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  • Uma amizade improvável pt2

    Uma amizade improvável pt2

    “Quando se é jovem você sempre aceita o que consegue
    Mesmo bicicletas e regadores automáticos te molham
    Agora sei que há um jeito diferente de morrer
    Meu corpo respira, o coração ainda bate
    Mas não estou viva.”

    Risadas, bebidas, conversas para todos os lados, brincadeiras a parte, e eu estava naquele transe entre desvendar os mistérios da pequena Kate e me distrair em meio a tantas novidades sobrenaturais que eu estava presenciando. Peguei um copo de Jack (Sim caros humanos eu sei o que acontece com vampiros que se aventuram a tomar o néctar da verdade de vocês e não eu não me importo rs), precisei de alguns segundos para ligar alguns fatos e quando me dei por vencida entornei o copo por completo, pensei em pegar outro mas achei que seria melhor me esconder entre um cigarro e outro enquanto procurava Steven, o mesmo estava bem enturmado com uma de sua espécie enquanto eu fui persuadida novamente pela bela Kate – Jack Daniel’s? É algum tipo de auto punição? Imagino que saiba o efeito desagradável que isso vai ter mais tarde! – achei um tanto “fofo” o jeitinho preocupado dela, apenas pisquei e fiz um sinal para que me seguisse.

    Andei até minha moto sentei na parte do motorista e ofereci que ela se sentasse no carona, fiquei a encarar aquela vampira que sabe muitas coisas a meu respeito, ela apenas retribuiu o olhar e fez aquela cara de “E ai?!”, dei um trago e pensei bem no que falaria, ela foi mais rápida e me interrompeu mesmo antes que eu desse alguma palavra – Você costuma levar todas para a garupa da tua moto no primeiro encontro? –  aquilo me divertiu, encontro? WTF? – Não, eu geralmente não preciso nem disso, enfim… Sabes que me deixou curiosa com o lance “Temos muito em comum”… E ai o que me diz sobre? – Kate me olhou profundamente, agora não parecia com vergonha e sim desconfortável, tentei não passar mais desconforto para a vampira, seus olhos agora transmitiam receio – Ah deixa isso quieto por hora…. Na hora certa você vai saber… – hora certa? Sério isso? Se temos tanto em comum, devias saber que minha paciência as vezes deixa de existir, né?!

    Mais alguns cigarros e um papo descontraído, percebi que era hora de dar o fora dali, afinal não estou afim de virar churrasco ainda. Quando fui me despedir de Kate me surpreendi com a atitude da mesma, ela ficou de pé na minha frente e antes que eu pudesse ter algum tipo de reação, Kate me tomou um beijo nos lábios e eu fiquei apenas observando enquanto a pequena vampira ir embora em seu Corvete.

    Fiquei mais alguns minutos ali fora sozinha, tentando descobrir o que fazer com aquela peculiar vampira, ganhei o número de celular dela e um beijo que me deixou sem palavras, e agora? O que vinha depois disso? A revelação talvez desse mistério todo?! Tomara né?! Apenas peguei meu celular e lá havia uma mensagem de Whatssap da Kate, “Lili não fique pensando muito, afinal as melhores coisas da ‘vida’ são uma surpresa! Kisses Kate. :)”. Ela ainda vai me deixar maluca, e nós apenas nos conhecemos hoje, imagine como serão os outros encontros… Por que eu estou aqui imaginando e tentando adivinhar tudo o que está para acontecer…

  • Uma nova jornada – Parte III: a primeira vez de Becky

    Uma nova jornada – Parte III: a primeira vez de Becky

    Após a minha conversa com o Fê, entrei em contato com Antoni. Nos falamos pela primeira vez após a França e marcamos a data na qual Lorenzo e eu faríamos nossa viagem. Antoni empolgado, explicou-me que eu deveria passar ao menos um mês junto a eles para que pudesse conhecer boa parte dos métodos de seu clã. Um mês passaria rápido, mas era um tempo que me pareceu longo, visto que eu teria que adiantar muitos negócios em minhas empresas, para poder me desligar totalmente de tudo. Questionei-o sobre o fato de Lorenzo ser um humano, e isso não pareceu um problema para Antoni que se prontificou a recebê-lo de qualquer maneira. Confesso que nas noites que antecederam a viagem, já com os preparativos sendo encaminhados, tentei controlar a ansiedade e o desejo de desistir. Mas, muitas vezes, Lorenzo me incentivava e renovava meus ânimos, “Eu estarei lá com você, Beckynha…”

    Na véspera da viagem, saímos para fazer algumas compras logo que anoiteceu. Lorenzo precisava de algumas roupas de inverno, e ajudá-lo com isso, me distrairia. Na volta, brincávamos no carro enquanto o motorista que eu havia contratado dirigia discretamente. Pela primeira vez em décadas, resolvi contratar alguns funcionários fixos para questões pessoais. O motorista era um homem alto, moreno e de poucas palavras, que dirigiria para mim, apenas durante a noite. Planejava contratar uma funcionária para cuidar do meu novo apartamento, e para me acompanhar nos locais onde eu estivesse, por período integral, mas ela certamente teria que se tornar uma Ghoul também, por tanto, eu não havia decidido nada sobre isso. Deixando essas questões de lado e voltando ao que interessa, o clima no carro pareceu esquentar, e eu já planejava algumas artimanhas para praticar com Lorenzo, quando chegássemos em casa. Subimos o elevador em meio a abraços, beijos e amassos, mas quando chegamos, fui interrompida.

    – Rebecca, calma, por favor!

    – Ah Lorenzo, para com isso… – Falei enquanto dava algumas mordiscadas em seu pescoço.

    – Rebecca, estou falando sério. Será que posso comandar nossa brincadeira ao menos uma vez?!

    Olhei surpresa para sua expressão séria. Lorenzo me contrariar tinha se tornado algo raro, após transformá-lo em meu Ghoul. Mas, depois que voltamos da França, algo estava diferente. Talvez o ritual que fizeram, ou o tempo em que ele ficou sem o meu sangue, tivesse mudado algo. Nos primeiros dias, Lorenzo havia ficado deturpado, demonstrando pequenos sinais de loucura, como uma espécie de abstinência. Mas, logo havia se recuperado. Em volta a esses pensamentos, demonstrei certa preocupação, o que o fez se explicar rapidamente, deixando-me mais tranquila:

    – Rebecca, eu também tenho meus impulsos e meus desejos. Gosto de você, do sei jeito. Mas, queria tentar algo diferente. Você desperta em mim vontades diferentes.

