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  • Nenhum tiro, nenhuma gota de sangue!

    Nenhum tiro, nenhuma gota de sangue!

    Nenhum tiro, nenhuma gota de sangue, o inferno vai ter que esperar… Sorriu e disse adeus!

    Leia a parte anterior aqui: https://www.vampir.com.br/os-sobrenaturais-que-circulam-por-ai/

    A música do Rosa tatuada, definiu o início daquela noite: Dois lobos correram pela mata. Os sentimentos eram mistos e naquela vez não rolou nenhuma briga entre alphas. Vampiros somem? Sim, cada um tem sua existência independente do clã, mas quando se um grupo antigo como o nosso, alguns pontos precisam ser azeitados de tempos em tempos.

    Minha relação com Franz sempre teve altos e baixos. Lá atrás como eu contei no Ilha da Magia, ele foi um grande tutor, tal qual Georg, Eleonor e Joseph. Tantos outros além desses, vieram e se foram em algum momento, mas com o Franz é diferente. Nós compartilhamos o mesmo gene lupino, que por sorte ou azar teve seu desenvolvimento interrompido, haja vista a transformação em Wampir. Isso de forma isolada é problemão e se juntar com o fato de que ele é bem mais velho que eu, tem sangue nobre… Admira-me muito que ele ainda não tenha chutado tudo isso que construímos com o barão, para montar seu próprio clã. No qual ele seria o senhor e soberano com palavra final.

    Apesar disso, nos damos bem. Fiquei puto sim por ele atrapalhar minha investigação, mas ele resolveu e é isso que importa. Já se foi o tempo em que tinha inveja dos poderes mentais dele, já disse, inclusive que fiquei por não ter conseguido aprender, mas isso são fatos do passado. O que me deixa puto é o fato dele sumir e reaparecer do nada. Enfim…

    Na casa do mato pusemos os papo em dia, ele me contou sobre suas andanças, se gabou pelas festas as ninfas como ele insiste em chamar suas amantes e em como a vida de um imortal deveria ser. Bom, está ai a explicação a velha explicação dele não ter o seu próprio clã. Provavelmente eles ficariam sem grana ou mortos por caçadoras fantasiadas de dominatrix.

    “Humm isso daria uma boa festinha heim, só que no final eu arrancaria a cabeça de todas elas” Acho que ele vai pensar assim caso volte a ler o que escrevo no blog…

    Quanto a garota que capturamos, deixei o futuro dela nas mãos da Pepe. Incentivei para que fizesse contato com Hadrian, ele em algum lugar da Europa certamente saberá o que fazer. Seja ela satanista, magista ou vampira psíquica…

    Quanto a mim? Bom, isso tudo que contei até aqui foi em 2019 e tenho várias outras histórias para contar para vocês!

    Ahh procurem no Spotify pela música que indiquei. Rock gaúcho dos anos 90 =)

  • Os sobrenaturais que circulam por ai

    Os sobrenaturais que circulam por ai

    “Não acredito que aqui nesse fim de mundo temos outros sobrenaturais além de nós”. Foi a reclamação de Pepe na volta para a fazenda. Da minha parte rolou uma certa frustração haja vista que fiquei olho no olho com aquele lazarento e quando eles escapam de mim, assim me dá muito ódio!

    A parte anterior desta história está aqui: https://www.vampir.com.br/mais-uma-noite-aflito/

    Já em meu quarto, mandei uma mensagem pra Julie, que novamente não me respondeu. Noiado, mandei também para Franz, Lilian e Becky… Nenhum respondeu! Que falta me faz o Zé. Seria Pepe e eu dessa vez, portanto, um bom aprendizado para minha cria mais nova.

    Combinamos as ações para a próxima noite e perto do meio dia fui tirar uma soneca. Porém mais uma vez fiquei angustiado e sem conseguir dormir, dessa vez foram os pensamentos em volta do meu clã que me atormentaram. Como pode ninguém me retornar, nem o Franz, aquele puto! Virei, me desvirei… Cheguei até a trocar meus lençóis de seda por alguns de algodão. Por fim, fui para o porão e lá pratiquei um pouco do Turbatio in Natura. Deitei-me no chão, foquei meus pensamentos e ao longo do tempo em que permaneci unido a terra, realinhei e unifiquei os fragmentos de minha alma com os pensamentos novos e antigos.

    Perto das 19h subi para a sala. Pepe já estava pronta e a minha espera.

    – Porra boss, todo cagado de terra a essa hora!

    – Hey, relaxa aí novinha! Precisei pôr as ideias em dia lá no porão… Vou tomar um banho e em 20 minutos saímos.

    Fomos de carro, pois a moto atrapalha e não traz proteção em algumas circunstâncias. Circulamos pela região onde vimos a garota sobrenatural pela última vez, mas nenhum sinal dela. Fez-se necessário então fazer aquele ritual novamente, desta vez Pepe também o fez. Um corte aqui, um sangue ali e estávamos aptos para localizar ela a distância.

    Ficamos algum tempo perto da casa da possível vítima e nada. Até que resolvi dar uma circulada em forma de nuvem. Não teria o benefício do feitiço de localização, mas teria o fator surpresa como vantagem. Fui aos vizinhos, no buteco… até que numa rua qualquer me deparei com ela. Estava aflita, ia de um lado para o outro que um carro se aproximou, alguém abriu a porta para ela e a levou.

