Amizade improvável

     

    Vamos lá, eu abro a porta e lá está uma Kate nua, nua, NUA! E não é aquele nú bom que a gente pode receber de vez em quando em uma booty call, nãoooo! Comigo tem que ser sempre na moeda do azar, tem que ser um nú com o ser machucado e pedindo ajuda! A minha sorte me fascina, juro, me deixa fascinada e encantada, sqn!

    Peguei Kate no colo e a levei até o sofá da sala, lá lhe dei um cobertor e um copo de sangue, parecia fraca, parecia que havia entrado em uma luta. Esperei até que ela recuperasse a força (e um pouco da dignidade, sejamos honestos, não é legal aparecer assim na casa alheia) e esperei alguns minutos até que ela falasse algo, quando começou a falar logo percebi a mudança drástica na feição, a tristeza agora cedia lugar para o medo – Lili, o que você foi fazer na minha casa¿ – ela sabia a resposta, eu não precisava entrar em detalhes, aliás eu não precisava nem explicar, ela por si só respondeu a própria pergunta – Foi me investigar não é¿! Eu imaginei, afinal um vampiro da antiga Ordem é treinado para se proteger… ‘Proteja a ti e ao teu companheiro, em hora de batalha proteja todos e em hora de guerra proteja até o último soldado!’ , não é mesmo… O eterno clã criado das entranhas do inferno, trazido ao vampirismo, o exército de quem não posso pronunciar o nome…. – Oi, o que, como assim¿ Como ela sabia os nossos dizeres, a história do clã não é novidade para ninguém do mundo sobrenatural, mas as dizeres de guerra, nossos juramentos eram, me inclinei para mais perto dela e fiz sinal que continuasse, eu não iria falar nada por hora, queria tudo o que ela pudesse me dizer – Eu sei sobre tudo, eu fui atrás para descobrir tudo sobre o Trevor e acabei chegando até você! Meu clã é inimigo do teu, desde que os dois vampiros fundadores se desentenderam, quando um queria a disciplina e não o caos, o outro era dominado pelo poder e almejava o caos… – OH shit! Não é qualquer clã antigo, não é qualquer inimigo que se pode conter, é algo que vai além da força, vai além do que eu posso conter, apenas os antigos saberiam como lidar, mas maioria dorme enquanto Michael e Trevor comandam o clã.

    Levantei do sofá ainda desorientada com a informação, achávamos que o clã havia dissipado e dividido depois dos séculos, já Trevor achava que era apenas poeira na história vampírica mas não, eles se reuniram, se auto modelaram de novo, uma ameaça tão grande como qualquer outra vinha por ai, teríamos que tomar medidas drásticas, mas antes eu tomaria conta deste caso na minha sala.

    Sentei novamente, agora de frente para Kate, com a minha katana descansando em minhas pernas, acendi um cigarro, a pequena vampira me espionou por algum tempo, então sabia que se eu estava armada com a minha fiel escudeira, minha paciência havia ido pro espaço, bem longe do meu consciente – Agora Kate, já que descobri que você deu uma paparazzo com a gente, especialmente Trevor e eu, tens que explicar algumas coisas que estão me deixando curiosa – eu não iria machuca-la ou matar a vampira, apenas queria a verdade e a partir dali pensar na atitude a ser tomada – Por que você veio aqui, por que você está machucada e por que caralhos vocês está aqui pelada como uma meretriz no fim da festa¿ – Ok, minha paciência morreu e eu estava em modo automático, até que ela sem pestanejar olhou em meus olhos e eu não vi mentira, eu não vi táticas eu vi apenas a verdade – Por que eu não quis continuar com isso, eu não queria te perseguir mais ou levar informações ao clã que eu pertencia, eu me recusei e… – sabe quando você já prevê o que a pessoa vai falar, por que passou por algo não igual mas semelhante, então – E eles vieram até mim, vieram aqui, me ameaçaram, me bateram e acharam que seria legal me…. – eu abracei ela, sabia o que fizeram com ela, não precisava falar mais nada, não eram vampiros, eram animais disfarçados de vampiros.

    Levei Kate até minha banheira, ajudei ela a tomar banho, coloquei um conjunto de moleton meu nela, deixei que ela dormisse mais um pouco. Peguei o celular e liguei para Trevor, contei tudo, contei sobre estarem nos vigiando, contei sobre Kate, falei do fato dela ter largado o clã e eles a seguirem, torturarem e abusarem dela, contei que estava sozinha e que precisava de alguém mais comigo.

    Trevor falou que pegaria o jato e viria para cá assim que anoitecesse de novo, pediu que eu ligasse para Daniel e que eu ficasse dentro de casa e sempre alerta com qualquer movimento diferente do lado de fora.

    Liguei para Daniel, o mesmo estava a quilômetros de mim, iria chegar em alguns minutos, falei com Steven e ele também estava a caminho, seria o primeiro a chegar. Fechei a casa, subi as grades de emergência e esperei sentada  no sofá, com a katanna de um lado, minha Ak 47 do outro, minha Eagle Desert no coldre da minha calça e duas adagas na mesa da frente, se fossem tentar algo, teriam que lidar comigo e minha loucura antes.

    Eis que meu celular então recebe uma mensagem, número desconhecido, abri a mensagem e lá estava a confirmação que o pau iria comer e a coisa estava feia, “ Foi uma tristeza muito grande cortar os pneus de uma moto tão linda como a tua, Lili! Gostaria de fazer isso com teu belo pescoço, mas antes me aproveitar de você claro… Espero que vocês se reúnam, todos vocês, por que vão precisar de ajuda! Avise seu adorado mestre, Trevor, que a Devil Dagger se levanta novamente. Fique bem querida, cuide da sua nova amiguinha, nossa ex integrante, enquanto ainda é tempo!”

    Não, apenas nós quatro não iriamos conseguir muita coisa, eu precisava de mais gente, afinal todo nosso condado estaria em perigo, foi que a idéia surgiu, meus amigos motoqueiros, clã do norte poderia me ajudar afinal eles devem algo para a Ordem e não arriscariam ver suas terras invadidas por seres assim. Precisava chamar Gabriel, o regrado que me ajudou antes, talvez ele trouxesse alguns membros com ele, afinal não posso sair matando vampiros a torto e direito, iria me fuder legal se fizesse isso sem o o ok de algum deles, peguei o telefone e liguei para ele – Gabriel eu …. – Fui interrompida pelo próprio – Já sei, e já estamos aqui, senti  a presença e permaneci no Tennessee, conheço a Devil e sei do que são capazes, eles se auto remodelaram Lili… Estarei ai daqui alguns minutos e áh antes que me esqueça, a vampira Kate é ex mulher do mestre supremo do clã…. – AHHHHHHHHHH que sorte a minhaaaaaaaaaa!!!!

