Tag: briga

  • É impressionante como eu nunca faço nada

    É impressionante como eu nunca faço nada

    É impressionante como eu nunca faço nada.
    É sempre a confusão que vem até aqui.
    Falo isso para o meu psiquiatra,
    Mas é claro, ele não entende….

    Estava eu naquelas minhas noites de desapego, sabe aquelas onde você sai mal arrumado, com cara de sono ou de poucos amigos? Pois bem, às vezes faço isso simplesmente para não ficar em “casa” e acumulando poeira. Claro que eu poderia fazer um milhão de outras coisas, mas colocar uma motoca na estrada, carregando uma mochila cheia traquinagens é sempre a melhor opção para mim.

    Parei num prostíbulo de estrada, aquelas casinhas com luz vermelha e que fazem a alegria dos caminhoneiros. Eu já tinha passado uma vez por aquelas bandas e até se engraçado com uma pequena. Uma mulatinha, nada demais, porém jeitosa e com uma boca carnuda, de dar inveja as gingas.

    Não, este relato não foi feito pelo Hector e tudo o que vocês precisam saber da minha “vida sexual” parou aqui. O negócio é que naquela noite qualquer eu estava de folga. Sem investigações ou terceiras intenções, apesar de estar sempre preparado… e odeio quando interrompido o meu barato, o meu momento pavão, ou como queiram chamar minhas saídas sem rumo.

    Gordo, barba por fazer, olhos castanhos escuros, cabelo comprido de um lado e raspado do outro, exibindo um brinco grande de prata. Cheirava a pólvora, mas o cheiro era suave. Provavelmente, tinha tomado um banho na estrada e com a água do caminhão.

    Chegou bancando o mothafucker, pediu uma garrafa de cachaça e sentou ao meu lado:

    – Cara eu tô fritando hoje!

    – Sei.

    – Cara eu tô muito loco!

    Silêncio.

    – Cara, cara… que foda!

    Silêncio.

    – Ca.…

    No quarto “cara” eu continuei em silêncio e virei de costas para ele.

    Cara me escuta aqui!

    Quando percebi que a mão dele foi-se sobre o meu ombro eu me movimentei rápido e ele quase caiu para frente. Ficou indignado, chamando a atenção, tá tô que dei um empurrão de leve para ele ir para trás.

    O barman, que também era o dono do lugar puxou uma Taurus de baixo do balcão e nos ameaçou:

    Vamo acabar com essa merda, ou não?

    Eu continuei na minha em silêncio, esperando a mulatinha aparecer é cara deu uma resmungada qualquer. Sentando-se depois em uma cadeira próxima.

    Fiquei na minha vendo TV, lambendo uns amendoins e jogando num copo vazio. Até que finalmente apareceu a bonitinha. Estava toda faceira de banho tomado, os seus cabelos cheiravam a algum xampu barato, mas o frescor de seu acordar era de dar inveja. Viu-me de longe, abriu um sorriso e foi se aproximando.

    Distraído pela garota, eu não percebi a aproximação do babaca, que interrompeu minha visão e chegou cheio de dedos. Ela fechou a cara naquele mesmo instante, tentou se esquivar do infeliz, mas foi agarrada por trás. Percebi que ela relutou o quanto pode até ficar presa sem chance.

    Olhei para o dono da espelunca que se ria e pensei comigo: “Nunca mexa com o meu gado”. Traduzindo, fiquei puto. Joguei os amendoins para trás do balcão e nos segundos em que o cara se distraiu eu agi muito rápido. Peguei uma bomba de gás da mochila, daquelas que mágicos usam, dei a coronhada no caminhoneiro e sai com a garota do lugar.

    Do lado de fora eu quase assumi meu lado bestial, vendo minha moto ao chão e a porra do caminhão quase em cima.

    – Respira Fe…

    – Não posso, minha querida! – Soltei sem pensar.

    Ela ficou me olhando preocupada e minha vontade era de ir atrás do infeliz ou passar com o próprio caminhão por sua cabeça, mas como a belezinha devia ser de uma empresa, atuaei despretensiosamente. Engatei um “ponto morto” aproveitei uma descida e dei um empurrão, longe dos olhos da moreninha. Ela ficou olhando, parecia tranquila e à medida que o caminhão ganhava velocidade, eu tratei de deixar a moto pronta para a viagem.

    A moto já estava ligada e eu ainda dava um “trato”, quando o dono da espelunca saiu porta a fora. Tossia muito, limpava os olhos. Tentou inclusive me ameaçar com palavras que não me lembro e alguns tiros para o alto. Neste tempo o caminhão caiu barranco abaixo, fez um barulho enorme, que chamou a atenção do barman e permitiu nossa fuga.

    Terminei aquela noite de volta ao meu refúgio, onde me deleitei nas curvas daquela menina.

  • Uma Amizade Improvável pt 7

    Uma Amizade Improvável pt 7

    -Então quer dizer que você é o arrombado que anda nos perseguindo? – cara de uma coisa você pode ter certeza, não tente ser filho(a) da puta comigo, eu vou descobrir e vou acabar querendo fuder com a sua vida em grande estilo! Não me importa se você é um bosta miserável ou um milionário com pinto pequeno, o que importa é que eu vou atrás de você e vou acabar com a sua vidinha medíocre de alguma forma sensacional com direito a platéia.

    A cena era a seguinte, nós com os regrados, motoqueiros sobrenaturais, membros da Ordem e aquela vontade louca de ver sangue jorrar e de preferência explodir com tudo. Do outro lado tínhamos os inimigos mais antigos da Ordem recém saídos de algum buraco da terra e com sede de vingança, sei lá eu que caralhos era essa vingança, mas era uma e eles espionaram o nosso atual comandante e eu, EU, EU, EU, uma coisa eu tinha certeza, eles não tinham algum tipo de amor a imortalidade deles, porque se me espionaram viram que uma vez que pisar no meu “calo” eu arranco até os olhos da cara, só por diversão de ver o sofrimento do idiota que se atreveu a me irritar, cortesias de ensinamentos by professor Hector! Thanks Babe! 😉

    Do outro lado o tal do Alex e aquele ar de superioridade que logo menos eu ia enfiar de volta no rabo dele de tanto chute meu que ele iria levar, tudo isso deixando aquela situação de clãs um de frente pro outro, cena clássica de guerra saca, lindo de se ver, o que era ruim de se ver era a falta do Steven que tinha se enfiado no inferno novamente e sumido da face da terra, mas tudo bem, conhecendo meu amigo/amante nas horas vagas/conselheiro e assim vai, logo ele apareceria com alguma ótima surpresa ou não né, vai saber, não sei os dias que ele fica de TPM… =x

    Trevor tinha aquela expressão muito bem conhecida dele de ” Eu vou arrancar a sua cabeça e dar para os seus amigos comerem!”, Daniel e o sorriso galã psicopata dele, Joshua com uma arma na mão e olhando como se tudo aquilo não passasse de uma festa junto de seus companheiros que pareciam muito felizes por estarem ali, afinal para nós redneck’s uma boa briga é sempre muito bem vinda é quase que um método de meditação, quase isso, mas ajuda né?! O Gabriel e os regrados com aquela expressão de paisagem morta de sempre, mas pelo menos estavam ali com o mesmo propósito que o nosso e o chefe deles era bonito de se olhar e para melhorar a situação ele parecia o próprio demônio encarnado lutando, então era uma vantagem imensa a nossa.