    Desfiz minha transformação, mas como isso leva um certo tempo, perdi o carro de vista…

    – Pepe, me pega aqui na rua X… Vi ela… Ela entrou num carro, acho que tá indo pra rodovia Y.

    Instante mais tarde no carro.

    – Vai garota acelera, não tem ninguém aqui a essa hora… quer que eu dirija?

    – Não me pressiona pow, devia ter pegado a direção lá atrás, porra!

    – Não fazem mais crias obedientes como antigamente…

    – Aff

    Andamos por uns 20km e nenhum rastro do carro, até que avistamos um posto de estrada. Paramos, perguntei se alguém tinha visto eles e nada.

    Resolvemos voltar para a fazenda.

    1h depois ao chegar, paramos o carro e para nossa surpresa lá estava o tal carro estacionado. Ao lado dele a garota e dela Franz, junto de H2 que a segurava.

    – Fala maninho! Encontrei essa aqui bisbilhotando na nossa cidade… bastou um pouquinho de controle Mentis Imperium, pra ela vir conosco.

  • Mais uma noite aflito

    Mais uma noite aflito

    Acordei aflito naquela noite, passei o dia meio acordado pensando nos crimes que estava investigando e sonhei com velhos conhecidos(as). Será que Claire ainda estava no inferno, por onde andaria a esquentadinha da Julie. Franz, acho estava há uns três meses sem ver ele…

    A parte anterior desta história está aqui: https://www.vampir.com.br/o-colecionador-de-cada-um/

    Conforme o tempo passa ainda mais para um vampiro, as amizades se restringem cada vez mais ao clã e por falar nele olhei para os pés da minha cama e lá estava Pepe com seu fone de ouvidos. Tocava uma música eletrônica qualquer enquanto ela matava alguns coleguinhas no PVP do LOL.

    – Hey, a ansiedade é tanta que resolveu me esperar acoradar?

    – Guenta aí que tô de Jungler!

    – Tá o que? Ahh esquece, vou tomar um banho…

    Reorganizei os pensamentos, deixei no inferno quem precisava e me concentrei no agora. Viver no passado é comum para alguém que pode ir além dos séculos, então se concentrar no presente é o melhor dos exercícios. Coloquei aquela calça jeans surrada, os All Star e uma camiseta qualquer. Por cima dela os coldres, as pistolas estavam revisadas e por cima um casaco novo cheio de bolsos impermeáveis. Nos documentos um free pass da PF.

    Moto na pista, deixei Pepe próxima do seu local de investigação e fui atrás da próxima “vítima suspeita”. Bairro cheio de casas e tive de deixar a moto em beco para não assustar os moradores com o escape. Vaguei pelas ruas já vazias das vinte e uma horas e cheguei perto da casa do sujeito.

    Lugar bonito e florido, mas como era daquelas germinadas não pude fazer nada fisicamente. Fui para um canto escuro e virei névoa. Adentrei o ambiente e lá estava a família propaganda de margarina. Pai no sofá vendo jornal, mãe num anto no celular e os filhos(as) um em cada quarto. A possível vítima estava dividindo seu tempo entre os celular e um livro e ficou ali por uns 20 min. Quando ficou difícil manter minha névoa, sai rapidamente do lugar e voltei par aminha moto, pois não tinha alfinete naquele palheiro.

    Estava prestes a ira ao encontro do(a) último(a), quando Pepe me mandou um áudio:

    – Fe, vem pra cá… Acho que encontrei a próxima vítima é o R!

    33 minutos depois eu cheguei e la estava Pepe sentada num meio fio…

    – Demorou heim!

    – Recebi aviso do Detran que vou bater os pontos da carteira!

    (rimos)

    – E ai o que temos por aqui – Perguntei ansioso.

    – O R foi adotado e mora com a mãe. O pai adotivo morreu há uns 3 anos… até aí ok, mas eu chegue perto da casa, dei uma fuçada e quando estava concentrada, algo passou por mim muito rápido e me derrubou. Senti calor ou frio onde encostou em mim, não sei te dizer!

    – Estranho… passei por isso tempos atrás com um infernal. Caralho, Pepe! Vai me fazer chamar a Julie?!

    – Contínua de tocaia perto desse aqui, vou dar uma olhada rápida nos arredores. Qualquer sentimento diferente me chama que volto voando…

    Bairro central, alguns mendigo, alguns bares, alguns puteiros. A criatura podia estar ou ser qualquer um. Por sorte, a última vez que estive com Julie ela me ensinou um ritual simples, que podia ser feito com meu próprio sangue, alguns dizeres e se houvesse algum diabólico por perto ele ficaria evidente em minha visão. Algo como uma aura diferenciada.

    Estacionei a moto umas duas quadras da casa do R, havia um boteco por ali. Alguns perdidos na entrada e vários outros em mesas ou no balcão. Umas 20 ou 30 pessoas que me olharam assim que entrei. Aproximei-me do balcão onde perguntei ao barman se ele tinha notado alguém ou algo diferente pela região.

    – Fora você. Não sei, cara!

    – Tá e se eu te falar que sou investigador – Mostrei minha carteira.

    – Calma, cara! Não quero problemas no meu bar… Esses dias ouvi falar que tentaram arrombar uma casa aqui perto, sabe qual?

    – Não, cara! Só boatos entre os vizinhos…

    – Joia, valeu!

    Ia saindo quando senti uma presença, olhei par ao lado e lá estava uma garota com a aura diferenciada. Difícil de explicar a aparência dela diante o feitiço, mas seria algo próximo daquela distorção da superfície dos objetos quentes.

