Tag: moto

  • É impressionante como eu nunca faço nada

    É impressionante como eu nunca faço nada

    É impressionante como eu nunca faço nada.
    É sempre a confusão que vem até aqui.
    Falo isso para o meu psiquiatra,
    Mas é claro, ele não entende….

    Estava eu naquelas minhas noites de desapego, sabe aquelas onde você sai mal arrumado, com cara de sono ou de poucos amigos? Pois bem, às vezes faço isso simplesmente para não ficar em “casa” e acumulando poeira. Claro que eu poderia fazer um milhão de outras coisas, mas colocar uma motoca na estrada, carregando uma mochila cheia traquinagens é sempre a melhor opção para mim.

    Parei num prostíbulo de estrada, aquelas casinhas com luz vermelha e que fazem a alegria dos caminhoneiros. Eu já tinha passado uma vez por aquelas bandas e até se engraçado com uma pequena. Uma mulatinha, nada demais, porém jeitosa e com uma boca carnuda, de dar inveja as gingas.

    Não, este relato não foi feito pelo Hector e tudo o que vocês precisam saber da minha “vida sexual” parou aqui. O negócio é que naquela noite qualquer eu estava de folga. Sem investigações ou terceiras intenções, apesar de estar sempre preparado… e odeio quando interrompido o meu barato, o meu momento pavão, ou como queiram chamar minhas saídas sem rumo.

    Gordo, barba por fazer, olhos castanhos escuros, cabelo comprido de um lado e raspado do outro, exibindo um brinco grande de prata. Cheirava a pólvora, mas o cheiro era suave. Provavelmente, tinha tomado um banho na estrada e com a água do caminhão.

    Chegou bancando o mothafucker, pediu uma garrafa de cachaça e sentou ao meu lado:

    – Cara eu tô fritando hoje!

    – Sei.

    – Cara eu tô muito loco!

    Silêncio.

    – Cara, cara… que foda!

    Silêncio.

    – Ca.…

    No quarto “cara” eu continuei em silêncio e virei de costas para ele.

    Cara me escuta aqui!

    Quando percebi que a mão dele foi-se sobre o meu ombro eu me movimentei rápido e ele quase caiu para frente. Ficou indignado, chamando a atenção, tá tô que dei um empurrão de leve para ele ir para trás.

    O barman, que também era o dono do lugar puxou uma Taurus de baixo do balcão e nos ameaçou:

    Vamo acabar com essa merda, ou não?

    Eu continuei na minha em silêncio, esperando a mulatinha aparecer é cara deu uma resmungada qualquer. Sentando-se depois em uma cadeira próxima.

    Fiquei na minha vendo TV, lambendo uns amendoins e jogando num copo vazio. Até que finalmente apareceu a bonitinha. Estava toda faceira de banho tomado, os seus cabelos cheiravam a algum xampu barato, mas o frescor de seu acordar era de dar inveja. Viu-me de longe, abriu um sorriso e foi se aproximando.

    Distraído pela garota, eu não percebi a aproximação do babaca, que interrompeu minha visão e chegou cheio de dedos. Ela fechou a cara naquele mesmo instante, tentou se esquivar do infeliz, mas foi agarrada por trás. Percebi que ela relutou o quanto pode até ficar presa sem chance.

    Olhei para o dono da espelunca que se ria e pensei comigo: “Nunca mexa com o meu gado”. Traduzindo, fiquei puto. Joguei os amendoins para trás do balcão e nos segundos em que o cara se distraiu eu agi muito rápido. Peguei uma bomba de gás da mochila, daquelas que mágicos usam, dei a coronhada no caminhoneiro e sai com a garota do lugar.

    Do lado de fora eu quase assumi meu lado bestial, vendo minha moto ao chão e a porra do caminhão quase em cima.

    – Respira Fe…

    – Não posso, minha querida! – Soltei sem pensar.