    Eu resolvi dar um passo para frente já com a minha fiel amiga em mãos e o líder da Devil se achou no direito de ficar bem perto de mim e abrir a boca pra falar bosta, como se o que ele já fez não tivesse sido merda o suficiente – Lilian, como está a Kate? Diga que mando lembranças! – a cara de pau dele era tanta que eu apenas sorri como se aquilo não passasse de uma piada – Pode ficar tranquilo meu caro, quando ela estiver embaixo de mim eu mando lembranças… Ou talvez apenas mostre a sua cabeça pendurada na minha parede, você seria um ótimo enfeite! – se ele tinha alguma esperança de que eu iria amarelar, toda a esperança tinha ido embora da face dele depois da minha inusitada resposta – Vejo que puxou o jeito ácido de seu mestre?! Talvez os filhos sigam os pais afinal… – eu acho que as vezes, só as vezes a minha paciência volta, mas ela volta nas horas mais desproporcionais. A minha única atitude foi dar as costas e voltar para o meio dos meus aliados e esperar o que o cara iria vomitar de besteiras pra cima da gente.

    Trevor sorriu de volta pra mim e piscou, ele tinha algo em mente e no fundo do meu coração algo iria dar errado, muito errado. Agora ao lado do Daniel esperei assim como os outros a volta, o que viria, Joshua parecia impaciente e seus companheiros também, Gabriel ainda estava na mesma posição, apenas observava o quebra-cabeça sendo montado. Olhei para trás e voltei a olhar para Alex ele tinha o olhar fixado em mim, mas quebrou o olhar e se virou para nada mais nada menos que o meu mestre – Trevor, creio que estivesse esperando a visita de Caios, mas ele meio que morreu e agora eu assumi o controle… – sério? Controle de que meu filho? Controle de drogas? De prostitutas? Porque de vampiros que não era! – Ah vah! Sério? Eu achei que você era a putinha dele que veio aqui a trabalho, talvez fazer o trabalho sujo por ele! – eu amo as respostas sarcásticas do meu adorado Trevor – Não meu caro, deixo esse papel para sua pupila ali! Mas vim aqui para pegar minha mulher de volta, acabar com você e com esses dai da Ordem, os motoqueiros caipiras e esses ai que não sei o que são… – Gabriel apenas olhou na direção do líder da Devil e sorriu, andou até ele sorrindo com as mãos em seu sobretudo, eu já falei o quanto o vampiro é gato? Enfim, quando ele chegou mais perto estendeu uma das mãos para um cumprimento “amigável” – Prazer, Gabriel, sou apenas um regrado cumprindo deveres! – não sei se era possível, mas Alex ficou mais branco do que já era, ficou estático alguns segundos, ligando os fatos até que percebeu que se ele veio pra matar vampiros e sumir sem ninguém o punir, ele estava bem equivocado, porque se ele tinha um plano bom, nós tínhamos um melhor ainda.

    -Licença, eu vim aqui pra matar alguém, vingar algumas mortes aqui na minha região, será que rola? – Joshua parecia entediado e deixou bem claro que Alex e seus capangas tinham matado na cidade dele e não sairiam dali impunes. O que me intriga é que esses imbecis vieram aqui em busca de uma vingança que foi no tempo em que Michael ainda era “novo” e Odin saia por ai trepando com geral… Tipo pra que agora? Quanta paciência pra esperar, depois vir até aqui sem o caso bem pensado, ou pelo menos com um plano B na manga. Pra que? Por que não ficou lá na sede deles bebendo sangue, lendo algum manual de ” Como não ser idiota!” Ou fazendo um tricô? Teria sido mais produtivo! Do que vir aqui perder tempo, tudo bem que tempo a gente tem de sobra, mas poxa tem coisas que dá pra contornar, mas não como temos tempo vamos lá encher o saco do inimigo que eu não vejo desde as cruzadas, enfim que alegria, aqui estamos e pra ajudar ele quer a Kate de volta, vai ter duas de volta!

    Mas como tudo pode piorar, Alex achou que seria bacana ofender o líder dos Ascendent’s, Joshua -Ninguém pediu a opinião do redneck ali! Você não tem que ir trepar com a sua irmã ou algo assim? – Nunca, nunca na sua vida insulte um redneck, ainda mais se ele for sobrenatural, se fizer isto tenha em mente que é a mesma coisa que falar ” Pode vir eu estou afim de apanhar!”, bastou o cara falar merda que o barraco estava armado com direito a aquelas cenas típicas de briga de bar em que até garrafada estava rolando, eu mesma guardei de volta a katana e cai na porrada como se não houvesse o amanhã! Era soco, xingo, chute, xingo, mordida, xingo puxada na barba, xingo, puxada no cabelo, xingo e sangue pra tudo quanto é lado, era a coisa mais humana e sem noção que eu tinha participado desde que fui transformada, porque não era aquela briga de sobrenaturais que rola poderes místicos, espadas, magia, possessão, lobisomens saindo pela culatra, não meus caros, era pancadaria da velha e boa maneira que vem ai desde os primórdios.

    Quando eu visualizei o Alex, ah me joguei pra cima do canalha, ele ia apanhar pelo que fez com a Kate. Nós dois no chão rolando igual em briga de bêbado, quando conseguimos levantar dei lhe um soco no meio da fuça e ele devolveu depois em mim, ficamos atracados um no outro com trocas de socos, meus rosto ia ficar lindo depois, só que não.

    Enquanto rolava aquela baixaria com tudo voando e aquela zoeira infernal, vi Trevor batendo em dois vampiros, Daniel cortando outros dois, Gabriel apenas com as mãos conseguiu abrir a cabeça de um como se o mesmo fosse uma lata, Joshua parecia estar possuído e batia e metia a bala nos que apareciam a sua frente. Eu consegui me soltar dos braços do Alex e quando tive a chance lhe dei um chute no meio do peito, o vampiro levantou voo e caiu a alguns metros de mim e logo ao fundo ouvi o que parecia um bando de lobisomens chegando, quando me dou por conta tinham cinco deles apenas nos observando e eu muito a lá cuzona vibe, sabia quem eram e apenas soltei – Steven, falaram que os rednecks são tudo uns merdas! O que você acha disso?- Foi pra acabar com tudo, foi lindo de ver, aqueles lobisomens arrancando braços, pernas e cabeças daquele bando de idiotas Devil’s do caralho que os parta, com o OK sorridente do Gabriel, que arrancava com os dentes a orelha de um outro vampiro inimigo.

    Alex se levantou e voltou correndo em minha direção, minha reação foi única, peguei a katana e ele viu, diminuiu o ritmo e viu que agora o buraco entre eu e ele tinha ficado bem lá embaixo – Eu estava esperando pra você fazer isso, nada mais justo que lhe acompanhar! – Alex retirou o casaco e embaixo puxou a própria katana, ambos em posição de luta, no meio da bagunça, era aqui e agora que tudo seria resolvido e eu apenas o olhei e não contive a minha língua – Bring it all, Bitch!

    Tudo mudará
    Nada permanece igual
    Ninguém é perfeito
    Ah, mas todo mundo pode ser culpado
    Tudo em que você confia
    E tudo o que você pode salvar
    Vai deixar você de manhã
    E volta para encontrá-lo no dia

  • Lilian à Reunião – Final 2 de 2

    Lilian à Reunião – Final 2 de 2

    “Me experimente, beba minha alma
    Me mostre todas as coisas que eu não deveria saber
    Quando há uma nova lua em ascensão
    Eu morreria por você, meu amor, meu amor
    Eu mentiria por você, meu amor, meu amor (Me faz querer morrer)
    Eu roubaria para você, meu amor, meu amor
    Eu morreria por você, meu amor, meu amor
    Nós queimaremos na luz”

    E aqui eu estava de novo, entre a cruz e a espada, a vida e a morte, de frente para o Ceifador dos vampiros em pessoa, Gabriel, o regrado de quem Steven me falou. Vampiro no mínimo assustador, lindo, ele era de tirar o fôlego, mas a presença medonha dele me deixava duas vezes mais atenta. Como combinado ele me deixaria dar o fim em Pierre, desde que ele participe e leve com ele a prova de que Pierre estava morto.