    – Como assim Lorenzo?

    – Eu quero amar você. Não simplesmente fazer sexo, entendeu?

    Pensei por alguns instantes.

    – Eu não sei bem como fazer isso. O jeito que conheço é esse.

    – Mas, existem outros jeitos. Deixe-me mostrar a você? – Falou segurando meu queixo e sorrindo.

    Lembro- me que a primeira vez que me envolvi com alguém, foi com Thomas, claro. Tenho tentado apagá-lo de minha memória, mas certas coisas são inevitáveis. Mas, naquele momento, as lembranças vinham para mostrar que outras opções existiam, e que eu tinha direito a pelo menos experimentar outro lado. Talvez um lado mais humano que se perdeu completamente no tempo. Aquela era uma primeira vez. A primeira vez em que eu, Becky, me permiti sentir algo, ao menos mais carinhoso. Sem dor, sem tortura, sem sofrimento. Sem causar isso em alguém. Era redescobrir o controle e meus desejos. Era, de certa forma, uma nova maneira de privação e de sentir prazer, talvez…

    Lorenzo pegou- me no colo, rindo e lançando-me em cima da cama. Tirou a camisa e me deixou admirá-lo. Meu desejo de arranhá-lo e vê-lo sangrar precisaram ser contidos. Depois, veio lentamente em minha direção com seus lindos olhos verdes me fitando. Fiquei observando, a espera. Despiu-me lentamente, enquanto espalhava beijos quentes por todo o meu corpo. Deitado sobre mim, já nu, parou por alguns instantes e olhando em meus olhos afagava meus cabelos, beijava meu rosto, meus olhos, o canto dos meus lábios, pedindo para que eu sentisse aquilo tudo e tivesse paciência. Sua língua procurando a minha e chegando até minhas presas, o que me provocou certa reação, que consegui controlar. Era algo que foi se tornando bom, e me permiti ir além do desejo de mordê-lo. Provocando-me desta forma, nossos corpos se uniram em um movimento lento, até chegarmos ao ápice, explorando, delimitando e sentindo com mais intensidade um ao outro. Passamos um bom tempo enrolados. Seu corpo quente aqueceu meu corpo frio e gélido, fazendo me sentir bem. Fechei os olhos por alguns instantes, sentindo sua respiração, ouvindo seu coração bater forte e logo me lembrei de nossa viagem. Logo lembrei que Lorenzo estaria comigo, e que isso também foi se tornando algo bom.

  • Uma nova jornada – Parte II: conversa entre amigos

    Uma nova jornada – Parte II: conversa entre amigos

    Aquele som de telefone em espera e eu, cada vez mais ansiosa. Então, finalmente ouço sua voz grave e divertida:

    – Hey Becky, qual é o ar da graça?

    – Oi Fê! Muito ocupado? Está a fim de sair para bater um papo? Ter uma conversa num lugar bacana…

    – Humm como sabes que estou sem planos para hoje à noite? Tá sabes que não nego um “rolê”, ainda mais com essa lua gigante no céu. Te encontro ai antes da meia noite!!

    – Ok, cinderela, até daqui a pouco, então… – Brinquei.

    – Hey! Cinderela não!! Sabes bem que no meu conto de fadas eu tô mais pra “lobo mal”. – Falou fingindo repreensão.

    – Em pele de cordeiro, claro… – Completei.

    E naquele momento, imaginei que meu amigo deveria ter revirado os olhos e caído na gargalhada enquanto desligava o telefone. Avisei Lorenzo que iria sair por algumas horas, troquei de roupa e ao sentir a presença de Ferdinand por perto, peguei minha Gucci e desci calmamente o elevador, até me deparar com aquele loiro de olhos azuis.

    – Pra quem precisava de um lugar tranquilo… Acho que essa aqui é uma das ruas mais calmas da cidade!

    – Já ouviu que é mais fácil se camuflar em uma multidão? Mas, aqui é um lugar tranquilo, sim. Os bares e restaurantes são boêmios, há cafés, pubs e os frequentadores são na maioria pessoas maduras, não vejo arruaças por aqui. Vamos caminhando? Tem um lugar bacana por perto!

    – Vamos, vamos. Tu com essa empolgação de sempre… – Exclamou, esticando o braço e fazendo a frente para irmos.

    Enquanto caminhávamos, jogávamos conversa fora em meio a risadas devido ao Fê e suas piadas sem graça. Chegando a um restaurante típico italiano, sentamos em uma mesa discreta.

    – Em que posso servi-los?- Disse o garçom, se aproximando.

    – Nos traga uma garrafa do seu melhor vinho, querido. – Pedi tentando afastá-lo rapidamente.

    Não bebemos o vinho, claro, mas desse modo nos deixaram ter nossa conversa.

    – Então, brincadeiras a parte, o que tu me contas? – Questionou Ferdinand.

    – Na verdade Fê, eu gostaria da sua opinião. Recebi um convite.

    – Um convite, sei!?

    – De Antoni.

    – Do gêmeo do babaca lá do Erner???

    – Do gêmeo do babaca do Erner… Ele pediu desculpas, falou em redenção e nos convidou para passar ao menos uns tempos com o clã dele.

    – Nos convidou?

    – Eu e Lorenzo.

    – Humm…

    – O que acha disso? Ele não tem obrigação de concertar o passado, e coisas que não fez. Mas…

    – Bom, tu que sabes. Se vai te fazer bem, não vejo mal algum em buscar mais conhecimento. Mas, me diz uma coisa. Essa cabecinha linda tem algum motivo em especial para ir?

    – É… Não. Só curiosidade, vontade de aprimorar meus poderes, eu nunca tive um treinamento eficaz. Aprendi tudo sozinha, vamos ver como me saio por lá…

    – Tá, já sei. Está se sentindo carente e desamparada sem um mestre….

    – Eu carente? Sabes que não. – Falei mostrando a língua e rindo – Não é isso. Na verdade, nem sei o que é ter um mestre, de fato. Mas, a Eleonor me ajudou muito e tenho você agora. Mas, com eles é diferente.

    – Tudo bem, vai. Vai tranquila, só espero que não resolva ficar por lá definitivamente. Sabes que nosso clã precisa de ti. Só tenta me passar, tipo uns boletins informativos de vez em quando, principalmente se encontrar algo de muito estranho. No mais é de boas, te dou essas “férias”… – Falou dando uma piscadela. – Aliás tu ficaste sabendo da última peripécia do Franz?

