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  • O despertar

    O despertar

    Como faz tempo que não publico nenhum FanArt, segue abaixo uma bela história de transformação que me foi enviada pela Gabriela Cristina.

    O despertar

    Meu corpo me pedia para sair, minha alma clamava desesperadamente por aquilo. Tudo me pedia. A brisa entorpecente da noite soprando em meu rosto, a lua estava cheia, linda e soberana, dominando um céu negro e apinhado de estrelas. Prometi a Ian que não sairia, ele não queria que eu fizesse aquilo, não achava certo, havia me pedido milhões de vezes, pois se eu o fizesse correríamos o risco de nos tornarmos inimigos, então prometi a ele que não sairia, mas algo naquele lugar foi mais forte que eu e me conduziu pra lá. No caminho, senti que estava sendo observada, mas nem liguei o chamado era tão forte que nem tive tempo de sentir medo do que quer que estivesse me acompanhando, ultimamente, depois de ter tomado de vez a minha decisão, meus sentidos estavam mais aguçados, os espíritos não paravam de aparecer tanto em sonhos quanto pessoalmente me pedindo que reconsiderasse pois se eu fizesse realmente o que queria, estaria me desfazendo de um dom dado por Deus e pela natureza e passaria a ter dons obscuros, não poderia mais vê-los e nem ajuda-los. No início fiquei um pouco pensativa sobre isso. Desde pequena eu era atormentada por espíritos, sempre os vi, ouvi, senti, mas por um bom tempo não soube como lidar com eles, por muitas vezes chorava de medo, implorando para que fossem embora, quando eu contava a alguém, a pessoa se afastava de mim ou então dizia que eu estava ficando louca, já fui parar em muitos médicos por causa disso, mas à medida que fui crescendo, comecei a me informar e descobrir algumas formas de controlar as visões. O medo passou um pouco, mas continuei a vê-los. Quando perdi meus pais, as visões pioraram de novo, vi minha mãe uma vez, era o que eu mais queria, mas de tão assustada não consegui se quer abrir a boca para falar com ela, então ela se foi. Depois desse fato, me revoltei, de que adianta ter o dom de ver espíritos, sentir e falar com eles, se não posso trazer ninguém de volta, isso não é justo! Foi refletindo sobre isso que tomei de vez minha decisão, não tinha mais nada a perder, se desse certo, eu seria, pela primeira vez e muito tempo, uma pessoa feliz, se não, eu morreria e tudo acabaria de vez, como acontece com qualquer mortal.

    A floresta estava muito iluminada pela luz da lua, havia muito tempo que eu não ia ali, desde a morte de meu pai, era doloroso de mais se quer pensar, mas agora era diferente, eu sairia dali diferente, e talvez, se tudo desse certo, as lembranças da minha vida mortal não me assombrariam mais. Fui entrando cada vez mais fundo em direção à clareira, a floresta havia mudado um pouco, não estava mais tão fechada, peguei uma das trilhas e segui em direção ao meu objetivo. O ar foi ficando mais denso e pude escutar meus passos, senti um calafrio percorrer minha espinha e sabia que não tinha nada a ver com o vento, parei. Estava ofegante. Meu coração estava tão acelerado que outra pessoa seria capaz de ouvi-lo de longe. Olhei ao meu redor, não havia ninguém. Silêncio absoluto. Comecei a pensar se deveria mesmo continuar ali, se não deveria voltar e ouvir o conselho de todos que me pediram para que eu não fizesse aquilo. Imediatamente uma voz dentro de mim respondeu: “Continue, você não tem nada a perder, está no caminho certo, ignore o medo.” Fui respirando mais calmamente e aos poucos, o coração voltou a bater mais devagar. Recomecei a andar e pouco tempo depois já estava na clareira. Era o lugar mais iluminado, por entre as árvores eu podia ver a lua claramente. Sentei e esperei. Confesso que o silêncio daquele lugar estava me deixando muito assustada, toda coragem que eu havia reunido estava começando a se dissipar, estava tudo muito quieto, nem um barulho, até o vento estava silencioso. Esperei mais um pouco e nada. Comecei a pensar que era melhor tentar voltar pra casa e desistir de tudo, eu só podia estar louca, ir para o meio da floresta, sozinha, a noite. Ele não iria aparecer, disse que saberia quando eu chegasse e que queria ver se eu realmente teria coragem de ir até ali sozinha, se eu realmente queria o que eu havia pedido a ele, poderia até já estar ali, mas por alguma razão eu não conseguia sentir sua presença. Olhei no relógio, já se passava da meia noite, o ar ficava cada vez mais frio e eu, a cada minuto que passava, ficava mais incomodada com aquele silêncio. Decidi ir embora. Quando me levante, senti outro calafrio transcorrer minha espinha, bem mais forte que o primeiro. Um vulto passou por entre as árvores, tão rápido que não pude ver, meu coração acelerou de novo, fiquei apreensiva, sabia que não era um espírito, era algo físico. O vulto se moveu de novo, dessa vez pude ver a sombra de um rosto. Tudo ficou quieto. Não sabia se corria ou se continuava parada, foi então que ouvi uma voz doce e ao mesmo tempo venenosa sussurrar em meu ouvido.