    Pierre não estava mais no local em que costumava, ele era esperto, sabia que nós iriámos rastrear seus passos até lá, o que ele não esperava era que Gabriel sabia de todos os possíveis esconderijos, apenas esperava o momento certo para atacar. Fiquei me perguntando o que Pierre havia feito para que os regrados viessem atrás dele, perguntei para Gabriel , ” Vou te resumir Lilian… Pierre teve uma ‘esposa’ por vinte anos e em um belo dia ele decidiu que era hora de trocar de parceira e ao invés de simplesmente terminar tudo com um simples acabou, ele resolveu que seria legal matar sua parceira, cortar em pedaços e enterrar… O detalhe era que ele havia transformado ela em vampira e como sabe nós não toleramos que matem vampiros…”. Pqp eu pensava que ele era louco, mas não retardado! Porra ele matou e fez picadinho? Estava no Master Chef esta porra? Pra sair picotando a ex? Ainda bem que eu me livrei deste doente!

    Chegamos então ao local, foi então que Gabriel nos repassou mais algumas coisas, ” Pierre acha que é algum tipo de Deus e transformou alguns vampiros ao longos destes anos. Ele é o chefe do clã, esperem por ataques surpresas de alguns vampiros e Steven venha apenas no meu sinal, se você se transformar antes, todos vão reconhecer sua presença apenas pelo cheiro!”, olhei para Steven em busca da reposta de onde estava o Daniel, “Ele vem! fique tranquila!”

    Daniel não estava mais na casa do Steven quando acordei, ele havia saido antes, me deixando aflita e querendo socar a cabeça dele em uma parede, mas como eu conheço ele bem sei que estava tramando algo. Como planejado entramos pelo pequeno edificio, apenas três andares nos separavam da loucura que seria a seguir… Dito e feito, quando chegamos no terceiro andar, entramos em uma sala , o local com as paredes vermelhas, móveis de tons escuros, e nos sofás haviam quatro vampiros, três sendo homens e uma mulher, essa deveria ser a nova esposa dele ou o futuro picadinho, não sei bem ao certo…

    Sentados como se nos esperassem os vampiros pareciam tranquilos e até receptivos, mas nenhum sinal de Pierre, conhecendo bem ele, eu sabia que ele iria fazer uma entrada teatral, “E você não está errada minha doce Lilian! Adoro entradas teatrais!”. Esse imbecil ainda conseguia ler mentes e eu consegui travar a minha e ele percebeu, vindo de um longo corredor, lá estava ele, décadas depois, vestido no seu melhor terno, e com aquele ar de grandeza, Pierre vinha em minha direção sem medo algum. Quando ficou frente a frente comigo, tão próximo que quase encostou o peito no meu, ele era um pouco mais alto que eu, “Lili você ficou ainda melhor como vampira, adorei esse seu look minha querida… Não fique com cíumes  Madeline, mas essa mulher me deixa complemente instigado!”, ” Se você encostar um dedo em mim eu juro que eu quebro seu braço!”, ” Não é mais aquela flor delicada de antes né minha cara, agora você tem garras e sabe como usa-las!”, “Pierre não me tente!”, “Sabe Lili, quando eu estava com outras mulheres eu ficava imaginando que era você!”, ” Pierre toda vez que eu estava matando algum cretino eu fantasiava que era você!”.

    Uma coisa eu sabia fazer, atingir o ego masculino! E não eu não tenho dó! Pierre agora se afastava e ficava perto dos seus súditos, enquanto nós três ainda permaneciamos no mesmo lugar. “Pierre você sabe o que fez, não pode se esconder mais meu caro…”, Gabriel falava com calma como se tudo aquilo fosse algo completamente normal, “Meu caro desconhecido, eu e Lilian temos nossas desavenças, mas nada que uma boa conversa a sós não resolva!”, “Lilian? Não meu caro, eu apenas vim aqui de comum acordo com ela. Minha vinda é pelo assassinato da tua ex parceira, Joanna! Lembra dela? Aquela que você matou e fez em pedaços?”, nada no rosto do Pierre era de satisfação, agora o medo transparecia ” Deixe-me apresentar, sou Gabriel, um dos regrados e vim até aqui exclusivamente por você! A minha sorte é que encontrei Lilian!”.

    Como era de se esperar, Pierre se escondeu atrás do seus filhos e eu apenas fique de olho, ” Meu querido, somos cinco e vocês três!”, “Na realidade… Somos dez e vocês cinco!”, “Onde estão os outros maravilhosos  guerreiros?”… Silencio e nada de ninguém aparecer, o grupo de Pierre estava confiante até que passos para todos os lados e um uivo ao longe vinham em nossa direção. Daniel seu fdp eu sabia que não ia deixar nada barato, quando menos espero lá estava meu irmão, meu melhor amigo e dois regrados e quando me dei por conta lá estava ele, Trevor seguido de Michael, “Trevor foi você que me entregou? Você sabe o que fez!”, “Eu sei o que fiz e sei que errei também Pierre… Mas não posso ficar aqui e não ter mais sua confiança Lili…”, eu conhecia ele, sabia quando falava a verdade apenas de olhar nos olhos do meu amado vampiro, apenas sussurrei ‘eu sei’.

    O que posso dizer da batalha foi que ela foi rápida, eu e Daniel perseguimos Pierre e não deixamos que ele fugisse, já Trevor e Michael juntos dos outros procederam em destruir os outros vampiros com a ordem de Gabriel o regrado. Quando finalmente os outros estavam sem vida, Daniel me ajudou a pegar Pierre, ” Como você se sente seu bosta? Imobilizado do jeito que fez com a Lilian?”, não tinha o que discutir, Pierre não iria conseguir  sair dos braços fortes de Daniel.

    Gabriel deu a ordem final para que Pierre fosse aniquilado, “Lilian termine e me entregue a cabeça dele, essa será a prova de que mais um desertor foi morto!”. Antes que eu finalmente terminasse com tudo, precisava perguntar o que há muitos anos venho guardando pra mim, “Por que Pierre? Por que eu?”, ” Lilian não me mate! Por favor!”, “Vou lhe tratar com a mesma cortesia que teve comigo, quando eu era apenas uma menina frágil e inocente! Você tirou tudo de mim! Tudo! Não me deixou ao menos me despedir da minha mãe, dos meus amigos, DA MINHA VIDA!”, um soco no rosto dele que dei de raiva, ” Eu não merecia! Mas já que o fez…” , quebrei-lhe as pernas,” Apenas te agradeço por um detalhe, neste estado que eu estou consigo ir atrás de canalhas como você!”, e agora os braços, as mesmas coisas medonhas que me fez agora estava sofrendo.

    Ele pedia misericórdia, Gabriel me olhava insinuando que o fizesse, Daniel e Trevor fizeram o sinal e então me agachei e sussurrei no ouvido de Pierre “Você foi apenas o primeiro… Seja vampiro, lobisomen, humano o que for, se tentar fuder comigo eu vou atrás nem que seja no inferno, pra acabar com a raça! Você está servindo de exemplo meu querido!” e foi isso, com um golpe eu acabei ali o meu capítulo com Pierre, enquanto ali mesmo iniciava um novo capitulo da minha ‘ não vida’, este no qual eu prometi a mim mesma, não confiar e nem deixar barato para ninguém que tentar de alguma forma me prejudicar, como disse, nenhum pescocinho está ileso das minhas maldades ou da minha revolta… Um passo em falso e pode ser o seu último! Todos temos várias faces e a minha pior foi ativada como se fosse algo natural, algo que estava batendo dentro de mim para ser livre e então o dia chegou.