    Confesso que me senti mais tranquila depois daquela conversa. Mas, percebi que era melhor mudar mesmo de assunto.

    – Do Franz? Não. O que ele fez dessa vez?…. Não!….Sério?…Ele é louco…. – Exclamei enquanto ouvia o Fê falar, já animado e divertindo-se.

    E assim as horas passaram voando, como sempre acontece quando dois amigos geminianos se encontram.

  • Uma amizade improvável pt 1

    Uma amizade improvável pt 1

    Você não pode me sentir, não
    Como te sinto
    Eu não posso roubar você, não
    Como você me roubou”

    Incrível como o tempo passa rápido, como as pessoas mudam com pressa, como a confiança é mãe de várias faces. Eu ando mais tranquila, mais amena, não fico procurando mais “sarna” pra me coçar, é assim que falam não?! Mas é quando estamos mais em paz, é que aparece alguém pra mexer com a cabeça, pra estragar todo aquele mito sobre ficar “de boa” que tantos falam.

    Sabe a última coisa que eu precisava agora era ter algo assim, algo pra me tirar do sério, mas enfim, nem tudo é como a gente quer. Se fosse assim maioria iria ser feliz e não encheria tanto um o saco do outro com coisas banais da vida. Pois bem, gente feliz não enche o saco alheio né, e isso me faz acreditar que o mundo é  um lugar repleto de tristeza ultimamente.

    Mas deixando meus devaneios de lado e dando um ponta pé no que quero contar, a merda toda é que eu conheci alguém, aliás, alguém me achou em meio ao caos moderno e algo começou, detalhe é que eu nem sei o que começou, mas sei que deve dar alguma coisa daqui pra frente.

    Era uma noite normal entre minhas saídas com Steven pelo vale da morte, em nossas buscas por algum tipo de distração, que ele comentou algo sobre conhecer os amigos dele, alguns que pertenciam ao mesmo sobrenatural que nós, eu fiquei cismada mas fui mesmo assim, afinal precisava sair deste circulo viciosos de amizades e amores não correspondidos que eu havia me metido.

    Quando chegamos no local, uma cabana ao velho estilo country, algo aparentemente lindo e com uma iluminação  rústica que encantaria o olhar de qualquer um aparecia na minha frente. Senti vários tipos de presenças, todas eram novidades aos meus sentidos, estava ansiosa, curiosa e alerta, confesso, mas isto não me impediu de entrar e admirar alguns seres que me acolheram bem, eram divertidos, agradáveis, não tinham drama, apenas eram como eu, como Steven que estava lá comigo, Becky, Ferdinand, aliás saudades deles, mas a vida segue né.

    Steven me apresentou ao James um vampiro com rosto de vinte anos, mas a idade e sabedoria de um ancião, me apresentou ao Charles, um antigo Lican inglês, que me divertiu com seu sotaque e algumas brincadeiras a respeito dos vampiros, algo descontraído. Quando me dei por conta outra presença vinha em nossa direção, vampiresca obviamente, mas me deixou de certa forma bem serena – Quer dizer que você é a Lilian de que todos falam? Imaginei que fosse alta, mas não tanto! – assim que virei me deparei com uma bela vampira, deveria ter seus 1,60 de altura, cabelos longos, escuros, olhos castanhos claro, bem claros, um rosto de menina, sorriso misterioso, já falei como eu adoro um mistério?”

    Olhei para a pequena e atraente vampira, uma mistura de inocência e atrevimento, combinados com mistério, gostei do que vi, por mais que precisasse controlar minhas feições de divertimento – E você quem seria? Não tive o prazer de ouvir a teu respeito – olhei ela, a mesma saiu do modo confiante para o modo “envergonhada pra cacete” – Sou Kate, prazer Lilian! Confesso que no fundo estava curiosa em conhecer você – não tenham dúvidas que me diverti com a vergonha que Kate se apresentava agora – Pois bem Kate, aqui estou – dei uma piscada de leve e agora ela abaixava a cabeça como se quisesse esconder o vermelho inexistente de seu rosto – Kate, eu achei que iria gostar de conhecer a minha delicia chamada Lilian. Afinal ela adora uma boa conversa, algo inteligente desprovido de assuntos banais e mundanos. Vou deixar vocês trocarem informações de menininhas e vou encher a minha caneca com cerveja, muita cerveja para sua inveja Lili! Eu posso e você não!” – Steven me deu um selinho brincalhão e um beijo no rosto da Kate, saiu de lá e foi ao encontro do seu amor, da paixão dele, o Barril de cerveja, o que dizer além do que, ” seja feliz meu amigo!”

    Kate me direcionou até a sacada daquele lugar, onde pude acender um cigarro e olhar para o horizonte, sem encarar muito a vampira e não deixa-la desconfortável, a mesma sentou no banco ao meu lado e tomou uma taça de sangue, me ofereceu mas recusei, afinal eu jantei antes de ir para lá – Está alimentada acredito… – Perguntou ela ajustando o casado preto que cobria algo que parecia ser uma camiseta do Metalica – Então curte rock? Desculpe não pude deixar de reparar, sou fã deste estilo musical – Estiquei as pernas em cima de uma mesa de centro a nossa frente enquanto ela agora olhava para o celular – Adoro na verdade, essas modinhas de hoje me dão nos nervos… – achei engraçado a indignação dela, mas mantive a compostura, ela parecia ficar sem graça com muita facilidade – Temos isto em comum então… – respondi em tom de dúvida e ela me surpreendeu – Temos muitas coisas em comum Lilian… –

    Não sei se era o cigarro, se era meu modo educado ativado, mas no fundo não entendi a indireta dela, apenas a olhei em dúvida e ela apenas piscou de volta e foi em direção a porta – Vai ficar ai ou vai entrar? – disse ela abrindo a porta, decidi que seria melhor entrar e de alguma forma tirar mais coisas a respeito dela… Kate despertou algo em mim e definitivamente eu vou descobrir o que é, e ainda mais agora que disse que temos tanto em comum, devo estar desinformada ou ela esconde algo e eu vou descobrir, isso é inevitável.