    – Tu és mesmo corajosa, vir aqui a essa hora da noite, sozinha e sem avisar ninguém onde estás!

    – Não te disse que eu viria, aqui estou.

    – Sim, estou vendo, provou que és uma pessoa decidida, de palavra, mas não achas que estás se arriscando de mais ao fazer isso? Eu poderia muito bem não cumprir o que disse…

    – Pensei mesmo que você não viria, já estava indo embora.

    Ele se colocou a minha frente e acariciou meu rosto ao falar com aquela voz doce e suave que ao mesmo tempo soava com um tom de perigo, de ameaça, seus olhos verdes, muito brilhantes penetravam os meus, seu cabelo negro e liso caia sobre seu rosto perfeitamente belo, uma beleza sobrenatural, que me deixava hipnotizada, mas o que me fez perder a fala foram suas palavras.

    – Não me refiro a isso, jamais deixo uma dama me esperado, eu já estava aqui te observando, vendo se terias mesmo coragem de vir até o fim, mas eu poderia muito alimentar-me de ti e deixar seu corpo aqui para que talvez fosses encontrada um dia, não tens medo?

    Mais uma vez passou pela minha cabeça se eu realmente deveria estar ali, por um momento pensei em correr, mas de nada adiantaria ele me alcançaria antes que eu chegasse à metade do caminho, então apenas respirei bem fundo e respondi.

    – Por um momento tive medo do silêncio da floresta, de que alguém que não fosse você aparecesse, mas jamais de você. Sei muito bem o que quero, disse que estaria disposta a te encontrar em qualquer lugar.

    – Será mesmo que sabes o que quer? Posso sentir o medo que emana de ti, minha cara… Mas podes ficar tranquila que não vou só me alimentar de ti, bom, pelo menos não pretendo, a menos que eu mude de ideia. Quero saber se pensou a respeito das cosas que eu te disse? Vais embarcar em um caminho sem volta, e não é tão fácil quanto pensas, podes desistir agora e eu até te deixo voltar viva pra casa…

    – Não. Pensei em tudo que você me disse, já tomei minha decisão, farei o que você mandar, o que for preciso, vou aprender tudo que for necessário para conseguir me adaptar.

    – Pense bem minha cara, estarás abrindo mão da sua mortalidade, da sua alma, da sua humanidade e se um dia se arrependeres, não poderás mais voltar atrás, terás que viver com isso pela eternidade. A minha mortalidade me foi tirada contra minha vontade e eu daria tudo para tê-la de volta, tu tens a sua e estás abrindo mão…

    – Se eu pudesse, faria com que você voltasse a ser mortal, trocaria de lugar com você, te daria minha mortalidade, mas não posso, quero ser transformada tanto quanto você quer ser humano novamente, não tenho mais o que pensar, estou decidida, faça o que tem que ser feito.

    – Está bem, minha cara, farei como quiseres, mas te darei um aviso: jamais transformes ninguém, em hipótese alguma, jamais faça isso, nem mesmo se ficares apaixonada, terá que desistir dele ou vê-lo envelhecer e morrer, mas jamais o transforme, porque eu vou saber, e virei atrás de ti de quem tiveres transformado e os matarei, sem dó, e não penses que podes me enganar, eu sempre saberei onde te encontrar. Estamos combinados?

    Nesta hora, senti realmente o peso daquelas palavras, tive a convicta certeza de que ele dizia a verdade, ele realmente teria coragem de me matar, mas eu sabia que não iria me apaixonar, seria a última coisa que eu faria sabendo que teria uma eternidade pela frente.

    – Sim, estamos combinados, você tem a minha palavra de que não vou transformar ninguém.

    – Então, minha cara, bem vinda a sua tão sonhada vida imortal, aproveite a eternidade…

    Confesso que tive medo novamente, mas apesar disso, nunca iria voltar atrás, estava prestes a começar viver a vida que sempre senti que me pertencia, não veria mais espíritos, e nem precisaria conviver com lembranças que eu não quisesse, teria a eternidade pela frente para fazer o muito que ainda não tinha feito em 26 anos, sem me preocupar com o tempo. Estava nascendo de novo…

    Ele veio em minha direção, segurou minha mão, acariciou meu rosto, sentiu o cheiro do meu sangue, meu coração batia acelerado, pude ver nitidamente a cor de seus olhos mudando, ele ficou atrás de mim, tombou gentilmente minha cabeça para trás, senti seus dedos passando pelo meu pescoço, olhei para a lua, que continuava clareando a floresta, me sentia muito feliz… Senti suas presas penetrarem meu pescoço e uma dor excruciante tomar conta do meu corpo, uma dor como jamais senti em outra ocasião, a pior de todas, senti uma fraqueza imensa tomar conta do meu corpo, minhas pernas cederam e minha visão escureceu…

    Quando acordei, não sabia onde estava. Meus olhos que estavam embaçados, aos poucos foram voltando ao normal, fui me recordando da noite que se passou, me dei conta de que
    es estava em meu quarto, deitada em minha cama, senti uma tristeza enorme ao perceber que tudo não passou de um sonho, tive vontade de morrer, não acreditava que pudesse ter apenas sonhado, parecia tão real…

    Mas quando passei a mão em meu pescoço, senti algo diferente… Minhas mãos estavam diferentes… Meu corpo estava diferente… E quando abri a cortina e o sol tocou na minha pele, foi como fogo queimando papel… Percebi então que não havia sonhado, estava acordando para a eternidade.