    Como se a minha ‘vida’ precisasse de mais emoção, agora eu estou aqui com a ex do fodão da Devil dormindo na minha cama, após ter chego aqui nua!!!!! Por que ela não me contou este detalhe¿ Se ela estiver mentindo ou omitindo algo eu juro que arranco as tripas dela assim que ela acordar.

    “Quem é que está escrevendo, João, o Revelador, escreveu o livro dos sete selos

    Agora Deus desceu na viração do dia, e chamou Adão pelo seu nome

    Mas ele se recusou a responder, porque ele estava nu e envergonhado

    Quem é que escrevendo, João, o Revelador, escreveu o livro dos sete selos

    Agora Cristo tinha 12 apóstolos, e três deitou fora

    Ele disse: “Olhe para mim uma hora, enquanto eu vou ali orar”

    Mary Margaret eles estavam lá e ouviram cada palavra que ele disse

    disse “Ide dizer aos meus discípulos, eu disse me encontrar na Galiléia”

    E diga-me quem é que está escrevendo “, João, o Revelador”

  • Lilian à Reunião – Final 1 de 2

    Lilian à Reunião – Final 1 de 2

    “Não adianta ficarmos aqui pensando no que fazer Dani!”, minha frustação era nítida, tentava achar mil e uma formas de matar Pierre, mas tinha um porém, os Regrados, sim eles, vocês já devem  ter ouvido falar neles. E como eu não quero a atenção deles voltada para a ordem, prefiro pensar em algo que não me venha dar problemas.

    “Eu não sei como podemos dar um jeito nisso…Preciso de uma luz!”, enquanto estávamos parados em um bar Country ali pelas redondezas, senti  meu celular vibrar, vi que era um número desconhecido mas atendi mesmo assim, “Alô?”, “Lilian San…”, por Odin não poderia ser ela “Senhora Mun Na?”, ” Lilian San, ouça com atenção. Ele não pode ser morto por ti…Mas tu sabes que a sombra do passado o persegue, uma sombra tão antiga que até o mais valente dos vampiros teria medo de enfrentar. Ache a sombra, peça que te conceda o poder de fazer a justiça e então criança cumpra o teu destino e acabe com o sofrimento da espera. Adeus Lilian San.”

    Desliguei o telefone surpresa pela ligação da velha Senhora Mun Na, mas não fiquei surpresa por ela ter me jogado mais uma charada. PQP a essa altura do campeonato vir me jogar mais uma  das filosofias dela? Sério?  “Então a velha amiga da Ordem decidiu lhe dar o ar da graça maninha?”, “Sim, com mais alguma charada… Mas essa eu creio que vai ser bem fácil de descobrir…”

    Deixamos o local e seguimos em  direção até a casa de um velho amigo nosso. Rodamos por alguns minutos pela via expressa, depois seguindo direção por uma estrada de terra. Quanto mais próximos da casa do nosso querido amigo redneck, mais próximos os sons de tiros ficavam, digamos que os redneck’s adoram apreciar e usar armas, caçar e nunca desperdiçam a chance de uma boa cerveja.

    E lá estava ele, sentado ao pé da fogueira, rodeado de outros da mesma comunidade que a dele, tomando uma boa cerveja e segurando seu rifle de longo alcance como se fosse um amuleto da sorte. A simples casa de campo, o cheiro de pólvora e terra molhada sempre foram característicos aqui dessa região onde Steven mora, algo bem interiorano.

    Aos nos ver chegar o mesmo veio em minha direção com os braços abertos e me envolveu em um abraço bem forte, “Quem é meio vivo sempre aparece! Lili, Lili, Lili! Cara sempre gata e  tatuada não é?! Que saudades de ti mortinha viva mais linda!”, aqueles olhos azuis eram realmente encantadores e o sotaque caipira também, os cabelos loiros bem cortados e a barba por fazer davam um charme ao adorável lobisomem, “Steve! Aqui estou! Você sabe que é um dos únicos lobisomens de quem eu sinto falta!”, sorrisos por sorrisos ele piscou em confirmação, depois viu que eu não era a única visita, “Holly fucking shit! Daniel motherfucker! No way!”, agora sim ele se animou de vez, Daniel e Steven são amigos há um bom tempo, muito antes mesmo que eu entrasse para esta vida, eles já tinham uma amizade de longa data, “Steve! Man! You Fucker!”, aperto de mãos e abraços e quando percebi já estávamos sentados a fogueira junto de alguns amigos do Steven que nem desconfiávamos o que na verdade erámos.

    Depois de algumas horas entramos para a casa de Steven e seguimos até o porão que ele muito atencioso mantinha, caso alguns de seus amigos da noite viessem para passar uma temporada, no nosso caso seria apenas um dia. Quando finalmente terminei de me arrumar em meu quarto, duas batidas na porta ecoaram e Steven entrou, sentando-se em minha cama e  parecia me analisar , “Eu sempre esqueço como você é deliciosa Lili!”, “E eu sempre esqueço como você é direto e sem filtros lobinho!”,” Então me confirma uma coisa, está solteira mesmo?”, “Porque a pergunta? Está interessado?”, “Quem não estaria?”, “Digo o mesmo de ti, sempre mostrando esses braços musculosos com essas regatas de lenhador!”, “Fala de mim? Não sou eu que fico atiçando os colegas com esse par de Big Babes que você tem!”, “Ah valeu o elogio!”, ” Mas e ai, a que devo a honra?”, “Daniel não te contou?”, “Não, se tivesse contado eu não estaria aqui!”, “Estaria sim!”, “Quem eu quero enganar? Estaria sim, afinal adoro ficar  bem perto de você!”, Steven sempre invadindo meu espaço e bancando o galã, “Você não muda nada!”, “Nem quero!”, “Enfim, digamos que eu esteja em uma empreitada para matar o Pierre…”, ” Fácil, eu sei que ele matou um vampiro e os regrados estão atrás dele… Achei que soubesse…”, “Ultimamente estou descobrindo muitas coisas…”, “Entendi… Bom se a tua dúvida é se tenho contato com algum regrado, a resposta é sim!”, “Então pode me ajudar?”, “Posso e vou! Adoraria assistir a morte daquele puto!”, “Ótimo! Muito obrigada Steven!”, “Ao teu dispor Lili!”, ” Eu posso dormir agora?”, “Pode, não quero que o calor queime seus olhinhos!”, “Larga a mão de ser besta Steven!”, ” É um dos meus dons! Boa  noite dia para você morceguinha!”.

    Agora as coisas estavam começando a seguir um rumo bacana. Mais um pouco e talvez eu conseguisse terminar essa novela.