    Depois de Jesus e Rock N Roll
    Não conseguiram salvar a minha alma imoral, bem
    Eu não tenho nada
    Eu não tenho nada a perder

  • Uma nova jornada – Parte I: o convite

    Uma nova jornada – Parte I: o convite

    Após aquele “conflito” com o clã de bruxos inimigos, a quase volta do espírito de Erner e o sequestro de Lorenzo, senti-me grata por todo o esforço e ajuda que Antoni, Sophie e seu clã dedicaram a mim. Porém, decidi ao menos por um tempo, não manter contato com eles e durante o período que fosse necessário, eu e Lorenzo nos manteríamos em segurança, reservados e longe de qualquer agito. Mas, ao contrário do que imaginam, não tiramos férias…

    Quando voltamos da França, meu apartamento no Brasil havia sido invadido. Por sorte, meus documentos e materiais mais importantes estavam muito bem escondidos e não foram roubados. Com isso, precisei correr contra o tempo para encontrar uma nova moradia e um local seguro para nos instalarmos, a fim de despistar também, alguns regrados que me localizaram, diante toda aquela confusão.

    Após grande parte dos dilemas resolvidos, reforcei uma série de questões sobre segurança e privacidade, algo que foi extremamente necessário. Mas, após algumas noites, sentido a calmaria novamente. Lorenzo e eu aproveitávamos nosso tempo juntos…

    – Becky, você sempre me salvando… – Dizia enquanto rolava para mais perto de mim, na cama.

    – Digamos que, não fui eu quem lhe salvou… Mas, fiz o possivel, meu querido. – Disse já levantando.

    – Aonde vai, baby?

    – Preciso checar uns e-mails, é rapidinho. – Falei dando-lhe um beijo rápido.

    Caminhando a passos curtos, pensava em Lorenzo, e em seu futuro. Mas, já em meu novo escritório, concentrada em meus negócios, logo vi que havia em minha caixa de mensagens um e-mail um tanto inesperado. Abri rapidamente e comecei a correr os olhos pelas palavras nele escrito:

    “Boa Noite, Sra. Rebecca,

    Venho por meio deste, pedir-lhes novamente desculpas por meu mau comportamento, enquanto esteve conosco. Sei que não deveria ter agido de tal maneira. Espero que a senhora e seu humano, estejam bem e em segurança. Gostaria de aproveitar e fazer-lhes também um humilde convite. Nosso clã estará sempre receptivo em recebê-los para que conheçam nossos métodos e nossa irmandade. Peço que pondere sobre a possibilidade de ao menos passarem uma temporada conosco. Ficarei muito grato se aceitar, pois desejo redimir todo o mal feito por meu desconhecido irmão. Aguardo ansiosamente, Antoni.”

    Receei por alguns instantes, ainda surpresa. Durante as noites que se seguiram, me encontrava pensando sobre a hipótese. De fato, aprenderia muitas coisas e esclareceria dúvidas que carregava comigo, poderia aprimorar meus dons e poderes, talvez fosse relevante passar um tempo daqueles que eram os mais próximos de minha origem, mas antes, eu deveria conversar com alguém importante…

  • Livro: Ilha da magia – Amor vampiro 2 de 4

    Livro: Ilha da magia – Amor vampiro 2 de 4

    Vampiros são humanos que foram transformados, uma mudança de comportamento que vai além da realidade cotidiana humana. São diversas mudanças biológicas e sobrenaturais, que transformam o seu ser em termos de aparência e principalmente sentimental.

    Claro, que praticamente todos, incluindo eu, tem suas rotinas reviradas do avesso, mas isso não é motivo para que a índole seja transformada. Então se o caram tem tenÊncia a ser violento, ele será ainda mais. Situação similar no sentido do amor. Tal sentimento tão avassalador não será banido da vida do vampiro, somente se ele o quiser.

    A Suellen, trouxe estes e vários outros sentimentos a minha realidade. A vontade de estar junto, de conhecer mais, de dividir cada pedaço da vida junto de alguém!

    Leia o capítulo Amor vampiro – 2 de 4 diretamente no Wattpad e de graça!

  • Ainda existe amor neste vampiro?

    Ainda existe amor neste vampiro?

    Com certeza uma das perguntas que mais ouço é: “um vampiro sente ou pode sentir alguma espécie de amor?” Essa é na verdade uma pergunta muito capciosa, no sentido de que me deixa um pouco confuso ou pensativo demais para responder de supetão ou de imediato.

    Seria erro meu dizer com prontidão, que eu sinto amor ou que todo vampiro pode e sente amor. Contudo, para responder essa pergunta eu prefiro ir além dela e analisar o contexto histórico e local, que envolve as pessoas e suas dúvidas quanto a isso.

    É bem provável que as literaturas, filmes ou seriados da atualidade como Crepúsculo, Diários do Vampiro, Originais… Ou até a mesma aquelas dos anos 90, como entrevista com o vampiro ou Blade e afins tenham amenizado a monstruosidade que um vampiro exala.

    Além disso, no Brasil ou em Portugal e no restante do mundo estaríamos vivendo um momento de falta de amor? Será que a internet tem esfriado os contatos pessoais a ponto do poderoso e mais inconsciente sentimento humano ter sido deixado de lado? Sinceramente, é complicado responder as estas duas perguntas, mas acho que a época atual é bizarra.

    Digo bizarra, por se alguém no século XX ou XIX perguntasse sobre o amor. Aquele que tivesse de responder, certamente o faria com um brilho nos  olhos. Estufaria o peito, e mesmo que estivesse naquelas fases medíocres de falta de falta de amor. Falaria em claro e em bom tom que o amor é perfeito, que ele completa a união entre duas criaturas e que sem ele não é possível viver.

    Cara, estamos aqui no século XXI e o cotidiano tem mostrado, que é possível sim viver sem o amor. Mas teria o amor acabado? Não, claro que não, mas poucos tem percebido as suas mudanças.

    Voltando a antigamente, as pessoas se casavam e queriam passar a eternidade juntos, queriam passar 24 horas, dia e noite juntos. Porém, esse conceito mudou, as pessoas mudaram e hoje se vive junto de alguém até que a paciência acabe  e estamos todos sem muita paciência, não acham?

    Concluindo, se alguém me pergunta se um vampiro pode amar um humano ou qualquer outro ser, essa pergunta não é nada fácil de responder. Todavia, eu sempre digo que sim, sou otimista, sou daqueles que ainda acredita no amor, mas também estou naquela fase sem paciência e se avacalhar de alguma forma a fila anda, babe!