  • Frases do vampiro Ferdinand

    Frases do vampiro Ferdinand

    A minha querida e paciente Mila Bortoluzzi, leu todos os posts e histórias aqui no site e separou algumas frases que ela achou interessante. Como existem cousas que eu nem me lembrava de ter dito, resolvi salvar neste post. Divirtam-se com meus pensamentos!

    “Cara de boa eu tava aqui coçando o saco… Pois é vampiro tb tem saco apesar de alguns acharem que não… E funciona muito bem obrigado!”

    “…o sangue tipo “O” é mais pesado, quando o consumimos nos deixa com a sensação de peso, sabe quando você come uma feijoada, é parecido.”

    “Deprimido? Que tal ler um poema vampirico e piorar…”

    “…Pare e pense comigo, se uma pessoa que viveu 20 ou 30 anos já está infeliz, imagina tendo uma eternidade pela frente…”

    “Eu não sei qual o peso da sua “mochila”, só sei que se você carrega uma maior que a minha é por que você consegue!”

    “Não existe ser consciente que consiga viver sem se apaixonar…”

    ”Quem já amou e por algum motivo perdeu quem ama, sabe que não é necessário a presença, nem o toque para se gostar e sentir falta…”

    ”…cada um tem de ter o seu espaço se não o bicho pega, no nosso caso o vampiro rss…”

    “… mas no fundo o passado e o que fizemos sempre retorna para nos assombrar ou pelo menos confundir.”

    ”Gente nem tudo na vida é 8 ou 80 as vezes algumas regras podem ser modificadas.”

    “Esse negócio de moda, aliás, é algo complicado entre os velhos, eu mesmo tenho um quarto cheio de tranqueiras e relíquias. Deve ser do comportamento humano se agarrar a objetos que lhe são convenientes ou importantes em determinados momentos.”

    “Fiz algo simples, metamorfoseei-me (existe essa palavra?) em um cachorro.”

    “…ver todos a sua volta morrendo com o passar das gerações é para muitos um drama difícil de superar…”

    “…por que o ser humano é o único entre os seres deste mundo que consegue ser tão ruim para com o seu próprio semelhante?”

    “Ok, esse upgrade ou atualização nos custou a vida, o sol e acabou nos trazendo milhares de problemas que muitos de nós apenas deixam rolar…”

    “…sempre que nos tiram algo a primeira ideia que surge é sair por ai querendo fazer justiça com as próprias mãos…”

    “Já disse que eu escrevo para me acalmar?”

  • O gari serial Killer – Parte 1

    O gari serial Killer – Parte 1

    Ferdinand o que tu fizestes no final do ano? Pois bem meus ávidos leitores… Segue parte do meu final de ano em meio a investigações e algunas cositas más

    Oswaldo sempre foi um cara do tipo festeiro, daqueles que sempre anda cheio de amigos e esbanjando sorrisos. O seu único problema, que inclusive pode ser visto em muitas pessoas, é aquela famosa falta de limite. Fato que inclusive lhe rendeu alguns boletins de ocorrência na adolescência. Cousas poucas eu diria: Pequenos furtos, direção perigosa e um outro mais ousado envolvendo violência doméstica contra uma de suas namoradas.

    O que ninguém esperava aconteceu devagar e ao longo de mais de 30 anos. A barriga sarada de Oswaldo deu lugar uma bela pança, cultivada com vários litros de cerveja e em sua cara surgiu um belo bigode, daqueles de dar inveja a qualquer galã italiano da década de 60. Sua acomodação na vida foi tanta, que nem faculdade ele fez e parou os estudos depois do médio.

    Agora pai de quatro filhos com duas mulheres diferentes, ele precisa se virar como pode e quase sempre é visto em seus vários bicos diferentes. Inclusive nos últimos meses ele foi visto trabalhando como gari, algo que os radicais interpretaram como o famoso fim do poço…

    O caminho de Oswaldo cruzou o meu no início do mês de dezembro de 2012, quando recebi alguns relatórios contendo procurados pela policia civil e havia neles um tal serial killer que me intrigou. Alguém estava matando pessoas solteiras, que moravam sozinhas, de ambos os sexos e a mesma cena do crime já havia sido presenciada por 3 vezes: Um corpo vestido, muito bem arrumado em cima de uma cama, contendo sinais de esganadura e evidências de estupro. Os locais dos crimes eram as próprias casas das vítimas e nunca foram encontrados digitais, sinais de arrombamento ou furto.

    Inicialmente fui aos locais dos crimes, que ainda estavam lacrados pela policia e fiz aquela tradicional busca investigativa. Confesso que o novo seriado “Elementary” tem inspirado minhas investigações e cada vez que vejo algo aparentemente fora do lugar, imagino uma série de acontecimentos. Mesmo com o olhar um tanto quanto aguçado, no primeiro apartamento eu não encontrei nada anormal, nem mesmo no segundo.