    Desta vez não vou ficar triste com quem fizer algo contra mim, me martirizar como fazia antes, ou esperar o momento certo para atacar… Não… Agora não penso duas vezes… Afinal o mundo é um lugar muito pequeno quando se é um ser das trevas e eu estou muito afim de descobrir todos a fundo, seja em Tokio, Londres, Nova York ou São Paulo, o mundo continua sendo muito pequeno.  😉

    Good night dear, let Odin gives to you sweet dreams! I’ll see you soon.

  • Lilian à Reunião – Pt4

    Lilian à Reunião – Pt4

    Eu devo estar tendo algum tipo de alucinação muito doida, ou todo esse quebra cabeça não fazia o menor sentido…. Sabe aquela sensação em que parece que você viveu dentro de uma ilusão por muitos anos? Ou talvez por quase toda tua vida? Eu estava assim, me sentindo completamente sem chão, queria correr dali, mas não era a melhor opção, ainda tinha que resolver toda esta trama, dar fim nisto tudo.

    Eu precisava sentar, pensar, precisava de conselhos, mas de alguém de fora, que entendesse este sentimento de abandono, de tristeza e que mesmo assim continuou caminhando. Peguei meu celular e fui para longe da casa, perto do rio com boa recepção de sinal, procurei na agenda e lá estava ele, o único que poderia ter uma visão melhor de cada detalhe podre desta história, “Alô?”, ” Só escuta, sabe que sou eu Fê…”, “Lili? o que foi magrela, tudo bem? Diz ai…”, ” Cara, você já teve a sensação que sua vida foi virada do avesso, sem ao menos te avisarem?”, ” Claro ne, várias vezes. Tantas que nem me lembro de todas… Mas diz ai em que problemas te meteu?”, ” A minha vida acabou de tomar um rumo confuso e triste, que não sei o que fazer… resolvi te ligar pra ouvir a voz de alguém que não seja do meu clã, que não esteja nesta merda toda.”, ” Lili, cara, desenrola ai! O que aconteceu contigo?”, ” Eu estou bem, fisicamente, mas meu emocional está um lixo… Eu descobri que o cara que eu amei décadas, traiu minha confiança, me usou como uma arma de vingança e agora tô aqui, tentando pôr os pingos nos i’s e o máximo que eu consigo é perambular por estas noites sem muitas soluções…”, “Tá então o Trevor te fudeu em alguma missão?”, ” O que eu consigo dizer por hora é que eu me senti usada e nunca fui apta a perceber isso… Por que ele é tão bom em ser dissimulado, que me iludiu por décadas a fio…”, ” Magrela, eu não sei em que tipo de missão tais, mas o que eu posso te falar é pra tentar não agir com impulso! Sabes bem que na maior parte do tempo tu age impulsivamente, tipo eu, mas desta vez tenta ponderar!”, ” Eu sei, não vou fazer… Eu só preciso ficar sozinha um pouco, abstrair saca?”, ” Sei sim… Olha, tens meu apoio e sabe bem disso, se precisar me liga e desabafa ao invés de sair por ai tacando fogo em tudo que cruzar teu caminho. Vai por mim, aja com sabedoria!”, ” Pode deixar Fê, vou me lembrar disso, muito obrigada pelo conselho…”, ” Precisando me chama, sabes que meu clã pode te dar apoio total caso precise de algo, aliás, quando estiver por perto me liga que marcamos algum “rolê”. Força ai, beijão!”, “Obrigada, beijos!”.

    Apesar de eu ter me aproximado de Ferdinand a pouco tempo, eu sei que sempre posso contar com ele e vice versa, era bom ouvir o que ele tinha para falar, me dava de alguma forma, uma luz no fim do túnel.

    Voltei para a casa do lago e quando me aproximei, vi que haviam quatro motos e a presença de mais cinco vampiros no lugar, contando com o Daniel. Ao entrar pela porta minha reação não foi a das melhores, ali na minha antiga sala, sentavam-se Daniel, Michael, Ana Li, Matsuya e ele, Trevor… Dois dias haviam se passado desde que havia falado com ele, 48 malditas horas e aqui ele estava, minha vontade era de voar no pescoço dele e arrancar um pedaço e deixar uma lembrança, mas ao invés disso me lembrei do conselho do Ferdinand e apenas entrei com aquela famosa cara de poucos amigos, fui na direção de Trevor, ninguém moveu um músculo para impedir minha passagem. Fiquei frente a frente com ele, apenas o olhei por alguns segundos e então criei coragem e falei tudo que eu tinha engasgado no peito ” Sabe eu poderia até chegar a desconfiar do Daniel, mas nunca de você! O pior de tudo é que eu te amei, amei tanto a ponto de ficar cega… Mas parece que esse é um dom que eu tenho, afinal não é o primeiro vampiro a enganar todos meus sentimentos, não é mesmo?”, “Lili amor eu vim aqui…”, ” Eu realmente não quero saber o por que veio aqui! Pedir desculpas agora não vai lhe levar há lugar algum! Agora me transformar com o único intuito de destruir o Pierre para depois usufruir de todo dinheiro que seria seu por direito, afinal vocês eram sócios, enganaram a mim e quase toda a Ordem, não é mesmo Michael? Quando eu digo quase!?”, ” Você sabe que sempre te protegemos!”, ” De quem Trevor? Da sua ganância? Do teu orgulho? Do teu ego que vale mais que o sentimento de todos que estão a sua volta? De quem?” , “Mana, se acalma!”, ” Eu nunca estive tão calma Dani! Pode apostar nisso! Sabe o que vai acontecer Trevor? eu vou acabar o que eu vim fazer aqui! Vou matar teu sócio que você manteve escondido todo este tempo, você vai ter toda esta fortuna! Pode ficar tranquilo!”, “Não é apenas sobre a grana Lili, eu fiz isto por você!”, “Não fez, pode apostar que não, deixou minha mãe as margens de um assassino! Deixou que ele me levasse, para depois sair de herói! É aqui que esse filme acaba e você não vai ser nada além de uma nuvem que passou por mim!” , ” Lili volta aqui!”, ” Você não me dá mais ordens capitão!”

    Segui até minha moto e sai dali, segui em direção ao meu destino, como diz a canção:

    “Come join the murder
    Come fly with black
    We’ll give you freedom
    From the human trap
    Come join the murder
    Soar on my wings
    You’ll touch the hand of God”

    Come join the murder – The white buffalo

  • Sensitiva, a história de Aidê – pt2

    Sensitiva, a história de Aidê – pt2

    Já tinha ouvido falar de pessoas que são sensitivas, mas Aidê havia me oferecido à primeira experiência prática sobre o assunto. Na verdade com o passar do tempo ela me proporcionou outras experiências inusitadas, mas cada qual ao seu tempo.

    Fiquei estático por alguns instantes e refletindo sobre o que ela havia dito, mas no primeiro estalo de realidade voltei a si e confortei seu corpo quente no sofá da sala. Ela estava tão mole que parecia estar num coma profundo. Tanto que nem mesmo alguns tapas na cara a acordaram. Confesso, naquele momento eu queria muito ir para meu refugio, mas ainda era algo em torno de meio dia e seria impossível eu sair à rua.