    Ela ficou me olhando preocupada e minha vontade era de ir atrás do infeliz ou passar com o próprio caminhão por sua cabeça, mas como a belezinha devia ser de uma empresa, atuaei despretensiosamente. Engatei um “ponto morto” aproveitei uma descida e dei um empurrão, longe dos olhos da moreninha. Ela ficou olhando, parecia tranquila e à medida que o caminhão ganhava velocidade, eu tratei de deixar a moto pronta para a viagem.

    A moto já estava ligada e eu ainda dava um “trato”, quando o dono da espelunca saiu porta a fora. Tossia muito, limpava os olhos. Tentou inclusive me ameaçar com palavras que não me lembro e alguns tiros para o alto. Neste tempo o caminhão caiu barranco abaixo, fez um barulho enorme, que chamou a atenção do barman e permitiu nossa fuga.

    Terminei aquela noite de volta ao meu refúgio, onde me deleitei nas curvas daquela menina.

  • Uma amizade improvável pt2

    Uma amizade improvável pt2

    “Quando se é jovem você sempre aceita o que consegue
    Mesmo bicicletas e regadores automáticos te molham
    Agora sei que há um jeito diferente de morrer
    Meu corpo respira, o coração ainda bate
    Mas não estou viva.”

    Risadas, bebidas, conversas para todos os lados, brincadeiras a parte, e eu estava naquele transe entre desvendar os mistérios da pequena Kate e me distrair em meio a tantas novidades sobrenaturais que eu estava presenciando. Peguei um copo de Jack (Sim caros humanos eu sei o que acontece com vampiros que se aventuram a tomar o néctar da verdade de vocês e não eu não me importo rs), precisei de alguns segundos para ligar alguns fatos e quando me dei por vencida entornei o copo por completo, pensei em pegar outro mas achei que seria melhor me esconder entre um cigarro e outro enquanto procurava Steven, o mesmo estava bem enturmado com uma de sua espécie enquanto eu fui persuadida novamente pela bela Kate – Jack Daniel’s? É algum tipo de auto punição? Imagino que saiba o efeito desagradável que isso vai ter mais tarde! – achei um tanto “fofo” o jeitinho preocupado dela, apenas pisquei e fiz um sinal para que me seguisse.

    Andei até minha moto sentei na parte do motorista e ofereci que ela se sentasse no carona, fiquei a encarar aquela vampira que sabe muitas coisas a meu respeito, ela apenas retribuiu o olhar e fez aquela cara de “E ai?!”, dei um trago e pensei bem no que falaria, ela foi mais rápida e me interrompeu mesmo antes que eu desse alguma palavra – Você costuma levar todas para a garupa da tua moto no primeiro encontro? –  aquilo me divertiu, encontro? WTF? – Não, eu geralmente não preciso nem disso, enfim… Sabes que me deixou curiosa com o lance “Temos muito em comum”… E ai o que me diz sobre? – Kate me olhou profundamente, agora não parecia com vergonha e sim desconfortável, tentei não passar mais desconforto para a vampira, seus olhos agora transmitiam receio – Ah deixa isso quieto por hora…. Na hora certa você vai saber… – hora certa? Sério isso? Se temos tanto em comum, devias saber que minha paciência as vezes deixa de existir, né?!

    Mais alguns cigarros e um papo descontraído, percebi que era hora de dar o fora dali, afinal não estou afim de virar churrasco ainda. Quando fui me despedir de Kate me surpreendi com a atitude da mesma, ela ficou de pé na minha frente e antes que eu pudesse ter algum tipo de reação, Kate me tomou um beijo nos lábios e eu fiquei apenas observando enquanto a pequena vampira ir embora em seu Corvete.