    Só me restou a última casa, um sobrado no subúrbio da cidade, dois andares, grades na frente e se não fosse aquela mórbida fita amarela com preto, eu diria que o lugar parecia bem convidativo. Morava ali a terceira vítima, uma mulher de 32 anos, bonita, traços sulistas e longos cabelos loiros naturais. Devia ser daquelas que certamente trabalhou em eventos quando mais nova ou que fazia muito sucesso por onde passava. A cama onde ela foi encontrada ainda mantinha a forma daquele belo corpo, deixado ali por alguém que certamente agiu de forma metódica e sem escrúpulos. Ao lado na cabeceira, marcado na página 156 estava o livro “A entrevista com o vampiro”. Tomei-o em minhas mãos frias e nesta mesma página uma frase veio aos meus pensamentos como um pedido: “-Talvez você traga alguma sanidade a este lugar…”

    Depois disso, vasculhei os dois andares e o pequeno quintal dos fundos, porém nada me parecia diferente ou fora do lugar. Confesso que estava prestes a desistir, quando por fim vasculhei uma última vez o local onde o copo havia sido encontrado. No pequeno banheiro da suíte, havia uma lixeira ao lado do vaso sanitário e quando a removi do lugar abaixo estava o ralo. Prestes a cair por um dos buracos estava um pedaço de tecido verde rasgado, contendo parte do era o brasão da cidade.

    Naquela noite voltei para casa sem nada de muito concreto, a não ser o tal tecido com o brasão e aquele sentimento de que havia uma alma me pedindo ajuda. Seria aquilo parte de algum uniforme? Seria da vítima, do agressor, de algum namorado, parente ou amigo? Havia algum espírito me ajudando ou pedindo ajuda? Intrigado, chamei Sebastian e juntos começamos uma breve busca on-line. Sebastian vasculhou os arquivos em busca de mais semelhanças entre as vítimas e fiquei vagando em busca de algo que viesse como um estalo a minha mente hiperativa.

    Ao fim daquela noite chegamos a algumas conclusões baseados nas pesquisas e em tudo que a policia havia encontrado. Os peritos haviam achado algo interessante, pequenos pelos nas genitálias de uma das vítimas, sendo a vítima totalmente depilada, concluiu-se que se tratavam possivelmente dos pelos do agressor. Um dos peritos que analisou os tais pelos ainda informou nos laudos que os pelos provavelmente vieram de um bigode, haja vista os traços de nicotina encontrados. Na época da investigação, foram procurados parentes ou amigos da vítima que possuíssem o tal bigode, mas ninguém chegou a prestar depoimento.

    Desconfiávamos então que o assassino era homem, com bigode, forte o suficiente para arrastar ou levantar um peso equivalente a 70 quilos. Todavia nos faltava ainda algo chave, qual a relação entre as três vítimas? Então na noite seguinte eu estava sozinho, concentrado com o pedaço de pano em minhas mãos, quando meus pensamentos foram interrompidos pelos barulhos das latas de lixo sendo derrubadas pelos garis. Como que por reflexo dei aquela olhada pela janela, a fim de comprovar o trabalho de limpeza e a luz de um dos postes iluminou as costas de um dos garis. Estava lá o tal brasão da cidade e o tom de verde do macacão era próximo do tecido em minhas mãos.

    Naquele instante peguei meu smartphone e acessei o Google imagens buscado alguma foto dos garis da cidade. Para minha alegria lá estava um gari dançando no carnaval e na manga de seu uniforme verde havia o mesmo símbolo do pedaço de tecido sujo em minhas mãos. Logo em seguida eu estava afoito e de imediato liguei para Sebastian que veio ao meu encontro minutos depois.

    Continua…

  • Em busca de respostas na Grécia

    Em busca de respostas na Grécia

    Na noite de sexta para sábado eu estive em uma cidade ao norte da Grécia chamada Épiro. Uma cidade linda, repleta de lagoas com água extremamente cristalina, porém extremamente úmida, em função da cansativa chuva que nunca cessava. Fui para aquela região em busca do famoso oráculo de Zeus, procurando respostas a algumas dúvidas que insistem em bagunçar minhas ideias nos últimos meses.

    Como estou finalizando o livro eu não posso me dar ao luxo de ter problemas existenciais e preciso me manter são. Então quando Hector me ligou e disse que estava próximo com seu barco eu de imediato aceitei seu convite para o passeio.

    Hector é o que se pode chamar de vampiro ou homem com essência selvagem. É um cara que passa mais tempo no mar do que na terra, possui uma evidente cara de mal e não se preocupa como os hábitos de higiene dos países tropicais. Aliás, nessa minha passagem pela Europa o que mais tenho visto são hábitos de higiene diferenciados do Brasil mesmo nos dias de hoje. Antigamente até que era normal, mas hoje em dia tu pedir um quarto numa pousada da Itália e a senhora querer cobrar a mais se tu fores tomar banhos todos os dias é um tanto quanto diferente.

    Em meio a alguns hábitos europeus que eu não praticava a mais ou menos uns 60 anos, Hector e eu iniciamos nossa empreitada aportando em Igoumenitsas. Desta pequena cidade que possuía um mar extremamente cristalino, percorremos de carro uns 70 km até o sítio arqueológico de Dodona. Fora uma viagem de aproximadamente uma hora, em meio a paisagens vislumbrastes, mesmo a noite e com a pouca luz da lua. No qual certamente indico a quem puder viajar por lá, principalmente se for de dia, pois deve ser ainda mais lindo.