  • Odeio o anoitecer – Parte 2 de 2

    Odeio o anoitecer – Parte 2 de 2

    O clima estava pesado, Hector não é um tipo de vampiro dos mais tranquilos e eu não sou flor que se cheire, ainda mais quando me deixam puto por pouca bosta. Porém, quando o assunto é tacar a mão em alguns filhos da puta eu posso sempre contar com meus aliados/amigos.

    Eliot foi por terra usando sua velocidade vampiresca. Hector também utilizou sua agilidade sobrenatural, mas também estava invisível aos olhos humanos. Eu também usei minha velocidade acima da média humana, mas fui um pouco atrás e antes de chegar no lugar me transformei em névoa.

    Os dois caras da guarita certamente não viram o que lhes atropelou e os cães foram soltos do lado de fora do lugar. Seria muita sacanagem matar os bichos, que mal sabiam o que faziam naquele por ali. Eu ainda estava em forma de névoa quando adentrei galpão principal, consegui perceber que havia cerca de 20 pessoas entre homens e mulheres, sendo dois caras aparentemente os administradores.

    Desfiz minha transformação por trás de um deles e em coisa de uns 30 segundos eu o ataquei silenciosamente. Segurei sua boca para que não fizesse muito barulho e até tive vontade de lhe morder suas veias saltadas do pescoço, mas seria exposição desnecessária, sem falar das câmeras. Mesmo com os rostos cobertos seria bizarro demais para um humano ver outro sendo sugado ao seu lado.

    Então apliquei um desajeitado mata-leão e antes que o outro “administrador” percebesse o que estava acontecendo Eliot lhe deu uma coronhada certeira na têmpora direita. Neste momento os trabalhadores já estavam desesperados, outros suplicavam por suas vidas e decidimos uma abordagem mais simplista, amarramos todos, alguns tentaram resistir, inclusive uma garota havia conseguido escapar, mas Hector a achou em meio a mata com facilidade.

    Mandei o aviso de missão concluída para meu amigo da polícia federal e fizemos uma breve vistoria no local, atrás de coisas que nos fossem úteis. Havia dinheiro, havia algumas drogas que Hector insistiu em pegar uma parte. Eliot foi atrás da central de câmeras para apagar nossa “estadia no lugar” e eu aproveitei o tempo antes da chegada da polícia para dar uma boa olhada geral enquanto tentava contato com Claire, no qual não me respondeu de imediato.

    Em minhas andanças pelo lugar havia apenas um item que me despertou interesse, um medalhão de prata, que estava no pescoço de uma das garotas que trabalhavam no lugar. Não era nada muito trabalhado, mas ele parecia ter uma energia diferente, sem contar a pedra verde encrustada, que possuía um tom escuro quase negro.

    Ao conversar com ela sobre tal artefato, ela disse que era um presente de sua mãe e que antes tinha ganhado de sua vó. Inicialmente, fiquei receoso de lhe tomar aquilo, mas se não fosse eu provavelmente algum corrupto da policia o faria na hora que fosse presa. Ela obviamente resistiu, gritou como se fosse criança e acabei lhe fazendo dormir com uma coronhada. Peguei junto do colar sua carteira de motorista, assim poderia dar uma analisada em seus antepassados, como hobbie e quando me sobrasse um tempo.

    Fora isso tudo revisamos as amarras e saímos do lugar cerca de duas horas antes da polícia chegar. Ainda era madrugada e voltamos tranquilamente para o refúgio de Hector. Dado o tempo de chegada eu recebo uma mensagem amistosa de meu amigo: “Parabéns, trabalho até que limpo desta vez, mas está cada vez mais difícil explicar para eles esses trabalhos justiceiros. Vê se demora um pouco para me chamar de novo. Valeu!”

    Mostrei a mensagem para Hector, que ficou puto e reclamou mais um pouco, mas nada que mereça ser escrito aqui. Eliot estava feliz, tais missões sempre foram muito empolgantes para ele, mas depois da broxada do meu contato na policia, vamos ter de “navegar por outras águas”.

    Na noite seguinte eles dois voltaram as suas rotinas em algum lugar do planeta e eu fui atrás de Claire, que ainda não havia retornado meu contato e estava me deixando preocupado. Sobre o colar mandei pelo correio para Sebastian, que ficou de analisar sua procedência junto da Cláudia.

    E la estava eu com outros pensamentos, outras preocupações e anseios, mas quem não fica assim diante o anoitecer?

  • Capítulo Amor vampiro – 1 de 4

    Capítulo Amor vampiro – 1 de 4

    Hey babe, acabei de publicar a primeira parte do capítulo Amor Vampiro lá no meu livro no Wattpad. Foi um momento muito importante da minha não vida. No qual conheci minha amada Suellen, mas não vou contar mais do que isso por aqui.

    Outra novidade deste capítulo é que farei atualizações semanais, ou seja, semana que vem já vai sair a parte 2. Então corre lá, da uma lida e depois me diz o que achou?

    Segue o link direto para este capítulo: https://www.wattpad.com/215221226-ilha-da-magia-amor-vampiro-1-de-4

    Se quiser você também pode acessar a página do livro aqui no site e saber todos os detalhes desta produção original, aqui do site: https://www.vampir.com.br/ilha-da-magia/

  • Lilian à Reunião – Final 2 de 2

    Lilian à Reunião – Final 2 de 2

    “Me experimente, beba minha alma
    Me mostre todas as coisas que eu não deveria saber
    Quando há uma nova lua em ascensão
    Eu morreria por você, meu amor, meu amor
    Eu mentiria por você, meu amor, meu amor (Me faz querer morrer)
    Eu roubaria para você, meu amor, meu amor
    Eu morreria por você, meu amor, meu amor
    Nós queimaremos na luz”

    E aqui eu estava de novo, entre a cruz e a espada, a vida e a morte, de frente para o Ceifador dos vampiros em pessoa, Gabriel, o regrado de quem Steven me falou. Vampiro no mínimo assustador, lindo, ele era de tirar o fôlego, mas a presença medonha dele me deixava duas vezes mais atenta. Como combinado ele me deixaria dar o fim em Pierre, desde que ele participe e leve com ele a prova de que Pierre estava morto.