    Fui pra sua direção, ela também percebeu minha presença e não foi amistosa. Saiu correndo tão logo parei de falar com barman. Como estava num local público eu não pode usar nenhum poder e quando cheguei do lado de fora ela já havia sumido novamente. Ao menos naquela noite não monitoramos nenhuma nova morte.

    A continuação está aqui: https://www.vampir.com.br/os-sobrenaturais-que-circulam-por-ai/

  • O colecionador de cada um

    O colecionador de cada um

    EdX19 é um cara pacato, do tipo Nerd, magro, olhos esbugalhados e jeito simples, bem do interior. Sujeito franzino e de poucos amigos, que gasta muita grana com figure actions, pack de jogos, que vai a eventos como CCXP e afins. Até mesmo seus estudos nas áreas forenses foram influenciados por várias horas vendo e revendo seriados como Arquivo X, Jornada nas estrelas e jogos de RPG.

    A parte anterior desta história está aqui: https://www.vampir.com.br/os-cabelos-curtos-os-oculos-de-estudioso-e-a-camisa-larga/

    Quem fez o primeiro contato com ele foi Pepe, depois Hector e por fim Franz. Que tentou ajudar sua cabeça com sugestões mentais, mas que para bom entendedor pioraram mais ainda suas emoções. Não que eu esteja reclamando, bem na verdade achei o trabalho tão bem feito, que até pensei em fazer dele um Ghoul da Pepe.

    Foi pensando nisso e em nossa investigação sobre os jovens mortos por Embolia Gasosa, que retornamos o contato. Pepe marcou o encontro e deixei em suas mãos a escolha sobre o futuro do rapaz. Mesmo porque na pior das hipóteses aquele velho nerd teria sangue de sobra caso fosse necessário.

    Três e tantos da manhã ela me liga, falando que ficou duas horas com ele na frente de um computador e bastou um decote e um chicote para capturar tudo o que precisávamos.

    Quanto orgulho dessa minha cria…

    – Olha aqui esses perfis, temos mais 350 indivíduos na faixa etária alvo.

    – Tá, mas são muitos…

    – Espera olha esse filtro aqui… Vamos tirar os inaptos, aqueles que moram a mais de 50 km da região dos incidentes e pa pum… Temos esses doze.

    – Humm… imprime a ficha desses doze pra eu ver com calma.

    Tira aqui, põe ali e sobraram sete para irmos atrás pessoalmente. Pepe ficou com três e eu com os demais. Algo que veríamos na noite posterior haja vista a proximidade do amanhecer.

    Fui atrás de uma das possíveis vítimas e ela é de um bairro rico, estuda na melhor escola da cidade e está numa fase de foco nos estudos. Eu estava disposto a passar a noite cuidado dela(e), mas ao ouvir a distância que a rotina da semana seria casa > escola > casa. Acabei deixando o número um de lado e parti para o segundo.

    Apartamento modesto de classe média, no qual tive de me transformar em névoa para chegar até o andar correto. Nos cômodos poucos móveis e pouca decoração. Deu a impressão de que haviam se mudado a pouco. Apenas a possível vítima e uma mãe moravam por ali e o que me chamou a atenção na pessoa, foi o fato de que pareceu rebelde. Em alguns momentos fez a própria comida, lavou a louça e reclamou por ter de recolher o lixo de um banheiro. Enrolou para fazer as tarefas da escola e estava muito a fim de sair com os amigos, antes do fim da noite.

    Permaneci ao lado dele(a) durante toda aquela noite numa balada. Passei perto, tentei perceber indivíduos que flertaram ou cruzaram o caminho e a única pessoa que me chamou atenção foi uma garota mais velha que a possível vítima. Retraída e que não tirou os olhos dele(a) por todo o tempo em que ficaram na balada. Na saída percebi uma moderada perseguição que terminou quando ambos entraram em apartamentos diferentes, ou seja, era apenas uma vizinha.

    Na noite seguinte fui atrás do(a) terceiro(a) suspeito(a) e foi uma noite tensa pois ao que tudo indicava, seria a noite do próximo assassinato.

    A continuação está aqui: https://www.vampir.com.br/mais-uma-noite-aflito/

  • Vampiros transmitem Corona ou outros vírus?

    Vampiros transmitem Corona ou outros vírus?

    A recente pandemia, como alguns chamam a transmissão global do vírus COVID-19, reacende um debate que já tivemos por aqui anos atrás e que diz respeito às doenças que os vampiros podem transmitir. Porém, inicialmente preciso falar que isso tudo me faz lembrar de 102 anos atrás em 1918 quando a humanidade enfrentou a temida e devastadora Gripe Espanhola.

    Não podemos comparar aquela época com esta, pois os hábitos, principalmente os de higiene, são muito diferentes! Mesmo no Brasil daquela época eram poucos que tomavam banho mais de uma vez por semana, talvez no verão em função do calor. Tampouco, ia-se as praias para banho, pois normalmente tais lugares eram vistos como solução para limpeza dos penicos.

    Outro ponto importante a se destacar sobre a diferença daquele momento para este é que não existia comunicação global, portanto era extremamente difícil saber se em algum ponto do globo havia cura ou mesmo boas práticas que atenuassem os sintomas e as mortes humanas. Sem falar que estávamos enfrentando ainda a WWII, e vários países que poderiam investir na cura, voltavam seus investimentos científicos e de pesquisa em armas ou equipamentos militares para suas tropas.