    Voltei algumas vezes ao quarto do Alfredo, mas ele também estava desfalecido e só me restava aguardar o passar das horas. Dei uma geral no lugar e não havia mais ninguém além de nós. Meu único companheiro durante aquele dia foi um rádio e as notícias foram praticamente todas sobre a guerra na Europa. Naquela época havia o medo de que a guerra chegasse até o Rio e se hoje fazem tantas especulações imagine nos anos 40, quando as notícias ainda levavam dias para chegar.

    Ainda era dia, quando alguém bateu a porta de entrada afoitamente. Bateram tanto e com tanta força que às pauladas despertaram Aidê.  Ela acordou assustada e perdida, mas sinalizei para que se acalmasse e fui atender a porta. Fiquei atrás dela, ouvi duas ou três vozes do outro lado, mas resisti a tentação de abri-la.

    – Nós sabes que vocês estão ai. Abram logo seus sem vergonhas!

    Gritou alguém do lado de fora. Aidê me olhava preocupada e eu sinalizava para que ela ficasse quieta. Nisso surgiu Alfredo, todo abarrotado, cambaleado  e vestindo uma camisa.

    – Já vai… Já vai…

    Gritou ele antes de me ver. Fiquei puto da vida, mas ele praticamente ignorou minha presença e se atracou na fechadura. Ele abriu apenas um pouco o que já foi suficiente para inundar parte da sala com muita luz e me segou por alguns instantes.

    – Quem é?

    – Você é Alfredo Laerte de Almeida?

    – Sim, por quê?

    Foi tudo o que pude ouvir antes de começar o maior quebra pau na entrada da casa. Aidê fugiu para a cozinha e eu ali tentando voltar a ver o mínimo que fosse. Eu torcia para que a briga ficasse do lado de fora, mas assim que Alfredo foi facilmente contido alguém disse:

    – Seu putanheiro filho de uma jumenta, sem vergonha. Não vai ficar barato não. O doutor Coronel quer o teu fígado seu traste.

    Depois de tal exclamação repleta de razão eles resolveram entrar. Tentei argumentar, falei que estava com os olhos machucados, mas eles nem quiseram conversa. Vieram os três para cima de mim. Resisti o quanto pude até levar uma bela paulada na nuca e vi estrelas. Capotei. Apaguei.

  • A Revelação: a história de Rebecca – Final

    A Revelação: a história de Rebecca – Final

    Naquele instante, olhava para o chão e para todas aquelas folhas caídas e sentia as paredes girarem e as pernas amolecerem. Senti que aquele poderia ser meu momento final no mundo. Arrepios. Não haveria o que eu pudesse fazer ou planejar para me livrar daquele homem terrível e me livrar daquela prisão maldita. Thomas Erner, era o nome dele. Um demônio manipulador. Pensei no que faria naquele momento. Não adiantava ter medo. Não havia nada a perder. Eu precisava reagir. Precisava deixar aflorar os instintos que ele atribuiu a mim. Ele perguntou-me novamente, sem tirar os olhos do chão também:

    – Me diga senhorita Rebecca. Encontrou o que precisava? Responda-me!

    Ergui minha cabeça. E então disse:

    – Realmente, encontrei. Mas, me diga você, Senhor Thomas Erner quando pretenderia me contar toda a verdade? Quando falaria que é um psicopata que me seguiu a minha vida inteira? Me diga, porque eu  fui predestinada a estar aqui? Quero saber por que sou tão diferente a esse ponto? Você tirou tudo de mim e não vai nem ao menos dizer-me por quê? Se sou igual a você agora, é melhor parar de me tratar como se eu fosse um de seus alvos a quem influencia e manipula.

    Ele não olhava para mim enquanto falava. Parecia realmente furioso e sua voz parecia não sair dele mesmo. Eu estava decidida a não deixá-lo me manipular, ou me fazer sentir medo. Estava disposta a inverter o jogo. Ainda não sabia ao certo como, mas sabia que era preciso.

    Ele ergueu a cabeça lentamente.

    – Você não deveria ter entrado lá! Eu havia lhe avisado.

    Seus olhos estavam vermelhos, arregalados. A porta estava aberta. Ele havia feito de propósito! Sua face desfigurada como se fosse atacar. Eu permaneci parada, encarando-o, disposta a enfrentá-lo. Não sei de onde veio minha coragem naquele momento, mas não pestanejei. Então, ele caminhou até mim enquanto seu rosto voltava ao normal. Então, me beijou vagarosamente, atirou-me na cama com violência e tudo o que eu me lembro do resto daquela noite, foi que quebramos o quarto inteiro…

    Continua, quem sabe…

  • A magia e os vampiros – pt6

    A magia e os vampiros – pt6

    Todos os vampiros que conheço e sem exceções, temem a famigerada morte final. Alguns por que se imaginam sofrendo a punição de algum Deus, outros por acharem que não há nada depois deste plano e muitos, tal qual eu, pelo aconchegante apego aos familiares, amigos e todas as memórias geradas nesta “vida”. Esse assunto é sempre muito polêmico e nos proporciona diversos pensamentos, ainda mais na situação que havia se formado ao meu redor naquele início de dia.

    Eu não sabia por quanto tempo poderia conter Claire entre minhas costas e a parede, mas certamente foi tempo suficiente para as ações de meus irmãos. Logo a minha frente Sebastian tentou imobilizar o grande Lobisomem com algumas técnicas de jiu-jitsu brasileiro. Seria uma bela briga caso o oponente fosse humano, mas tendo em vista a força do peludo a realidade foi outra. O Wampir foi jogado de um lado para o outro, como uma trouxa de roupas suja, na verdade até conseguiu se esquivar de algumas garradas, mas também levou várias mordidas e terminou jogado num canto, praticamente inconsciente e com o braço esquerdo quebrado.

    Naquela hora tudo começou a passar em câmera lenta aos meus olhos e talvez por isso pude prestar atenção na aura amarelo/avermelhada ao redor de Hadrian. O grande vampiro que até então nos parecia calmo e inofensivo, passou a esbanjar um ar literalmente radiante e imponente. Seus olhos fechados me deram a entender que ele estava concentrando seu poder para algo, e quando menos esperava, um súbito terremoto atingiu com força as estruturas do barraco. Várias cousas caíram das prateleiras e muitas delas em cima de nós. Inclusive algumas telhas foram arremessadas ao chão e abriram espaço para os malditos raios de sol.

    Entenderam por que falei de vida e morte no primeiro parágrafo? Pois era exatamente no que eu comecei a pensar naquele momento e qual seria meu plano de ação antes de virar churrasquinho…

    Mesmo naquela situação, consegui me soltar, porém ocorreu o mesmo com Claire e tanto ela como seu pai partiram de supetão para cima de Hadrian. Fora um momento péssimo e por mais que eu quisesse ajudá-lo, Sebastian era minha prioridade. Tratei então de garantir nossa sobrevivência e em meio a tudo aquilo não me restava outra opção, além da famosa “saída a francesa” e comecei a  pensar em como fugir ou se esconder  pelo menos do maldito sol.

    Outros momentos tensos viriam pela frente, especialmente quando uma parede do lugar foi inteira a baixo. Mais sol, mais tremores e por sorte parte do chão abaixo do piso do barraco ficou exposto, exibindo o que eu chamo de “maravilhosa terra”. Estava ali o meu plano de fuga, mas o que faria com Sebastian, sendo meu poder limitado a mim e no máximo a roupa do corpo, junto de mais alguns pertences pequenos? Porém, esta pergunta ficará sem resposta, haja vista a sequência dos fatos proporcionados por Hadrian.

    O terremoto cessou assim que o velho e sua filha começaram a atacar brutalmente o mago-vampiro. Foram tantos socos, chutes e garradas, que era possível ver o suor voando pelos ares junto de alguns pelos fedidos. Naquele momento Claire também havia se transformado, fato que me fez imaginar um “tudo ou nada”, mas que por sorte também foi deixado de lado devido as circunstâncias.