    Pierre não estava mais no local em que costumava, ele era esperto, sabia que nós iriámos rastrear seus passos até lá, o que ele não esperava era que Gabriel sabia de todos os possíveis esconderijos, apenas esperava o momento certo para atacar. Fiquei me perguntando o que Pierre havia feito para que os regrados viessem atrás dele, perguntei para Gabriel , ” Vou te resumir Lilian… Pierre teve uma ‘esposa’ por vinte anos e em um belo dia ele decidiu que era hora de trocar de parceira e ao invés de simplesmente terminar tudo com um simples acabou, ele resolveu que seria legal matar sua parceira, cortar em pedaços e enterrar… O detalhe era que ele havia transformado ela em vampira e como sabe nós não toleramos que matem vampiros…”. Pqp eu pensava que ele era louco, mas não retardado! Porra ele matou e fez picadinho? Estava no Master Chef esta porra? Pra sair picotando a ex? Ainda bem que eu me livrei deste doente!

    Chegamos então ao local, foi então que Gabriel nos repassou mais algumas coisas, ” Pierre acha que é algum tipo de Deus e transformou alguns vampiros ao longos destes anos. Ele é o chefe do clã, esperem por ataques surpresas de alguns vampiros e Steven venha apenas no meu sinal, se você se transformar antes, todos vão reconhecer sua presença apenas pelo cheiro!”, olhei para Steven em busca da reposta de onde estava o Daniel, “Ele vem! fique tranquila!”

    Daniel não estava mais na casa do Steven quando acordei, ele havia saido antes, me deixando aflita e querendo socar a cabeça dele em uma parede, mas como eu conheço ele bem sei que estava tramando algo. Como planejado entramos pelo pequeno edificio, apenas três andares nos separavam da loucura que seria a seguir… Dito e feito, quando chegamos no terceiro andar, entramos em uma sala , o local com as paredes vermelhas, móveis de tons escuros, e nos sofás haviam quatro vampiros, três sendo homens e uma mulher, essa deveria ser a nova esposa dele ou o futuro picadinho, não sei bem ao certo…

    Sentados como se nos esperassem os vampiros pareciam tranquilos e até receptivos, mas nenhum sinal de Pierre, conhecendo bem ele, eu sabia que ele iria fazer uma entrada teatral, “E você não está errada minha doce Lilian! Adoro entradas teatrais!”. Esse imbecil ainda conseguia ler mentes e eu consegui travar a minha e ele percebeu, vindo de um longo corredor, lá estava ele, décadas depois, vestido no seu melhor terno, e com aquele ar de grandeza, Pierre vinha em minha direção sem medo algum. Quando ficou frente a frente comigo, tão próximo que quase encostou o peito no meu, ele era um pouco mais alto que eu, “Lili você ficou ainda melhor como vampira, adorei esse seu look minha querida… Não fique com cíumes  Madeline, mas essa mulher me deixa complemente instigado!”, ” Se você encostar um dedo em mim eu juro que eu quebro seu braço!”, ” Não é mais aquela flor delicada de antes né minha cara, agora você tem garras e sabe como usa-las!”, “Pierre não me tente!”, “Sabe Lili, quando eu estava com outras mulheres eu ficava imaginando que era você!”, ” Pierre toda vez que eu estava matando algum cretino eu fantasiava que era você!”.

    Uma coisa eu sabia fazer, atingir o ego masculino! E não eu não tenho dó! Pierre agora se afastava e ficava perto dos seus súditos, enquanto nós três ainda permaneciamos no mesmo lugar. “Pierre você sabe o que fez, não pode se esconder mais meu caro…”, Gabriel falava com calma como se tudo aquilo fosse algo completamente normal, “Meu caro desconhecido, eu e Lilian temos nossas desavenças, mas nada que uma boa conversa a sós não resolva!”, “Lilian? Não meu caro, eu apenas vim aqui de comum acordo com ela. Minha vinda é pelo assassinato da tua ex parceira, Joanna! Lembra dela? Aquela que você matou e fez em pedaços?”, nada no rosto do Pierre era de satisfação, agora o medo transparecia ” Deixe-me apresentar, sou Gabriel, um dos regrados e vim até aqui exclusivamente por você! A minha sorte é que encontrei Lilian!”.

    Como era de se esperar, Pierre se escondeu atrás do seus filhos e eu apenas fique de olho, ” Meu querido, somos cinco e vocês três!”, “Na realidade… Somos dez e vocês cinco!”, “Onde estão os outros maravilhosos  guerreiros?”… Silencio e nada de ninguém aparecer, o grupo de Pierre estava confiante até que passos para todos os lados e um uivo ao longe vinham em nossa direção. Daniel seu fdp eu sabia que não ia deixar nada barato, quando menos espero lá estava meu irmão, meu melhor amigo e dois regrados e quando me dei por conta lá estava ele, Trevor seguido de Michael, “Trevor foi você que me entregou? Você sabe o que fez!”, “Eu sei o que fiz e sei que errei também Pierre… Mas não posso ficar aqui e não ter mais sua confiança Lili…”, eu conhecia ele, sabia quando falava a verdade apenas de olhar nos olhos do meu amado vampiro, apenas sussurrei ‘eu sei’.

    O que posso dizer da batalha foi que ela foi rápida, eu e Daniel perseguimos Pierre e não deixamos que ele fugisse, já Trevor e Michael juntos dos outros procederam em destruir os outros vampiros com a ordem de Gabriel o regrado. Quando finalmente os outros estavam sem vida, Daniel me ajudou a pegar Pierre, ” Como você se sente seu bosta? Imobilizado do jeito que fez com a Lilian?”, não tinha o que discutir, Pierre não iria conseguir  sair dos braços fortes de Daniel.

    Gabriel deu a ordem final para que Pierre fosse aniquilado, “Lilian termine e me entregue a cabeça dele, essa será a prova de que mais um desertor foi morto!”. Antes que eu finalmente terminasse com tudo, precisava perguntar o que há muitos anos venho guardando pra mim, “Por que Pierre? Por que eu?”, ” Lilian não me mate! Por favor!”, “Vou lhe tratar com a mesma cortesia que teve comigo, quando eu era apenas uma menina frágil e inocente! Você tirou tudo de mim! Tudo! Não me deixou ao menos me despedir da minha mãe, dos meus amigos, DA MINHA VIDA!”, um soco no rosto dele que dei de raiva, ” Eu não merecia! Mas já que o fez…” , quebrei-lhe as pernas,” Apenas te agradeço por um detalhe, neste estado que eu estou consigo ir atrás de canalhas como você!”, e agora os braços, as mesmas coisas medonhas que me fez agora estava sofrendo.