  • Lilian à Reunião – Pt2

    Lilian à Reunião – Pt2

     

    ” Eu vou te fazer implorar por isso! Pedir por isso! Até que você sinta que vive por isso… Eu quero lhe ver obcecado, que acorde e durma pensando nisto! Até que eu lhe tire cada membro… Que você dê um passo a frente e veja que não tem nada além de mim lhe esperando. Agora o seu tempo é meu, acredite! Por que  oque tivemos foi atração mortal e agora eu quero tudo e você não terá nada!”

    Sentada em minha varanda, querendo abstrair tudo que me falaram alguns minutos atrás, fumei um cigarro tentando de alguma forma uma solução para meu mais novo problema, afinal minha vida é uma eterna “aventura”, para minha alegria… ¬¬’ “Lili?”, lá estava ele em toda sua glória masculina que mexia comigo por mais que eu negue, ” Trevor, em que posso ser útil?”, “Acho que sou eu quem deveria lhe perguntar isso…”, tentei esconder a minha frustração, mas a merda é que ele me conhece tão bem que mesmo se eu quisesse mentir ele saberia que era mentira, ” O que quer que eu fale T? Vocês me aparecem com essa noticia boa e cheia de ótimas recordações! Me desculpe se não estou lá na sala fazendo uma festa!”. Senti aquelas mãos familiares tocarem minhas costas  e seguirem até a altura do meu pescoço, ” Eu queria lhe dar uma noticia boa todo santo dia Lili, mas sabe que as coisas não são bem assim! E acima de tudo eu confio em você e sei que vai conseguir fazer o seu melhor e trará excelentes resultados”.

    Com um beijo em minha testa Trevor foi embora antes que amanhecesse, já eu entrei em meu quarto e deitei na cama esperando que aquilo fosse de alguma forma me confortar, “Cada dia que passa as assombrações só aumentam! Eu realmente preciso de umas férias”. Adormeci depois de alguns minutos pensando como seria minha noite seguinte.

    “Acorda dorminhoca, hora de levantar!” Ao abrir os olhos me deparo com Dani já vestido e com uma mochila nas costas, “Posso saber aonde você vai?”, perguntei ao me levantar e começar a procurar algumas roupas no armário “Acho que sair em uma longa aventura com minha irmã querida!”, senti os olhos carinhosos do meu irmão descansarem sobre mim, parei de remexer entre os montes de roupas e me voltei para Dani, lhe dei um longo abraço e sei que ele sorriu, “Você realmente achou que eu deixaria você ir sozinha? Claro que não!” sai dos fortes braços do Dani e o olhei em dúvida ” Você será capaz de destruir ele, sem sombra de dúvidas! Mas não espere que ele esteja esperando sozinho!”

    Tudo que meu irmão me falou fazia sentido, ir sozinha seria arriscado, ter ele ao meu lado apenas me ajudaria. Tratei de fazer uma mochila, me troquei com as minhas roupas normais e me encontrei na garagem com Dani, de lá iriamos pegar um avião seguindo para o nosso primeiro destino, seria uma longa busca. Para nós vampiros muitas vezes chegar até um determinado destino, mesmo que seja de avião, demoram alguns dias, devido aos horários podemos apenas viajar a noite fazendo escalas entre um país e outro.

    Depois de alguns dias conseguimos chegar na Europa, lá seguimos até uma velha amiga de Michael, conhecida por todos nós como Sra. Mun Na, esta possuía algumas informações a respeito sobre o paradeiro da nossa vítima. O problema é que a Sra. Mun Na, não viva em uma simples casa rodeada de vinte gatos, ela vivia rodeada de seguranças e para chegar até ela deveríamos possuir uma espécie de convite e apenas um poderia entrar.

    Ao chegarmos em uma enorme e bem adornada mansão vitoriana, fomos recebidos por dois seguranças que nos acompanharam até uma grande sala, lá fomos orientados que apenas eu entraria, já que o assunto era à meu respeito, “Apenas a grandona pode entrar!”, falou um dos capangas, olhei para Daniel e disse que tudo bem.

    Segui então até o quarto da antiga senhora, quando entrei lá vi que era uma oriental de idade, traços bem definidos e sem muitas surpresas, haviam gatos por todos os lados, ” Entre minha cara, aqui apenas vai obter o que deseja!”, ao me aproximar mais dela pude ver, olhos tomados pelo negro, não havia nada além de imensas bolas negras no lugar dos olhos, ” Devo perguntar ou não?”, “Jovem vampira, eu não sou uma mera velha, sou serva das trevas e as trevas me mantém neste mundo!”, acho que ela quis dizer Lúcifer ou algo do tipo, mas preferi não perguntar, “Apenas quero saber o que tens para me ajudar Sra. Mun Na…”, com facilidade aquela mulher  levantou da enorme cadeira em que estava e veio em minha direção, segurou meu queixo com uma das mãos e nos olhamos por alguns segundos até que ela finalmente falasse, “Sábio é aquele que procura no óbvio sem deixar que o complicado do mundo o atraia! Pense com o passado e veja o futuro!”

    Sai daquele lugar um tanto atordoada… Porra mas que merda, isso era hora dela me falar poema, cantiga, rima ou o caralho que fosse? Ao me deparar com Dani, ele no mesmo instante percebeu minha frustração, ” E ai como foi? Tudo bem? Descobriu algo? Ela é legal?”, eu apenas segui ele para a saída e não consegui conter a revolta ” Claro! Foi tudo bem! Ela me contou tudo em detalhes enquanto fazíamos tranças uma no cabelo da outra!”, Dani deu risada e continuou andando, ” A Sra. Mun Na falou algumas merdas mistícas, filosóficas que ela retirou de uma bosta de um biscoito da sorte!”.

    Mas que porcaria foi aquela? Cara me fez viajar até aqui pra falar isso? Sério? Se fosse assim era só ir em algum restaurante japonês, comprar a porcaria do biscoito e ler essa jóia rara que ela cuspiu pra mim!

    Enfim, agora vou te de esperar a noite seguinte em algum hotel e filosofar para onde devo seguir… Como se o mundo fosse um lugar pequeno e com escassas opções! É melhor eu sonhar com algo ou essa doida me ligar com informações  além de citações! #OHSHIT!

  • Estranhos e loucos – pt1

    Estranhos e loucos – pt1

    Em outra noite, enquanto navegava pela internet e respondia alguns e-mails, recebi uma ligação do meu big boss, como sempre, tive que fazer uma piada ao atender.

    – Ual, recebendo ligações tuas?

    – Lili te ligo quase sempre, tonta!

    – Diga Fê, a que devo a honra?

    – Piadas a parte querida, preciso da tua ajuda.

    -Minha ajuda? Então devo esperar alguns confrontos.

    – Claro! Quem melhor para chamar?

    – Ok boss. Time and place!