    Hadrian parecia ter assumido alguma forma astral, não física, mas é difícil explicar o fato de seu corpo ainda estava lá, rígido como a mais dura pedra e recebendo sem pestanejar, todos os golpes deferidos pelos dois brutamontes. Tudo parecia interminável, quando Sebastian saltou do meu lado diretamente para cima do velho peludo. De início uma “trocação” franca de socos, algo sujo e sem técnica, mas que teve efeito ao redefinir o foco dos lobisomens. Sinceramente, não sei como Sebastian conseguiu se recuperar tão rapidamente, mas estava ali minha deixa para também iniciar minha transformação…

    Mordi meus lábios inferiores, cuspi um pouco de sangue nas mãos e esfreguei no rosto. Sei que isso vai parecer nojento, mas faz parte da minha técnica para agilizar o processo. (Onde cada um faz da sua forma e numa noite destas eu prometo explicar o porquê disto. Lembrem-me por favor!) Desta vez a transformação levou menos de um minuto, tempo suficiente para analisar o perímetro e derrubar Claire com uma garrada certeira em seu pescoço.

    Por mais que Sebastian tivesse ressurgido das cinzas e aparentemente recomposto, na verdade ele ainda estava fraco e minha preocupação havia se tornado outra. Como provavelmente ele havia gasto muita energia para se “regenerar”, sua reserva estava quase no fim, momento no qual o demônio fica mais a flor da pele do Wampir. Situação extremamente indesejada por todos nós, no qual agimos no automático, podendo inclusive ferir quem estiver do nosso lado.

    Todavia, Sebastian levou um golpe tão grande que tive a impressão por alguns segundos de ter perdido minha cria… Novamente a trouxa de roupas sujas foi jogada contra uma parede, que se estremeceu e por sorte não tombou. Neste instante éramos três bestas colossais, babando, exalando todo o tipo odores e grunhidos selvagens.

    Um novo terremoto sacudiu tudo.

  • A magia e os vampiros – pt5

    A magia e os vampiros – pt5

    Uma longa história que se iniciou nas épocas medievais e pelo que ela nos disse dura até hoje. Mais uma daquelas sociedades secretas Ferdinand? Sim, mancebo e uma composta em sua maioria por peludos. A tal Labraid Lámh Dhearg, cuja tradução remete à “Mão vermelha” e que além de todos os interesses lupinos, também exerce poder sobre o mundo dos magistas. Veio até nós na forma daquela loba loira de bumbum empinado…

    Eu assumo que Claire, não é apenas um pedaço, mas sim o mau caminho inteiro. Cheia de atitudes, original, forte brarinha do jeito que eu gosto. Porém, Sebastian foi quem literalmente babou e despertou um interesse maior que o meu na bela senhorita. Sendo ele membro da Ordo Dracul, obviamente não faltou assunto até o “local seguro” no qual ela estava nos levando.

    Apesar de tanta conversa Claire ainda não havia falado sobre os seus reais interesses em Hadrian e tanto ele como eu, estávamos receosos sobre os planos de tal organização. Então depois de alguns minutos chegamos a um galpão no meio do nada e bem longe do centro da cidade em que estávamos. Algumas poucas lâmpadas incandescentes amareladas iluminavam o lugar e aquele nevoeiro típico do inverno em regiões litorâneas, garantiram um clima ainda mais sobrenatural a situação.

    Logo na porta um velho com cabelos longos e cinza nos aguardava. Ele vestia uma camisa xadrez vermelha, calça jeans, botas longas de couro marrom e nas mãos exibia o que parecia ser uma 12 ou similar. Sem mais delongas desembarcamos e ele foi nos falando:

    – Já era em hora, mas precisava trazer os três?

    -Calma pai, era isso ou eu iria chamar muito a atenção para a o lugar.

    – Que merda, entrem então!

    Naquele instante percebemos a origem do jeito “nervoso” de Claire.

    Ao entrar vimos um lugar simples, alguns colchonetes, repleto de malas e algumas caixas de isopor. Alem disso, havia também muitas armas, inclusive algumas granadas, o que me levou a crer que eles estavam preparados para uma possível guerra.

    – Já contou a eles sobre a O.T.O.?

    – Não pai, eles estavam mais interessados em mim e na minha calça, não é mesmo Ferdinand?

    Naquele momento se eu fosse humano certamente estaria com as bochechas coradas. Então abri um sorrisão a fim de quebrar o gelo. Obviamente ninguém havia entendido a piada, além dela, então resolvi fuçar mais um pouco.

    – Ahhh, mas quer dizer então que a senhorita além de ser uma bela espadachim, também tem dons mentais?

    Apesar de meu jeito mais descontraído ela manteve o charme, talvez por estar perto do pai e apenas comentou me desdenhando.

    – Nem imaginas do que sou capaz…

    Depois disso tudo aconteceu muito rápido e tentarei não poupar os detalhes de que me recordo…. Conversamos por mais um tempo, lembro que eu comentei que estava para amanhecer dentro de alguns minutos e o senhor foi até gentil e disse que poderíamos ficar por ali até a próxima noite. Depois disso, a conversa foi para o rumo desejado e finalmente Hadrian virou o centro das atenções.

    – Imagino que minha filha tenha fugido do assunto e se o fez foi por que lhe pedi. Como vocês já devem ter percebido eu vou direto aos assuntos e é por isso que o Hadrian irá conosco hoje à noite.

    No exato momento em quem ele terminou a frase, Claire se movimentou muito rápido a ponto de meus olhos não acompanharem. Passou provavelmente por trás de mim e quando percebi estava preso por alguma espécie de corda ou fio extremamente forte. Com os braços imobilizados eu não pude fazer outra cousa se não empurrá-la para trás contra uma das paredes. Com a força do impacto uma das janelas abriu e iluminou parte da sala com vários raios de sol matinais.

    Praticamente ao mesmo tempo em quem Claire tentava me conter, o seu pai se transformou na forma diabólica Lican e incitava naquele instante uma luta épica, daquelas que certamente ficará por um bom tempo em minha memória.

  • A vampira pin-up – pt7 – final

    A vampira pin-up – pt7 – final

    – Seria tudo uma grande brincadeira de meus irmãos? – Fora meu pensamento durante outro dia de insônia. Franz, Joseph, nem mesmo minha cria Sebastian atendiam aos vários telefonemas e todo o jogo parecia se encaixar. Filhos da puta pensei comigo, porque diabos não podia fazer as cousas de uma forma mais tranquila, desde a meda do vampirismo entrar na minha vida era assim, sempre o último a saber…

    Cansado de tentar achar respostas e entupido de perguntas, pensei em exercitar uma das primeiras cousas que Georg havia me ensinado e um dos poderes mais antigos dos vampiros: a meditação junto a terra. Assim sendo, eu contei os minutos e logo que pude desci correndo para algum lugar. O mais próximo do hotel era o famoso Central Park, que na época não era tão movimentado à noite e seria perfeito para meu descanso.

    Várias clareiras escuras, muitos lugares, que certamente serviriam para se abandonar algum corpo, mas isso não passava na minha mente naquela noite. Onde eu queria apenas um canto para sossegar, dormir ou ter algumas ideias. Depois de um tempo deitei-me sobre uma pequena clareira, oculta das trilhas principais por vários arbustos e folhagens. Ao meu redor apenas os insetos e alguns cachorros que provavelmente estavam perdidos e latiam sem parar.

