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Uma amizade improvável pt 1

Você não pode me sentir, não
Como te sinto
Eu não posso roubar você, não
Como você me roubou”

Incrível como o tempo passa rápido, como as pessoas mudam com pressa, como a confiança é mãe de várias faces. Eu ando mais tranquila, mais amena, não fico procurando mais “sarna” pra me coçar, é assim que falam não?! Mas é quando estamos mais em paz, é que aparece alguém pra mexer com a cabeça, pra estragar todo aquele mito sobre ficar “de boa” que tantos falam.

Sabe a última coisa que eu precisava agora era ter algo assim, algo pra me tirar do sério, mas enfim, nem tudo é como a gente quer. Se fosse assim maioria iria ser feliz e não encheria tanto um o saco do outro com coisas banais da vida. Pois bem, gente feliz não enche o saco alheio né, e isso me faz acreditar que o mundo é  um lugar repleto de tristeza ultimamente.

Mas deixando meus devaneios de lado e dando um ponta pé no que quero contar, a merda toda é que eu conheci alguém, aliás, alguém me achou em meio ao caos moderno e algo começou, detalhe é que eu nem sei o que começou, mas sei que deve dar alguma coisa daqui pra frente.

Era uma noite normal entre minhas saídas com Steven pelo vale da morte, em nossas buscas por algum tipo de distração, que ele comentou algo sobre conhecer os amigos dele, alguns que pertenciam ao mesmo sobrenatural que nós, eu fiquei cismada mas fui mesmo assim, afinal precisava sair deste circulo viciosos de amizades e amores não correspondidos que eu havia me metido.

Quando chegamos no local, uma cabana ao velho estilo country, algo aparentemente lindo e com uma iluminação  rústica que encantaria o olhar de qualquer um aparecia na minha frente. Senti vários tipos de presenças, todas eram novidades aos meus sentidos, estava ansiosa, curiosa e alerta, confesso, mas isto não me impediu de entrar e admirar alguns seres que me acolheram bem, eram divertidos, agradáveis, não tinham drama, apenas eram como eu, como Steven que estava lá comigo, Becky, Ferdinand, aliás saudades deles, mas a vida segue né.

Steven me apresentou ao James um vampiro com rosto de vinte anos, mas a idade e sabedoria de um ancião, me apresentou ao Charles, um antigo Lican inglês, que me divertiu com seu sotaque e algumas brincadeiras a respeito dos vampiros, algo descontraído. Quando me dei por conta outra presença vinha em nossa direção, vampiresca obviamente, mas me deixou de certa forma bem serena – Quer dizer que você é a Lilian de que todos falam? Imaginei que fosse alta, mas não tanto! – assim que virei me deparei com uma bela vampira, deveria ter seus 1,60 de altura, cabelos longos, escuros, olhos castanhos claro, bem claros, um rosto de menina, sorriso misterioso, já falei como eu adoro um mistério?”

Olhei para a pequena e atraente vampira, uma mistura de inocência e atrevimento, combinados com mistério, gostei do que vi, por mais que precisasse controlar minhas feições de divertimento – E você quem seria? Não tive o prazer de ouvir a teu respeito – olhei ela, a mesma saiu do modo confiante para o modo “envergonhada pra cacete” – Sou Kate, prazer Lilian! Confesso que no fundo estava curiosa em conhecer você – não tenham dúvidas que me diverti com a vergonha que Kate se apresentava agora – Pois bem Kate, aqui estou – dei uma piscada de leve e agora ela abaixava a cabeça como se quisesse esconder o vermelho inexistente de seu rosto – Kate, eu achei que iria gostar de conhecer a minha delicia chamada Lilian. Afinal ela adora uma boa conversa, algo inteligente desprovido de assuntos banais e mundanos. Vou deixar vocês trocarem informações de menininhas e vou encher a minha caneca com cerveja, muita cerveja para sua inveja Lili! Eu posso e você não!” – Steven me deu um selinho brincalhão e um beijo no rosto da Kate, saiu de lá e foi ao encontro do seu amor, da paixão dele, o Barril de cerveja, o que dizer além do que, ” seja feliz meu amigo!”

Kate me direcionou até a sacada daquele lugar, onde pude acender um cigarro e olhar para o horizonte, sem encarar muito a vampira e não deixa-la desconfortável, a mesma sentou no banco ao meu lado e tomou uma taça de sangue, me ofereceu mas recusei, afinal eu jantei antes de ir para lá – Está alimentada acredito… – Perguntou ela ajustando o casado preto que cobria algo que parecia ser uma camiseta do Metalica – Então curte rock? Desculpe não pude deixar de reparar, sou fã deste estilo musical – Estiquei as pernas em cima de uma mesa de centro a nossa frente enquanto ela agora olhava para o celular – Adoro na verdade, essas modinhas de hoje me dão nos nervos… – achei engraçado a indignação dela, mas mantive a compostura, ela parecia ficar sem graça com muita facilidade – Temos isto em comum então… – respondi em tom de dúvida e ela me surpreendeu – Temos muitas coisas em comum Lilian… –

Não sei se era o cigarro, se era meu modo educado ativado, mas no fundo não entendi a indireta dela, apenas a olhei em dúvida e ela apenas piscou de volta e foi em direção a porta – Vai ficar ai ou vai entrar? – disse ela abrindo a porta, decidi que seria melhor entrar e de alguma forma tirar mais coisas a respeito dela… Kate despertou algo em mim e definitivamente eu vou descobrir o que é, e ainda mais agora que disse que temos tanto em comum, devo estar desinformada ou ela esconde algo e eu vou descobrir, isso é inevitável.

Depois de Jesus e Rock N Roll
Não conseguiram salvar a minha alma imoral, bem
Eu não tenho nada
Eu não tenho nada a perder

3 comentários

  1. interesting to say the least, can’t really be wrong when following your instinct

  2. Me parece que há um interesse carnal, não somente curiosidade. Rsrsrsrs ou eu já estou a entrar na malícia ?

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