    Fiquei mais alguns minutos ali fora sozinha, tentando descobrir o que fazer com aquela peculiar vampira, ganhei o número de celular dela e um beijo que me deixou sem palavras, e agora? O que vinha depois disso? A revelação talvez desse mistério todo?! Tomara né?! Apenas peguei meu celular e lá havia uma mensagem de Whatssap da Kate, “Lili não fique pensando muito, afinal as melhores coisas da ‘vida’ são uma surpresa! Kisses Kate. :)”. Ela ainda vai me deixar maluca, e nós apenas nos conhecemos hoje, imagine como serão os outros encontros… Por que eu estou aqui imaginando e tentando adivinhar tudo o que está para acontecer…

  • Tô curtindo uma lobisomem

    Tô curtindo uma lobisomem

    Apesar da nossa missão em conjunto (A magia e os vampiros), não ter evoluído do jeito que imaginávamos, eu consegui finalmente um encontro com Claire, lembram dessa lobisomem? Aquelazinha que quase me matou, mas que depois arrancou vários suspiros…

    Pois bem, o palco desse encontro foi Londres, numa noite qualquer dos últimos meses. Franz havia tomado um rumo qualquer, h2 estava com ele e decidi retomar o contato com Claire para ver se nossas investidas haviam a ajudado em em algo. Bem na verdade eu tinha segundas, terceiras e quartas intensões ao falar com ela. Sim, como deves estar pensando sou teimoso “pra caralho”…

    Local marcado e lá estava ela ao lado de um daqueles pomposos taxis ingleses e linda como sempre. Eu por outro lado estava de moto, resolvi abrir a mão e comprei mais uma para minha coleção a clássica Norton Café Racer.

    – Hey nice bike, boy! Disse ela com tom irônico e todo aquele charmoso sotaque inglês.

    Inicialmente eu sorry, provavelmente estava com cara de idiota, mas me contive e continuei o papo. (em inglês)

    – Faltava uma destas na minha coleção, só preciso ver como vou levar para o meu “canto”. Aliás, quer dar uma volta?

    – Mas ela é monoposto onde vou sentar?

    – Isso é um problema?

    – Um pouco, mas pode ser…

    Ela sorriu, dispensou o taxi e subiu atrás de mim. Me abraçou com força e disse:

    – Nunca andei de moto, acredita?

    – Para tudo na vida e na morte há uma primeira vez babe!

    Não achei que seria tão fácil convencer ela, mas liguei a moto, lhe dei meu capacete e fui devagar no início. As estradas com muitas curvas pareciam não ter fim e acho que ela chegou a ficar enjoada em alguns momentos, pois me apertava mais e mais. Finalmente, chegamos perto de um mirante e por lá resolvi parar. O mirante ficava próximo de um povoado, com algumas casas e um “pseudocentro” comercial.

    Claire desceu meio cambaleante e se sentou em um velho banco de madeira. Por causa do capacete os seus cabelos estavam mais ondulados, o que lhe deixou ainda mais linda. Aproveitei o momento para me aproximar, mas ela foi arredia como sempre:

    – Stop… Nem vem!

    – Ok ok, calma só queria ver se está bem.

    – Estou sim…

    Peguei o capacete, coloquei pendurado no guidão da moto e quando me virei fui surpreendido por ela, que utilizou sua destreza lupina e parou com sua boca carnuda a centímetros da minha. O seu cheiro lupino estava aflorado e confesso que não era ruim, apenas forte. Por um instante ela mordeu os lábios e sim, não me aguentei segurei sua cabeça e tasquei um belo beijo.

    A verdade é que ela estava quente, fervendo e quase queimou minha pele frigida vampiresca, mas era bom! Tanto que por mim eu continuaria aquilo por horas, quando novamente fui surpreendido pela jeitosa brutalidade lupina e ela praticamente me jogou para trás. Não cheguei a cair mas foi por pouco. Olhei para ela e comentei.

    – Hey se não gostou não precisa me bater também.

    – Não, não é isso…

    Fui me reaproximando aos poucos e disse:

    – Quer falar sobre isso? Sou um bom ouvinte também.

    – Ah por agora não, quem sabe outra noite.

    – Bom eu vi um restaurante ali atrá, tá afim de comer algo?

    – Pode ser, essa volta de moto me deu fome.

    Passamos um bom tempo no restaurante, e fiquei impressionado com o gigantesco prato de Roast Beef bem malpassado que ela “destruiu” e por fim ficamos apenas na conversa. Falamos do projeto que tínhamos e não deu certo, falamos um pouco de nossas histórias pessoais e por fim chamei um taxi para leva-la para casa. Na despedida rolou um tímido “selinho”, meio boca meio bochecha e obviamente fiquei cheio de ideias.