    Neste contexto iniciei meus trabalhos e relaxei. Envolto por Gaia e no mais completo relaxamento, consegui ter minhas primeiras visões do que parecia ser Eleonor, Franz, Sebastian, Joseph e Georg. Todos pareciam felizes e jantavam como numa família humana comum. Até o instante que alguma cousa aconteceu e todos ficaram agitados, corriam de um lado para o outro e o fogo tomou conta do lugar. Acordei e dei de cara com um filhote de cachorro sem coleira, molhado e perdido ao meu lado.

    Antigamente, alguns povos nórdicos acreditavam que ver um animal escuro depois da meditação era sinal de confirmação dos pensamentos, mas o que podia ser absorvido de tal visão? Voltei para o hotel, deixei uma caixinha para o recepcionista me liberar a entrada com o cachorro e dei um trato no animal. Banho, comida… Parecia outro bicho depois de algum tempo.

    Ainda naquela noite recebi uma ligação, inicialmente o recepcionista e depois um homem, cuja frase me tirou do sério novamente: “Passaremos às 21h amanhã, esteja pronto para negociar sua hermosa morena”. Não me ouviu xingando, não escutou e ignorou completamente. Fiquei naquela maldita situação de dependência, que abomino acima de qualquer outra cousa.

    Já era pouco mais de 5 da manhã eu tinha poucos minutos para providenciar algo ainda naquela noite. Revisei o que eu tinha de armamento. Na época eu já tinha o hábito de andar sempre com duas pistolas nos coldres nas costas, no caso duas MAC-50 de origem francesa,, que aliás ainda tenho, mas não tenho saudades pois as minhas ao menos  tinham o hábito de travar e dar fortes “beliscões” em minhas mãos, quando eram usadas para muitos tiros em sequência.

    Já tinha perdido a conta dos dias que eu havia passado “em claro”, não estava com fome e tudo que vinha a minha mente, eram as possibilidades de negociação e poderes que que eventualmente eu poderia utilizar para sair com Eleonor de onde estivéssemos.

    21 em ponto tocou o telefone, era o recepcionista dizendo que estavam me aguardando na entrada do prédio. Arrumei tudo o que pude e deixei um bilhete junto de alguns tocados para a camareira cuidar do cachorro enquanto eu estivesse fora. Desci e dei de cara com dois brutamontes, provavelmente capangas dos gangster que estavam com Eleonor. Não senti nenhuma energia sobrenatural nos dois então apenas os acompanhei para o carro, um belo e polido Lincoln preto.

    Os dois foram no banco da frente e me levaram sem dar nenhum pio até um açougue fora de Manhatan. Entramos pela frente, passamos por diversas portas e enfim me deixaram numa saleta que tinha apenas duas cadeiras e uma mesinha todas de madeira escura. Segundos depois ouço passos de mais de uma pessoa, eram os dois brutamontes seguidos por uma figura gorda, bem vestida com um terno feito sob medida, mas com cara de nojento.

    – Senhor Ferdinand vou direto ao assunto, me chamo Tony Castellanno e tu já deve ter ouvido falar de meu irmão, capiche? – Eu até tinha ouvido falar dos tais Castellanno da região, mas como continuei com meu semblante apático ele apenas continuou. – Enfim, encontramos tua garota aprontando no nosso pedaço e acredito que merecemos um ressarcimento pelo trabalho que ela nos causou, claro, obviamente se o senhor quiser ela viva ou em fatias para a viagem de volta, capiche?

    Neste momento ele ficou calado esperando uma resposta, então eu me mantive controlado olhando para o nada. – Ela está aqui? – Não senhor, mas posso chamar caso tenha interesse em iniciar, Cap… – Eu já estava puto com os tais “capiche” e o interrompi com um soco forte na mesa – Trás ela pra cá agora!

    Nesse momento um dos brutamontes deu um passo em minha direção, mas antes de tentar algo foi barrado com um aceno do balofo. – Senhor Ferdinand, não te exaltes, por favor, somos homens de negócio. Jonnhy vá buscar a dama! – Nesse instante eu me dei conta de que ele era um vampiro, sua energia era fraca, provavelmente por ter sangue sujo, mas isso mudava um pouco os improvisos que eu havia idealizado.

    Durante o tempo que ficamos aguardando ele tentou puxar assunto, se gabou inclusive que era parente de sangue do vampiro chefe da cidade e deu a entender que se eu tentasse algo me daria muito mal. Situação que me deixou ainda mais puto e afim de ver seu sangue podre colorindo as paredes sujas de onde estávamos.

    Senti a energia de Eleonor se aproximando de nós, mas ela estava muito fraca e provavelmente estava imobilizada por algum ritual. Dito e feito trouxeram a pobre coitada para a saleta toda amarrada, inclusive com os olhos vendados. Cena que de imediato mexeu comigo a ponto de não conseguir segurar mais o meu demônio. Era deixa de que ele precisava para aflorar em meu corpo, destruindo o pouco de humanidade que minha alma sempre insiste em manter.

    Escuridão, sangue e pedaços dos corpos dos três por toda sala, apenas Eleonor ainda amordaçada sob a mesinha. Minhas roupas estavam inutilizáveis, meu corpo apresentava várias escoriações, hematomas e eu não pude distinguir o sangue deles do meu. Parecia que tudo, a exceção de Eleonor e a mesa, havia sito colocado num liquidificador…

    Atordoado, sem saber direito o que havia acontecido novamente e tendo de pensar mais rápido que o normal. Peguei Eleonor nos braços e fui para o carro que por sorte ainda estava parado na frente do açougue. O “laranja” que cuidava do lugar provavelmente havia fugido em função do barulho e aliado a mania americana de deixar uma chave reserva no tapa sol, facilitaram nossa fuga.

    De volta a Manhatan, consegui parar num lugar tranquilo próximo ao hotel, desamarrei Eleonor e tentei acordá-la dando um pouco de meu sangue. No início ela não teve reação alguma, porém foi o tempo de meu sangue misturar-se ao seu para despertar. Muitos minutos se passaram até que ela finalmente voltou a si, querendo saber o que havia ocorrido. Resumi rapidamente os ocorridos, dando ênfase ao fato de que meu demônio parecia ter se acalmado mais rapidamente do que nas outras vezes.

    Por sorte havia um casaco no carro o que cobriu ao menos minhas partes íntimas para poder retornar ao quarto do hotel. Desta vez o recepcionista ficou preocupado, tive de inventar que havíamos sido assaltados (bla bla bla), mas ele pareceu ter ficado feliz quando fizemos check-out na noite seguinte e lhe damos uma grande gorjeta.

    Noites depois soube da verdadeira história, de que o plano inicial de Eleonor era me dar um susto, inclusive alguns dos envolvidos no incêndio eram amigos delas e ainda estavam vivos. Tinha o aval de meus irmãos e queriam me mostrar de alguma forma, que eu precisava descansar por uns anos. Aquele papo de que eu sempre falo por aqui de que a hibernação ajuda a trazer tranquilidade aos nossos companheiros demônios. Por fim, os gângsteres haviam sido apenas uns pobre coitados que se meteram com os Wampirs errados.

  • Torturas, sexo com vampiros. pt7 Final

    Torturas, sexo com vampiros. pt7 Final

    Recomendamos a leitura desta saga desde o seu inicio, clique aqui.

    O segundo nível de minha doutrinação havia terminado e mesmo assim uma de minhas cadelinhas ainda gemeu, se contorceu e implorou várias vezes por misericórdia. Seria ela tão resistente, a ponto de eu ter de avançar ao próximo nível? Dei mais algumas gotas de meu sangue aquela mais áspera e as mantive no cárcere por mais alguns instantes.