    Já no sítio ficamos por algum instante admirando as ruínas, no qual eu desprendi maior atenção ao teatro, cuja lenda diz que podia abrigar mais de 15mil pessoas. Sua arquitetura surpreendeu-me pela alta tecnologia aplicada na época e que certamente deixa muitos engenheiros dos dias atuais com inveja. Depois inicie junto de Hector a busca pelo local que abrigava o famoso Carvalho, árvore que existiu até meados do século IV, quando alguns cristãos puseram tudo a abaixo.

    Era nesta árvore que os antigos penduravam placas de bronze com escrituras que continham seus pedidos e na sequencia apreciavam por alguns minutos as respostas trazidas pelo barulho do vento ou de quaisquer outro elemento que surgisse. Sebastian, aliás, certamente ficará com muita inveja ao ler este artigo, ainda mais quando ler o próximo parágrafo.

    Hector é um vampiro famoso por possuir ligações com o mundo dos espíritos e se não fosse o seu jeitão de poucos amigos, certamente esse seu dom poderia ajudar muitos outros, tal qual eu naquela noite. Depois de alguns minutos de meditação, disse Hector que havia atraído para junto de nós um espírito superior, que nos guiaria até o local do antigo santuário. Eu não lembro de ter percebido nada de diferente, porém como tenho muita confiança no ex-pirata o deixei nos guiar sem me intrometer.

    Vagamos por alguns minutos em meio as ruínas, passamos inclusive por alguns lugares que desafiariam a agilidade de simples humanos, até o momento em que eu finalmente começara a sentir algo diferente. Não é tipo de sentimento que se pode explicar em simples palavras mundanas, todavia era algo parecido com uma sensação boa, de conforto, que fez inclusive me lembrar do abraço de alguém que gostamos.

    Essa sensação aumentou cada vez a medida que percorríamos o lugar até que em fim Hector parou de supetão, próximo a uma pedra e me disse:

    – Esta pedra pertenceu ao antigo templo que fora erguido a deusa Gaia. Concentre-se no seu pedido aqui nesta região e aguarde por alguns minutos pelas respostas que este local irá te trazer. Em alguns minutos eu retornarei para te buscar.

    Depois de muitos anos de prática eu inicie uma meditação, limpando minha mente e concentrando-se apenas nas minhas dúvidas. Perdi a noção do tempo depois que fiz algumas perguntas e aguardei por possíveis respostas completamente imergido em meu templo interior.

    A sensação daquele momento novamente é difícil de ser descrita, porém uma brisa fria tocava de leve meu rosto, senti-me como se estivesse flutuando e ao abrir os olhos percebi que eu estava imerso em um lugar diferente. Era como se uma fina nevoa encobrisse todo o lugar o que dificultava muito a visão a cerca do que me rodeava. Olhei para os lados e ao balançar a cabeça percebi que meus movimentos estavam mais lentos e depois de alguns instantes em meio aquele transe, sinto uma mão tocar de leve meu ombro direito. Aquela mão não me causou nenhum tipo de susto e seu toque foi completamente confortante. Porém quando olhei em direção do que estaria me tocando não ví nada.

    Minutos mais tarde eu ainda estava em meu transe, quando começo a ouvir passos. Estes vão ficando mais evidentes a medida que algo se aproxima de mim até que eu abro realmente meus olhos e me deparo com Hector parado aminha frente. Trocamos olhares por alguns instantes quando o pirata rompe o silêncio dizendo:

    – Suspeito que as respostas foram-te concedidas?

    E eu apenas lhe respondi:

    – Sim!

    Depois disso ele me esticou uma das mãos. Apoiei-me para ficar em pé novamente e fizemos a viagem de volta. Durante todo o caminho até a praia, Hector respeitou meu silêncio. Fiquei como dizem “digerindo” tudo o que havia acontecido, quando finalmente já no barco agradeci muito ao meu velho amigo. Ele então me levou de volta para o hotel onde eu estava hospedado, lugar onde fiquei até ontem a noite, antes de sair novamente “mochilando” de moto sem rumo.

    Acredito ter achado novamente meu equilíbrio, porém somente nas próximas noites que isso ficará mais evidente e independente do que eu recebi de respostas. Sinto que o trem retomou novamente os seus trilhos.

  • Vampirocast 19 – Perguntas e respostas

    Vampirocast 19 – Perguntas e respostas

    Aqui estou eu em mais um VampiroCast.
    Desta vez fiz uma espécie de “perguntas e respostas” comigo mesmo e espero que gostem!
    Além disso, se vocês tiverem dúvidas podem continuar me mandando e-mails que uma hora eu respondo. Posso demorar, mas sempre respondo.

  • Primeiro VampiroCast em vídeo

    Primeiro VampiroCast em vídeo

    Olá povo! Para matar a curiosidade de muitos eu resolvi fazer alguns pequenos vídeos contanto como está sendo o processo de fazer uma trilogia que contará a minha vida e não-vida para o mundo. Espero que gostem =)

  • Antes do 1° ataque a vampira assassina

    Antes do 1° ataque a vampira assassina

    Isto aconteceu a alguns dias, antes de ganharmos a primeira batalha ontem…

    Eis que se iniciou uma nova batalha. De um lado duas vampiras com todo o seu exército de seguidores e do outro eu. Claro que não estou sozinho e nas linhas abaixo vocês poderão ver na prática como os contatos são necessários para a sobrevivência.