    Em específico sobre os vampiros e sua alimentação é preciso falar que todo sangue consumido por nós vai para um estomago diferente do padrão. Sim, nossos órgãos são diferentes dos humanos normais. Alguns são atrofiados, quase “secos” e outros se adaptam sobrenaturalmente ao novo funcionamento pós transformação.

    Já mencionei aqui que existem especialistas no assunto, o Dr. G, por exemplo, fez ótimos estudos anatômicos em 1737, alguns deles foram publicados e os volumes que restaram certamente figuram entre os mais aclamados pelos colecionadores. Em seus tratados havia desenhos, no qual tive a oportunidade de apreciar em certa biblioteca, um estomago confundível com um balão e saindo deste algumas veias que se conectavam ao resto do corpo.

    É importante salientar que em nosso organismo o coração também é um órgão inerte, então o todo processo circulatório decorre deste estomago vampiresco sobrenatural. Rins, fígado, intestino… Todos eles também são atrofiados e a digestão ou adequação do plasma também ocorre neste órgão e é preciso salientar que ela pode ocorrer muito rápido caso o vampiro esteja a tempo sem se alimentar.

    É de conhecimento geral que vampiros sentem pessoas doentes, alguns inclusive se recusam ou tem asco de se alimentar de indivíduos que possuem enfermidades. Porém, se isso for necessário e em poucos segundos mais tarde esse mesmo vampiro morder outra pessoa existe a chance da doença do primeiro ser transmitida ao segundo. Todavia, os Regrados nos estimulam a evitar tal procedimento.

    Assim como na sociedade humana, a sobrenatural também se preocupa com as epidemias e demais problemas globais. Afinal, o ecossistema precisa funcionar…

  • Drácula da Netflix, o que achei da minissérie

    Drácula da Netflix, o que achei da minissérie

    O ano iniciou com novidades no que diz respeito aos vampiros e ao famoso Drácula. Então cá estou eu para falar um pouco do que achei dessa minissérie da Netflix em parceria com a BBC.

    Cuidado Spoilers!

    A série possui três episódios e segue uma linha temporal que se inicia em 1897 no famoso castelo da Transilvânia e vai até os dias de hoje em algum castelo semi-abandonado da Inglaterra, que foi transformado em uma área de pesquisa científica secreta. Isso não foi uma ideia ruim, o problema maior que senti foram os cortes mal posicionados, tecnicamente, poderia ser mais bem explorado em termos de roteiro e produção. Há furos na história e momentos toscos, tal qual o advogado que usa a lei e um discurso pobre para livrar Drácula de uma possível e infame tortura científica no laboratório.

    A temática do horror gótico é bem explorada pelo ator dinamarquês Claes Bang, e se assemelha muito aos atores que produziram versões anteriores do famoso vampiro. Ele possui uns trejeitos bacanas, indo do galã ao faminto Nosferatu animal, mas confesso que o Gary Oldman interpretou melhor a nobreza do personagem no filme de 1992. Inclusive, há momentos em que a gente fala: “Cara que fdp, cusão!” ou “Sim, esse é o Drácula manipulador clássico”. Mas no geral a ideia de apresentar pequenos mistérios como o labirinto do castelo no primeiro episódio, que foi resolvido muito rápido pelo Jonathan Harker (John Heffernan) e a quase total falta de cena, falas e história para a sem sal Mina Harker (Morfydd Clark), desanimam as expectativas iniciais.

    Dolly Wells, que interpreta a Irmã Agatha Van Helsing e a Dra. Zoe Van Helsing, merece um parágrafo em separado. A atriz divide o protagonismo da história e inicia sua jornada interpretando uma freia de maus hábitos, curiosa, mal-educada e corajosa. Em certos momentos ela salva a cena, mas em outro sofre os mesmos problemas dos demais relacionados ao fluxo de como as coisas se desenrolam e dos seus porquês maus explicados. Já no terceiro episódio a freira sai de cena e a atriz assume o papel de sua descendente no futuro, uma doutora que administra um centro de pesquisa e morre nas mãos do vampirão. Ela bem que tentou dar um jeitinho para matá-lo no clichê sol do amanhecer, que estava atrás das cortinas, antes da revelação de que é tudo “coisa do ego” do Drácula, mas ele bebe de seu sangue doente, na tentativa de um possivel suicídio?!

    Tem pontos positivos?

    Sim, se você pensar numa continuação. É bom rever uma obra clássica de volta as telas e fica a expectativa de que venha uma segunda temporada que preencha os vazios deixados pela primeira. Pois quem esperava a mesma qualidade dos criadores de “Sherlock”, ficou decepcionado. Afinal, por que o Drácula pode andar na luz, será que os outros pontos levantados são mesmo coisas da cabeça dele, ou as cruzes e água benta ainda podem afetá-lo? Onde estão os outros vampiros iguais a ele? Por que diabos existem tantos zumbis?

  • Os cabelos curtos, os óculos de estudioso e a camisa larga

    Os cabelos curtos, os óculos de estudioso e a camisa larga

    A parte anterior desta história está aqui: https://www.vampir.com.br/o-vento-assoviando-na-persiana/

    Os cabelos curtos no estilo mais atual, os óculos sem grau apenas para dar um ar de estudioso, apesar da armação moderna. A camisa larga para esconder seu corpo ainda musculo e uma bolsa de couro novinha onde sempre há um livro qualquer, um bloco de anotações e várias canetas e lápis.