    Fêmeas complicadas e cheias de problemas sentimentais, deve ser meu karma?

  • Lilian à Reunião – Pt5

    Lilian à Reunião – Pt5

    “Since I met you I’ve been crazy, since I’ve been with you I’ve been lost.You make everything see hazy, love comes with such a cos… Follow me down to the river,drink while the water is clean.Follow me down to the river tonight. I’ll be down here on my knees!

    “Lilian?”, uma voz bem familiar me chamou do outro lado da linha, reconheceria aquela voz de longe, “Becky, e ai como está?”, “Estou bem minha querida… E você? Soube que está fora, alias raramente te encontro no mesmo lugar!”, “Saudades? Rs”, ” Talvez, quem sabe… Hahaha!”, “Em que posso ser útil Becky?”,  “Estou seguindo para os EUA!”, ” Opa pra onde?”, “Tua terra gata!”, “Onde eu te pego?”, “Na sua moto cabem duas pessoas?”,” Não, mas tenho um querido irmão vindo atrás de mim que adoraria levar a outra amiga, se for mulher claro! kkkk”, “Então tudo certo, passo o horário certo e o local!”, “Vou resolver um assunto pendente esta noite e nos vemos amanhã logo que anoitecer! Até Becky!”, “Até Lili! Não aja muito loucamente, ok?”, “Não prometo nada!”…

    Enquanto eu estava encostada na moto esperando o Daniel e a Ana li, fiquei repassando tudo o que faria com aquele cretino do Pierre… Mas antes vamos retomar um pouco desta confusão; por todos estes anos (porque cai aqui entre nós, não foram poucos) eu fiquei sem descobrir nada sobre essa “maracutaia”,”farsa”, “falta de vergonha na cara”, chamem do que quiser, que o Trevor veio escondendo de mim… Ai eu paro e me pergunto, como? Pra que? Porque? O cara falou que o outro foi expulso e recluso para longe da Ordem jurado de morte se aparecesse por perto, que um dia eu iria me vingar do cretino que só me fudeu e agora eu descubro que o Trevor fez o favor de deixar o Pierre “vivo”, ter um negócio lucrativo com ele, deixou o cara por perto da minha mãe por alguns anos, me treinou pra matar o então “sócio” dele, se “apaixonou” por mim, tivemos basicamente um casamento de uma vida humana, pra descobrir agora que ele não vale o que bebe…….

    Puta que o pario!!!!! Que confusão do cacete, se pra mim está difícil de juntar o tico e o teco desta história, imagina pra quem está lendo isso aqui…. Enfim, vamos continuar, agora o que eu faria? Eis a questão né?! Quem pouco me conhece sabe muito bem que eu não deixaria pedra sobre pedra, até conseguir acabar com Pierre e por tudo dar uma lição no Trevor.

    Meu querido irmão Daniel e minha muito amiga Ana li, me seguiram logo que eu sai praguejando de perto do Trevor. Daniel me ligou e pediu minha localização e estava vindo atrás de mim, ele parecia tão revoltado quanto eu, percebi pela voz dele que ele tinha no minímo falado umas poucas e boas pro Trevor, sem deixar escapar qualquer detalhe do que ele estava pensando na hora.

    Alguns minutos mais tarde, perto das duas da manhã, ele e Ana Li chegam e então me dão um abraço em grupo, tenho que confessar que aquilo me deu uma animada. “Maninha! Cara nem sei o que te falar grandona…”, “Apenas me diz se esta nesta comigo…”, “Sempre Lili, sempre! Na alegria e no punho, lembra?!”, “Lembro, como esquecer? Ana Li?”, “Lili eu sempre sigo pelo correto, pode contar comigo pra chegar naquele ser imundo… Falando nisso, Trevor nos deu as coordenadas pra chegar onde ele fica…”, “Ele deu é? Daniel?”, “Minha sugestão é analisar lá antes de entrar….”, “Sigo da opinião do Daniel Lili…””Então, estamos esperando o que?”