    Após receber todas as coordenadas do Ferdinand, arrumei uma mochila com roupas e tudo que fosse precisar, claro, minha preciosa katana e esperei a noite seguinte. Logo que escureceu, segui até a cidadezinha onde seria o local do nosso encontro.

    Estacionei o carro que havia alugado e esperei pela chegada de Ferdinand, minutos depois  ao longe conseguia ouvir o forte barulho de uma moto se aproximando, logo presumi que fosse ele. Sai do carro e fiquei encostada, pude apreciar a chegada dele e ser recepcionada com um sorriso.

    – Olhe para você magrela, com todo este cabelo rosa!

    – Se isso for um elogio Fê, eu aceito!

    – É um elogio! Combinou com você.

    – Muito obrigada! Adorei a jaqueta by the way.

    – Vintage minha querida. Venha cá, deixe lhe dar um abraço.

    Terminado os cumprimentos e com a conversa em dia, ele finalmente me explicou o motivo do encontro. Ferdinand precisava ajudar um antigo amigo por nome Carlos. Um cacique que pelo que entendi era também um Lican. O mesmo estava preocupado com alguns sumiços estranhos, pessoas de sua aldeia ou da região, que simplesmente desapareciam sem deixar rastros. Se nem mesmo um Lican índio encontrou rastros, tire suas próprias conclusões.

    – Infelizmente não poderei ir. Inclusive já estou atrasado para uma reunião com o pessoal da Mão vermelha. Por isso deixo isso em suas mãos. Ficará como um favor pessoal ente você e eu.

    – Não vai se decepcionar, fique tranquilo.

    – Ah mais uma coisinha… Leve este amuleto contigo, é uma Ônix especial, vai te trazer proteção e talvez um pouco de sorte.

    – Muito obrigada Fê.

    – Sempre que precisar. E por favor, mantenha-se intacta, eu não gostaria de dar más noticias ao Trevor.

    Dizendo isso, Ferdinand voltou a sua moto e seguiu seu destino. Enquanto eu permaneci ali com um mapa cheio de coordenadas, um amuleto, uma mochila e um carro alugado, que aparentemente não me ajudaria em nada no meio da mata. Sim, no meio da mata. Afinal eu teria que chegar à tribo do Carlos.

    A caminhada até a aldeia me tomou três horas e ao me aproximar do local, senti uma presença sorrateira e que me analisou minuciosamente. Entre as folhagens e a escuridão da mata, consegui ver dois grandes pontos iluminados chegando cada vez mais perto de mim. Por precaução deixei uma das minhas mãos preparada em cima da katana e a outra livre para me proteger. Dei um passo a frente, vi que os pontos pararem e ficaram ali, como se esperasse um movimento meu. Mais um passo e retirei a minha espada da bainha, outro passo e eles sumiram. Na verdade os pontos sumiram e a sensação não.

    Esperei com a guarda alta. Imagine, iria me encontrar com um Lican desconhecido e aparentemente o líder da tribo, seria loucura achar que deveria ficar tranquila com esse fato. Mais alguns minutos e vejo a folhagem mexer, ainda empunhando a espada esperei cautelosamente, como felino analisando sua presa.  Desta vez eu escutava passos, passos humanos, conseguia sentir o cheiro, um cheiro nada agradável, diga-se de passagem. Vi uma forma humana, e que forma humana.

    Finalmente fiquei frente a frente com ele, o famoso Carlos. Alto, forte, de abdômen definido, bronzeado, longos cabelos negros que desciam até as costas, olhos escuros como se fossem duas pérolas negras. Trajado de o que me pareceu alguma folhagem para esconder sua partes intimas, as orelhas furadas com um adorno que, ao meu ver, pareciam alargadores indígenas. Estampando um grande sorriso ele veio  ao meu encontro e me deu um grande abraço, senti os músculos do corpo dele e  devo confessar, me senti até que bem, tirando aquele cheiro de tapete molhado. Ele me colocou no chão e ficou quieto, me olhando por alguns segundos, até que finalmente falou algo.

    – Olá! Você deve ser a Lilian!

    – Oi! Prazer Carlos.

    – Bem que o Ferdinand me falou que era linda.

    – Ah obrigada…

    – Ele apenas não me falou sobre o cabelo colorido e dessa “altura toda”.

    – Ah detalhes. Pois bem, aqui estou.

    – Aqui está! Desculpe ter te analisado antes, precisava ter certeza que não era ninguém com más intenções.

    – Tudo bem Carlos, eu te entendo.

    – Bom senhorita Lilian, vamos até a minha tenda. Lá poderá ficar mais a vontade e quem sabe retirar esses panos estranhos, que vocês da cidade usam.

    – Eu estou bem assim…  Não me incomodo de ficar vestida.

    – Não! Tem que usar algo menos ridículo, se não o povo da aldeia vai estranhar muito.

    – Valeu pelo ridículo!

    – De nada! Venha querida, venha.

    Apesar dos pesares e das minhas roupas “ridículas”, que, aliás, eu não tirei. Carlos foi receptivo e me guiou até sua tenda, a mesma estendia-se até uma larga e profunda caverna, lugar no qual eu passaria meu dias longe do Sol. O mesmo disse que iríamos começar as buscas na noite seguinte após um ritual de proteção indígena. Consenti  com a cabeça, seguindo em direção aos meus novos aposentos.

    Não sei o que nos espera, fico em dúvida se vou conseguir ajudar Carlos e deixar o Trevor e Ferdinand orgulhosos. Apenas sei que no fundo desejo ajudar todos e salvar as vidas em perigo.

  • As desilusões de um vampiro – Parte 2

    As desilusões de um vampiro – Parte 2

    Muitos que vivem, merecem a morte. E alguns que morrem, merecem viver! Você pode dar-lhes vida? A morte pode transformar a não vida em destino e mesmo assim vai haver uma luz para você nos lugares escuros, quando todas as outras luzes se apagarem.

    Ps: Esta história não segue uma cronologia e sim a teoria a ser explicada.

    1614 – Muralhas da Ordem

    Dúvidas me seguem por todos os lados. Devo continuar nesta jornada? Eu vejo mudanças. Mudanças que me assombram e me seguem nos sonhos, nos pensamentos e até o fundo da alma, se é que possuo alguma depois de me tornar uma figura tão sombria.

    Eu tenho consciência de que sou um vampiro, mas nunca imaginei chegar a esse ponto. Que poder é esse que surgiu em mim? Cage tinha razão, ele sabia de alguma forma que eu conseguiria obter tal façanha. Não fui o único, Daniel e Michael também conseguiram.

    Estamos os três surpresos e confusos. Temos em nossas mãos a nossa força e também a nossa ruina.