    – Todo engomadinho heimm “Seba”

    – Olá herr Wulfdert…

    – Já te disse um zilhão de vezes pra não me chamar assim.

    – Ahh velhos hábitos, meu senhor.

    – Porra, dá pra parar com a formalidade?

    – Desculpa Herr

    – Putz, tá… Me conta ai o que descobriu…

    Sentamo-nos numa mesinha da varanda e a noite estava tranquila com pouco vento e céu estrelado. Divagamos por alguns minutos até que Pepe chegou com sua scooter.

    – Ui sumido!

    – Boa noite senhorita Penélope!

    – Uouu fazia tempo que eu não ouvia meu nome…

    – Cara… Abstrai o jeito dele, eu faço de tudo pra ele deixar de ser um robô (risos) mas tá difícil!

    – E ai, descobriram alguma coisa sobre os adolescentes?

    – O Seba achou mais alguns casos de Embolia gasosa… Esse três aqui tem a mesma idade.

    Pepe analisou a ficha deles e prontamente comentou o que viu:

    – Hey e se não bastasse a idade ser semelhante são da mesma cidade?

    – Sim, a meu ver o padrão desse serial killer é o ternário. – Disse Sebastian ajeitando os óculos.

    Ao longo daquela noite montamos um mapa, identificamos todas as similaridades das vítimas e numa espécie de anamnese, separamos eles em grupos menores por gênero, etnia, parentesco, hábitos e possíveis comportamentos na época de suas mortes. Não descartamos a hipóteses de serial killer levantada por Sebastian, mas havia algo que não encaixava.

    A única hipótese que tínhamos é de que haveria uma terceira vítima em breve e isso me fez ir atrás de um velho contato da região. Algo que evito ao máximo, haja vista que seria um trabalho para o meu outro eu: Hector Santiago.

    Leia a continuação aqui: https://www.vampir.com.br/o-colecionador-de-cada-um/

  • O vento assoviando na persiana

    O vento assoviando na persiana

    Duas e alguma coisa da manhã. O vento soprava assoviando pelas frestas da persiana e o pouco que passava movimentava um velho poster na parede: “La città Nera”, Cidade Negra. Estrelado pela belíssima Lizabeth Scott. Uma trama ao estilo noir, que envolve mesas de poker e um psicopata assassino.

    O tema “psicopatas assassinos”, está a tempos nos cinemas e nunca sai de moda, não é mesmo? Eu mesmo sou fã assíduo deste tópico e sempre que possível me envolvo na investigação de tais imbróglios. Ainda mais se tal elemento estiver perto, perto demais dos meus domínios.

    Pepe, comentou sobre uma morte um tanto quanto estranha de uma pessoa que morava no centro da cidade mais próxima da fazenda. Um caso que intrigou os locais no qual os médicos chamaram de Embolia Gasosa. A doença não é rara, 30% das pessoas que adquirem morrem, mas o que chamou a atenção de minha aprendiz foi a idade da vítima. 16 anos e até então saudável.

    Achei bacana o fato dela estar atenta a tais acontecimentos ao nosso redor e não me preocupei de imediato. Troquei rápido de assunto inclusive e ainda tirei um sarro, perguntando se ela estava estudando ou planejando algo fora de suas rotinas gamers.

    – Ai Fê, achei curioso só… Tu que é todo meio paranoico com mortes diferentes…

    – Não é questão de paranoia, pequena mafagafa… Tenho que ficar atento ao nosso redor. Tu sabes o quão saco é ter que pensar em tudo isso aqui. Mas se tiver alguma novidade sobre o que aconteceu, me fala.

    Sai depois dessa conversa. Fui até a casa do mato na expectativa de encontrar Franz para jogar um papo fora e ele não estava lá. Fazia tempo que não o via e ao que tudo indicava devia estar ocupado com suas crias ou com seus negócios.

    Noites depois, eu estava na rede, ouvindo Kashmir do Led, quando Pepe me surge com um sorriso de orelha a orelha.

    “Oooh, oh, baby, I’ve been flyin…”

    – Ow te disse que tinha alguma coisa! Olha esse prontuário aqui…

    Fiz uma leitura dinâmica e lá estava escrito “Parada cardiovascular as 17:29”, então perguntei zoando:

    – Humm qual o problema, falta uma crase no “às”?

    – Não, idiota… Olha nas outras folhas, ali na entrada tem um “Suspeita de Embolia gasosa” e olha a idade da vítima.

    – Dezesseis também? – Fiquei pensativo…

    Liguei para Eliot (Sebastian) e disse que estava na hora do projeto “Os escolhidos” voltar das férias.

    Leia a continuação aqui: https://www.vampir.com.br/os-cabelos-curtos-os-oculos-de-estudioso-e-a-camisa-larga/

  • E assim fui embora da tribo do meu irmão

    E assim fui embora da tribo do meu irmão

    Eis que havia chegado o momento de ir embora da tribo do meu irmão. Juntei meus pertences em uma mochila de acampamento. Carlos insistiu que eu levasse alguns protetores espirituais consagrados, o que gerou mais bagagem. Apesar disso, o que movimentou mais a minha saída foi o pedido de Sophie, para vir junto e passar um tempo com meu clã.

    Inicialmente, eu não estava muito na vibe de ter mais uma aprendiz conosco. Pepe, ainda toma muito do meu tempo em tais ensinamentos… Mas fazer o que, não resisto aos pedidos de jovens donzelas de olhos grandes.