    Aproveitei para dar uma espiada no ateliê de Frederick e lá estava sua obra praticamente terminada. – Preciso limpar aqui e ali, mas veja esse olhar de misericórdia meu irmão, veja a serenidade e o semblante motivado que ele transmite. Seria um belo manequim de loja não achas?

    Pior que se não fosse os restos de sangue sobre aquele corpo, qualquer desavisado acharia que era mesmo um manequim, exótico, mas apenas um boneco. Frederick havia feito um belo trabalho, que incluiu depilação e escarificação com temas estilo Maori, ou seja, uma legitima e original obra de arte. Pena realmente o fim que ela teria…

    Voltei para o meu ateliê e agora sim ambas atenderam tudo o que pedi: “Fiquem de quatro as duas, lado a lado na cama e viradas com o rabo para cá… Não quero ouvir um simples ai, ou as consequências serão as piores”. Fiquei por um tempo admirando aqueles rabos e acho que os terei na memória por certo tempo, mas vamos ao que interessa. Thwack! plaaaaft! Fez o som da primeira chicotada no rabinho daquela mais esguia, que aparentemente se concentrou e não deu um pio.

    Thwack! plaaaaft! Novamente na segunda e esta teve a infelicidade de suspirar, fazendo-me lhe dar outra mais forte. Apesar disso, na segunda vez ela não se mexeu. – Bom, bom, bom assim quem eu gosto, quietinhas! Aproveitei a situação para dar mais uma metida em cada e se não fosse Frederick batendo a porta, a brincadeira iria longe, tendo em vista que já estávamos bem entrosados.

    – Acredito que tenha chego a hora meu irmão, posso chamar Elliot?

    – Com certeza, já terminei por aqui…

    Arrumei meus brinquedos, ordenei que se arrumassem com algumas roupas que lhes levei, algo simples tipo jeans e camiseta e as levei para o terceiro ateliê. Apelidado gentilmente de “Arena”. Nada muito elaborado, apenas a sala principal com uma escadaria grande e um mezanino, que nos serviria de arquibancada. Ao centro três cadeiras e uma mesa com três facões. Frederick fez as honras:

    – Sem muitas firulas e vamos direto ao ponto. O sol irá nascer daqui exatos 60 minutos. Lá fora há uma moto com as chaves na ignição e com gasolina suficiente para chegar  até um lugar seguro na região. Vamos lá se divirtam só um de vocês sairá “vivo” daqui!

    O primeiro a agir foi o vampiro, que apesar das customizações ainda mantinha sua agilidade sobrenatural e acertou em cheio o pescoço da loirinha. A magrela percebendo a ação deitou para a direita e infelizmente aniquilou aquela gostosa, separando-a de sua cabeça entre um golpe e outro.

    Aproveitando a oportunidade o vampiro chutou a mão da infeliz, que derrubou o facão a dois passos de distância e também  lhe deu um golpe na altura do pescoço. Apesar disso,  para o seu azar à lâmina apenas feriu levemente um dos seios da mirradinha, que se não emitiu nenhum som de dor e praticamente se jogou em busca de sua arma.

    Nesse momento eu inclusive comentei com os outros, sobre minha doutrinação e o fato dela nem ter sentido a dor. Garota esperta, poderia ter sido muito útil na minha equipe. E para surpresa de todos ela conseguiu recuperar seu facão, aproveitou o ponto cego do vampiro e lhe golpeou certeiramente o braço que segurava o facão, mais ou menos na altura do bíceps. A fúria foi tanta, que o osso foi rompido deixando o que restava do braço preso apenas por um pouco de pele e músculos.

    A fúria da pequena foi tanta, que eu quase gritei para que ela parasse de perder tempo fatiando aquele manequim. Perdi as contas do golpes desnecessários que ela deu, até  finalmente perceber sua vitória, talvez estivesse descarregando o stress dos últimos dias?

    Ela largou o facão, passou a mão no rosto para limpar o excesso de sangue podre em sua face e jogou os cabelos para trás. Abriu um sorriso confiante, olhou diretamente em meus olhos como quem pedia aprovação. Bastou eu dizer um simples “Parabéns, está livre!”, que ela saiu correndo e sabe-se lá o que passava em sua cabeça, talvez tenha sido um dos melhores momentos de sua vida ou morte?

    Porta a fora e sem olhar para trás, quão surpresa ela deve ter ficado ao descobrir que o sol nasceria em menos de 10 minutos…

  • Torturas, sexo com vampiros. Pt3

    Torturas, sexo com vampiros. Pt3

    … até que alguém nos grita desesperado pelo rádio: – Abortar, rápido, rápido, rápido… E um clarão de fogo, seguido pelo barulho de disparos pôde ser ouvido ao longe. Provavelmente vindos de onde os policiais do apoio estavam…

    Como a ideia desta saga é enaltecer algumas formas de prazer vampirescas, principalmente as mais sádicas, vou resumir um pouco desta briga com eles.

    Pois bem, tendo em vista que eles conheciam o lugar melhor que nós a minha ideia inicial foi de reagrupar. No entanto, a comunicação por rádio havia sido interrompida e a única alternativa foi nos proteger. Tratei de eliminar o tal Paulo, o que até certo ponto foi fácil e principalmente depois que minhas .50 entraram em ação.

    Em seguida, tive de cuidar da vampira que já estava atracada no pescoço da policial. Esta foi bem mais difícil e entre alguns golpes acabei levando a pior. Inclusive levei uma facada próxima da barriga, o que prejudicou bastante a minha movimentação. Por sorte a policial, mesmo assustada e machucada, conseguiu alvejar dois ou três tiros na infeliz depois que recuperou uma de minhas pistolas.

    Barulhos de tiros por todos os lados, inclusive vindos de dentro da casa, mas rapidamente conseguimos nos proteger dentro da caminhonete. Onde fiquei por um tempo sentindo a dor da facada, até que minha regeneração resolvesse e abraçando a pobre garotinha chorosa ao meu lado. Pisando fundo a policial nos tirou de cena  e dirigiu para a base improvisada onde os outros policiais estavam. No entanto, para nosso azar todos estavam mortos ou extremamente feridos, incluindo meia dúzia de capangas do lugar

    Incentivei-a que ficasse pelo lugar junto da garota enquanto eu voltava para terminar o trabalho ao lado de meus irmãos, mas ela quis voltar junto. Nestes momentos você percebe o poder que o sangue vampírico exerce nos Ghouls, haja vista que provavelmente ela quis voltar para junto de Hector.

    Instantes depois voltamos à casa e um silêncio mórbido já tomava conta da redondeza. Ao som de grilos e cigarras eu olhei atentamente ao nosso redor, até que finalmente resolvi descer para verificar melhor. Caminhei, sendo seguido de perto pelas duas e era possível sentir a presença de ao menos um de meus irmãos. Conforme íamos em direção da porta a energia aumentava e quase que num susto surge Hector empunhando uma de suas famosas espadas de prata toda suja de sangue. Perguntei por Frederick e uma noticia ruim nos acometeu, ele havia sido muito ferido pelo tal vampiro do lugar. Todavia, o experiente  ex-pirata havia dado um jeito na situação e nosso irmão precisava apenas de descanso.

    Como era uma operação secreta tivemos de apagar dos registros os mortos e prisioneiros. Todos os policiais envolvidos eram Ghouls e as crianças foram levadas a abrigos de menores. Noites depois, seria iniciada naquela mesma casa uma espécie de vingança pessoal por parte de Frederick e Hector. Tendo por base o casal de vampiros pedófilos e outra vampira aparentemente aliada, que foi capturada ao fazer uma visitinha.

    Clique aqui para ler a parte 4.