    Mas paro e penso, de que adianta temer o que já está feito? Tenho que arcar com isso de qualquer forma. Entre as sombras e o fim das noites, até que as estrelas brilhem sobre as nuvens, não deixarei tal poder me tomar. Serei forte e cada dia que treinar, irei evoluir e ampliar o controle e por fim não ser controlado pela vontade crescente de um assassino e serei sim o domador da fera que dentro do meu ser ruge e estremece meus sentidos.

    Quando alcançar tal nível de controle, ficarei satisfeito , lutarei ao lado dos meus companheiros e farei tudo para me tornar mestre. E quem sabe um dia treinar um ser tão destruído como eu, no começo de minha não vida e torna-lo tão forte e sábio quanto eu.

     1950 – Mansão Vermelha

    Como deixar que, machuquem um ser indefeso? Pobre menina, onde a inocência a enganou? Desde que acordei e conheci Pierre, meu monstro interior floresce de ódio e ira, estou cheio de vontades e uma delas é acertar um machado no meio do sorriso forçado desde infeliz.  Cage nada faz, diz que a fortuna de Pierre ajuda a manter a Ordem em “bons panos”. Confesso que tenho vontade de mandar meu alto mestre Cage colocar os “panos” citados em um lugar escuro e profundo de seu corpo.

    Já eu procuro meios de punir Pierre, mas nada posso fazer. Quero arrancar aquela pobre criatura do desespero. Descubro que ela não é a primeira, muitas foram torturadas por aquele sádico. E os altos mestres não impediram. Simplesmente fecharam os olhos e esqueciam da palavra que carregávamos.

    Pierre em sua loucura se achou apaixonado pela humana que ali estava amarrada. Não vi o rosto dela, mas sinto que é inocente,  frágil e está com medo. Pobrezinha.

    Tento recorrer a todos os sábios, procuro achar uma punição e nada. Quando fiquei sem esperanças, recebo ordens para ir até Cage e ao chegar na ‘ sala dos senhores’, vejo que tramavam algo contra Pierre e eu obviamente concordei em ajudar. Todos estavam cansados da atitudes impulsivas e grotescas dele. Tais feitos infantis poderiam colocar todos nós em perigo e nos expor sem necessidade. Vou chama-lo, Cage quer conversar com o sádico e eu quero conhecer a vitima.

    Salão Águia de Sangue

    Lilian, um belo nome para uma dama simplesmente linda. Mesmo machucada, sua beleza me encanta ferozmente. A voz já frágil, demonstrando medo, ela sabia que ele iria machuca-la mais e eu nada podia fazer por hora. Sei que ele vai engana-la falando que vai ceder a imortalidade como uma forma de punição e depois vai deixa-la jogada em um canto para morrer. Só que eu tenho uma carta na manga, assim que ele sair e terminar a “ falsa transformação”, darei meu sangue a ela, sendo assim,  tornando muito mais gratificante criar a arma mais poderosa contra aquele maldito. O famoso Carma iria bater na porta dele daqui algumas décadas.

    Agora ele será expulso e vamos dizer que ele fugiu. Mentira, mas uma mentira necessária por hora.  Mal sabe ele que não vamos deixar ela para morrer, como as outras… Não, não… Eu vou pessoalmente treinar o pior pesadelo da existência dele. Lilian saberá a verdade no tempo certo e ninguém vai ficar no caminho dela. E eu vou estar aqui para aplaudir teu sofrimento Pierre.

    Att: Trevor W.S

  • Girls night out – A missão – Pepe – Pt6

    Girls night out – A missão – Pepe – Pt6

    Fiquei um pouco receosa, achando que a Becky não daria conta de guiar a moto comigo na garupa, mas até que ela se virou. Claro, que não pilotou tão bem quanto o Fê e quase caímos por causa de alguns buracos.  Abstrai o medo de cair, me concentrei num celular que peguei de um dos capangas que matamos e depois liguei imediatamente para o Fê. Ele ficou feliz e bravo ao ouvir minha voz, mas me acalmou dizendo que estava junto do mestre da Lili, perto de nós e que logo tudo iria acabar.

    Seguimos eles por um tempinho até que pararam numa porteira no meio do mato e que aparentava ser  a entrada de algo maior. Esperamos eles entrarem e tivemos de dar conta de um dos seguranças que havia ficado de vigia. Novamente Becky distraiu o sujeito e eu cravei minhas presas no pescoço dele. Deixei um pouco de sangue no corpo para a Becky e depois que ela sugou o resto fomos como duas felinas sorrateiras para dentro do lugar.

    Na entrada tinha algumas arvores bem fechadas, que aos poucos foram ficando mais abertas e nos mostraram um lugar lindo. Estávamos numa sede social ou casa de campo grande e bem iluminada. A quantidade de seguranças havia dobrado e por algum tempo eu desejei apenas que o Fê chegasse e resolvesse tudo. Só que naquela hora eu me virei para Becky e vi seus olhos brilharem. Não consegui entender se ela estava excitada ou tão abalada quando eu, mas assim quem ela voltou a si ela me falou empolgada:

    – A Lili está amarrada num canto e desacordada. Tem mais alguém com o mago e tem tanto poder quanto o dele. Tem 14 criaturas ao todo por aqui e sem contar nós duas.

    – Uouu, como que você conseguiu ver tudo isso?

    – Usei um poder que ainda estou aprendendo, mas digamos eu levei meu espirito para dar uma voltinha pelo lugar e consegui essas informações.

    – Tô de cara amiga, será que consigo aprender? Brincs… O que sugere que façamos? Vamos esperar o Fê e pessoal?

    – Tô pensando, mas eu podia distrair alguns deles e tu podia entrar super-rápida e tirar a Lili.

    – Não sei amiga. E se o outro cara lá for mais punk que o mago que nos prendeu?

    – Tem essa também, bom vamos tentar ser o mais silenciosa que conseguirmos e ir acabando com eles aqui por fora então?

    – Ahh deixa aqueles três comigo, você  vai para o outro lado e nos encontramos atrás da casa.

    Mal deixei a Becky responder sim ou não e sai a toda para cima dos malditos. Pulei de um arbusto a outro e com duas passadas quebrei o pescoço do primeiro. Em seguida me escondi numa parede, depois agarrei o segundo pelas costas e antes dele gritar eu soquei sua garganta. Ele se contorceu  um pouco, mas sufocou em seguida. O terceiro viu minha aproximação, mas por sorte havia uma faca no colete do segundo e arremessei. Ela bateu numa das paredes e caiu longe do cara. Ele deu uma risada, veio até mim e começamos uma briga pelo chão. Ele era muito forte e conseguiu me prender de costa, só não contava com um contragolpe que o Franz me ensinou e me permitiu reverter a situação. Agora era ela que estava de costas para mim no chão deixando aquele belo pescoço a mostra. Foi por pouco e tudo aquilo havia me mostrado que eu precisava treinar muito mais. Não se trata apenas dos poderes, como diz o Fê.