    Ele pedia misericórdia, Gabriel me olhava insinuando que o fizesse, Daniel e Trevor fizeram o sinal e então me agachei e sussurrei no ouvido de Pierre “Você foi apenas o primeiro… Seja vampiro, lobisomen, humano o que for, se tentar fuder comigo eu vou atrás nem que seja no inferno, pra acabar com a raça! Você está servindo de exemplo meu querido!” e foi isso, com um golpe eu acabei ali o meu capítulo com Pierre, enquanto ali mesmo iniciava um novo capitulo da minha ‘ não vida’, este no qual eu prometi a mim mesma, não confiar e nem deixar barato para ninguém que tentar de alguma forma me prejudicar, como disse, nenhum pescocinho está ileso das minhas maldades ou da minha revolta… Um passo em falso e pode ser o seu último! Todos temos várias faces e a minha pior foi ativada como se fosse algo natural, algo que estava batendo dentro de mim para ser livre e então o dia chegou.

    Desta vez não vou ficar triste com quem fizer algo contra mim, me martirizar como fazia antes, ou esperar o momento certo para atacar… Não… Agora não penso duas vezes… Afinal o mundo é um lugar muito pequeno quando se é um ser das trevas e eu estou muito afim de descobrir todos a fundo, seja em Tokio, Londres, Nova York ou São Paulo, o mundo continua sendo muito pequeno.  😉

    Good night dear, let Odin gives to you sweet dreams! I’ll see you soon.

  • Odeio o anoitecer – Parte 1 de 2

    Odeio o anoitecer – Parte 1 de 2

    Certamente, um dos períodos no qual eu mais me sinto triste é o entardecer. Não deveria ser assim, afinal esse período do dia nos equivale ao “amanhecer da noite”, mas alguns sentimentos são quase impossíveis de se explicar. Digo isso, pois foi o que me aconteceu tempos atrás, o que de certa forma me motivou a sair e dar um rolê. Antes que me perguntem eu não posso sair de dia, mas o céu estava com aquela cor roseada.

    Moto na estrada, em alguma rodovia grande do interior e o objetivo seria me encontrar com Hector. Nosso projeto “Os escolhidos”, estava parado, então a ideia seria levantar um pouco a poeira. Minutos depois eu cheguei no local combinado e lá estava ele junto de Eliot, sentados numa mesa de bar do interior, essas de plástico com marca de cerveja barata.

    Hector reclamou pelo encontro ser tão cedo, mas tive de marcar naquele horário em função de minhas insônias frequentes. Papo vai e vem, ele me contou sobre o que andava fazendo e decidimos ir para o seu refúgio, numa casinha de madeira de difícil acesso, no que parecia ser um sítio. Inclusive, reclamei, pois a estrada era horrível, quase furei os pneus da moto e arranhei algumas partes de baixo. Poxa, vocês sabem do amor que tenho pelas minhas motocas…

    – Relaxa, se quiser eu mando te entregar uma moto novinha.

    – Cara sabes que esse modelo não está mais em fabricação.

    – Pra mim moto é tudo igual.

    – Tá tá, me mostra logo o que tens feito aqui nesse fim de mundo…

    Diante os fatos ele me mostrou algumas foto aéreas e aparentemente era uma fazenda grande, onde dentre tantos detalhes se armazenava e distribuíam drogas sintéticas. Sendo a principal uma derivação, ainda sem nome e muito próxima da tal Flakka, consumida nos USA.

    Se há algo que adoro fazer é estourar esse tipo de lugar e não me faltava vontade para que fôssemos naquela noite mesmo. No entanto, como o objetivo desse nosso projeto é ajudar a sociedade, não bastava entrar lá e quebrar tudo, tínhamos também de prender os culpados e fazer com que eles chegassem até a polícia federal.

    Então liguei par a o meu amigo na PF e avisei dos nossos planos. No início ele ficou com o pé atrás, mas depois de alguns minutos ele consultou o banco de dados e como sempre viu que nossa ajuda seria vital. Está certo que nossas empreitadas deixam muitos destroços, mas vem cá. Precisamos nos divertir também…

    Consegui, que alguns agentes fossem ao local nos próximos dias e tratamos de planejar uma ação rápida. Como sempre entraríamos ocultos por algum feitiço/poder e dentro do lugar trataríamos de prender os lideres. Eliot já havia ido ao lugar e possuíamos algumas rotinas e detalhamentos sobre os melhores caminhos a serem seguidos.

    A verdade é que estes lugares possuem pouca vigilância. Nos filmes são vistos cercas altas, vigilância com câmeras e muitos seguranças. Só que isso é coisa de filme babe e a realidade é muito mais simples. Por que gastar tanto com segurança se podes gastar mais com trabalhadores? Tendo em vista essa realidade havia na verdade apenas dois galpões grandes, um onde as pessoa dormiam e se alimentavam e outro onde estava a produção das drogas.

    Por fora havia até uma meia dúzia de câmeras, que mandavam as filmagens para uma casinha pequena, onde dois caras se revesavam na segurança. As cercas em volta do lugar eram simples e estavam ali apenas para que os três Dobermans não fugissem, ou os empregados.

    Tudo mapeado e prontos para agir eu recebo uma mensagem da Claire no meu smartfone:

    – Fê quado puder me liga.

    Como havia um pouco de tempo antes da ação daquela noite eu resolvi ligar e fui surpreendido por um pedido inesperado de ajuda:

    – Obrigada por retornar brevemente. Tô desesperada meu pai sumiu e não posso falar disso com o nosso grupo, acho que tem gente daqui envolvida, me ajuda, por favor?

    Nessas horas eu sempre lembro do Franz pegando no meu pé, que eu não resisto aos pedidos de uma mulher carente, mas quando falei da situação para Hector ele foi enfático:

    – Cara sério? Na boa se tu for atrás dela vou mandar a merda esse nosso projeto.

    – Hey pera lá meu velho, não é bem assim…

    – Ferdinand tu não tem compromisso cara, tá sempre atrás qualquer putinha que te liga.

    – Ah vai a merda…

    – Vai se fude…

    Vendo que o clima estava uma bosta e prestes a ficar pior Eliot prontamente nos interrompeu:

    – Senhores não é hora pra discussões tolas, vamos focar nessa missão de hoje e ao final disso o Ferdinand pode ir correndo para onde quiser. Vai ser rápido.