    Liguei a moto e seguimos em direção as coordenadas que o Trevor nos tinha passado, eu sabia que no fundo ele tinha se arrependido ou não queria que nosso relacionamento caísse na merda total… Quando faltavam alguns quilômetros para chegar no local, decidi que era melhor esconder as motos e seguir a pé.

    Sabe a sensação que você tem de que vai dar algo errado? Pois é, eu estava com essa sensação… Quanto mais perto do local, mais perto de dar merda… E ai o que você faz? No meu caso, eu continuo e ai eu vejo o que fazer, por que vamos ser honestos, neste tipo de situação não dá pra ficar de esquemas mirabolantes e táticas bem planejadas, as vezes em alguns momentos da vida a gente tem que chutar o balde, bater no peito e cair pra dentro do que der e vier. Se eu desse uma bobeada o Pierre sumiria mais uma vez pra Nárnia ou pra Terra do Nunca e eu ficaria mais alguns anos atrás dele… Não né! Se você tem a chance, agarra e vai! Sem medo, coragem e persistência são atitudes que ajudam e muito em algumas situações!

    “Lili, é ali!”, falou Ana Li em um tom baixo. Olhei o terreno, senti as presenças e ou era bom demais pra ser verdade, ou era uma armadilha, sabe-se lá se aquele louco da montanha não tinha algum tipo de guarda pessoal que ficava andando pela região…. Vai saber né, daquele insano eu espero qualquer coisa!

  • Como encontrar um vampiro – pt2

    Como encontrar um vampiro – pt2

    A década de 60 foi uma década onde curti a não-vida “adoidada”, mesmo que em certos momentos eu tenha passado por noites muito tensas. Mas, foi mais ou menos nessa época que conheci Eleonor que por muitas vezes falou sobre “Dom Ferdinand” que segundo ela, era um verdadeiro gentlemam. Além disso, Eleonor se tornou uma grande amiga, com quem pude contar durante anos. Mas, as coisas estavam difíceis para mim em certa época onde eu não podia confiar em ninguém e, por isso precisei sumir por um bom tempo.

    Porém, Eleonor falava tanto do Sr. Di Vittore que minha curiosidade por conhecê-lo era imensa, além disso, quando soube que ele estava por perto, eu sabia que ele poderia ajudar-me diante da minha situação. Fiquei incrivelmente surpresa por ele ter aceitado conversar comigo quando entrei em contato inicialmente, e ter a amizade e referência da Eleonor contou muitos pontos para que isso fosse possivel.

    Quando recebi a ligação de Ferdinand, marcamos em um lugar próximo ao hotel em que eu estava. Arrumei-me, e caminhando apenas algumas quadras pude ver sua Harley estacionada. Ele era ainda mais alto que Sr. Erner e eu me senti ainda menor embora não seja  tão baixinha. Vestia uma jaqueta de couro e um tênis surrado. Estava escorado na moto olhando algo no celular.

    Então, eis que meu celular toca. E automaticamente ele olha em minha direção e percebe que eu estava ali há algum tempo o observando e pensando se deveria ou não me aproximar.  Envergonhada, cumprimentei-o e falei:

    -Não basta já poder sentir minha presença?

    -Muito prazer em conhecê-la também. És ainda mais baixinha do que eu imaginava!

    Naquele instante percebi seu “elevado” senso de humor, “nem sou tão baixinha assim” pensei e como se nos conhecêssemos há anos conversarmos durante longas horas em um café que havia por perto.

  • A vampira ruiva

    A vampira ruiva

    Hoje começarei a contar sobre uma nova “personagem”, confesso que ainda nos dias de hoje e depois de quase cinco anos de site, me é estranho chamar meus amigos e conhecidos de personagens. Todavia, como sempre, isso se faz necessário para ocultar nossas reais identidades. Portanto, hoje falarei de Letícia…

    Assim como Stephanie, Letícia também entrou em nosso mundo aqui pelo site. Porém, ao contrário da anterior, esta já havia sido transformada em Wampir há muitos anos atrás. Letícia é uma Wampir nova ou como alguns de nós apelidamos esta fase: pupillus ou simplesmente pupilo.