    Encontrei Becky do lado de trás da casa e ela havia detonado mais quatro caras.

    – Só falta outros sete – Disse ela com o olhar ainda mais brilhante.

    – Ah tá fácil, e ai tem mais alguém aqui por fora?

    – Não, vem aqui, acho que conseguimos entrar pelos fundos.

    Tentamos entrar, mas tanto as janelas como as portas estavam seladas magicamente e tirando a forma espiritual acho que mais nada conseguia entrar naquele lugar. Além disso, eu marquei bobeira novamente e não percebi que alguns arbustos prenderam minhas botas ao chão. Olhei para os pés de Becky e ela também estava presa. Antes mesmo de tentarmos algo a cortina de uma das janelas foi aberta e surgia a nossa frente uma mulher velha. Seu olhos eram pretos por completo e assim que nos localizou ela olhou fixamente nos meus olhos e abriu a boca.

    Uma fumaça preta começou a sair da boca da bruxa, atravessando as frestas da janela e nos envolveu. Ficamos cegas, como se estivéssemos na escuridão completa. Tentei me mexer, mas tudo acontecia mais devagar, até que sinto um forte puxão no braço direito e que me arremessou para longe. Cai há  umas 7 ou 8 passadas largas da casa e pude ver próximo de onde eu estava um sujeito forte e com uma katana presa as costas. Ele fez o mesmo com a Becky e só depois disso percebi que ao meu lado estava Hadrian concentrado de olhos fechados e ao longe correndo em direção da casa o Fê em sua forma mais sinistra, bestial e demoníaca.

  • Girls night out – A missão – Becky – Pt5

    Girls night out – A missão – Becky – Pt5

    Corri o máximo que pude junto a Pepe, mas não estava com intenção alguma de fugir. Estava extremamente com raiva por não ter sentido a magia que nos rodeava antes de sermos capturadas. Mas, tínhamos uma missão a cumprir e faríamos isso com perfeição, mesmo com os incidentes. Além disso, a Lilian acabou ficando para trás, tentando nos ajudar e, ainda estava capturada, por tanto, não iríamos deixá-la.

    Sentamos em baixo de algumas árvores para recuperarmos o fôlego e pensarmos no que iríamos fazer. Pepe já não parecia tão machucada, se recuperava muito rapidamente e eu, era um pouco mais resistente, pois com as seções de tortura que Erner fazia a mim, meu corpo aprendeu a se regenerar mais facilmente.  Porém, aquela magia estranha vinda do tal mago parecia ter afetado nossas energias.

    – Pepe, precisamos pensar rápido no que fazer, não podemos ficar aqui paradas.

    – Eu sei Becky, mas ainda estamos fracas. Precisamos recuperar nossas energias, salvar a Lilian, que agora está lá sozinha e matar aquele maldito.

    -Matar todos aqueles malditos! Além disso, esquece que Lilian conseguiu mandar aquela mensagem para avisar o mestre dela.  Os nossos celulares foram completamente destruídos, não temos certeza se a mensagem foi realmente enviada e não podemos ficar esperando por eles, afinal, não é isso que o Fê esperava de nós quando nos mandou para cá.

    -Está mais do que certa Rebecca! Já sei o que podemos fazer… Ainda consegue confundir algumas mentes?

    Pepe era muito esperta, e teve sorte por ter como mestre, o Ferdinand. Eu havia aprendido muitas artimanhas com a necessidade de me virar sozinha. E então, partimos para a ação. Não tínhamos tempo a perder, afinal haveria poucas horas até o amanhecer. Aproximamo-nos do local, era uma casa antiga, com janelas altas e fechadas por dentro com madeiras mal pregadas. Mas, era possivel ver que havia luzes acessas. Caminhamos até os fundos da casa. Havia seguranças por todos os lados. Alguns capangas levavam Lilian cabisbaixa para dentro de uma caminhonete, ela e dois deles entraram no banco de trás, na frente, havia um na direção e um no banco do carona fortemente armado. Em outro carro, vimos mais alguns caras armados e o tal mago escoltado por todos eles.

    Pepe e eu nos aproximamos lentamente de dois caras que vigiavam mais a frente e estavam fora de vista dos demais. Com o pouco dos poderes que me restavam, confundi-os fazendo com que vissem vultos, algo que eu raramente conseguia fazer. Em um momento de distração de ambos, os pegamos pelas costas e com muita fome, bebemos todo aquele sangue sujo até não restar uma gota. Com as forças recuperadas conseguimos matar mais alguns pelo caminho, até acharmos algo que nos permitisse segui-los.

    -Para onde será que eles estão indo, Becky?

    -Para onde, eu não sei. Mas, acho que essa” troca” de esconderijo deve ter algum motivo.

    -Sabe pilotar essa moto?

    Eu olhei para Pepe, só havia pilotando uma moto em minha adolescência, o que quer dizer, há muuuuito tempo.

    – E temos outra opção, minha querida?

  • Girls night out – A missão – Lilian – Pt5

    Girls night out – A missão – Lilian – Pt5

    Que lugar é esse? Pensei comigo. Eu ainda estava tonta por causa de algum tipo de magia pesada e pela pancada que  havia levado na nuca, mas aos poucos  consegui lembrar do que havia acontecido. Estávamos sentadas num bar a beira da estrada, apenas observando o movimento no lugar, pois seria um dos locais de encontro dos capangas do tal mago que procurávamos.

    Passados alguns minutos, o lugar começou a ficar com um cheiro estranho, uma sensação de podridão,  indicando que algo pesado estava acontecendo naquele lugar. Puder sentir uma presença diferente, não era um vampiro ou lobisomem, mas sim um humano. Um humano com alguns dons bem notáveis. Olhei para Becky e Pepe, ambas pareciam retraídas com a tal presença, como se tivessem sido petrificadas. Vendo que tudo poderia ir por água abaixo e que talvez fossemos sequestradas ou atacadas não pensei duas vezes e mandei uma mensagem no Whatssap do Trevor : “Plano de ajuda ao Ferdinand indo para o buraco. Acione  o clã dele e os nossos da Ordem. Caso aconteça algo comigo, faça de tudo para salvar as meninas dele! Tentarei resistir ao máximo. Use o rastreador do meu celular para nos achar. Sorry Dad… I love you… :/”

    Assim que consegui mandar a mensagem, senti que a minha katana ainda estava escondida pelo feitiço do espelho. Olhei em volta mais uma vez, e contei quantos possíveis homens teria que enfrentar. Além da espada, todas nós estávamos armadas, não queríamos dar sorte para o azar, eu então coloquei minha mão disfarçadamente dentro da minha jaqueta de couro e segurei uma Colt Phython, e em meu cinto eu havia escondido algumas facas de arremesso. Antes de entrarmos lá também dei a Becky uma arma Colt Trooper e outra arma para Pepe, uma Desert Eagle.50.