    O helicóptero fez um voo tranquilo sobre a mata. A humidade da floresta foi ficando para trás à medida que nos aproximávamos da Fazenda. Confesso que estava com saudades do meu quarto, cama, lençóis de seda… Ahhh o chuveiro quente e as roupas lavadas com amaciante…

    Sophie, parecia um cachorrinho assustado que ficou esquecido na hora da mudança, mas Pepe tratou logo de se enturmar com ela. Acho que a grande empolgada da história era Pepe, pois teria outra sobrenatural “mulher” por perto. Faz um tempo que ela estava sozinha e este, inclusive foi um dos motivos de eu ter trazido a nossa tal convidada.

    Pois bem, naquela primeira noite e dia eu foquei nos e-mails empresariais, correspondências e tudo mais que possa acumular quando fazemos uma viajem mais longa. Dei um trato na barba e no cabelo, deixei de lado a selvageria dos últimos meses e voltei a usar calças, All Star e camiseta.

    Liguei pro Franz, mandei Whatsapp e nada dele. Então liguei para H2, sua cria mais nova. Ele me atendeu de imediato e falou que o Wampir fanfarrão estava passando uns tempos na Europa/Asia, resolvendo os problemas de outra cria… Aproveitei o contato para lhe convidar para passar uns tempos conosco. Senti que ele estava muito sozinho depois da sua transformação e exerci uma das minhas funções de líder da porra toda: Monitorar as merdas dos outros membros.

    Ao longo daquela semana apresentei a sede da Fazenda para Sophie, tratei de passar o máximo que pude do nosso mundo para ela. Algumas regras, alguns comportamentos que ela deveria ter caso algum ancião viesse nos visitar e o plano de evacuação em caso de invasão e/ou desastres.

    No sábado, eu já estava mais tranquilo e foi quando H2 chegou. Botas de couro, calça militar, uma mochila velha e um corte de cabelos mais moderno, que lhe rejuvenesceu alguns anos. Se não fosse a barba rala branca diria que ele tem a aparência de um quarentão malhado.

    Naquela mesma noite repassei algumas ideias com todos eles, incluindo alguns Ghuls, que trabalham na fazenda. Sophie ainda tinha problemas para se manter acordada até tarde na noite, mas sua curiosidade era um grande motivador.

    Já era domingo de madrugada quando fui surpreendido por uma noticia estranha. Claire havia sido encontrada morta num dos alojamentos secretos da Red Hand. Seu pai também estava ao seu lado e seriamente ferido na forma de queimaduras, cortes e contusões.

  • The Reaper – Algumas respostas

    The Reaper – Algumas respostas

    Geralmente e raramente quando me sobra um tempo eu fico de bom humor e resolvo fazer algo positivo em meio a uma existência agitada e obscura. Hoje foi um destes dias raros e eu em minha grande paciência que dura geralmente um dia ou algumas horas, resolvi vir responder algumas das perguntas que li no site do Ferdinand. Sim algumas, não todas.

    Vamos lá…

    Mr Reaper, então você é neutro? Você é alguém que tem neutralidade total entre o bem e o mal?

    Neutro? Acho que a sua pergunta tem um pouco de culpa minha afinal eu não acho que deixei claro o meu “lado”… Eu não sou neutro, engana-se se acha que sou neutro porque tenho contato com anjos, não coloque padrões pelo simples fato de terem colocado na sua mente isso através das igrejas, crenças e etc. Saiba que entre nós nunca teve nenhuma barreira, apenas pertencemos e temos objetivos diferentes mas mesmo assim este fato remoto e antigo não impede que possamos nos comunicar e com essa explicação eu te finalizo com, eu pertenço ao she’óhl ( inferno), eu cumpro as leis do fundo dos antros dos teus piores pesadelos e do teu maior medo se não tens apego e fé no pai Celestial. Eu sou um ser infernal e sempre serei.

    Deixou de forma clara sua posição perante a religião, mas qual seria sua opinião perante os deuses terrenos, os dos panteões mais antigos como o nórdico e o grego?

    Primeiramente o seriado Vikings é ótimo mas não vamos levar tudo a ferro e fogo quanto ao que esses seriados dizem ou até mesmo se és alguém que estuda muito e se informa de forma completa através de livros e noites de estudo… Por mais histórico muita coisa foi escondida, queimada ou simplesmente sumiu das mãos da sociedade… Informações que não deveriam ser expostas. Sobre os deuses terrenos que fala do germânico Woden ou Wotan como já deves ter pesquisado eu vou te responder brevemente, não eram supremos e foram apagados pelos dois lados e devolvidos a terra ou como chamam, a Gaia… Gaia eu adoro ouvir pessoas que acreditam em Gaia… Mas deixo isso para outro dia.

    E por último como você entende a essência humana e se um reaper é sempre formado por Lúcifer ou se existe os reapers criados por seres considerados de luz?

    Quando você achar um ‘reaper’ ou ‘ceifador’ criado por Deus, comece a rever tuas atitudes e pedir perdão pois o apocalipse já vai estar com as trombetas do céu tocando na porta da sua casa. Nós não ficamos apenas de capa preta e ceifa na mão antes que surjam perguntas sobre isso, eu não ando fantasiado, tá? Definitivamente não, não podemos existir no lado da luz e lá não se cria seres igual a mim e deixo essa informação como completa.