    Tudo começou por causa de um e-mail no qual ela se apresentou. Desde então tivemos várias conversas, que se estenderam ao telefone e dentre os quais falamos muito sobre Wampirs conhecidos em comum. Até que depois de tais confidências finalmente agendamos um “bom papo de boteco”. Sim, vocês sabem que a Bohemia é constante em nossas não vidas, sendo assim, nada melhor que um local movimentado e com boa música para fazer novos amigos.

    Mesmo com tudo agendado noites antes, tive de ir sozinho a nosso primeiro encontro, pois todos os outros estavam ocupados. Inclusive Sebatian, que há semanas pesquisa para mim um feitiço novo chamado Vita ultra modum, mas isso é outra história. Era uma noite fria destas típicas de outono no Brasil, um vento fresco pairava no ar e as estrelas convidavam qualquer um a um belo passeio. Sendo assim nem pensei duas vezes antes de sair com uma de minhas motos, aliás, estou gostando cada vez mais da minha nova moto e do silencioso “giro” de seu potente motor elétrico.

    23h00m em ponto e lá estava eu sentado a mesa de um tradicional boteco que eu frequento, é um dos negócios que tenho em sociedade com o Franz, então estava digamos seguro. Sem saber muito da aparência da garota eu fiquei lhe esperando por longos 23 minutos. Percebendo que pontualidade não era o forte da pupilo, aguardei mais alguns instantes até que finalmente percebo uma energia moderada vindo de algum lugar próximo a mim.

    Olho para os lados e como toda Wampir novinha lá estava à espalhafatosa ruiva, que havia deixado de lado os conselhos que eu havia dado sobre vestimenta. Trajando um belo corselete verde que parecia lingerie, com calças jeans super justas e um casaquinho preto. Um belo salto a deixava com mais de 1,75 e a carregada maquiagem escura a faziam parecer uma garota de programa da Baixo Augusta.

    Com a primeira impressão deixando a desejar, só me restava aguardar que ela viesse ao meu encontro. Então dito e feito, ao menos o poder de sentir os sobrenaturais ela havia aprendido e não demorou até que parou ao lado de minha mesa. Sr. Ferdinand? – Perguntou ela – Sente-se minha querida – Disse eu ficando de pé e puxando a cadeira para que ela se acomodasse.

    Então finalmente chegastes senhorita Letícia, é um prazer tê-la aqui esta noite! – Por mais que eu me sinta incomodado com atrasos ou algo do tipo eu não consigo tratar mal uma mulher. Primeiras impressões a parte e o papo durou por longos minutos, entre uma ou outra beliscada de água para disfarçar as aparências. Nunca é fácil aceitar a companhia de novos indivíduos em nosso convívio, porém Letícia havia gerado belas expectativas. Principalmente por confessar de quem ela era pupilo e tendo em vista o renome de seu mestre.

    Noites depois Franz também quis conhecer a pupilo e me jurou de pés juntos que só conversaram… Difícil acreditar que ela não tenha experimentado os lençóis de meu irmão, porém ele está convicto que ela pode andar mais vezes conosco. Independente do que eles tenham feito, imagino que ele tenha lido a mente da ruivinha e visto as suas principais intenções.

    Novos aliados? Amigos? Só o destino sabe o que esse novo contato irá nos trazer…

  • Vampiro de mal humor

    Vampiro de mal humor

    Esta noite aconteceu algo um pouco diferente comigo, mas nem tanto.

    Como a Beth ainda está longe eu tenho passado minhas noites vagando por ai em busca de novidades e indo a lugares no qual nunca vou normalmente. Costumo praticar aquela ideia de que quando andamos por ruas diferentes descobrimos coisa diferentes, o que acaba resultando por consequência em novos aprendizados.