    Mas de nada adiantou toda essa artilharia pesada, uma força maior e portadora de poderes mentais, entrou no lugar e baixou nossa guarda, em questão de segundos tudo foi para o ralo.  Senti uma mão tocar meu ombro e sussurrar algo do tipo “Seus poderes de luta não irão funcionar aqui. Melhor soltar essa bela Colt e nos seguir, se não suas amiguinhas morrem.”

    Quando olhei na direção da Pepe e da Becky, vi que estavam no chão, sendo amarradas, e que Pepe tentou resistir e levou alguns chutes no rosto. Aquilo me fez perder o controle, minha primeira reação ao ver as duas daquele jeito foi pegar e estourar os miolos daquele brutamontes e depois atirei em mais dois, antes de finalmente ser pega e poder ver o rosto do tal mago.

    – Olha o que temos aqui! Uma serva da famosa Ordem Vermelha… Senhores contemplem esse belo ser. Eles são treinados para matar de forma politizada. Como viram é melhor ficar com olhos bem abertos para essa bela donzela.

    Quanta arrogância para uma pessoa só! Um homem de estatura mediana, longos cabelos ruivos, olhos negros, parecia até o próprio Satã. Como ele sabia da Ordem?

    Minha cabeça girava, com perguntas e com a dor da pancada no estomago, e foi quando tentei me soltar, mais uma vez para salvar as meninas, levei uma pancada na nuca e tudo ficou escuro,  meu corpo cedeu a dor, caindo como uma pedra no chão.

    Quando finalmente voltei ao normal depois de seguidas pancadas e algum tipo de feitiço que nos deixou ali congeladas como pedras por o que parecia um bom tempo, pude me sentar e olhar ao redor, vi que estávamos em algum tipo de porão, ótimo lugar para manter alguém de refém. Procurei pelo meu celular, mas ele havia sido levado, junto das outras armas, inclusive a minha katana, óbvio que aquele cara estranho percebeu a presença dela e a retirou de mim. Chamei bem baixinho Becky e ela respondeu com uma voz muito fraca, mas consciente. Logo em seguida chamei a Pepe e não obtive resposta, o desespero bateu no meu peito, tentei de todos os jeitos me soltar, em um ataque de fúria consegui romper as cordas que prendiam minhas mãos e então pude soltar minhas pernas e ajudar a Becky a se livrar das amarras.

    Quando cheguei perto da Pepe a vi encolhida em um canto,  deitadinha, ainda presa, aquilo me deu um remorso, soltei ela e então a segurei em meu colo, o rosto dela ainda estava machucado dos muitos chutes que ela levou, se ainda conseguisse chorar como uma humana, com certeza eu estaria chorando naquele exato momento. Limpei o sangue dela com minha blusa, mais uma vez a chamei “Pepezita, acorda querida, acorda!”, milhares de pensamentos passaram por mim, um deles era , “Como o Ferdinand reagiria se a mais nova cria dele sofresse o pior?”, tive a certeza que ele ficaria sem rumo, afinal a Pepe era a menina dos olhos dele.

    Becky sentou ao nosso lado, e começou a fazer leves carinhos na cabeça da Pepe, eu ainda a segurava como se fosse um cristal pronto para quebrar. Mais uma vez chamei Pepe e para meu alivio ela finalmente respondeu “ Lili, Becky, meu corpo dói muito.”

    Lógico que doía, ela tentou de todas as formas nos proteger, foi forte, e acabou levando a pior. Eu claro que queria me vingar, e Becky compartilhava da mesma vontade de vingança.

    Após alguns minutos de silencio, Becky levantou-se e começou a vasculhar o lugar em busca de alguma saída, enquanto eu ajudava Pepe levantar do chão e ficar em pé. Becky achou a saída e conseguimos ouvir alguns homens do lado de fora patrulhando o local. Era noite para nossa sorte, mas estávamos sem armas, com a Pepe ainda bem machucada e a minha espada desaparecida, se ao menos eu a tivesse, tudo seria menos complicado.

    – Lili, você tem algum plano? Por que eu sinceramente não sei nem por onde começar.

    – Eu não sei Becky, meus planos nesta situação, são todos planos suicidas. Estamos desarmadas, rodeadas do que parece ser um pequeno exercito particular ali fora e a Pepe está muito machucada.

    – Se quisermos sair daqui, temos que tentar algo, certo?

    – Mas o que?

    – Se eu conseguisse chegar até a parte superior, poderia confundir alguns dos seguranças e você poderia tentar abrir passagem de alguma forma, levando a Pepe para fora e eu as seguiria.

    – É uma opção muito boa. Mas eu precisaria da minha espada para isso e para nossa sorte, consigo senti-la na sala ao lado.

    – Então vamos melhorar o plano, deixamos a Pepe escondida aqui enquanto subimos, pegamos tua espada e abrimos passagem. Eu volto para pegar a Pepe e a levo para fora e volto para te ajudar.

    – Não precisa Becky, assim que pegar a Pepe, dê o fora daqui! Não olhe para trás e nem tente voltar. Corra até o encontro do Ferdinand, ele provavelmente está a caminho daqui junto do meu mestre  e do clã de vocês. Mandei uma mensagem para Trevor antes de sermos capturadas. Talvez os caras daqui estejam esperando por eles também.

    – Lili eu não vou deixar você aqui! De jeito nenhum!

    – Você vai e vai levar a Pepe com você. Assim que encontrar com eles, tenho total certeza que virão ajudar.

    – Lili não…

    – Becky vai dar tudo certo!

    Era um plano um tanto suicida, mas era nossa única opção. Becky escondeu Pepe embaixo de uma mesa com o que parecia ser um lençol mofado e então se encontrou comigo na porta que poderia nos trazer nossa total liberdade ou a nossa ruina.

    – Preparada Becky?

    – Sim e você?

    – Também.