    Depois que o Zé se foi, precisei juntar forças do além para me controlar e não sair por ai fazendo besteira. Afinal, sempre que nos tiram algo a primeira ideia que surge é sair por ai querendo fazer justiça com as próprias mãos. Todavia, quando o assunto envolve vampiros as regras são bem diferentes.

    Um vampiro que mata vampiros, é tido como um párea de nossa sociedade e a punição para tal ato é a morte. Essa punição geralmente é lançada pelos Regrados e divulgada de imediato aos quatro cantos do universo. Por se tratar de uma das maiores punições ela demora um pouco para ser decretada. Neste caso como minha família está envolvida foi um pouco mais fácil conseguir o aval.

    Depois de ter ido a alguns lugares, de ter conversado com informantes dos mais diversos lugares eu resolvi juntar uma equipe de especialistas para dar fim nesta ameaça. Ter trabalhado com os mais experientes em Berlin me permitiu ter uma visão mais apurada dos fatos e principalmente de quem poderia ser útil nesta caçada. Caçadas de vampiros são sempre difíceis então nada melhor que gente de fora da instituição para fazer o serviço.

    O primeiro a ser chamado foi um cara que já saiu algumas vezes comigo e que só não é mais próximo em função do seu sangue. Já discutimos algumas vezes sobre nossa situação no mundo, mas quase sempre temos um impasse. Carlos é um peludo e como todos da sua espécie é um tanto quanto seco, direto e um pouco mais nervoso que a maioria. A história com esse peludo é longa e será contada em seu tempo, mas o conheci a pouco mais de 70 anos enquanto estive no Chile em uma das minhas fases exploratórias e na época nos livramos de alguns inimigos em comum.

    Além do Lobo rastreador, me ajuda nessa operação o vampiro pirata Hector. Amigo de longa data, aventureiro nato, cujo algumas de nossas histórias juntos já foram contadas por aqui.

    Obviamente Franz meu irmão de longa data está comigo nessa e para surpresa de todos trouxe consigo o H2, lembram-se dele? Isso também é uma longa história, mas vale aqui aquele ditado: ”Se não pode vence-los é melhor juntar-se a eles”.

    Hoje já estamos voltando para o Brasil e durante o dia contarei mais detalhes dessa última empreitada. Já disse que eu escrevo para me acalmar? Bom nesse momento isso é extremamente importante haja vista que a vadia esteve em minhas mãos, mas conseguiu fugir novamente.

    Pelo menos temos um novo membro no clã… H2 foi transformado!

     

  • Morte versus amor:  Aviso!

    Morte versus amor: Aviso!

    Hoje a minha querida Beth estão fora de casa e irá ficar por pelo menos um tempo até que sua família fique bem.  O tio da Beth foi acometido por um câncer há uns cinco anos, conseguiu se recuperar, fez transplante de rins, mas desde quinta passada acabou entrando em coma em função de uma pneumonia. Esta pneumonia foi muito cruel e o levou ao falecimento ontem pela manhã.

    É um momento de dor para toda a família da Beth e me dói muito não poder estar perto dela para lhe confortar, haja vista que ele lhe era praticamente um pai.

    A morte já é minha parceira a muitos anos, confesso que as vezes acho que já me acostumei com essa parceria. No entanto, é nesses momentos em que a dona morte rompe o amor entre as pessoas que eu vejo como ela pode ser cruel, com todos sem exceção.

    Outro dia inclusive me perguntaram se um dia eu transformaria a Beth. Já pensei nisso, mas é algo extremamente complexo, afinal eu seria como a morte e romperia novamente o fluxo normal da vida.

    Tem gente que acha que ser vampiro é fácil, mas sempre se esquece de que isso não é uma brincadeira de criança…

    Quem dera eu pudesse não me apaixonar, quem eu não tivesse de ser o carrasco que precisa escolher quem vive ou quem se vai. Quem dera um dia eu fosse mortal de novo…

    Odeio quem quer essa maldição pra si e não tenho piedade nenhuma em atacar quem não ama e valoriza sua própria vida. Fique atento, eu posso puxar muito mais que os teus pés a noite!

  • VampiroCast 17 – A história do Perth

    VampiroCast 17 – A história do Perth

    Prezados humanos e eventuais seres que frequantam este recinto.

    A pedidos continuo minha saga em meio a algumas histõrias contadas em forma de áudio. Desta vez com a triste criação do nosso conhecido frequentador do blog, Perth.

    Conforme eu digo no VampirosCast, os humanos podem ser transformados em vampiros atrás de alguns rituais que se diferenciam em algumas peculiaridades. Todavia, o principio é quase sempre o mesmo ser mordido e beber sangue de seu progenitor.

    Gosto muito de produzir VampiroCasts e pretendo criar muito outros além desse.

    Mais uma vez obrigado por compartilharem seus conhecimentos comigo, enviando histórias, poemas e até algumas fotos para ilustrar esse espaço, um espaço macabro para alguns, mas que apesar disso tenta trazer a luz para os que estão na escuridão!