    Hector ficou na expectativa, eu até ponderei por algum tempo, na verdade Hector estava certo, mas poxa, não sou de ferro e ele me ofendeu.

    – Tá relaxa vou ajudar vocês, mas porra Hector vê se cala boca, tu me confunde como Franz as vezes.

    – Tô errado cara?

    – Tá vamos nos concentrar nisso aqui, um problema de cada vez…

  • Os mortos não voltam – Final

    Os mortos não voltam – Final

    Quando de súbito abri os olhos, eu sabia que estava capturada. Mas, algo impedia os meus movimentos. Era uma magia maligna. Pensava como sairia daquela situação. Depois de tanto tempo, naquele momento, achei que definitivamente aquele seria o final da minha história. Mas eu não me entregaria fácil. Vejo a minha frente, inúmeros símbolos em arabescos dourados sobre a parede. Meus pesadelos tornavam-se realidade. Ouço um barulho. Alguém entrou. Senti uma onda de desespero. Uma sombra alta passou por mim e então, deslocou-se a minha frente. Usava uma máscara dourada e uma capa vermelha. Era o próprio Diabo a minha frente. Aquela criatura aproximou-se, ao falar, pude sentir seu cheiro terrível:

    – Você achou que nunca iríamos atrás de você? Deixamos você viver essa doce ilusão. Finalmente está em nossas mãos.

    Foi quando percebi que havia muitos outros bruxos ao meu redor. Naquele instante, então, pude me mover parcialmente e com o campo de visão mais amplo, vi que entravam com Lorenzo. Alguns corpos pendurados de cabeça para baixo tinham seu sangue escorrendo pelas paredes, fazendo um verdadeiro show de horrores até para mim. Meu coração de pedra se partiu. Lorenzo estava todo tatuado com símbolos estranhos e machucado, já não era o mesmo. Vestia uma calça e uma túnica preta. Depois de mais de 20 dias sobre domínio daqueles bruxos, sendo levado para outro país, estava magro e fragilizado. Ele foi colocado a minha frente em outra poltrona.

    – Lorenzo… – Chamei-o baixinho.

    Ele estava paralisado. Mas, seu olhar me dizia algo. Foi quando me assustei com um grito, estavam anunciado o que parecia o início de um ritual. Todos repetiam as mesmas palavras em uma linguagem por mim, desconhecida. O bruxo da capa vermelha veio até mim e disse:

    -Chame por Lord Thomas! Repita as palavras que direi!

    Então comecei a gargalhar de nervosismo e a gritar, enfrentando aquela figura estranha:

    – Jamais! Jamais! Erner está morto! Ele virou cinzas, vocês não conseguirão trazê-lo de volta. Não por meio de Lorenzo!

    Levei um tapa no rosto que me fez cuspir sangue.” Maldito”, pensei.

    – Deixe que eu faço isso sozinho, então. Você está aqui apenas para sofrer mesmo… Vamos direto ao ponto!

    Em desespero, observei que ainda segurava aquele coração pulando em minhas mãos. Tentei jogá-lo longe, mas não conseguia. O bruxo pegou um instrumento que parecia uma adaga e caminhou em direção a Lorenzo, mostrando que perfuraria seu coração. Gritei para que não fizesse aquilo, mas depois, as vozes ecoavam aquelas palavras sinistras, deixando minha mente confusa. Então, ele parou, estava apenas me torturando. Com a adaga, cortou seu próprio punho. Segurou o rosto de Lorenzo. As vozes ficavam mais fortes. O coração em minhas mãos parava de bater, fogo o consumia, queimando também minhas mãos. Dores fortes me atingiam e eu não podia mais gritar. Despejando o sangue sobre os lábios de Lorenzo, aquele bruxo demoníaco proferiu algumas palavras. Sem conseguir me controlar, comecei a falar coisas sem sentido, então, tudo se silenciou. Lorenzo olhou para mim de forma diferente. “Não pode ser” pensei…

    Vencida pela fraqueza, e pela energia que haviam tirado de mim, não conseguiria lutar nem soltar-me. Mesmo com as mãos livres estava sendo manipulada e impedida de tomar qualquer atitude. Então, alguém entrou anunciando que o local estava sendo invadido, pegando o tal bruxo de surpresa. Todos os outros se preparavam para receber os invasores. Quando Antoni entrou com um grupo de outros bruxos, os de seu clã obviamente, já fazendo o seu próprio ritual. Senti-me segura naquele momento, sabendo que estava salva. Antoni era um bruxo poderoso. Acreditar nisso, era minha única esperança. Consegui soltar-me devido à magia negra ter sido quebrada e cai tentando me afastar. Chamava por Lorenzo e pedia para que ele tivesse forças e conseguisse voltar para seu corpo parcialmente possuído. Antoni sangrava pelo nariz e olhos, devido a toda força que fazia. Sem os outros, o bruxo e líder que direcionava o ritual perdeu suas forças e após uma luta difícil, Antoni o matou arrancando sua cabeça, assim como com a maioria daquele clã de bruxos demônios, exceto pelos que fugiram.

    Sem forças fiquei ali, agachada ao chão. Paralisada, pensando que poucos minutos me separaram de ver Thomas voltar e acabar com minha “vida”. Antoni e Sophie vieram me ajudar. Devagar cheguei até Lorenzo que fraco e já em seu estado normal, abraçou-me e disse que pensou em mim a todo instante. Já eu, não me perdoava por ter feito com que ele passasse por tudo aquilo e levava a certeza de que por um bom tempo teríamos que nos manter seguros de alguma forma. Fomos embora após algumas horas, e após ter nos recuperado de maneira o suficiente apenas para partir. Agradeci Antoni por ter nos salvado, mas mantendo a decisão de não vê-los mais, ao menos até me sentir preparada para isso. Ao voltar, encontrei com Lilian que nos ofereceu ficar um tempo com ela e seu clã, que nos protegeriam até despistar alguns bruxos demônios que restavam e os regrados que haviam me localizado com toda aquela confusão.

    Depois de todo aquele tempo, eu poderia cuidar de Lorenzo outra vez…

    ” Wenn ich in deine Seele tauche, und dich für meine Lust gebrauche. Dann werd ich deine Sinne blenden, Das Spiel kannst nur du selbst beenden.” – Labyrinth , Oomph.