    Nesta noite que passou de quinta-feira para sexta-feira, encontrei um bar novo em uma fábrica fechada e próxima a um viaduto. Sabe aquele lugar no qual sempre passamos mas nunca damos muita bola? Confesso que só percebi este em função de minha audição aguçada e de algumas luzes que piscavam por trás de algumas janelas escuras e sujas.

    Fiz alguns breves contatos e soube que era uma baladinha alternativa, mas sem perigos (aparentes) aos sanguessugas.

    Estacionei a moto, desta noite a HD, em uma rua próxima e fui para a baladinha. Sempre fico com um pé atrás quando a porta da balada é fechada e não tem nenhuma alma penada cuidando, mas resolvi mesmo assim me arriscar nesta investida.

    Bati na porta que era de ferro enferrujado com o bico da bota e poucos segundos depois  ouço passos e alguém na sequencia a arrasta lateralmente. Surge então uma mulher grande e forte quase do meu tamanho (1,90) trajada com um elegante terno preto, camisa preta e gravata preta. Óculos preto estilo Ray-Ban e sapatos cuidadosamente lustrados e brilhosos completavam o look da gigante.

    Ela me olhou de cima em baixo, baixou um pouco os óculos sobre o nariz para me ver melhor e me disse:

    –       Tem convite?

    Fiz um sorrisinho de canto de boca,  me aproximei dela e a uns 40 cm de distância de seu ouvido lhe digo:

    –       Preciso?

    Ela então se afasta um pouco para trás, abre o paletó e me dá um cartão verde escuro quase preto, onde havia escrito apenas “VP“ com uma tinta prateada e já um pouco gasta. Penso em perguntar algo, mas ela abre um pouco mais a porta para que eu entre e me acompanha por um corredor escuro que leva para uma escada até uma porta. Ela abre então a porta e lá estava a baladinha.

    O ambiente era de fábrica, muitos corrimões de ferro, dois bares, algumas mesas e cadeiras de ferro, alguns sofás, alguns coqueiros altos. Um DJ em uma pick-up e várias pessoas diferenciadas. Haviam góticos, play boys, patricinhas, gente sem definição e até alguns engravatados mais excluídos. Acho que depois de tanto tempo indo a lugares de gosto duvidoso eu já não vejo tanta coisa estranha.

    Enfim, fiz o procedimento Galego de sempre, olhei ao redor para perceber, imortais, fucei pelo bar, dei um pulinho pelos banheiros. Isso tudo vai parecer estranho para alguns, mas infelizmente é uma rotina necessária quando se possui muitos inimigos como eu e se está em um local diferente e ainda desconhecido.

    Para minha sorte era apenas um lugar diferente então resolvi sacudir um pouco o esqueleto, dancei por alguns minutos. Algumas meninas tentaram flertar comigo, mas não estava com cabeça para tal coisa, nem mesmo para brincar. Já faz algum tempo que venho pensando na Beth e em como nossa situação vai ficar e isso com certeza é o maior dos meus problemas pois realmente amo ela.

    Uma hora e pouco la dentro, já passava das 2 da manhã e resolvi ir embora. Passei no caixa, paguei a quantia mórbida de R$100 reais e fui para minha moto. Para quem achava que essa noite não ia dar em nada vejo ao longe um cara montado na minha moto, que conversava com um outro que estava encostado no muro fumando algo.

    Existem noites em que até uma briguinha não é bem vida e continuei normalmente até chegar perto da moto, onde parei e fiquei esperando o cidadão se levantar. Acontece que os dois continuaram conversando e nada de se levantarem. Sabe eu juro que tento ser paciente, mas nos últimos anos as pessoas insistem em fazer merda. Será que alguém pode me explicar por que alguns humanos precisam levar uma boa surra de vez em quando?

    –       Amigão preciso ir, será que tu se podia levantar dai?

    Para encurtar um pouco a história, o cigarro do outro cara foi parar dentro do ouvido do babaca que estava infectando o banco da minha moto. Já que ele parecia ser surdo nada melhor do que usar os ouvidos deles para apagar a bosta do maldito cigarro que estava me incomodando.