  • Visita de um amigo vampiro

    Visita de um amigo vampiro

    Por esses dias recebi a visita de um grande amigo, os íntimos lhe chamam de Franz, mas os seus inimigos o conhecem melhor por Marques. Já disse outras vezes por aqui que ele é uma figura importantíssima em minha não-vida e com certeza lhe devo muito do que sei hoje, pois esteve presente em quase todos os momentos importantes que já passei como vampiro.

    Franz é o típico vampiro caricato, daqueles que certamente inspirariam muitos escritores. Ele possui um castelo que data o século de XIV, e tantas outras propriedades ao redor do mundo, mas isso não mostra o que ele realmente é: um tremendo cara legal. Obviamente ele me inspira nesse meu lado mais liberal e isso chega a ser engraçado, pois depois de tanto tempo juntos até que nos tornamos um pouco parecidos fisicamente.

    Nesses últimos dias fizemos muitas coisas juntos, colocamos o papo em dia e fizemos a Beth engordar alguns quilinhos pois ambos gostamos de cozinhar para passar o tempo. Na verdade nessas jantinhas sempre haviam convidados, sendo em sua grande maioria amigas da Beth que vinham nos prestigiar. Com tantas mulheres por perto foi difícil manter o Franz sossegado, afinal flertar é o seu segundo maior passatempo. Acho que ele até andou se “pegando” com uma ou duas, mas isso é apenas um detalhe.

    Ok, vampiros se visitando, cozinhando para alguns convidados como se fossem compadres? Ué gente isso é um fato que sempre tento deixar bem claro por aqui, pois no fundo sempre agiremos como humanos.

    Nesses dias que ficamos nos divertindo eu dei uma pausa nas minhas caçadas, não fui atrás de nenhum meliante, nem muitos menos ataquei velhinhas inocentes em pontos de ônibus. De qualquer forma a rotina e a realidade são sempre um banho de água fria nos momentos divertidos que temos, então hoje eu já vou ter de ir atrás de mais uns pescocinhos. Em meio a todas as nossas brincadeiras eu acho que gastei mais energia do que devia.

    Sendo assim, esperem mais histórinhas para manhã ou depois. Além disso quero lembrar que ainda estou na cola da assassina do Zé, isso inclusive foi um dos motivos da vinda do Franz.

  • A verdade sobre os vampiros

    A verdade sobre os vampiros

    Hoje por aqui cai uma chuva torrencial e isso tem sido bom, pois os dias estão menos quentes. Por mais que eu já esteja acostumado com o clima tropical, por vezes sinto muita falta do ar gélido das montanhas alemãs. Esse ar de lá por vezes era esquentado pelo efeito Föhn, que surgia do nada, mas mesmo assim era mais tranquilo que esse calor daqui.

    Pois bem, deixando a questão anacrônica de lado hoje eu vou falar de algo que sempre gera muita controvérsia por aqui, a transformação vampírica. Por mais que eu já tenha me expressado e contado fatos desse ritual, ainda recebo muitos comentários ou até mesmo e-mails perguntando sobre isso.
    Já fiz outros posts sobre a transformação de um vampiro:

    Como (não) se transformar em vampiro?

    Perguntas e respostas #3

    Todavia, acho que não fui muito claro, pois as perguntas sempre se repetem e hoje decidi escrever algo que abranja maiores detalhes.

    Como começou a história dos vampiros?
    Não se sabe quem foi o primeiro, o porquê ou quem criou a transformação, apesar disso sabe-se que é algo que se confunde intimamente com a história humana. Os vampiros que têm acesso as mais antigas escrituras contam que nossa história remonta mais de 8 mil anos. Atualmente existem muitas ceitas e cada uma acredita em histórias diferentes: Punição divina, alienígenas, doença ou um pouco de cada uma das anteriores.

    Como é a transformação?
    Antes de tudo é preciso ficar claro que a transformação é baseada em um avançado ritual. Primeiro o ancião do clan deve conhecer o candidato e certificar-se de que ele é digno de fazer parte da família e isso pode levar um bom tempo. Depois o vampiro que for fazer a transformação deve estar a vários dias sem se alimentar para que na hora que for iniciar o processo esteja mais perto do seu demônio. Na verdade quem procede com o ritual é o próprio companheiro interno do vampiro sendo este apenas um portador. Além disso, é somente em uma época do ano determinada astrologicamente que tudo pode ser feito. Tendo tudo isso, o ritual em si é bem parecido com o que muitos já viram em filmes, livros e afins, sugasse o sangue do candidato, devolve-se um pouco do próprio e mais algumas firulas com velas e ervas são necessárias para que tudo seja concluído.

    Nossa Galego tudo isso?
    Então caro mancebo, se fosse simples teríamos mais vampiros que humanos e a vida na terra já teria terminado. Não sei se tu já ouviste falar na teoria dos ciclos ou das cadeias tróficas? Bom, caso não tenha ouvido falar é melhor aprender sobre isso e muitas outras coisas antes de vir com pedidos sem sentido para transformação.