    The Reaper, Você concorda com a premissa que o bem e o mal fornecem equilíbrio ao universo? Por que?
    Na sua opinião, seguir o caminho escuro é ser mal, ou é questão de escolha e o livre arbítrio onde fica?

    Minha cara o que seria do verde se todos gostassem do amarelo? O que seria dos céus se todos adorassem Lúcifer? Já parou para pensar nisso? Tudo no universo convém de equilíbrio e nada se faz apenas em constantes, guarde isso para você ainda mais agora que diz ser bruxa. Deusa mãe? Não se confunda, Deus existe um e Lúcifer é outro e deixo claro que exista uma ‘mãe’ que não se associa a sagrada Maria. Ponto. Nenhuma Deusa. E antes que fale das crenças wicca eu sei, eu conheço, sei como acreditam e como são ligada a Lúcifer também… Lilith é sagaz, sabe como forjar formas e monitorar pensamentos, aprendeu com o Gran mestre, talvez ela a tenha visitado, afinal ela está do lado dele. E fica aqui a conclusão pois não vou dissertar sobre as wiccas, bruxas, filhas da terra e assim vai.

    Não vou poupar palavras aqui e sim vir com um ponto final dado aqui. Somos seres frutos do anjo caído, temos uma certa liberdade e por ter tal liberdade, poder e objetivos sombrios nós não somos vistos como entidades bondosas… Se leu um pouco do que escrevi aqui, bem sabe que tipo de ser somos e não nós não somos bonzinhos e eu também não pretendo ser e isso aos olhos da sociedade pudica e temerosa não é exatamente do bem. Então sim e pontuo com total voracidade de que livre arbítrio existe mas já reparou que nada e absolutamente nada é realmente livre e tudo está atrelado a forças maiores? Tua premissa talvez precise entender por vias maiores e talvez pelo próprio anjo caído em pessoa que vais seguir um caminho e por mais livre que se sinta nas tuas escolhas, no fim de toda caminhada vais ser cobrada não importa a forma e não importa o quanto diga que não. Nada que se planta aqui você fica sem colher e nada é pura e exclusivamente feito de escolhas, você segue e acredita em algo pois este ‘algo’ vai te caçar em algum momento ou tomar conta de ti e posso garantir que lá na frente vais ver que por mais atitudes positivas perante a sociedade e as tuas crenças a tua escolha vai te caçar até os confins da terra e te tornar aquilo que a crença uma vez entre linhas escuras, tortas e confusas uma vez te avisou mesmo sem clarificar o fim de cada passagem.

    Ou acha que eu faço o que faço e sou o que sou apenas por livre escolha ou diversão? Não se iluda o mundo, submundo e os céus não dão nada sem a certeza da troca e do retorno da forma que lhes melhor convém. Acredite quando digo para não seguir mais este caminho se tens este tipo de dúvidas pois o caminho que estas a seguir não é feito de bondades e isto é bíblico e eu te garanto que é verídico. Ele veio para matar, roubar e destruir as criações de Deus pois se opôs e assim expulso foi, colocado nos antros acordou e na revolta de um filho abandonado fez casa na escuridão. Eu te garanto minha cara que ele não faz o que faz sozinho, existem soldados por todos os lados e de todos os jeitos. Se não tens certeza, se tens dúvidas, não prossiga porque a certeza de decepção vais te ser agoniante e enorme. Um conselho amigável.

    Agora uma pontuação minha que me intrigou… Vocês tem a capacidade cega e desmedida de vir até o Ferdinand no desespero desenfreado e egoísta com a ilusão de que pedir para ser transformado é fácil e o caminho certo e achando que é a mesma coisa que ir na padaria pedir por pão? Repensem, não é o romance que tanto assistem na mídia. Não leram o quanto de sofrimento o vampiro que amam tanto, passou? É uma vida transformada, é um começo difícil que ele mesmo os priva muitas vezes, pois pra ele, deve ser difícil relembrar quando perdeu tudo que mais amava e foi negado da chance de seguir a vida do modo que quisesse. Pensam que foi fácil para perder pessoas amadas, a agonia de nunca envelhecer dura décadas, o sangue por mais delicioso ao vampiro também o recorda do que é! Não se iludam com imortalidade, romance, sexo, séculos a finco e mordidas sedutoras; são anos e mais anos e séculos incontáveis de batalha interna, de auto entendimento, de controle e muitas vezes de desespero por não poder partir.

    Acreditem que o vampiro que vos fala é um ser para se admirar a paciência de lidar com tantas dúvidas, perguntas idiotas como estas ou pessoas “apaixonadas” pela ilusão que tudo são flores e sexo na vida de um vampiro, ali atrás tem uma história de superação milenar guardada. Respeitem. Vocês querem dar a vida de vocês como folhas ao vento e ao meu ver é um trabalho a menos pra mim, mas uma revolta a mais para ser recordada. Mal sabem o quanto são valiosos, todos vocês pois seres supremos batalham de várias formas pela alma de cada um.

    Mais uma vez para fixar na mente humana, eu não sou nada bonzinho, apenas pareço e essa “escolha” tem as suas consequências.

    Uma frase ótima que eu li e que define muita coisa.

    Se você realmente acredita em livre arbítrio, tente fazer escolhas sem se preocupar com as consequências, você verá que não é tão livre quanto pensa.