    Sim estou numa fase ruim…

  • Quiseram assaltar o vampiro

    Tem dias que eu paro e penso: Porra será que eu atraio bandido ou foi minha visão que se ampliou e está treinada quando o assunto são os vagabundos? Prefiro achar que minha visão está treinada, por que ninguém merece atrair tanto mala assim.

    Hoje eu acordei cedo, o dia terminou com uma baita chuva, esta que, aliás, começou enquanto eu dava uma pequena volta de moto pelo centro da capital. Sabe aqueles dias em que tu ligas o foda-se e sai por ai sem rumo, então era esse o meu objetivo. Na verdade foi uma péssima idéia por que Floripa nesses dias vira o caos, horário de pico com todo mundo saindo do trabalho perto das 19 e chuva, ou seja, o circo estava pronto e tudo indicava que ia dar merda para o palhaço aqui…

    Eu ali na moto esperando o sinal abrir quando me deparo com um Celta preto com 4 indivíduos, tudo bem, se não fosse um deles abrir a porta traseira e apontar uma Magnun 44 cromada para uma mulher que passava correndo. No susto ela jogou a bolsa pra ele e continuou correndo. Estranho, será que foi assalto? Pensei comigo, mas continuei ali de “butuca”. Até que correndo de baixo do toró vinha um velhinho com uma capanga (carteira grande coisa de velho) e um guarda-chuva. Novamente o cara abriu a porta mostrou a arma, murmurou algo e raptou mais uma carteira.

    Nessa altura do campeonato a rua já estava alagada e eu tive de parar a possante na calçada um pouco a frente do carro e lá era um alvo fácil. Moto importada e sozinho uma isca perfeita! Foi só esperar e não demorou muito para o Celta parar na minha frente. Um dos caras abaixou o vidro pediu que horas eram, fiz uma expressão feliz e disse hora de tu levar pau seu filho da puta… Dei um soco nele que ficou meio norteado e antes do motorista arrancar, chutei o vidro da porta de cima para baixo com minha bota. Nesse momento os outros dois abriram suas portas e saíram correndo, como estava em público e não podia usar poderes sai atrás deles na corrida. Bummm… dei uma voadeira nas costas do infeliz, que caiu bateu a cabeça e ficou inconsciente. Arrastei-o até o carro, subi na moto e fui atrás do último.

    Droga sirenes é impressionante como a policia sempre chega na hora errada! O cheiro de medo estava no ar… Cerrei os olhos por um instante e não foi difícil sentir o cara bem próximo. Era a esquina de um prédio em construção, do outro lado uma padaria, do outro uma casa de muros altos e na frente um terreno baldio. Há há há lá estava ele no mato. Estacionei a moto calmamente, olhei para os lados e para o prédio para ver se ninguém estava me observando e pulei no mato. Escuridão total, temporal, foi fácil passar despercebido. Enfim, pulei no mato e fui surpreendido com dois tiros, um pegou no braço esquerdo e outro na coxa direita. Merda, nesse momento eu fiquei puto, saltei em cima do malaco e quebrei seu pescoço como se fosse o de uma galinha. Merda merda merda… Respirei fundo e me acalmei, o calor das malditas balas ia esfriando dentro da pele, mas tive que arrancá-las com os dedos mesmo e isso dói. Alá, Rambo mordi um pedaço de pano para não gritar e as tirei, caralho vocês não imaginam como a porra de uma bala dói.

    E ainda tinha o corpo do infeliz, bom essa é a parte que mais gosto. Cavei uma cova com as mãos mesmo e o enterrei por ali… Maldito apodreça no inferno…

    Tudo isso ocorreu em 22 minutos no meu início de noite entre as 19 e 20 horas, ou seja, ainda sinto um pouco de incômodo onde levei os tiros, mas a cicatriz já se fechou. Claro que estou longe de Floripa e vou ficar um bom tempo sem ir para lá. De qualquer forma ainda estou na estrada e parado em um posto, não chove mais, mas já estou quase em casa…