    Com um chute abrimos a porta e Becky se escondeu rapidamente atrás do que parecia ser um grande armário, dando inicio a manipulação mental nos seguranças, eu corri em direção a minha katana, ela estava nas mãos de um dos idiotas comandados pelo ruivo. Voltei até Becky e pedi que ela pegasse a Pepe, ela rapidamente foi e tive que enfrentar alguns homens, degolando, cortando braços, pernas e tudo que podia para abrir passagem para as duas. Becky ajudava Pepe correr enquanto eu abria passagem, senti que os poderes de manipulação da Becky estavam acabando e então empurrei as duas para o que parecia ser a porta de saída daquela casa e atrai os outros em minha direção. Vi que Becky correu alguns metros de distancia do lugar junto de Pepe e em um movimento eu senti uma fisgada na perna e então cai, pude ouvir Becky gritando meu nome, olhei na direção dela e apenas consegui dizer “ Corre! “, algumas lágrimas de sangue escorreram o rosto da Becky e da Pepe, mas elas obedeceram e saíram dali. Senti meus braços serem amarrados mais uma vez, mas aquilo não me incomodou, afinal tinha ajudado duas pessoas no qual eu criei um grande carinho e que demonstravam o mesmo afeto por mim, o mesmo afeto que eu apenas senti da minha falecida mãe e do Trevor, antes de conhecer o clã do Ferdinand.

    Pude sentir a presença do ruivo de novo, o mesmo cheiro podre junto dele.

    – Deixem as outras irem rapazes. Eu quero fisgar o grande Ferdinand e de brinde parece que teremos a presença dele e de mais dois vampiros antigos. Consigo sentir a presença do teu mestre querida e também de outro poderoso vampiro. Talvez consiga completar minha coleção de relíquias!

    – Você não vai conseguir nada. No fim de tudo isso eu vou assistir a sua cabeça sendo arrancada e colocada em uma mesa com um peso de merda para livros.

    – Veremos querida… Veremos! Além das amarras, calem a boca dela, toda essa falação está me dando nos nervos!

    Fui então jogada no porão novamente, agora eu apenas torcia para ser salva de alguma forma, sabia que Trevor e Ferdinand viriam, só não tinha certeza se seria a tempo. Mas mesmo que eu não os visse mais, uma sensação de dever cumprido  por ter ajudado alguém que me aceitou do jeito que eu sou com tanto afeto, já eram suficientes para mim.

  • Como eu encontrei o Ferdinand

    Como eu encontrei o Ferdinand

    Era uma típica noite em que eu decidi sair pela cidade, queria ver algumas pessoas e ficar um pouco sozinha, afinal eu moro em um apartamento com mais dois vampiros homens e eu sendo a única “mulher”, ainda tenho minhas necessidades femininas que incluem,  ler um bom livro, ir ao shopping gastar um pouquinho, as vezes assistir algum novo filme, ir a alguma exposição ou relaxar vendo um bom stand up. E nesta noite em particular, eu decidi mudar um pouco a minha rotina “feminina” e fui até um pub bem conhecido em uma das travessas de uma famosa avenida. Eu sempre gostei muito da diversidade de pessoas, estilos, os vários tipos de culturas que se misturam a noite nessas típicas travessas da avenida, pelo menos lá eu não me sentia tão “A estranha no ninho”.

    Esse pub em particular, apesar de estar muito cheio, era um lugar agradável, lembrava-me alguns pubs de Londres, com os banquinhos de madeira, o bar era bem rústico, exibindo vários tipos de cervejas e outras várias bebidas. Sentei-me em um canto mais discreto no balcão, pedi uma taça de espumante para disfarçar e fiquei ali, sentada, apreciando o lugar e como os humanos interagem.

    Após creio que uns quarenta minutos, senti uma forte presença aproximando-se, realmente muito forte, um vampiro antigo, e para minha sorte naquela noite eu decidi que não era necessário nenhum tipo de proteção… Eu sentei de uma forma mais ereta e comecei a me preparar para sair dali e sumir o mais rápido possível, só que a minha tática foi em vão, pois o tal vampiro sentiu minha presença (creio que ele sentiu a minha presença bem antes que eu percebesse a dele) e entrou no local que eu estava, alto, imponente, forte (lindo), parecia até que ele tinha saído de algum filme da época medieval. Cabelos longos despenteados, barba por fazer e vestido de forma simples:  jeans, camiseta preta surrada, allstar velho e carregando uma jaqueta de couro e um capacete vintage.

    Confesso que dentro de mim eu não sabia o que fazer, eu não sabia se acenava a cabeça como quem diz “E ai somos do mesmo time”, se eu pegava e saia dali correndo, ou se eu dava um abraço.  Minha primeira opção foi dar no pé, mas como nem tudo sai do jeito que a gente deseja, quando eu me levantei um pouco na cadeira, ele em questão de segundos virou o rosto para mim e me penetrou com aqueles olhos azuis e pensando algo do tipo: “ Boa tentativa, mas não”. Em minha cabeça eu só conseguia pensar “ Fuck, fuck, fuck, fuck”, e sentei de volta e esperei ele vir até mim.

    – Boa noite senhorita.

    – Boa noite.

    – Minha cara, o que faz alguém como você, sozinha, sem nenhum tipo de proteção aparente e em um lugar como este?

    – Creio que hoje eu deixei a inteligência em casa e esqueci que o mundo ainda continua um lugar perigoso…

    – Ah gostei do teu sarcasmo, e não eu não vou lhe fazer mal.

    – Eu tenho o dom do sarcasmo e ironia quando estou em uma situação como essa, me desculpe.

    – Situação como esta?

    – Com medo e um pouco de receio.

    – Como te disse, fica tranquila, não sou nenhum sádico.

    – Que bom, porque desse tipo eu já tenho até doutorado. Enfim, onde está minha educação? Prazer Lilian.

    – Doutorado? Interessante… Mas ok as formalidades… Prazer em te conhecer Lilian.

    – Prazer em te conhecer também…….

    – Ferdinand.

    – Ferdinand, um nome antigo e creio que Europeu?

    – Sim… Conheces a Europa pelo visto?

    – Sim, mais do que gostaria.

    – A curiosidade é uma virtude e um defeito que tenho, conte-me mais. Estou até pensando em arrumar uma banqueta e sentar-me ao teu lado se não for incomodo, é claro.

    – Imagine, não quero desperdiçar teu tempo com minhas bobagens. Alguém como você deve ter muito mais com o que se preocupar…

    – Tempo? Querida, o que eu mais tenho é tempo! Adoraria ouvir tuas histórias.

    – Se não for problema, e se você não for me prejudicar, vai ser um prazer lhe contar.

    – Te prejudicar? Por um acaso você vai me bater ou algo do tipo?

    – Não tenho motivos aparentes…

    – Então não há nada que te impeça de começar a falar…

    – Você é bem insistente e persuasivo…

    – É um dos meus dons.

    Depois disso, comecei a contar tudo o que havia passado para Ferdinand e ele foi muito gentil ao me ouvir e entender o que havia passado. Foi um gentleman por todo o tempo que ficamos lá e confesso que me senti mais a vontade e também um pouco mais segura perto dele. Não por ser extremamente forte, mas por ter tido a paciência e por ter me aconselhado em muitas coisas, coisas pelo qual levo muito em conta hoje em dia.