    De que um vampiro se alimenta?
    Os vampiros de verdade alimentam-se apenas de sangue, o humano é o que nos nutre mais, no entanto o festim também pode ser feito com animais se for preciso. Criaturas que se alimentam de carne ou energia não são vampiros.

    Onde vivem os vampiros?
    Em qualquer lugar comum aos humanos, muitos de nós vivemos em meio à sociedade de forma disfarçada. Todavia, ainda existem muitos que moram isolados em pequenas sociedades ou nos subterrâneos das grandes cidades.

    Como é o corpo do sanguessuga?
    Nosso corpo é um pouco mais pálido, que a maioria dos humanos, caso contrário seria impossível o disfarce. Nossos órgãos internos são atrofiados, inclusive as partes sexuais. No entanto com o tempo e a prática aprende-se a trabalhar o sangue que fica armazenado no sistema circulatório e é possível desloca-lo conforme for preciso. Tanto para o sexo, como para a respiração ou até ingerir certos tipos de comida para posterior regurgitação.

    Quanto tempo vive um vampiro?
    Muitos anos a mais que os humanos, no entanto com o tempo o sangue fica mais fraco e a necessidade de alimentação aumenta. Cada vampiro vai ter um momento diferente, pois isso é influencia da genética humana. Outro fator que limita a vida de um vampiro é a sanidade que com o passar dos anos vai deixando o ser louco e mais próximo do seu demônio. Geralmente quando isso ocorre o vampiro resolve hibernar por alguns anos ou décadas, caso acorde e ainda se sinta forte peso em sua consciência quase sempre ele se deixa morrer.

    Coisas que machucam um vampiro:
    Água benta e cruzes machucam se forem ateadas por pessoas com muita fé, algo que por sorte está cada vez mais difícil de encontrar. Além disso, o sol é nosso eterno inimigo e seus raios direta ou indiretamente nos queimam. Outras coisas como água corrente, espelhos e prata nãos nos afetam.

    Quem são os inimigos dos vampiros?
    As bruxas ou seres humanos que possuam conhecimentos em magia. Também não nos damos bem com os malditos peludos (lobisomens) e alguns tipos de seres chamados de Sáwel ou simplesmente “perdidos” e são o que muitos acreditam serem as almas que não se desligaram de seu corpo na terra e tantos outros acham que são anjos ou demônios.

    Este post é atualizado frequentemente…

  • Sangue de animais na dieta vampírica

    Sangue de animais na dieta vampírica

    São apenas 19:15 e eu acabo de chegar em casa, recém tinha escurecido e eu fui em busca de alimentação. Procurei nos contatos por bolsas de sangue, mas como sempre nada disponível. O pior é que meus contatos são muito bons, aliás, hoje é fácil conseguir praticamente de tudo, não acham? Basta se fazer de louco ou manter um estilo mais excêntrico, tendo dinheiro é o que importa para ninguém desconfiar e ficar na sua.

    Nestes dias de seca, podemos arriscar a ficar mais um tempo sem sangue, ou sair à luta. Neste contexto vocês sempre leem minhas histórias de combate ao crime em que aproveito para me alimentar, mas isso são ocasiões impares. Apesar dos poderes e da vida eterna não é sensato sair por ai feito um inconsequente. Até mesmo um renegado das tradições como eu teme as punições superiores e acima de tudo a morte final.

    Fazer o que então? Restam algumas opções, sendo a mais usual aquela no qual se recorre aos nossos queridos animais. Ontem mesmo me perguntaram se eu não conseguiria me alimentar apenas com o sangue deles e eu disse:

    – Tu já tentaste beber sangue de algum animal com o mesmo tamanho de um humano?

    Não é uma questão fácil, por mais que eu tenha o dom de falar com eles, isso não adianta de nada quando o assunto é o sangue próprio. Desta forma e já que ainda não tive paciência para aprender o dom de dominar as vontades animalescas, o negócio é partir para a força bruta, algo que tenho de sobra.

    Aqui na região é fácil encontrar pequenas propriedades que contenham bois, vacas, cavalos e até avestruzes. Fato que permite uma alimentação tranquila, salvo alguns aspectos que devem ser bem analisados como horários, tipo de animal e ambiente.

    Ates de continuar com o lance dos animais eu queria lembrar que muitos vampiros preferem se alimentarem de prostitutas, mendigos, doentes e até mesmo cadáveres. No entanto como vocês sabem eu tenho um gosto mais apurado…

    O jeito mais fácil que encontrei até o momento para se alimentar de animais de grande porte sem maiores inconvenientes é comprando uma espécie de anestesia vendia em farmácia. Basta se aproximar do animal, injetar uma dose pequena e esperar até que ele fique sonolento. Depois disso retiramos com as próprias presas um ou dois litros de sangue e lambemos a ferida para cicatrizar. Depois de algumas horas o animal volta ao normal e sem qualquer sequela.

    Ok, por que não fazer isso sempre? Primeiro por que o sangue deles é mais fraco, no geral esses animais grandes são herbívoros e não possuem tudo o que necessitamos e segundo por que entra a velha história da maldição vampírica. Somos predadores de humanos e se ficarmos muito tempo sem nos alimentarmos deles começamos a perder o controle se aproximando cada vez mais de nossos demônios. O que pode ocorrer quando um sanguessuga é consumido pelo seu demônio? Isso já é outra história…