    The Reaper

  • Na tribo do meu irmão

    Na tribo do meu irmão

    A vida da floresta em meio a uma tribo de humanos + licantropos têm se mostrado uma experiência muito significativa em diversos aspectos. Mesmo sendo irmão de sangue do Alpha, alguns ainda me veem com olhos punitivos. Do tipo: “O que esse playboy tá fazendo aqui” ou ainda “Cai fora haule!”… Porém, com alguns deles tal qual a Sophie, uma lycan que pode se metamorfosear em pantera, as coisas são um pouco diferentes.

    Como vocês sabem eu tenho essa aura que atrai mulheres empoderadas e te falar que curto andar com elas. Não que o empoderamento seja um diferencial, a verdade é que pessoas intelectualizadas, que exploram ou que vão além da média curricular tem pensamentos diferenciados.

    Sophie se deitou na rede ao lado da minha num dia desses no qual eu estava com insônia e trocamos uma ideia legal sobre como nossos caminhos se cruzaram…

    – Então você é mesmo irmão de sangue do Carlos?

    – Sim desde a época no qual ainda se chamava Adolf, tal qual nossa mãe havia lhe dado.

    – Ele sempre foi visionário assim?

    – Para ser honesto ele era bem estabanado e enrolado antigamente. Depois que a licantropia se manifestou nele e ele passou por tudo o que ele já deve ter contado para vocês nesses últimos 100 anos. Ele se tornou outro cara. Um cara bem diferente de quando era apenas meu caçula.

    – Engraçado, eu só tenho 30 anos, inclusive as vezes falam que minha aparência é de algo próximo dos adolescentes humanos e mesmo assim não consigo visualizar essa experiência centenária de vocês… Eu sei que é minha realidade, mas parece algo muito distante.

    – Relaxa, sei bem como é… Acho que eu já te disse que fui transformado aos 25 e ao contrário de vocês que envelhecem, dizem que eu vou ficar assim para sempre. É um saco, na real, e as vezes parece que o tempo literalmente não passa. Eu só me dou conta da passagem dos anos, em situações em que retorno há algum lugar que não vou com frequência. Semanas atrás eu lembrei de algumas pessoas de um centro espírita. Resolvi ir até ele e fui surpreendido por um terreno baldio. Perguntei pelos arredores e fazia mais de 15 anos que o prédio havia sido demolido. (risos)

    – Pelo visto estou melhor que você então? Hahahah

    E esse papo rendeu mais algumas filosofias e risadas até que ela foi almoçar e meu sono de beleza resolveu aparecer. Nessa época eu já estava para ir embora da tribo, meus rolês de apoio ao Carlos foram muito proveitosos e poder estar perto dele. Do último membro vivo da minha família humana, trouxe um certo ânimo e novos objetivos para os meus caminhos.

  • O destino e as novas experiências

    O destino e as novas experiências

    O destino nos aproxima de certos indivíduos e partir deles surgem novas experiências. Falo aqui de um camarada, chamado Henrique, que esbarrou em minhas andanças há alguns meses. Sujeito pacato, dono de princípios inabaláveis e ao meu ver propagador da justiça. Não falo aqui da punição, mas sim do Karma ou destino.

    Estava viajando com Carlos, meu irmão lobisomem, no que posso chamar de um passeio amistoso em terras distantes. Quando surgiu a figura de Henrique. Esguio, parcialmente calvo, pele escura… Típico sujeito na faixa dos 45, nenhum exemplo de beleza e que ainda por cima tem problemas de comunicação. As vezes dá muita vontade de dar aquele tapinha amistoso nas costas dele: “Desembucha logo, cara!”

    Apesar disso, nossa convivência ao longo de uma semana me gerou um insight crucial, que me fez rever alguns processos internos…

    – E ai como andam as coisas? – Carlos puxou papo.

    – Tô numa pensãozinha te falei? Deixei os meninos com a patroa no nosso apê e cai na vida…

    – Nossa, que triste! Achei que tinham se acertado depois dos últimos rolos…

    – Nada, não rola bater em pedra, cansei cara! A vida segue…

    O silêncio surgiu e ficou entre nós. Fui obrigado a fazer uma piadinha:

    – Já ouviu falar de amor livre? Aproveita o momento e pega todas, vai te fazer bem!

    Carlos me olhou com reprovação e o desconfortável silêncio imperou por mais alguns instantes até que Henrique se manifestou:

    – Eu queria estar lá com eles, na verdade…

    O sentimento de tristeza era inerente e por mais que eu quisesse animar aquela conversa, as recordações já haviam inundado seus pensamentos e o jeito foi focar no motivo da visita.

    – Bom, anseio que vocês encontrem o melhor caminho… Sobre aquela peça, que falamos por e-mail, está com ela por aqui?

    – Claro, sim… sim. Só um instante!

    Carlos me olhou de forma séria. Não entendi se me reprovava ainda, fato é que Henrique voltou rapidamente com a peça e tratamos de ir para o próximo destino. Na saída o anfitrião abriu a porta e havia muito lixo por lá, provavelmente resultado de algum vento mais forte que trouxe tudo a sua porta.

    – Não entendo como existe ge-gente, ta-tão… porca! Cu-custa jogar tudo nas la-latas lixos!? Eles não entendem que-que isso tu-tudo volta na fo-forma de enchente!

    Pode parecer exagero da minha parte, mas aquele momento me fez rever todas as vezes que joguei um cigarro ou papel de chiclete ao vento…

    Próximo caminho, a tribo do Carlos. No qual vim escrevendo esse post e me remoendo entre pensamentos sobre justiça, destino e a forma como eu aplico tais conceitos nos caminhos que percorro.